Supernatural Academy escrita por JLem


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762722/chapter/3

Capítulo 3


Visão da Izzy

Eu, Nat e Law caminhávamos silenciosamente até a festa, tão silenciosamente que o barulho do nosso andar era reconfortante de uma maneira que eu não achava possível.
Eles tinham fechado o dormitório Sul, e para chegarmos lá tínhamos que atravessar o colégio inteiro. No meio do caminho já era possível escutar a música eletrônica jorrando da Área Sul, umas luzes piscavam, a festa tinha uma energia selvagem. Na entrada, uma espécie de segurança checava se não tinha ninguém invadindo. Ele nos deu passagem para o corredor cheio de luzes coloridas piscando e um cheiro estranho no ar.
— Então meninas, divirtam-se. Eu já vou... — Law disse se despedindo da gente.
— Espera aí, fica um pouco Law — Nat pediu.
— É, fica mais — Eu disse olhando em volta.
— Não gente, prefiro ir.. Tchau — Law disse irredutível.
— Tchau Law — Eu e Nat dissemos ao mesmo tempo.
— Vamos? — Nat perguntou
— Vamos.
O corredor dos dormitórios tinha alunos se agarrando, outros conversando e uns correndo tentando passar. Continuamos seguindo até chegarmos ao centro da festa, um cômodo que antes era uma sala de aula, talvez uma sala de estar, agora com sofás, poltronas e uma mesa enorme somente com bebidas. Dos mais variados tipos: Vodka, Blood Mary com sangue, Bourbon, Rum, Gym, Vodka misturado com sangue, Vodka com refrigerante, suco, tequila, cerveja, sague puro. Uma mesa inteira com variadas marcas de bebidas.
— Quer alguma coisa?— perguntei pra Nat, que olhava em volta sem parar.
— Hm.. Um copo de sangue — Respondeu sem olhar pra mim.
Fui até a mesa e peguei dois copos de sangue, quando voltei a me aproximar de Nat, vi que ela não estava mais sozinha. E além de não estar mais sozinha, estava com o Michael. Me aproximei tentando ouvir a conversa:
— Não sabia que permitiam a entrada de crianças — Michael disse em tom sarcástico.
— Não sabia que permitiam a entrada de cachorros. Quer um ossinho, quer? Ou talvez você esteja aqui atrás da sua bolinha..— Nat rebateu sem dó.
— Uhhh... Podia ter ficado sem essa né Michael — Eu disse entregando o copo de sangue a Nat. Ela bebeu um gole, sem tirar os olhos de Michael.
— Vodka ou Blood Mary? — Perguntei a Nat que trocava olhares com Michael.
— Vodka — Nat respondeu finalmente se virando pra mim
Fui até a mesa de bebidas, peguei um copo e quando fui pegar o copo de Nat, minha mão esbarrou em outra
— Desculpe — Uma voz familiar se desculpou.
— Naill? O que faz aqui?— perguntei.
— O mesmo que você. — ele respondeu frio.
— Desculpa por hoje mais cedo — disse envergonhada.
— Tudo bem, desculpas aceitas, mas... Vodka e Blood Mary? — ele perguntou
— Blood Mary é pra Nat. Vodka pra mim. Aliás, vou levar isso pra ela, não gosto de deixá-la sozinha com o Michael — respondi.

Visão da Nat

Izzy foi buscar para mim uma bebida,mas eu estava prestando atenção em outra coisa. Estava tão concentrada em lançar meu olhar mortal para Michael que não vi quando ela chegou
— Aqui está — ela disse me entregando o copo.— quer, por favor, parar de trocar raiva pelo olhar?— ela perguntou fazendo cara de tédio.
— Okay, já parei tá? Satisfeita? — perguntei em rendição.
— Muito. Vem vamos dançar — ela disse me puxando para a pista.
— Hey Izzy por que não vai você? não estou muito animada para dançar hoje — Eu disse tomando a minha bebida, que não faço idéia do que seja de verdade, pois não tem gosto de vodka.
— Okay, então... qualquer coisa me chama.— disse indo para a pista
— Hey, me explica como uma criança entrou na festa? Você não me respondeu. — disse uma voz debochada atrás de mim. "Michael" pensei, me virei e lá estava ele, com seu sorriso sarcástico no rosto.
— Garoto você não cansa de ser chato? Tipo, nunca? — perguntei já de saco cheio.
— E você não cansa de ser bonita? — Disse ele me olhando de cima a baixo, o que me fez observá-lo melhor, e God.. ele está lindo todo de preto, combina com seus bonitos olhos verdes... ESPERA NATASHA desde quando você acha o cachorro...digo Michael bonito? ESPERA, ELE ME ELOGIOU?
— V.. Você realmente me elogiou?— perguntei, pasma.
— Bom, técnicamente sim — ele respondeu dando de ombros como se fosse óbvio, não aguentei e sorri, o que fez ele fechar a cara e me olhar com o cenho franzido, acho que só agora percebeu o que falou e de repente ele sorriu, mas era um sorriso malvado.
— TADINHA, acreditou mesmo? — ele gargalhava — Achou mesmo que alguém como eu —apontou pra si mesmo — iria achar alguém como você bonita? — ele chorava de rir. — Faça me o favor Natasha, já falei quando você disse no ginásio que os lobisomens dessa escola são bonitos que eu não podia falar a mesma coisa de você, né? As pessoas podem falar que você é bonita, mas não significa que realmente seja, você é no máximo arrumadinha — ele ainda ria, e eu estava com lágrimas nos olhos, abaixei a cabeça para ele não me ver chorar, mas tarde demais.
— Vai chorar Natasha? Está vendo? falei que você é só uma criança — ele provocou.
— Chega Michael, o Zayn não vai gostar de saber do que fez, ainda mais sendo mentira tudo o que disse — era a voz do Harry. — Você sabe que ela é bonita sim, ou devo te lembrar o que disse naquele dia em que ela chegou? Logo depois dela e da Izzy terem saído? — Harry disse sendo frio com Michael, que lançou um olhar de fúria para Harry e saiu me lançando um olhar de superioridade.
— Hey, quer ir lá fora um pouco?— Harry disse sendo super gentil e me mostrando seu sorriso de covinhas.
— Quero, sim.
Estava um silêncio meio estranho entre nós, então resolvi agradecer.
— É....Obrigada por me defender, Harry — eu disse sorrindo sem graça.
— Hazza — disse sorrindo de lado,mas eu não entendi.
—O quê? — perguntei sem entender.
— Hazza, me chama de Hazza. É o meu apelido, para as pessoas íntimas — ele respondeu sorrindo.— E não há de quê! — ele continuou.— Então Nat, você não deve dar ouvidos a ele, o Mike é gente boa, não sei o motivo de ele se estranhar com você.. Mas sinceramente, não ligue. Você é linda, gentil, legal e carismática... — ele disse me olhando fazendo eu corar, e sim, eu posso corar. Essa é minha parte "humana".
— Promete para mim que vai tentar ser forte? Promete que vai ser a Natasha Malik e usar o nome da sua família como merece? — ele perguntou.
— Eu tenho esse lado sentimental, mas acho que posso usar mais o meu outro lado — eu disse por fim.
— Nat, você já usa o outro lado. Não estou pedindo para ser outra pessoa, só para ser mais forte. E convenhamos, você é muito encrenqueira — ele disse rindo. — Aquilo na aula hoje mais cedo "eu corro ou avanço no cachorro”? Sério, eu queria rir, mas o Michael é meu amigo — disse rindo e eu acabei rindo junto me lembrando de mais cedo.
— Obrigada Harry — disse sorrindo, enfim.
— Não precisa agradecer Nat ,mas não liga para o Mike, uma hora ele acostuma. É só dar uns cortes nele — Harry disse piscando.
Fiquei pensando que tipos de cortes, tipo cravar minhas unhas no olho dele e acabar com o rosto dele, sem falar no sorriso sarcástico.. Eu iria amar dar uns cortes nele nesse sentido.
Harry arregalou os olhos.
— Viu, você acabou de pensar como uma Malik — ele ria, mas ao ver minha cara desacreditada ele gargalhou.
— Acho melhor bloquear sua mente, Nat — Ele disse sorrindo convencido.
— Hazza!! Isso é invasão de privacidade, que absurdo.. — eu disse tentando bater nele, o que não deu certo porque Harry é alto.
— Posso fazer nada Nat, você estava pensando sem o bloqueio, sou curioso — ele disse rindo da minha tentativa de bater nele.
— Quer fazer o favor de abaixar para eu poder te bater poste...digo, Harry — Eu respondi irônica.
— É uma pena Nat.. Você vai ter que crescer...— ele disso rindo da minha cara.
— Vem, vamos voltar para a festa — ele disse me puxando pela mão.— E não me solta, vai ser difícil achar você com esse tamanho no meio das pessoas.
— Engraçado, muito engraçado, Hazza...— eu respondi com ironia.

Visão da Izzy

—Você dança bem — Naill me disse chegando mais perto.
— Obrigada — respondi passando a mão no cabelo.
— Então.. Você ia mesmo bater no Michael?— ele perguntou.
— Qual seria o problema?— perguntei.
— Ele é um dos lobisomens mais fortes do nosso grupo de amigos.. Ele nunca perde — Naill respondeu.
— Existe uma primeira vez pra tudo. E eu sou Híbrida, lembra? — Perguntei meio ofendida. Sério que uma garota não pode conseguir derrubar o mais forte dos lobisomens? Machista.
— Desculpe Izzy, não quis ofender — Naill disse, e vendo minha expressão confusa continuou.
— Esqueceu de bloquear sua mente. Posso ler pensamentos, lembra?— ele explicou.
— Vou tomar cuidado então, nunca se sabe quando alguém pode estar lendo sua mente— Brinquei e ele riu.
— Não sei porque, mas Michael não é de agir assim, e principalmente agir assim com novatas. Aquilo foi muito estranho — Naill revelou.
— Então ele realmente não age assim? Tipo.. Nunca?— perguntei.
— Não, ele não age — Ele respondeu.
— Acho que sei o qhet está acontecendo... tive uma ideia! Por que você não toca no assunto "Natasha Malik" e lê a mente dele? Eu também poderia fazer isso, mas só pretendo manter um contato tão direto se for pra socar a cara daquele cachorro...— Comecei a tagarelar sem parar
— Ele sempre bloqueia a mente... Não foi dessa vez, Izzy — Naill cortou minha ideia.
— É... Vou procurar a Nat, deixei ela com ele por muito tempo. E esses dois juntos não é coisa boa. Tchau, Naill — eu me despedi dele e comecei a passar pela multidão
— Tchau, Isabelle.

Visão da Lawrence

— Então meninas, divirtam-se. Eu já vou...— Comecei me despedindo da Nat e da Izzy.
— Espera aí, fica um pouco Law — Nat pediu.
— É, fica mais — Izzy disse observando o espaço.
— Não gente, prefiro ir.. Tchau.
— Tchau Law — As garotas responderam ao mesmo tempo.
Me afastei e esperei alguns segundos que julguei suficientes para elas terem entrado e se misturado com as pessoas na festa. Entrei e olhei em volta. Vi Izzy se afastar de Nat em direção a mesa de bebidas, pegar um copo e voltar. Fui até lá e peguei um coquetel Blood Mary e tomei de uma vez. Durante o caminho até a zona Sul, decidi que aproveitaria a festa para fazer o que há tempos não faço: aproveitar. Não preocupei as meninas comigo, melhor deixar elas aproveitarem a primeira festa delas no colégio sem um fardo pesando na consciência.
Me sentei em uma poltrona depois de pegar outra bebida. As luzes coloridas fizeram meus olhos arderem, até se acostumarem. Uma música eletrônica fazia todos se agitarem na pista de dança. Senti a poltrona afundar no meu lado direito. Olhei.
— Chris! — Chamei sua atenção. Ele parecia meio perdido em pensamentos; não era de ir muito a festas, esta é uma das poucas vezes que o encontrei em uma. Estudo com ele desde os meus dezessete anos, quando ele entrou. Temos a mesma idade, mas não nos encontramos muito. Como fizemos o último trabalho de História juntos antes das férias, nos aproximamos o bastante para eu vê-lo como um cara legal.
— Hey, Lawrence. Como vai? — perguntou depois de se virar na minha direção.
— Bem. Aceita? - Estendi meu copo.
— Ah, não. Não pretendo beber hoje.
— Eu, pelo contrário — sorri, sendo acompanhada por um sorriso por parte dele.
— Desde que se cuide..
— Não garanto nada. — Ele negou com a cabeça após meu comentário, divertido.
Bebi mais alguns copos. Minha cabeça começou a girar enquanto eu dançava na pista de dança. Algum tempo se passou assim, até eu sentir uma mão na minha cintura.

Visão do Chris

Eu sinceramente nunca gostei de música eletrônica. É como algo pulsante sem sentido, sem significado. Vim a festa obrigado por meus amigos, mas os dois sumiram com não sei quem e me deixaram sozinho. Estou nessa poltrona pelo o que me parece séculos. Penetro meu olhar no centro da festa, onde todos dançam animados e bêbados. "Mais bêbados do que deveriam", penso me referindo a Lawrence. Ela saiu há um tempo acompanhada de um cara, que não reconheci. Resolvi procurá-la. É comum pessoas se aproveitarem de quem quiserem quando as mesmas não estão em condições de se defender.
Saí do fluxo de pessoas até o corredor, agora vazio. Todos os que não querem estar na festa estão nos dormitórios, e os que querem estar já estão nela, não tem motivos para encherem o corredor agora. Andei mais um pouco e ouvi uma fala contida de raiva:
— Fica quieta..
— Me solt.. — ouvi algum som de pancada. "Essa voz..." Corri na direção dos dois. A julgar pela velocidade do jovem a minha frente, ele deve ter bebido alguns drinks. Puxei-o pela jaqueta e depositei um soco forte o suficiente para marcar aquele rosto estranho, que não me lembro de ter visto antes. Tentou me socar, mas não estava em sua melhor forma.
— Sai antes que arranque um olho seu. Vaza!! — soltei com raiva. Odeio esse tipo de comportamento. Saiu com os punhos fechados, pois não tinha mais nada a fazer. Tudo foi muito rápido. Lawrence não olhava para mim, estava com os olhos fechados, encostada na parede. Ela é forte. Um lado de seu rosto está vermelho, mas nem por isso caiu ou chorou.
— Vem, vou te levar a enfermaria. — Seus olhos estavam um pouco lacrimejantes. Peguei sua mão para guiá-la pelos corredores. De vez em quando balbuciava alguma coisa sem sentido para mim. Não dei importância.
— Não precisamos ir até lá, só.. só me deixa no meu quarto — pediu.
— Mas seu rosto vai inchar se não cuidar logo.
— Tenho alguma coisa lá que pode resolver.— Não vai adiantar discutir com ela agora. Mudo a rota que tomaria e vamos parar na frente do seu quarto. Ela abre a porta, entra e senta na cama. Entro e fecho a porta. Nesse horário é proibido garotos e garotas no mesmo quarto sem autorização.
— Nessa gaveta atrás de você tem um kit de primeiros socorros que vai ajudar. — Olhei para trás, abri a gaveta e peguei a caixinha branca. Abri e comecei a tratar do pequeno corte na sua bochecha, para depois entregá-la um pano com gelo pra colocar em cima da marca vermelha.
— Então, não se cuidou mesmo.. — Ela riu fracamente.
— Sou tão tonta— riu — só queria esquecer os problemas e acabei ganhando mais um.
— Acontece. Vou deixar você descansar. Amanhã a gente se fala... Vai ser inútil eu pedir pra você se cuidar agora?
— Provavelmente.
Me despedi, fechei a porta e caminhei em direção ao meu dormitório. "Chega de aventuras por hoje".


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo de hoje? Opiniões são bem-vindas



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Supernatural Academy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.