Onírico escrita por Deusa Nariko


Capítulo 1
Capítulo I: O Mapa


Notas iniciais do capítulo

Olá e olá~
Bem, para quem acompanha minha página ou me segue no Twitter, sabe que recentemente eu tive um sonho muito INTENSO com SasuSaku, tão detalhado e vívido que não deu em outra: transformei em Fanfic porque não teve como.
Onírico inicialmente era uma One-shot, tornou-se uma Short-Fic e agora é uma coisa indefinida porque eu nem sei quantos capítulos essa danada terá mais, desisti de tentar controlá-la.

Enfim, Naruto já terminou há anos, mas sempre bom mencionar que haverá spoilers do fim do mangá.
Espero que a apreciem, eu estou muito empolgada em escrevê-la e ela, miraculosamente, ressuscitou (mesmo) minha inspiração para escrever mais sobre SasuSaku.

Boa leitura!



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CAPÍTULO I:

O Mapa

•♦•

SAKURA TINHA CERTEZA de que já havia consultado aquele mapa ao menos meia dúzia de vezes desde o início da manhã. Mas não importava quantas vezes ela corresse os olhos de forma ansiosa pelo pedaço de papel, nada a convencia de que eles já não deveriam ter chegado a tal aldeia. Sasuke até havia sugerido subir numa das árvores gigantescas e se orientar pela posição do sol e vento, mas ela não estava pronta para desistir do seu mapa e se havia uma qualidade pela qual era merecidamente reconhecida, essa era a sua persistência e determinação.

— Estou certa de que o vilarejo fica depois daquelas árvores, shannaro! — declarou ao dobrar o mapa e enfiá-lo num bolso interno da capa, praticamente marchando adiante.

Sasuke, entretanto, suspirou apenas e decidiu segui-la sem mais dizeres. Sakura caminharia por toda aquela floresta e muito mais — sem chegar a lugar nenhum — antes de admitir que o homem que vendeu aquele mapa a eles os havia enganado.

O problema é que aquela floresta era tão densa que impossibilitava enxergar muito além. A vegetação era cerrada e as árvores eram verdadeiros monumentos gigantescos com copas frondosas e entrelaçadas. Mesmo o sol do meio-dia custava a atravessar a densa folhagem nos ramos viçosos.

Se quisesse mesmo ter alguma noção de onde estavam, precisaria subir até o ponto de observação mais alto, mas, claro, isso significaria contrariar Sakura e Sasuke preferia apenas acompanhá-la de todo modo. E foi isso o que ele fez, mantendo-se um pouco mais atrás e divertindo-se internamente porque ela não se cansava de resmungar consigo mesma.

Uma semana antes, eles haviam estado em Moyama, uma cidade relativamente grande a noroeste do país do Relâmpago. A ideia inicial era de que fossem até a costa, no extremo norte do continente, mas assim que Sakura colocou as mãos naquele mapa, que apontava uma direção específica, tinha sido enfática sobre encontrarem o vilarejo de Iwaki, na base do vulcão homônimo e a cerca de 200 milhas de Moyama.

— Por que é tão importante assim que cheguemos a esse vilarejo?

Sasuke perguntou tão logo a alcançou, parando ao lado dela no centro de uma clareira onde o sol permeava com mais facilidade. Os feixes de luz eram menos brandos ali e o único som a se fazer percebido era o zumbido constante das asas de muitos insetos. Um número sem fim de sempre-vivas se derramava ao redor deles, de todas as cores elas enchiam o ar naturalmente úmido com uma fragrância suave e adocicada enquanto grãos de poeira cintilavam feito estrelas diminutas nos fachos pálidos do sol.

Sakura respirou fundo antes de respondê-lo — não escondendo um tom derrotado na voz melódica —, e evitou olhá-lo:

— Eu só ouvi falar desse lugar através da Shishou. Ela o visitou uma vez apenas, junto à Shizune-san e quando ambas ainda vagavam de país em país. É um lugarejo isolado do resto da civilização, construído no entorno de um vulcão inativo. Tsunade-sama me contou que as fontes termais de lá tinham sido as melhores que ela já encontrou. — Erguendo os dedos enluvados, fez um gesto de aspas no ar: — E com supostos poderes curativos. Foi um comentário que grudou na minha cabeça e achei que seria... Bom, que seria divertido se o encontrássemos. Só isso.

Pela forma como escondeu o rosto de sua vista, Sasuke poderia apostar o único braço que lhe restava que ela estava enrubescendo nesse momento. E conhecendo-a como a conhecia, sabia que havia mais naquela história. Mas persuadi-la para que se abrisse com ele jamais funcionaria da forma que ele pretendia, embora soubesse muito bem quais botões deveria pressionar para isso.

Ela chutou a relva úmida com a ponta de uma bota e bufou pelo nariz, frustrada.

— Mas ele não está em nenhum mapa aparentemente e seus moradores são reclusos demais. Vamos esquecer isso. O mapa não passou de uma mentira infeliz.

Sasuke observou o entorno por um momento, dedicando alguns segundos a mais para a luz solar que se derramava pelas brechas das copas das árvores. Quando voltou a se pronunciar, tentou imprimir um otimismo mais perceptível no tom da voz:

— Ainda temos muitas horas de luz. Se é tão importante para você, podemos tentar encontrar o vilarejo.

Sakura mudou a postura ao apoiar as mãos nos quadris e sustentar o olhar.

— Mas estamos nisso desde ontem, Sasuke-kun, e eu sei que você tinha planos de seguir até a costa, de qualquer maneira. Não mencionou que tinha algo que você precisava verificar?

— Então vai desistir assim tão fácil, Sakura?

A expressão que ele lhe dedicou a seguir foi um tanto maliciosa, com aquele sorriso típico que apenas Sasuke Uchiha saberia dar: um único canto dos lábios erguia-se num meio sorriso que, inevitavelmente, fazia o coração de Sakura disparar no peito, bombeando o sangue pelo seu corpo num ritmo vertiginoso — além de fazê-la pensar no que não queria pensar no momento. E o timbre da voz... Ah, o timbre da voz, baixo e aveludado, servia apenas para lhe pôr os hormônios num alvoroço completo. Especialmente quando dizia seu nome daquela forma pausada.

Antes que revivesse aquela noite em particular, desviou o rosto com as faces em chamas, cobrindo-as rapidamente com as palmas enluvadas. Que bom que Sasuke não era capaz de ler mentes tampouco de adivinhar o rumo inesperado que seus pensamentos assumiram antes que ela tivesse a chance de evitá-los. Isso se sua expressão desconcertada de mais cedo não a tivesse entregado, é claro.

— N-não me provoque assim, Sasuke-kun! — ela se lamuriou ainda escondendo as bochechas enrubescidas dele e, principalmente, os olhos brilhantes pela excitação.

Quando se atreveu a olhá-lo de novo, arrependeu-se de fazê-lo pela fachada irritantemente inocente que ele sustentava, com as sobrancelhas erguidas, a testa franzida e o único olho visível, preto como carvão, mirando-a sem qualquer traço de malícia agora. Aparentemente, Sasuke dominava a arte de suscitar seus hormônios de todas as formas possíveis — e ele tinha conhecimento disso.

Tanto que se acercou dela com três passadas rápidas e curtas, vencendo a pouca distância que os separava. Sakura se antecipou para o contato, segurando a respiração por um segundo, mas então ele passou por ela e, concentrando uma quantidade ínfima de chakra na sola dos pés, subiu no tronco de uma árvore. Ela podia jurar que o maldito sorriso de canto estava de volta aos lábios — tentadores — dele. E praguejou por isso.

Sasuke alçou-se para cima depressa, desaparecendo entre as ramagens num piscar de olhos. Saltou para os galhos maiores e mais altos com uma agilidade impecável e, por fim, venceu a densa copa quando o sol brilhante ardeu no seu rosto. Olhou na direção do horizonte límpido, das nuvens espaçadas que flutuavam à deriva pelo céu; à sua frente, a floresta se estendia, viva e ruidosa, orlava as bordas de um vulcão imenso e ameaçador que se projetava milhares de metros na direção do céu azul e sombreava boa parte da vegetação que se derramava ao seu redor.

Mas mesmo dali não viu qualquer indício de que havia um vilarejo nas redondezas, não conseguiu distinguir sequer um traço de civilização naquelas terras intocadas. Parecia, afinal, que o mapa era mesmo uma mentira.

Sasuke desceu num único pulo para o solo onde Sakura o esperava, visivelmente ansiosa.

— Viu alguma coisa?                             

Igualmente frustrado agora, Sasuke meneou a cabeça duas vezes.

— Não há nada além dessa floresta por muitas milhas.

Os ombros de Sakura caíram com o bufo irritado que ela expirou.

— Eu disse que o mapa era uma mentira, Sasuke-kun. — Suspirou dessa vez, externando todo o sentimento de derrotismo. — Vamos só esquecer e seguir viagem em direção à costa.

Dessa vez, quando ele se aproximou de novo, Sakura não conseguiu prever o que ele faria. Portanto, assim que sentiu o toque dos lábios dele nos seus e a mão dele no seu ombro, instando-a a recuar, ela mal pôde assimilar. Convivendo todos os dias nas últimas semanas com Sasuke provou como ele podia surpreendê-la quando tomasse a iniciativa.

O toque delicado, entretanto, progrediu para algo mais veemente tão logo suas costas encostaram-se a uma árvore. Sakura gemeu entre o beijo e enlaçou-o como podia, passando os braços ao redor do pescoço e do ombro de Sasuke, pressionando seus dedos na nuca e chegando ao ponto de agarrar algumas mechas do cabelo negro e — agora — mais longo.

Tremeu quando ele exerceu um pouco mais de pressão contra a sua boca, apertando-a contra a árvore para sentir todos os contornos do seu corpo. Sasuke ditava o ritmo, mas não se importava em recuar para permitir que ela assumisse o controle a qualquer momento.

A mão dele, que ainda repousava no seu ombro, moveu-se de repente para se encaixar na curva da sua cintura. Sakura se lembrou finalmente de como a firmeza no toque daquela mão a havia deixado em êxtase só há algumas noites ao deslizar pelo seu corpo, pele contra pele, e de como o sabor daqueles lábios havia tentado sua sanidade em tantos momentos diferentes que era até mesmo difícil se recordar de todos eles com exatidão.

Era um terreno novo tanto para ela quanto para Sasuke, mas ela se sentia tão segura com ele que não tinha quaisquer sentimentos de reserva quanto a se entregar e se deixar levar por todos aqueles desejos acumulados. Descobriram-se como amantes e não havia meios — tampouco expressavam essa vontade — de desfazer isso.

Quando ele se afastou, seu fôlego curto misturou-se à respiração errática dela. Os olhos inquietos iam e vinham pelos rostos um do outro, subiam das bocas inchadas e partidas para os olhares ardentes e brilhantes pela excitação.

Sakura sorriu depois que conseguiu se recompor.

— Ne, Sasuke-kun, acho que podemos procurar pelo vilarejo mais um pouco.

Ele emitiu um ruído de aprovação e observou com interesse o otimismo crescente de Sakura depois que se afastou por completo e permitiu que ela, mais uma vez, assumisse a dianteira na empreitada. Admitiu para si mesmo que só queria vê-la sorrir mais vezes daquela forma, ainda que para isso tivesse de ceder aos seus caprichos vez por outra.

Andaram poucos minutos, entretanto, antes de um grito feminino, que reverberou pela floresta, alardeá-los. Entreolharam-se num átimo de segundo, assentindo e franzindo os cenhos, concordando em irem atrás de sua origem para investigar.

Dispararam pela floresta como dois borrões de cores em meio ao verdor infindo. Não precisaram procurar muito para encontrar a responsável pelo grito de antes. Simplesmente presumiram quem havia gritado assim que pisaram em outra clareira depois de meio minuto de corrida.

E não deram de encontro somente com uma menina de cabelos castanhos trançados e vestida com roupas civis (provavelmente aquela que os alardeou antes), como também se depararam com um garoto da idade dela de cabelos negros estirado no chão da floresta, bem como com seus dois agressores: dois homens abrutalhados, metidos em vestes puídas, os cabelos oleosos e as faces cobertas de sujeira.

Eles portavam armamento ninja pesado como kunais, shurikens e múltiplas katanas. O modo como se portavam, com as posturas eretas e intimidantes, diante de duas crianças civis não dava margem quanto às suas más índoles tampouco deixava dúvidas quanto ao que se propunham a fazer ali. Ainda assim, Sasuke e Sakura entreouviram a última fala de um dos bandidos antes que ele puxasse uma das katanas atrelada às suas costas e a apontasse para o garoto, aproximando-se dele com poucos passos. Garoto este que não parecia estar em condições de se levantar do chão tampouco de se defender de uma agressão.

— Nós fomos bem claros da última vez, moleque. Se não pagarem tudo o que ainda nos devem, vamos invadir o vilarejo e levar tudo o que possuírem de valor, e não vai sobrar pedra sobre pedra se chegarmos a esse ponto. É melhor dar o recado a todos e de forma bem clara!

O homem tinha uma expressão maníaca no rosto, os olhos escuros, um deles trespassado por uma cicatriz antiga, inclusive, brilhavam de malícia antes que seu braço erguesse a katana acima da cabeça.

— Melhor ainda, façamos de você o exemplo, moleque. Assim, sua namoradinha leva o recado aos demais...

O homem abaixou o braço com a katana e foi aí que Sasuke e Sakura irromperam na clareira ao mesmo tempo. Ele entrou em ação instantaneamente, movendo-se como o demônio veloz que era e estendendo o braço para segurar o garoto e tirá-lo do alcance da lâmina da espada. O homem não pareceu entender o que havia acontecido até ver Sasuke, com o menino amparado no seu braço, pousar a vários metros de distância; ambos completamente intactos e seguros.

Sakura se antecipou, avançando na clareira e se colocando à frente da menina. Fulminava os dois meliantes com seu olhar mais agressivo e já se preparava para uma provável batalha.

Sasuke, do outro lado da clareira, colocou o menino sobre os próprios pés outra vez, assegurando-o da melhor forma que encontrou que não o machucaria. A garota, visivelmente abalada, chamou por ele com lágrimas molhando suas faces:

— Shouta-kun!

Sakura, sem desviar o olhar dos criminosos por um segundo, tentou confortá-la.

— Não se preocupe. Não vamos permitir que eles lhes machuquem de novo.

A garota, de aproximadamente doze ou talvez treze anos, fitou as costas de Sakura com uma mistura de surpresa e suspeita. Apesar de um instinto de autopreservação alertá-la para não acreditar nas intenções dos primeiros estranhos com quem cruzasse, um sentimento gradativo, que começava a ganhar força dentro dela, também lhe dizia para confiar em Sakura.

Os dois homens, por outro lado, demonstravam abertamente sua hostilidade e insatisfação. E esses sentimentos densos possuíam novos alvos, concentrando-os inteiramente nos dois shinobis recém-chegados.

Sakura não relaxou a postura por nem um só segundo. Quanto mais prestasse atenção aos sujeitos — um era vários centímetros mais alto e mais atarracado enquanto o outro, que tinha a katana desembainhada, era mais atlético e longilíneo —, mais ficava claro para ela que ambos eram nukenins. Algo nas suas posturas arredias os delatava ou talvez ela só tivesse experiência o suficiente para identificá-los com facilidade.

O mais baixo deles e que ainda segurava sua katana decidiu apontá-la agora para Sasuke e Sakura:

— Oe, quem são vocês, forasteiros?! Nunca os vi por essas bandas.

O mais alto e musculoso respondeu a pergunta pelos Shinobis da Folha através de um maxilar apertado e de uma voz rouca intimidante.

— Esqueça, Iori. Não viu o modo como um deles se moveu?! Apesar de não ver nenhum hitaiate, com certeza são Shinobis de alguma vila grande.

— E eu estou pouco me fodendo se eles são de alguma vila ou não, Susumo. Eles meteram os narizes nos nossos negócios e agora vão pagar por isso.

O tal Iori sorriu torto, decidindo focar toda a sua hostilidade em Sasuke.

— Na verdade, eu estou louco para lutar com aquele homem ali depois de ver o modo como ele se moveu.

Em seguida, nem mesmo se dignou a olhar para Sakura ao dirigir-lhe suas próximas e incisivas palavras:

— Oe, mulher, fique fora disso se não quiser morrer. Esse é um assunto a ser resolvido entre homens.

Sakura se empertigou enquanto uma sensação familiar e ardente se espalhava pelo seu estômago, levando-a a cerrar os punhos e a franzir o cenho ainda mais. Mas o tal Iori ainda não havia terminado.

— Mulheres fracas não me interessam. É melhor sair daqui com a menina antes que comecem a chorar. Eu odeio mulheres que choram.

Sasuke exalou o ar pelos lábios apartados. Até mesmo ele sabia que o sujeito havia passado dos limites e que, inevitavelmente, havia acabado de cavar a própria cova ao subestimar Sakura. Suas suspeitas se confirmaram quando, sem deixar de fulminar Iori, Sakura murmurou num tom intimidante:

— Sasuke-kun, o bocudo é meu.

Aquiesceu. Ele que não ousaria contestá-la. Então levou a mão às costas e desatrelou sua própria kusanagi da bainha com um movimento do braço. Colocou-se numa posição ofensiva e aguardou para ver qual dos dois atacaria primeiro.

Teriam de lutar. Não permitiria que escapassem impunes depois do que tentaram fazer, seu senso de justiça não o deixaria dormir em paz caso o fizesse (e ele não estava lamentando nem um pouco por isso).

Ah, as coisas definitivamente ficariam mais interessantes.

 

 


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Notas finais do capítulo

Amores, também estou postando essa Fanfic no Wattpad, quem tiver conta lá siga meu user!
https://www.wattpad.com/user/DricaAmbrogi

Espero que tenham gostado! Esse foi apenas o primeiro capítulo. Como estou trabalhando atualmente e sem disposição nenhuma pra escrever durante a semana (só consigo nos fins de semana), vou tentar manter as atualizações com intervalos de duas semanas, mas sejam compreensivos se eu não conseguir, por favorzinho :



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