Onírico escrita por Deusa Nariko


Capítulo 10
Capítulo X: Conversas e Saquês


Notas iniciais do capítulo

Décimo capítulo.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/763459/chapter/10

CAPÍTULO X:

Conversas e Saquês

•♦•

SAKURA VINHA PASSANDO MAIS tempo na companhia de Mahina ultimamente. Naquele meio tempo tinha descoberto mais a respeito dela, e se aproximado de forma que estabelecesse uma boa amizade com a Kunoichi de Kumo. Era fácil afeiçoar-se a ela, pois Mahina tinha um senso de humor incrível, além de ser extremamente leal aos seus ideais e ter um espírito de luta feroz. Sakura viu-se a admirando pela longa experiência que carregava como Shinobi, bem como pelo seu coração generoso e determinado.

Pela tarde, enquanto uma brisa gentil agitava a grama e as flores nos outeiros, as duas decidiram trocar histórias, buscando conhecer mais a outra. O céu estava limpo e o sol derramava seu calor tênue sobre toda a região. À sombra monstruosa do imenso vulcão, o vilarejo de Iwaki seguia com a sua rotina.

Sachiko a tinha visitado naquela manhã, ansiosa para mais uma lição sobre plantas usadas para curar e para amenizar sintomas. Sakura estava orgulhosa da ânsia por aprender da menina, assim como da sua determinação em absorver o máximo de conhecimento que pudesse no menor espaço de tempo possível. Ela via como Sachiko estava mudando, como estava ganhando mais autoconfiança. Sakura tinha, até mesmo, tentado convencê-la a se declarar para Shouta entre as conversas extensas. Mas ela enrubesceu e cortou o assunto depressa demais, optando por voltar a conversar sobre raízes moídas e folhas prensadas.

Apesar disso, Sakura também não deixou de notar a expressão sonhadora que tomou o semblante doce dela. Não tinha dúvidas de que Sachiko não demoraria a conversar sobre os seus sentimentos com Shouta e essa certeza lhe bastava por enquanto.

Sentindo-se ociosa agora, ela recostou-se mais confortavelmente contra o tronco de uma árvore que a sombreava enquanto Mahina colhia algumas ervas na pequena horta que era cultivada nos fundos da estalagem. Mais cedo, ela havia garantido que seu hobby era cozinhar e que ela mal havia a hora de voltar para Kumogakure para cozinhar para a sua irmãzinha, que ela disse se chamar Ayaka e que ainda frequentava a academia.

— Ela te admira muito, sabia? — Mahina disse, ajoelhada entre as plantas, a pele negra brilhando sutilmente sob uma delicada camada de suor. — A famosa pupila da Godaime Hokage e Sannin lendária Tsunade-sama. Diz que quer ser como você quando se tornar uma Kunoichi, que quer enfrentar oponentes masculinos de igual para igual e fazê-los respeitá-la e temê-la como você faz.

Sakura sorriu, alongando os braços aos esticá-los acima da cabeça. Entrelaçou os dedos e desencostou da árvore, inclinando-se para frente. Sasuke estava sabe-se lá onde outra vez, certamente procurando novas pistas do bando de Nobu. Ela teria se juntado a ele, mas mudou de ideia no último momento e preferiu acompanhar Mahina na sua rotina diária de estalajadeira disfarçada. Estava curiosa sobre o passado dela e ter uma companhia feminina por um tempo lhe faria bem.

— Isso é bastante lisonjeiro — respondeu, enfim, com um sorriso gentil.

Mahina bufou.

Isso é irritante na verdade. Ela só sabe falar sobre como Haruno Sakura é incrível, inteligente e feroz. Tem ideia de como isso soa frustrante para uma irmã mais velha que gostaria de ser a maior fonte de inspiração na vida da sua irmãzinha?

Sakura riu. Ainda colhendo os temperos, Mahina abaixou o rosto, escondendo de Sakura uma expressão maliciosa, e mudou de assunto.

— Então, há quanto tempo você e Uchiha-san estão viajando juntos?

Ela enrubesceu e averteu o olhar, admirando a visão das flores coloridas se balançando junto à brisa suave, a mesma brisa que deixava uma sensação agradável na sua pele, aliviando um pouco do calor. E como sabia que não poderia evitar o assunto para sempre, virou o rosto para Mahina outra vez a fim de fitá-la uma vez que se recompôs.

— Não muito tempo. Algumas semanas no máximo. É... fácil perder a noção do tempo quando se está em constante movimento, viajando de país em país. E Sasuke-kun e eu nunca ficamos mais do que alguns dias no mesmo lugar.

Não escapou aos olhos de Mahina o rubor que se intensificava a cada segundo nas faces de Sakura, ou a centelha de felicidade que iluminava os seus olhos já naturalmente claros. Parando para colocar outra raiz de gengibre na cesta, ela espanou o excesso de terra antes e disfarçou o sorriso que lhe puxava os cantos da boca para cima.

— Foram companheiros de equipe, certo? Eu me lembro de ter lido nos relatórios.

— Sim — Sakura respondeu de prontidão. — Mas ficamos anos sem ter contato um com o outro. Passamos por muitas coisas difíceis antes que pudéssemos estar juntos outra vez — divagou, uma sombra abrupta atravessando o seu rosto por um breve momento e encobrindo toda luz nele.

— Entendo — Mahina aquiesceu.

Quando pareceu que não diria mais nada, ela fitou Sakura com uma expressão branda e compreensiva.

— Deveriam visitar o templo no topo da montanha. Foi por isso que quis vir até Iwaki em primeiro lugar, não foi? Estou aqui há algum tempo, conheço a fama do vilarejo e por que jovens casais são atraídos para cá.

Sakura averteu o olhar, encabulada por ter as suas motivações para vir até Iwaki reveladas.

— A mãe de Sachiko-chan comentou outro dia sobre esse templo, mas admito que não conheço a história por trás do mito. Minha mestra comentou comigo vagamente há alguns anos — admitiu, massageando a nuca para amenizar o desconforto por estar encostada ao tronco áspero da árvore por muito tempo.

Ela pensou ter ouvido Mahina rir antes de explicar-lhe.

— Supostamente foi construído em homenagem a um casal de amantes cujo amor era impossível. Eles se apaixonaram num período intenso de conflitos e estavam prometidos em casamento a outras pessoas. Ela era a filha de um daimyô poderoso da região, e ele era um Shinobi leal a um clã rival.

“Dizem que estes campos foram semeados com sangue e morte durante anos devido à guerra. Mas, então, um dia, a montanha Iwaki entrou em erupção, e expeliu tanta lava e cinzas que todos que viviam no seu entorno morreram, inclusive os dois amantes. Depois, quando a paz foi selada, os sobreviventes decidiram edificar um templo no seu cume para acalmar os espíritos daqueles que se foram, especialmente o casal que jamais pôde ficar junto devido à guerra. — Após uma pausa, concluiu: — Mas isso já foi há muito tempo, mesmo os nomes dos dois amantes se perdeu ao longo dos anos, bem como a veracidade dessa história que os aldeões contam. E eu apenas aprendi a versão resumida, talvez um dos moradores possa te contar a história completa por trás da construção do templo.

Sakura sorriu, deslumbrada com a história, mesmo que a tragédia deixasse um gosto levemente amargo na sua boca. Histórias de amores impossíveis eram sempre inspiradoras, mas ela torcia para que os dois amantes tivessem conseguido na morte o que não conseguiram em vida: ficar juntos.

— E, de alguma forma, o templo acabou ganhando fama de conceder boa sorte a todos os amantes que o visitam?

Mahina deu de ombros.

— É só um mito no fim das contas.

Então se levantou, espanando a terra do tecido fino do seu quimono e segurando a sua pequena cesta repleta de temperos. Sakura copiou-a, mas não abandonou de imediato a sombra fresca da árvore na qual havia se abrigado. Protegendo os olhos, Sakura olhou para cima para tentar adivinhar, pela posição do sol, que horas eram. Imaginou se Sasuke já havia voltado da sua incursão secreta.

Abaixou o rosto e encarou Mahina, que a esperava. Juntas, elas caminharam de volta para a pousada, lado a lado. Antes que entrassem, a Kunoichi de Kumo parou no umbral para fitar Sakura.

— Mas é sério, deveria ir até o templo com o Uchiha-san. Supostamente há um sacerdote xintoísta e sua esposa guardando o lugar, e eles oferecem estadia a todos os seus visitantes. A subida é exaustiva, mas vale a pena. Há fontes termais também. E pelo que ouço dos moradores, a vista do vale lá de cima é espetacular.

Sakura engoliu em seco, mas acabou assentindo e prometendo que mencionaria o assunto para Sasuke assim que a oportunidade aparecesse. Então ambas entraram na pousada e Mahina foi cuidar dos seus afazeres, deixando Sakura sozinha com os seus pensamentos sentada à mesa na área das refeições.

Sasuke retornou de sua busca algum tempo depois, irrompendo pela porta da frente. Sakura e Mahina tomavam chá quando ele chegou, retirando o manto que usava e juntando-se a elas à mesa. O aroma agradável do chá que Mahina preparara, gengibre com canela e casca de limão, tomava todo o recinto.

Sakura serviu chá para ele, derramando do bule num copo de porcelana fina. Ele aceitou e, depois de beber um gole, comentou:

— Não consegui encontrar mais rastros do bando. Eles são bons em encobri-los — disse com pesar.

Mahina descansou o queixo num punho.

— Eu disse que eles possuem uma Kunoichi com habilidades sensoriais entre o bando. A cada vez que um Shinobi chega bem perto de localizar um dos esconderijos deles, eles se mudam e o fazem sem deixar quaisquer rastros ou pistas para nós.

— Isso é frustrante — Sakura suspirou, soprando o seu chá quente para não se queimar.

— Susumo e Isao atacaram Sakura-san e Uchiha-san na floresta há três dias, acredito que eles ficarão algum tempo quietos, esperarão que a poeira abaixe e também contarão que abaixaremos a nossa guarda. O melhor que podemos fazer é esperar que eles cometam um erro e apareçam aqui na vila. E, conhecendo Nobu e o seu ódio por Uchiha-san, isso não demorará a acontecer. Felizmente estaremos aqui para proteger os aldeões quando eles decidirem fazer o seu próximo movimento.

— Acho que está certa, Mahina-san — Sakura concordou.

— Podemos muito bem armar uma emboscada para eles — Mahina completou com otimismo. — Fazê-los acreditar que têm a vantagem e o elemento surpresa quando não os possuem.

Sasuke concordou com um aceno de cabeça.

— Pensarei em alguma coisa.

— Mahina-san, nenhum deles sabe sobre a sua presença aqui. E como você pode suprimir o seu chakra, isso a esconderia das habilidades da Kunoichi sensora até o momento em que se revelasse. Poderíamos usar isso a nosso favor, como um trunfo.

— É uma boa ideia — Sasuke aprovou a ideia de Sakura.

E então os três começaram a discutir estratégias de batalha possíveis para proteger os moradores de Iwaki e eliminar o bando de nukenins de Nobu da forma mais eficaz possível. A tarde avançou, o sol se movendo no céu até ter se escondido por trás das montanhas ao oeste.

Depois do jantar, Sakura desfrutou de um banho quente e relaxante, mas como estava inquieta demais para dormir tão cedo resolveu voltar ao primeiro andar da pousada e encontrou Mahina sentada à mesa com uma garrafa de saquê como companhia.

A mulher ergueu uma sobrancelha escura para ela, indicando para o copo diante dela.

— Você bebe?

Na semipenumbra da noite, os olhos âmbares de Mahina brilhavam tanto quanto chamas de velas, ofuscando um pouco da escuridão do crepúsculo. Sakura se aproximou dela com um sorriso. Vestia a yukata que usava para dormir e os cabelos cor-de-rosa, ainda meio úmidos do banho de mais cedo, lhe molhavam os ombros, grudando na pele macia do seu pescoço.

Sem rodeios, foi até a cozinha e voltou de lá com um copo para si. Acomodou-se diante de Mahina e virou a garrafa no seu copo, servindo-se de saquê. Mahina a observou durante todo o tempo de um jeito bastante interessado. E nem mesmo piscou quando Sakura emborcou a bebida garganta abaixo sem ao menos hesitar.

— Puxa! — ela murmurou quando Sakura pousou o copo vazio sobre a mesa. — Mas acho que não deveria esperar menos da pupila da lendária Princesa das Lesmas.

Sakura esfregou o dorso da mão contra os lábios para secá-los. O saquê descera queimando a sua garganta, e acomodou-se no seu estômago com um calorzinho agradável. Ao fim, ela voltara a sorrir para Mahina.

— Já faz algum tempo desde a última vez em que bebi com a Tsunade-sama, na verdade.

Mahina a examinou de cima a baixo, ressabiada. Sua reação suspeita era divertida para Sakura.

— O que foi? — perguntou.

— É que pensei que você só fosse outro peso leve para bebidas. Não leve isso para o lado pessoal, é claro.

— Está brincando?! — A voz dela ergueu-se um pouco como se o comentário a fizesse se sentir insultada. — Eu treinei durante anos sob a tutela da Tsunade-sama! É de se esperar que a discípula dela desenvolva uma boa tolerância ao álcool, principalmente se quiser acompanhá-las nas suas noites de folga do trabalho. Shizune-san nunca foi uma boa companhia para bebidas, portanto, o papel sobrou para mim.

Mahina abriu um meio sorriso e estendeu a mão sobre a mesa para pegar a garrafa e encher o copo de Sakura outra vez, desafiando-a a provar que não estava apenas se gabando. Sem quebrar o contato visual, Sakura pegou o copo e o emborcou de novo sem hesitação.

— Há muito tempo eu ouvi rumores sobre a sua luta contra Akasuna no Sasori — Mahina comentou com casualidade enquanto despejava mais saquê no seu próprio copo. — Deve ter sido uma batalha e tanto.

Sakura apoiou um cotovelo sobre a mesa e, curvando-se, descansou a têmpora nos nós dos dedos enquanto recordava o passado junto à Mahina, e foi imediatamente acometida por um misto de sentimentos, revivendo cada segundo da sua luta contra Sasori, alguns deles haviam sido os mais desesperadores de sua vida.

— Diziam que ninguém conseguia encontrar o antídoto para o veneno dele até que você aparecesse em Suna. Diziam também que ele sempre ocultava o seu corpo verdadeiro sob o de um boneco grotesco com cauda de escorpião.

— Ah, ele era... excêntrico — concordou. — Transformou o próprio corpo num boneco e a cada vez que eu destruía uma das suas marionetes, ele inseria o seu coração, que era a única parte viva que restava dele, numa outra. Ele era persistente — finalizou com um revirar de olhos.

Mahina riu. Mas Sakura ainda não tinha terminado.

— E eu não o enfrentei sozinha. Uma Kunoichi anciã de Suna me deu apoio durante toda a batalha, e, no fim, ela ainda acabou salvando a minha vida. Ela também deu a sua vida para trazer o Kazekage de volta. — Sua voz embargou ao término, denunciando que tocar no sacrifício de Chiyo ainda era um tópico delicado mesmo depois de tantos anos.

Mahina ergueu o copo, propondo um brinde.

— Às heroínas.

Sakura secou os cílios molhados com os nós dos dedos e ergueu o copo também, batendo-o de leve contra o copo de Mahina.

— Às heroínas — concordou.

E beberam um pouco mais.

Mais tarde, com a cabeça leve e sentindo-se um pouco mais ousada do que o comum graças ao álcool, Sakura subiu para o quarto que dividia com Sasuke. Ela abriu a porta e encontrou o cômodo mergulhado em sombras. Talvez tivesse ficado até tarde bebendo com Mahina e não percebera a hora passar.

Fazendo o máximo de silêncio possível, esgueirou-se pelo quarto depois de encostar a porta, roçando os pés descalços no tatame muito comedidamente. Não queria despertar Sasuke, então não se demorou ao se enfiar sob as cobertas ao lado dele.

Deitou-se com as costas viradas para ele, contente por sentir o calor do corpo dele contra o seu. Suspirou e fechou os olhos, mas então sentiu que Sasuke se moveu no futon e encostou-se mais ela, o peito mais próximo das suas costas. Sakura conseguia praticamente sentir o cheiro almiscarado dele com a súbita aproximação. Ela tentou não se mover enquanto esperava pelo próximo movimento e, por um momento, quase acreditou que ele não o faria até que o braço de Sasuke a envolveu pela cintura e a puxou para que colasse no corpo dele.

Inebriada, não conseguiu conter um gemido tímido quando sentiu os lábios dele contra a pele do seu pescoço, o contato causando-lhe arrepios em ambos os braços, nem tampouco quando a mão dele escorregou para dentro do seu yukata e tocou num seio, envolvendo-o e acariciando-o.

Pareceu-lhe até uma retaliação tardia pela investida inesperada da outra noite quando Sakura o pegou — literalmente — com a guarda baixa, mas ela não conseguiu se importar, não com a boca dele ainda ocupada no seu pescoço, ou com a mão ainda dentro da sua yukata e alisando a pele da sua barriga, ameaçando seguir mais para baixo.

Sakura mordeu o lábio e pressionou-se mais contra Sasuke, estendendo um braço às cegas para envolvê-lo ao redor da nuca dele. Uma perna enfiou-se entre as suas, separando-as e fazendo subir o tecido que as cobria. Friccionou-se contra a pele da sua coxa e, de repente, o braço que a envolvia puxou-a para trás até que estivesse deitada encarando o teto do quarto — e não por muito tempo.

Sasuke estava em cima do seu corpo num piscar de olhos, esparramando-se sobre ela enquanto os seus lábios finalmente encontravam os dela num beijo sôfrego. Sakura envolveu-o pelo pescoço de novo e entregou-se. Sua cabeça flutuava pelo álcool e pelas carícias dele no seu corpo, mas então ele se afastou, quebrando o beijo e erguendo a face para fitá-la. Na penumbra, ela só era capaz de distinguir o branco dos olhos dele no olho direito, e um vislumbre do lilás no olho esquerdo.

Sasuke estava ofegante. A visão da boca dele, apartada, deu-lhe vontade de beijá-lo outra vez.

— Você bebeu saquê? — ele questionou, contudo, aturdindo-a e dispersando a névoa de desejo por um breve momento.

— Um pouco — ela admitiu com um sorriso, sabendo que não poderia mentir uma vez que ele tivesse experimentado o saquê no seu hálito e na sua língua.

Antes que ele ponderasse demais sobre a questão, Sakura o puxou para si outra vez, colidindo a boca na dele e passeando os dedos pelo cabelo negro como a noite. Ela estava mais excitada agora, e seu corpo parecia estar prestes a entrar em combustão. Com pressa, ela abaixou as mãos pelo corpo de Sasuke, sentindo sob as suas palmas todos os músculos dos ombros, braço e costas. Mordeu o lábio dele sem querer conforme lutava contra o nó da sua yukata, desmanchando-o quase com desespero.

Empurrou Sasuke de cima dela de repente, usando a sua força superior para isso, e não esperou por um convite antes de subir no colo dele, envolvendo o seu rosto com as mãos. Tão lindo, pensou com uma pontada de possessividade. E meu. Inteirinho meu.

Antes que pudesse beijá-lo outra vez, entretanto, Sasuke a interrompeu com uma observação azeda:

— Não parece que você bebeu um pouco, Sakura.

— Foi só um pouquinho — reafirmou para silenciar os protestos dele.

Estava começando a se sentir frustrada por ele parecer ter reduzido a intensidade e a velocidade das carícias.  Apesar da mão dele continuar ao redor da sua cintura, ela não fazia esforço algum para desnudá-la. Sakura levou as próprias mãos ao nó da yukata que usava, desatou-o, e tirou-o pela metade, desnudando os ombros pálidos e expondo os seios delicados para o ar da noite.

Avançou contra Sasuke em seguida, disposta a eliminar uma a uma todas as dúvidas na cabeça dele. Beijou-o e escorregou as mãos pelos ombros dele, amassando o tecido entre os seus dedos. Apesar das poucas camadas de tecido restantes entre os seus corpos, balançou os quadris contra os dele para instigá-lo e quase sorriu quando um de seus beijos engoliu um dos gemidos roucos dele.

A necessidade de senti-lo contra ela, dentro dela, intensificou-se. Ela desgrudou a boca da dele para seguir com seus beijos pelo pescoço onde mordeu a pele com cuidado para não machucá-lo. O grunhido que ouviu em resposta a fez sorrir, satisfeita.

Sakura conseguiu infiltrar suas mãos pela yukata que pendia de modo precário do corpo de Sasuke e deslizou-as pelo peito forte no momento em que voltou a colidir os lábios nos dele. Também voltou a balançar os quadris devagar sobre o colo dele, praticamente se esfregando sobre ele. Os tecidos entre eles frustravam-na. Descolou os lábios, mas para atirar a cabeça para trás e gemer pela fricção deliciosa que os seus movimentos lentos criavam, estimulando-a no ponto certo.

Sasuke colou o rosto no seu busto, entre os seus seios, abafando os sons que escapavam dos seus lábios. Sakura intensificou os movimentos dos quadris, ainda gemendo baixinho. Por fim, a fricção contínua no seu ponto mais sensível a levou ao limite e ela se curvou para frente, enterrando o rosto no pescoço dele para conter um gemido longo, mordendo seu ombro no processo.

Depois disso, sentiu-se mole, saciada e sonolenta, e, para a completa surpresa de Sasuke, pegou no sono ali mesmo. No colo dele, meio vestida e meio despida, ressonando serenamente como se não tivesse nenhuma outra preocupação no mundo.

Completamente alheia ao olhar rancoroso que recebeu de Sasuke, que começara a tramar a sua vingança no momento em que a depositou sobre o futon, arrumou a yukata no seu corpo e cobriu-a sem nem ao menos lhe desejar boa noite.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que a Sakura será castigada pelo Sasuke! Mal sabe ela o que a aguarda! XD

E se tem algo que eu nunca vou me cansar de escrever é cumplicidade feminina. O que estão achando da amizade da Mahina e da Sakura?

O bom de intercalar os capítulos de Onírico com Dark Dawn é que eu posso tirar uma folga do angst e escrever coisas bem fofinhas e amorzinhos do OTP, além de uma cenas bem quentes também :3

No próximo capítulo, nossos pombinhos visitarão o templo no topo da montanha!

Até! Xoxo