The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 17
Family Business




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— Consolidações Queen, bom dia! – Roy atendeu o telefone bem-humorado e com a educação de sempre. Era mais um início de semana no trabalho, mais uma chance para Roy mostrar que não estava ali para brincadeira, embora já tivesse mostrado isso há algum tempo, mas nunca era demais estar sempre disposto, principalmente quando ele amava o que fazia.

— Bom dia. Eu gostaria de dar uma palavra com o Sr. Queen, por favor. – disse a voz branda do outro lado da linha.

O garoto sequer olhou para o lado, já sabia da agenda de Oliver a semana inteira, não estaria na empresa até o dia seguinte. – Com quem eu falo, por gentileza? – ele perguntou não dando muita atenção a ligação.

— Aqui é do hospital onde a mãe dele está internada. É uma questão de urgência, se possível, gostaria de falar com ele. – a pessoa insistiu.

Roy sentiu que aquilo não significava boa coisa, um assunto urgente que só poderia ser tratado diretamente com Oliver, era preocupante. – Só um minuto, aguarde na linha, por favor. – ele acenou para Felicity que estava em outra ligação.

A garota percebeu pela feição de Roy que o mesmo estava preocupado. – Só um minuto. – disse ela ao telefone, colocando a ligação em espera. Ela levantou e foi até Roy. – O que houve? – perguntou enquanto se aproximava.

— É do hospital, eles querem falar com Oliver. – respondeu Roy aflito.

Num movimento rápido, Felicity pegou o telefone do ouvido de Roy. – Aqui é Felicity Smoak, pode falar. – quando Oliver não estava, todos sabiam que a pessoa com quem podiam tratar de qualquer assunto era sua secretária, então ela costumava atender as ligações particulares.

Durante um bom tempo Felicity ficou com o telefone no ouvido apenas escutando o que falavam do outro lado da linha, enquanto Roy a todo momento perguntava o que estava havendo, mas ela só o mandava esperar.

— Roy, um carro da empresa vai estar te esperando lá embaixo, vou tratar disso agora. Quero que vá ao hospital e ligue para Oliver no caminho, diga que o estado da sua mãe mudou e ele precisa ir para lá agora. – Felicity estava séria.

Roy não perdeu um segundo sequer, apenas pegou seu celular em cima da mesa e correu até o elevador para então seguir as ordens de Felicity. Assim que saiu do elevador, não esperou entrar no carro para ligar para Oliver, fez isso antes de sair do prédio.

Ele entrou no carro e disparou até o hospital com um dos motoristas da empresa, não demorou muito para que chegasse. Ele correu até o hall do hospital e perguntou em que ala Moira Queen estava internada. Assim que foi comunicado, subiu ao andar e foi direto para a recepção do local.

— Bom dia. Eu gostaria de saber se o Sr. Oliver Queen já chegou aqui. – perguntou já demonstrando aflição.

— Ainda não. Inclusive falamos com a secretária dele, esperamos que ele esteja chegando. – respondeu a recepcionista.

Roy pegou seu celular e começou a andar de um lado para outro enquanto ligava para Oliver sem parar, o mesmo não atendia o telefone. – Vamos, atende! – insistia, mas nada acontecia.

O elevador do andar se abriu e de lá saiu Oliver com rapidez, olhando para os lados como se buscasse alguém para situá-lo do que estava acontecendo.

— Sr. Queen! – gritou Roy. Em público, ele não podia tratar Oliver da mesma forma.

O mais velho o viu e caminhou até lá. – O que houve com ela? – perguntou com seriedade.

— Eu não sei. Eles falaram com Felicity e ela pediu para que eu viesse aqui, também não entendi o motivo, mas aqui estou. – ele estava confuso, aquilo era completamente novo para ele.

Oliver caminhou até a recepção e Roy o acompanhou, acabando por ouvir o que a enfermeira que lá estava tinha a dizer sobre o quadro de Moira.

— Na madrugada tivemos algumas complicações. Os pulmões pararam de funcionar algumas vezes, seus batimentos estão cada vez mais lentos, houve uma parada cardíaca, estamos trabalhando duro para manter seu quadro estável, mas queremos comunicar ao senhor que tudo está acontecendo rápido demais, e não sabemos se ela vai continuar resistindo. – disse a enfermeira com pesar na voz.

A reação de Oliver foi imediata. Ele ficou estático, parecia não estar mais ali, não fisicamente. Seus olhos sequer fitavam alguma coisa, estavam perdidos no nada, e não havia voz que o chamasse de volta.

— Moça, eu creio que ele está em choque. O que eu posso fazer? – Roy estava preocupado, nunca havia visto Oliver daquele jeito.

— Eu preciso que ele se acalme. Infelizmente a situação é de alto risco e ninguém pode entrar lá para visita-la, temos médicos examinando ela nesse exato momento. Peço que controle o Sr. Queen, pois ele costuma ser impulsivo nesses momentos. – a enfermeira olhava para Oliver, que ainda estava perdido em pensamentos.

— E agora? – Roy sussurrou para si. Oliver tinha o dobro do seu tamanho, provavelmente o dobro da sua força. O garoto não poderia simplesmente segurá-lo e impedir que ele entrasse onde quer que fosse, poderia levar um soco e voar longe pelo corredor, mas estava disposto a se arriscar.

Ele repousou sua mão sobre o ombro de Oliver e apalpou ali, fazendo com que o mais velho retomasse a consciência. – Oliver, por favor, não faça nada! – Roy olhava diretamente nos olhos de Oliver, e ele fazia o mesmo.

— Eu preciso vê-la. – ele falou num tom brando, empurrando Roy para o lado e começando a andar pelo corredor.

— Sr. Queen! – a enfermeira gritou, mas foi inútil.

— Oliver! – Roy foi atrás dele e segurou em seu braço, puxando-o com toda a força que podia. – Por favor, você não pode fazer isso. Pode acabar piorando tudo! – ele puxou com mais força, fazendo o mais velho parar.

Num movimento repentino, Oliver virou de frente para Roy. Seus olhos estavam marejados, mas as lágrimas não caíam, ele parecia não querer demonstrar aquilo em público, não querer demonstrar os seus sentimentos, provavelmente aquilo estava o matando por dentro, por isso precisava ver a mãe.

Roy lembrou-se de como havia ficado quando perdeu seus pais, ele queria quebrar tudo, mas ao mesmo tempo queria descontar sua raiva chorando, era a única forma de se livrar de toda a dor que sentia. O garoto olhou para os lados e viu uma sala de limpeza.

— Só mais um pouco! – advertiu Roy, abrindo a porta da saleta e puxando Oliver ali para dentro. A sala era apertada, possuía produtos de limpeza em prateleiras, papéis higiênicos, vassouras e mais alguns utensílios, mas tinha espaço o suficiente para caber os dois ali.

A porta foi fechada e Roy acendeu a luz, percebendo que uma lágrima já estava descendo pelo rosto de Oliver. O garoto não pensou duas vezes, envolveu Oliver em um abraço apertado e sentiu o mais velho lhe abraçar da mesma forma, só que com mais força, e agora ele chorava como uma criança.

— Está tudo bem. – Roy sussurrou enquanto sentia sua camisa ser apertada pelas mãos grandes de Oliver. Pouco importava se ele rasgasse sua roupa, ele estava sentimental e Roy estava disposto a ajuda-lo de qualquer forma.

— Ela está... – Oliver tentou falar, mas sua voz foi tomada pelo choro novamente.

— Não fala nada, chorar faz bem. – o garoto acariciava as costas do mais velho, que parecia lhe apertar com mais força agora. – Vamos, sente-se. – ele soltou Oliver e fez com que sentasse em um banquinho ali encostado na parede. – Vou buscar um chá para te acalmar, promete que não vai sair daqui? – ele olhou para o rosto de Oliver, estava vermelho e molhado por lágrimas.

O mais velho concordou com a cabeça e Roy foi rapidamente até uma máquina de bebidas que havia ali perto, buscando um chá enlatado de hibisco para então voltar até a saleta.

— Aqui. – ele abriu a lata e entregou a Oliver, que bebeu um gole generoso. Assim que o fez, Roy segurou seu rosto com as duas mãos e enxugou suas lágrimas com os polegares.

O olhar de Oliver estava perdido, mas assim que sentiu seu rosto seu acariciado por Roy, olhou diretamente para ele e viu um sorriso surgir entre os lábios do rapaz.

— Vamos tirar esse blazer, está ficando quente aqui. – Roy retirou o blazer de Oliver como uma mãe que cuidava de um bebê. Ele não se importava de fazer aquilo, podia ser estranho, mas era uma forma de ajuda-lo a superar o que estava acontecendo, ele havia se dado conta do motivo pelo qual Felicity o havia mandado, para cuidar de Oliver, e ele faria aquilo da melhor forma possível.

— Obrigado. – Oliver sussurrou.

— Está tudo bem. – o garoto não estava pensando muito na relação de patrão e empregado que eles tinham, mas sim na amizade que criou com Oliver durante o pouco tempo de convivência. Ele estava ali como um amigo, e iria fazer de tudo para ver seu amigo feliz de novo. – Está tudo bem. – repetiu, finalizando com um beijo demorado na testa de Oliver, seguido de um abraço que deitou a cabeça do mais velho em seu peito.


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