The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 8
Partnership


Notas iniciais do capítulo

Estou muito feliz pelos resultados que essa fic anda tendo, realmente estou me surpreendendo cada dia mais, e agradeço a você que está lendo e confiando no rumo da história. Se possível, comente ao fim do capítulo, mande sugestões por mensagens, fique a vontade para me contatar.
Boa leitura.



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O fato era que Roy não tinha absolutamente nada a reclamar do primeiro dia de trabalho. Havia sido incrível. Ele tinha aprendido diversas coisas, já conseguia se virar com seu trabalho, caso um dia a ajuda lhe faltasse, e agora estava indo às compras com sua nova colega de trabalho.

Diferente da lanchonete, as Consolidações Queen tinham um horário de trabalho, e Roy, pela primeira vez em sua vida havia saído de um ambiente de trabalho antes do escurecer, que era o horário normal caso não houvesse nenhum imprevisto e os funcionários precisassem ficar um pouco mais, mas aquilo lhes daria o direito de receber hora extra, que era um acréscimo significativo no salário do final do mês.

Felicity usou da sua influência e simpatia na empresa para conseguir uma carona até o shopping. Ela não era adepta a pegar ônibus ou metrô já que tinha um carro exclusivo da empresa para busca-la em casa e levar, por ordem de Oliver.

Não demorou muito para que os dois chegassem ao shopping. Embora Roy não tivesse dinheiro algum, ele estava com um sorriso enorme no rosto por estar frequentando aquele local, que ficava em um dos bairros mais famosos de Starling, onde Roy jamais sonharia em pôr os pés.

— Você tem alguma loja preferida para ir? Eu preciso olhar umas saias novas para o trabalho, mas nada que custe o resto do dia inteiro. Não costumo ficar muito tempo escolhendo roupas, o que me serve eu levo. – comentou Felicity caminhando até a porta principal de acesso ao interior do shopping junto de Roy.

— Eu? – Roy sorriu sem graça, não sabia como dizer a Felicity que nunca havia frequentado aquele lugar. – Não quero ir a lugar nenhum hoje, só estou te acompanhando. – respondeu enquanto observava vislumbrado o interior do ambiente que havia acabado de entrar.

— Você nunca esteve aqui, esteve? – perguntou Felicity já sabendo a resposta.

— Bom... – Roy ainda tinha vergonha de afirmar, não queria parecer o pobre coitado do Glades que nunca havia frequentado um local daquele tamanho. – Digamos que... – Ele não tinha o que dizer.

— Eu entendi Roy. – Felicity sorriu, tentando passar uma segurança para o rapaz. – Eu não vou te julgar por isso, vou até me sentir feliz, afinal, sua primeira vez está sendo comigo. – Ela sorriu, mas percebeu os olhares de Roy e viu que aquela frase ficou com duplo sentido. - Quer dizer, não a primeira vez dessa forma que está imaginando, a primeira vez no shopping. – A frase continuou com o sentido duplo. – Não a primeira vez no shopping, digo... A primeira vez vindo ao shopping comigo. – Finalmente a frase havia se consertado.

Roy não aguentou e gargalhou, era engraçado o modo como Felicity atropelava as palavras e acabava por se confundir com o que ela mesma dizia. – Quanto mais você se explica, pior fica a situação. – Ele agora estava mais alocado, se sentia seguro ao lado de Felicity, se sentia parte do local.

— Essa sou eu. – Aclamou Felicity com um sorriso sem graça na face. – Olha! Que saia linda! – Ela apontou para um manequim por trás do vidro de uma loja e seguiu até lá. – E olha, aquela camisa ficaria perfeita em você. Se não me engano, Oliver tem uma na cor verde. Inclusive nós compramos aqui, ele veio comigo. – Felicity segurou o braço de Roy e o puxou para dentro da loja. – Vem, vamos provar! – Ela sequer esperou que o garoto concordasse. De fato ela era espontânea.

As pernas de Roy tremiam. Depois de saber que Oliver tinha uma camisa da mesma que Felicity havia dito para Roy provar, ele imaginou que seu salário do resto do ano seria apenas para pagar aquela camisa, mas não podia decepcionar a mais nova colega de trabalho e provável amiga. – Eu... Não gostei daquela camisa. – Ele tentou disfarçar, mas havia amado.

— Não tem como não gostar de uma camisa dessas, Roy. – Felicity foi atendida prontamente assim que chegou à loja e já foi pedindo uma saia do tamanho que ela usava e uma camisa da mesma do manequim do tamanho que Roy usava. Só por olhar ela sabia muito bem qual tamanho era, afinal, conhecia o tamanho de Oliver, e provavelmente Roy vestia dois números menos.

— Felicity, eu não quero. – Roy falou meio sem jeito. Sabia que não teria condições para levar a roupa e não queria pedir dinheiro emprestado no primeiro dia de convivência com a colega de trabalho.

— Provar não custa nada. – A loira já havia recebido a saia que pediu e se dirigiu para o provador. – Quando vestir eu quero ver. – Advertiu antes de se trancar no provador.

Roy não tinha mais o que fazer a não ser vestir a camisa e torcer para que ficasse horrível em seu corpo. Ele pegou a roupa e agradeceu a atendente, logo seguiu até o provador masculino e tirou sua camisa de mangas longas para então vestir a outra. Era uma camisa vermelha com gola de botões e um detalhe branco nas mangas, que infelizmente ficaram perfeitamente encaixados nos bíceps de Roy. Assim que se olhou no espelho, percebeu que ela era de fato muito bonita e realçava cada músculo do seu corpo esguio. Sua cintura estava marcada, seu tórax estava saltado e seus bíceps pareciam maiores. Foi amor à primeira vista.

— Roy! Anda logo! – Felicity falava do lado de fora do provador, esperando que o garoto saísse para que ela pudesse ver a roupa.

Ele não demorou a sair e então viu a colega de trabalho boquiaberta ao vê-lo vestido. – O que achou? Eu não queria vestir, mas agora não quero tirar. – Ele sorriu sem graça. Agora, de um jeito ou de outro, teria que levar aquela camisa.

— Está perfeita! Eu pensei que só o Oliver ficasse bem com roupas assim por causa de todos aqueles músculos e... Enfim, está ótima. – Ela tentou disfarçar o tema que havia surgido.

O garoto sorriu e voltou para dentro do provador, refazendo o processo para vestir sua camisa de antes. Antes de sair, ajeitou a roupa no espelho e então foi para o balcão, onde Felicity já o aguardava. – Eu não posso levar ela. – Ele sussurrou perto dela.

— Mas ela ficou ótima em você. Por que não quer leva-la? – Felicity já havia mandado embrulhar a saia, iria levar.

— Eu... – Roy ainda tinha vergonha de falar aquilo, mas tinha que falar. – Eu não tenho dinheiro algum para levar isso. Você já viu o preço dessa camisa? Não é tão cara quanto imaginei, mas ainda assim, é mais do que eu posso pagar. Na verdade, eu não posso pagar nada! – Ele continuou nos sussurros.

Felicity já desconfiava que aquele fosse o problema, só queria ter a certeza. – Poderia embrulhar a camisa também? – Ela pegou a roupa da mão de Roy e entregou à vendedora. Antes que Roy pudesse falar algo, ela retirou um cartão de dentro da bolsa, um cartão verde com duas letras: ‘QC’. – Eu não te disse nada sobre, mas a empresa nos fornece esse cartão para despesas diversas, e por sorte, a maioria das lojas do shopping aceita ele. – Ela entregou o cartão à moça do caixa.

— Eu ainda vou receber esse cartão? – Perguntou Roy surpreso.

— Sim. Eles geralmente nos entregam esse cartão com dois ou três meses de serviço prestado, mas caso se mostre um bom funcionário, eu posso persuadir o Oliver para que lhe entregue um em menos tempo. Eu, como secretária dele, tenho um limite maior, e com você não será diferente. – Ela sorriu e pegou seu cartão de volta.

— Eu estou gostando cada vez mais de trabalhar lá. – Roy estava de fato surpreso. Parecia ter mesmo o emprego dos sonhos em mãos. – Mas não descontam nada do salário? – Perguntou para confirmar se era mesmo um sonho.

— Não. Nosso salário virá normalmente e o limite do cartão é um só. Não há com o que se preocupar. A não ser quando a empresa estiver em crise. Quando isso acontece, todos os cartões são automaticamente bloqueados, mas isso raramente acontece. – Felicity pegou as duas sacolas com as roupas e agradeceu. – Vamos. – Ela entregou a sacola a Roy e seguiu para fora da loja.

— Então quer dizer que agora eu tenho uma camisa igual a do Sr. Queen? – Perguntou o garoto desacreditado. Ele segurava aquela sacola como uma criança que segurava um brinquedo que queria muito.

Felicity sorriu. – Exatamente! Quem sabe um dia vocês não são vistos com a mesma roupa? – Ela gargalhou e fez Roy gargalhar também. De longe, Felicity avistou uma mulher morena, com o cabelo castanho, Laurel. – Ei, Laurel! – Ela acenou e Laurel acenou de volta, já vindo ao encontro dela.

Roy reconhecia aquele rosto de algum lugar, mas não lembrava exatamente de onde até que a mulher se aproximasse e cumprimentasse Felicity. Ele reconheceu a voz, era Laurel Lance, filha de Quentin Lance, antigo delegado de Starling. Ele a havia conhecido quando foi preso, ela era advogada e promotora, vivia na delegacia, não tinha como não conhece-la.

— Vejo que está fazendo compras. Folga na empresa? – Perguntou Laurel com um sorriso nos lábios.

— Não, quem me dera! Eu só vim dar uma volta com o novo estagiário da empresa. Roy Harper. – Felicity olhou para o garoto, que estava tímido e sem jeito. – Roy, essa é Laurel Lance, promotora, advogada e amiga do Oliver. – Apresentou.

Roy olhou para ela rapidamente e sorriu, mas percebeu um olhar mais analista vindo da parte de Laurel.

— Roy Harper? – Ela forçou o pensamento. – Esse nome não me é estranho. Prazer, Sr. Harper. – Ela estendeu a mão para o garoto, que a cumprimentou sem jeito.

— Ah... – Felicity lembrou-se do passado de Roy e da sua passagem pela polícia, provavelmente era de lá que eles se conheciam. – Eu esqueci completamente do seu passado, Roy. Me desculpe. – Ela estava sem jeito, não sabia como prosseguir.

— Pelo que me parece, o Sr. Harper está recuperado agora, é até estagiário nas Consolidações. Então não tem motivo para se envergonhar de nada. Todos nós temos um passado, só precisamos deixa-lo para trás e seguir. Podemos ser bons amigos. – Disse Laurel tentando acalmar o garoto e deixa-lo mais a vontade.

Roy ainda estava sem jeito, mas o fato de Laurel tentar acalmá-lo o ajudou a lidar com a situação. – Meu passado ficou para trás sim, é algo que não quero lembrar e não pretendo voltar a fazer. – respondeu.

— Devidamente apresentados, acho que poderíamos dar uma volta juntos, o que acham? – Sugeriu Felicity tentando amenizar o clima tenso que havia criado ali.

— Infelizmente vou ter que ir à delegacia agora, mas podemos marcar de sair qualquer dia desses. – Laurel exibia um sorriso natural no rosto.

— Claro! Seria ótimo. – Felicity concordou.

— Estou à disposição de vocês. Com tanto que não comprometa meu novo emprego, podem contar comigo. – Roy sorriu em aprovação.

— Combinaremos então. – Laurel manteve o sorriso. – Foi um prazer revê-lo em melhores situações, Sr. Harper. – ela esticou a mão para cumprimenta-lo.

— Roy. Só me chame de Roy. – O rapaz logo segurou a mão de Laurel e apertou em retribuição ao cumprimento. O sorriso em seu rosto era sincero e radiante, nunca se imaginou naquela posição, e agora estava indo além do que já havia sonhado conseguir.


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Notas finais do capítulo

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