Mudança de Hábito escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 1
Péssimos Hábitos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! A @TiaTatu aka Juliane Fodida largou esse prompt na minha mão fazendo questão de me marcar na publicação! Obrigada, nenê!

Inicialmente, eu estou planejando três capítulos para essa fic, curtinhos. Acho que não passará disso. Espero que gostem!



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Livre.

Era como finalmente se sentia.

Depois de todos os pesares da guerra, de ter perdido Neji e de tudo o que lhe havia acontecido, Hinata passou a colocar prioridades em sua vida. E descobriu, de fato, que ser a herdeira de um dos maiores clãs de Konoha não era uma delas.

− Mas na-nã! – Hanabi tentou argumentar com ela no momento, achando equivocada sua decisão.

− Está feito, Hanabi-chan. – Não havia culpa ou remorso na voz de Hinata ao dizer isso, muito pelo contrário. Hanabi sentia a leveza que nela não sentia há muito. Talvez desde quando eram crianças despreocupadas com a vida. – O destino do clã Hyuuga está em suas mãos, sei que fará um bom trabalho. Isso não significa que a abandonarei ou a otou-sama. Mas aprendi a ver a vida de outra forma e quero vivê-la. Quero continuar sendo kunoichi, mas acima de tudo quero fazer o meu próprio futuro. Esse é o meu jeito ninja de ser.

Hanabi não pôde deixar de revirar os olhos e inflar uma das bochechas ao ouvir a vinheta de Naruto saída da boca de sua irmã.

− E o que fará a respeito dele, na-nã? – Hanabi perguntou, observando-a enquanto arrumava o restante de suas coisas. Apenas poucas roupas. Apenas o bastante para recomeçar a própria vida em uma casinha pequena que havia alugado nos subúrbios de Konoha.

Hinata encolheu os ombros em resposta, um sorriso triste lhe pintando o rosto ao lembrar-se de sua falha declaração de amor sem nenhuma correspondência. Nem sequer um sinto muito como resposta.

− Quero apenas seguir minha própria vida. Fazer o meu próprio futuro. Deixar o futuro acontecer.

Hanabi acenou com a cabeça. Hiashi bateu com os nós dos dedos na porta do quarto de Hinata, observando a filha mais velha. No passado, a chamaria de fraca por fugir de suas responsabilidades. Agora simplesmente entendia que o tipo de força de sua primogênita era diferente.

− Sabe que sempre terá um lugar para voltar aqui conosco, não é? – disse ele, adiantando-se um passo para dentro. Hinata fechou a mala, colocando-a nas costas e aproximando-se do pai. Ele era quase duas cabeças mais alto que ela. – Não importa o que aqueles ranzinzas do conselho digam. Você sempre será a minha garotinha e a mansão Hyuuga sempre será o seu lar.

− Agradeço por isso, otou-sama. – Hinata respondeu. – E agradeço pelo voto de confiança em permitir que eu siga a minha própria vida. Este é um passo importante para mim. Sei das responsabilidades que estou deixando para trás, mas esta não é uma decisão impensada da qual me arrependerei. Como Neji-nii queria, eu também quero viver a minha vida ao meu modo. E farei isso por nós dois.

Era impossível não ver o esgar nas feições de Hiashi mediante a citação de Neji, o gênio do clã que não havia tido tempo o suficiente para todas as suas realizações. Ele teria um futuro brilhante. Ele teria sido o melhor braço direito que poderia oferecer a uma de suas filhas, quiçá um líder tão maravilhoso quanto qualquer uma delas, não fosse todos os empecilhos que os anciões colocavam entre eles. Empecilhos estes que Hiashi esperava que Hanabi ou os filhos dela fossem capazes de destruir.

− Tudo bem. – Hiashi hesitou um pouco, pensando se poderia dar mais um passo à frente e abraçar a filha. Não sabendo como fazer isso exatamente e sendo surpreendido por Hanabi que saltou entre os dois, abraçando-os.

− Não se esqueça de nós, na-nã.

− Nunca. – Hinata disse com seriedade, escondendo o rosto no peito do pai. Aquilo era uma promessa.

X

Os primeiros dias de adaptação foram os mais difíceis, mas graças aos amigos, Shino e Kiba, Hinata não teve muito trabalho com coisas como dispor móveis e arrumar a casa sozinha.

Os dois haviam assumido um relacionamento sério há pouco tempo, e estavam dividindo um apartamento há duas quadras dali, o que para Hinata era ótimo pois significava sempre ter onde se refugiar nas piores noites de sua vida.

A guerra havia feito isso com muitas pessoas. Shikamaru e Temari vinham firmes há algum tempo, de forma que o noivado deles já havia sido anunciado por todos como uma das alianças mais proveitosas entre Konoha e Suna já que agora Shikamaru ocupava uma importante posição como conselheiro do Rokudaime Hokage, cargo que havia ficado à mercê de Hatake Kakashi quando Tsunade aposentou-se para viajar pelo mundo e ajudar o máximo de pessoas doentes que pudesse ao lado de sua pupila, Haruno Sakura, e de Shizune.

− Acho que está tudo no lugar agora, Hinata-chan! – Kiba jogou-se no sofá, exausto. – Tem certeza que não quer ir jantar lá em casa conosco? Shino vai fazer um curry delicioso!

− Está mais do que convidada a se juntar a nós, Hinata. – Shino reforçou o convite e Akamaru latiu.

− Talvez em outra ocasião, meninos. – Ela coçou atrás da orelha de Akamaru, onde sabia que o cão se agradava mais. Ele ganiu baixinho, satisfeito com o carinho.  – Hoje quero terminar de colocar as coisas no lugar e aproveitar um pouco a minha nova casa.

− Entendo. – Kiba abriu um sorriso para a amiga de infância apertando-lhe o ombro. – Estamos orgulhosos de você, Hina-chan. Eu e o Shino. Sabemos que sua decisão levou um tempo, mas queremos que saiba que te apoiamos sempre e queremos o melhor para você. Não se esqueça.

− Você é importante para nós, Hinata. Como família. – Shino emendou. – Não hesite em pedir nossa ajuda para o que precisar.

− Nem vocês a mim.

Despediram-se com um abraço apertado e Hinata os acompanhou até a porta, acenando enquanto via os amigos indo embora. Quando eles sumiram no horizonte, de mãos dadas e com Akamaru em seu encalço, ela parou para admirar as flores no canteiro do vizinho que ainda não havia visto. Já estava lá há quatro dias, mas não havia sinal dele. Como preocupava-se com as belas flores de seu jardim, resolveu regá-las, sem pistas de quem seria aquele misterioso vizinho.

− Acho que mereço uma recompensa. – disse para si mesma, dando um risinho, e aproximando-se do canteiro. Afanando algumas das flores.

Ele nem notaria, pensou ela, já que estava fora há tanto tempo. Entrou na casa, satisfeita enquanto começava a prensar as flores, seu hobby favorito desde a infância.

Mal sabia ela que aquele viria a se tornar um péssimo hábito seu.


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Notas finais do capítulo

Então, começamos com uma pequena introdução com a mudança de Hinata para o subúrbio. No segundo capítulo, teremos o encontro dela com o Naruto, tô certa!

E aí, que tal me dizerem o que estão achando?

Nos vemos em breve!