Love and Hate | Dramione escrita por Imysinger


Capítulo 1
Chapter 1: May 2, 1998


Notas iniciais do capítulo

Gente, vou ser sincera.

Essa é uma fanfic que estou planejando faz um tempo mas a ideia não estava formada ainda na minha mente. E por um gesto repentino me veio uma luz e comecei a escrevê-lo.

Eu não estava com planos de postar ela agora, só iria postar no final do mês quando ela já estivesse bem avançada nas minhas mãos, mas por conta da ansiedade em escrevê-la resolvi compartilhar ela com vocês logo!

Espero que gostem bastante e não se esqueçam de comentar! ❤️



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Hermione corria desesperadamente pelas escadas, agora desfiguradas pelo impacto dos feitiços mal sucedidos. Não sabia onde estava Rony, e Harry foi ao encontro de Voldemort na floresta proibida. Suas intuições estavam realmente certas. Ele precisava morrer para o lorde das trevas cair.

Alguns comensais e alunos duelavam, feitiços eram lançados e gritos podiam ser ouvidos. O mais aterrorizante era sem sombras de dúvidas as risadas perversas que os seguidores de Você-sabe-quem exalava com seus rostos maliciosos, a cada corpo que caia sob o chão.

Se escondeu atrás de uma das poucas colunas que ainda permanecia em pé, observava o mapa do maroto com dificuldade – na tentativa inútil de procurar Harry correndo pelo saguão – seus olhos transmitia o alerta caso algum comensal à encontrasse para batalhar, estando pronta para se defender. Rony estava junto com Ginny no que fora à anos atrás o salão principal – tão cheio de vida e barulhenta – duelando com algum comensal que não lembrava o nome. Olhando mais atentamente em cada canto do grande pergaminho pode ver Harry andando em passos acelerados em direção às masmorras. Levantando-se com dificuldade e respirando fundo para tentar armazenar o máximo de ar em seus pulmões saiu em direção ao andar mais baixo do castelo. Precisava encontrar Harry.

Desceu as escadas o mais rápido que pôde, tropeçando em alguns entulhos que estavam por toda parte ou em corpos que reconhecerá como sendo seus colegas. Infelizmente não estava em um bom momento para chorar, embora sua vontade naquela exata condição era sentar-se e se castigar por cada morte provocada que não puderam evitar.

Minerva McGonagall decidirá que os alunos dos primeiros, segundos e terceiros anos deveriam ir para suas respectivas casas onde um membro do Ministério os acompanhassem para protegerem as residências caso alguém tentasse invadi-la, obviamente, feitiços de proteção também foram usados para assegurarem os alunos. Alguns teimosamente se recusaram e insistiam em batalhar; tristemente Hermione reconheceu um corpo sendo de Zander Walker, um garoto sonserino do segundo ano que pedia ajuda da garota em transfiguração. Frequentemente a grifinória tutoreava o menino.

O frio percorreu a espinha de Hermione de uma forma brusca e repentina assim que ela colocava os pés nas masmorras. A temperatura baixa deixando a castanha vulnerável em batalha. Ela odiava o frio.

Ora, ora, ora.” Reconhecerá a voz vindo atrás de si, era a mesma voz que fora responsável pela cicatriz em seu braço, Hermione hesitou em olhá-la mas segurou sua varinha firmemente entre os dedos e se voltou para a mulher à sua frente. Seu olhar era frio e desumano. “Se não é a sangue ruim imunda que invadiu meu cofre.

Hermione tentou atacar para evitar confrontos muito grandes mas rapidamente Bellatriz desviou, sua risada era sádica. Ela revidou e com um aceno de varinha conseguiu se proteger, apertou mais a varinha entre os nós dos dedos e com um feitiço bem sucedido no meio do nervosismo lançou a mulher para o outro lado do corredor. Bellatriz se levantou tirando a poeira do seu vestido e enfurecida a desarmou. Sua risada era ensurdecedora e fazia todos os músculos da grifinória tremer por conta do excesso de epinefrina.

Fechou os olhos para se preparar para a sensação fria e instantânea da morte mas essa não veio. Com um baque surdo pôde ver o corpo da mulher que à pouco iria matá-la no chão, seus olhos abertos demonstravam espanto ao ver quem atingirá. Olhando a sua volta, um par de olhos cinzentos a olhava intensamente, a varinha em punho ainda em posição de ataque. Draco Malfoy havia salvado sua vida, o mesmo Draco Malfoy que há anos atrás a tratava como lixo. Uma conexão se formava entre os dois, o cinza misturava-se com o castanho. Nenhum dos dois se permitia sair daquele contato visual. Hermione abriu e fechou a boca várias vezes na tentativa inútil de falar alguma coisa mas antes mesmo de poder agradecer, o loiro retornava a colocar sua máscara de comensal sob o rosto e saiu correndo na direção oposta.

Mione.” Gritou Harry saindo do salão comunal da Sonserina entendendo tudo o que havia acontecido ali – por sorte, perderá a parte do estranho comportamento de Malfoy – a ajudou a levantar e a abraçou. “O que aconteceu?

Nada Harry.” Ela direcionava os olhos por onde o outro garoto havia estado minutos antes, suspirando com dificuldade se voltou para o moreno na sua frente e abriu um tímido sorriso.

[...]

Draco andava perdidamente entre os corredores, sua mandíbula travava de inquietação, o suor percorria todo o seu rosto e sua varinha afrouxava por entre os dedos. Sua mãe estava cogitando na ideia de ir para a floresta proibida junto com o Milorde para matar o Potter. Só de pensar nessa idealização seu estômago revirava e um nó em sua garganta se formava. Sua mãe não poderia ser machucada!

Andava em direção ao salão principal na possibilidade de encontrar a sua genetriz, provavelmente sua mãe estaria ali – era o local com o maior número de batalhas desde então – vagarosamente passou os olhos por todo o salão procurando por algum resquício dela. A enxergou um pouco afastada, vindo em sua direção com seu pai em seu encalço.

Mãe, não vai. Você não pode ir, pode morrer.” Ele disse calmamente, suas mãos a segurando pelos braços tentando a sentir se caso fosse a última vez que a veria viva, encarava seus olhos negros que tanto sentia falta de observar quando estava aflito.

Ela tem que ir Draco.” Seu pai interveio o fazendo olhar incrédulo, aquele homem não tinha noção do que estava fazendo, isso tudo por querer ser o braço direito de um mero mestiço. “Assim o Lord confiará na família Malfoy.

Com um riso debochado ele passou as mãos pelos cabelos e girou no mesmo lugar enquanto colocava os pensamentos no lugar. Olhou mais uma vez para sua mãe a implorando para não obedecer. Com um olhar carinhoso, Narcisa passou a mão macia pelo rosto do filho e girou nos calcanhares.

A raiva o consumia por completo, socou uma das poucas colunas que ainda permanecia em pé e foi em direção ao quinto andar. Não sabia muito bem o que queria por lá mas sabia que tinha que estar ali. Ele nunca quis ir para o lado das trevas, nunca quis seguir os passos de seu pai e agora vendo a progressão das coisas precisava fazer algo que seria bem visto no mundo bruxo. Mesmo não sendo algo reconhecível, algo que pudesse provar com suas próprias palavras que o que ele mais desejava era que o Potter vencesse a guerra.

Entrou no salão comunal da Grifinória para pensar nas consequências que essa guerra traria se o testa rachada morresse, não que deixasse de se importar com a discórdia entre as casas mas era o único lugar naquele andar que não fora invadido por comensais – ainda. Observou como a sala era irritantemente vermelha e tudo ao seu redor obtinha leões e letras G em dourado em pequenas cortinas. Se escondeu atrás de uma poltrona relativamente grande e apoiou suas mãos no rosto, deixando sua cabeça cair para pensar melhor no que deveria fazer. Havia se passado um bom tempo no meio de devaneios quando ele finalmente decidiu que era hora de sair dali.

Ouviu a risada escandalosa de sua tia e decidiu verificar o que a doida iria aprontar – a mesma só ria desse jeito quando algo diabólico passava por sua cabeça – ela ia em direção às masmorras murmurando alguma coisa inaudível, saltitava enquanto se divertia com os corpos jogados no chão.

Vamos matar a sangue ruim?” Ela dizia para sua varinha enquanto a rodava entre os dedos.

Seus músculos travaram assim que a última palavra foi dita, nunca se dera muito com o trio de ouro mas não queria ver a garota morta, ainda mais depois de tantos aliados de Harry Potter terem se sacrificado. Potter não podia perder mais ninguém senão tudo o que o menino conquistou para chegar até ali teria sido em vão. Resolverá que o momento para mudar o rumo de sua vida tinha chegado. Granger não precisava agradecer ou gritar para todo o mundo que Malfoy a teria salvado, mas só a sensação de ter feito algo certo nessa guerra o deixava de consciência limpa. Ele só precisava mostrar para si mesmo que ele não era igual ao pai.

Silenciosamente seguiu Bellatriz até às masmorras e se escondeu na curva de um corredor com outro, observando cada movimento da tia e da garota num duelo incrivelmente disputado. “A sangue ruim é boa.” Pensou. Por um descuido da mesma, a castanha perdeu sua varinha para Bellatriz, ela se acolheu num canto do chão e fechou fortemente os olhos. Num choque repentino de adrenalina, interveio na pequena luta de feitiços que se seguia. Apertando a varinha nos dedos andou cuidadosamente até as duas – numa distância segura para se esconder caso desse errado – lançou um feitiço não verbal em direção a bruxa mais velha a fazendo cair estatelada no chão. Hermione virou em direção ao autor do feitiço e ficou lá, petrificada com o espanto, não sabendo muito o que dizer ele simplesmente colocou sua máscara de volta e subiu em direção ao grande salão.

Ao se deparar com a situação da sala principal, Draco sentiu a azia subir até seu esôfago e voltar para o seu devido lugar. O cômodo estava repleto de corpos espalhados por todos os lados, choros de familiares e amigos podiam ser ouvidos ao longe. Colocou sua expressão de indiferença do melhor jeito possível e como um típico Malfoy ignorou o número de mortos que toda essa briga por poder havia resultado. Marchou até o lado de fora do que teria sido o castelo há dois anos atrás e sentou-se em um degrau da escada que ainda restará. Sentiu alguém sentando-se do seu lado mas ele não fez menção de que iria olhar até reconhecer a voz familiar.

Tudo bem meu amor, tudo vai acabar. Potter escapou e assim que matarem a cobra tudo vai voltar ao normal.” Sua mãe passava a mão por seus cabelos, alguns fios novos sendo pequenos demais para serem acariciados. Narcisa passou uma de suas mãos pelo ombro do filho e o abraçou. Um abraço que não recebia já fazia anos por conta de seu pai e que sentira tanto a sua ausência que doía só de pensar naquela época.

Espero.” Sussurrou.

Ficaram ali por alguns minutos. Uma hora ou outra duelavam com integrantes da ordem mas não os matavam – o que mais queriam era paz. O sol se perdia pelo topo das árvores quando Lucius os tiraram do sossego passageiro.

Draco, Narcisa. Vamos, Voldemort morreu e precisamos sair daqui.” A voz de seu pai podia ser ouvida de longe.

Para onde vamos?” Perguntou a mulher enquanto se levantava.

Para qualquer lugar, o Ministério da Magia está me procurando.” Draco demorou um pouco para raciocinar a frase.

Eles estão te procurando, não nós.” O loiro passou uma das mãos pelo ombro de sua mãe e a apertou contra si. “Nós não vamos para lugar nenhum.

Um grupo de aurores se dirigiram ao patriarca da família Malfoy e com um feitiço rápido, algemas de ferro se apertou contra os pulsos de Lucius. Um dos aurores o conduziu para dentro do castelo – o que provavelmente mais aliados de Voldemort se encontravam para serem levados a Azkaban – Lucius deu uma última olhada para Draco e sua mulher e abaixou a cabeça sendo empurrado pelo auror.

Narcisa permitiu que algumas lágrimas escorressem por seu rosto enquanto observava seu marido rumar castelo a dentro. Draco segurou seu rosto com as duas mãos e com a ponta dos dedos secou todas que permitiam cair. A abraçou fortemente passando as mãos pelos cabelos lisos da mulher e com um suspiro profundo pode realmente dizer com tranquilidade:

Acabou mãe.” E depositou um beijo na testa da matriarca que amara tanto.

[...]

Hermione e Harry caminhavam até o salão principal o mais rápido que suas pernas podiam acompanhar. O cansaço era visível a qualquer um que se atrevesse a olhar atentamente. Ao passarem no que deveria ser as portas – não se podia identificar muita coisa ali – se depararam com vários corpos em padiolas enfileiradas por todo o salão, Lupin e Tonks se encontravam onde ficaria a mesa da Lufa Lufa, – há um ano atrás – a expressão do rosto de ambos permanecia tranquila, suas mãos estavam entrelaçadas demostrando companheirismo um para o outro.

Uma movimentação de cabelos ruivos chamou a atenção dos dois jovens presentes. Ao se aproximarem viram um corpo estendido entre os demais, se olharam e apertaram os passos para verificar quem poderia ser, Hermione congelou enquanto Harry prendia a respiração, o garoto a abraçou quando a mesma se depôs a chorar, seu choro veio espontaneamente, Harry soltava algumas lágrimas mas tentava demostrar força à família Weasley.

Rony estava estirado em uma das macas improvisadas, Molly acariciava os cabelos do filho enquanto o senhor Weasley abraçava Ginny que soluçava, Percy chorava ao lado do irmão enquanto os gêmeos se debruçava aos pés do ruivo.

Rony foi atingido por um feitiço imperdoável que foi lançado a Fred.” Ginny disse assim que percebeu a nova companhia. “Ele se jogou na frente dele. Se não fosse ele, Fred estaria morto.” Uma lágrima caiu mais uma vez de seu rosto.

É tudo minha culpa.” Fred falou antes da mãe abafar seu choro com um abraço caloroso.

Não se culpe querido, ele morreu como um herói.”

Hermione se aproximou, ajoelhou-se de frente para o corpo de Rony e chorando baixinho deixou sua mente tomar conta de si. Seus pensamentos passavam vagamente por momentos que o trio havia passado: O visgo do diabo no primeiro ano, o aperto de mão vergonhoso no segundo, o mesmo gesto no ano seguinte por conta do susto com o hipogrifo, a crise de ciúmes da parte dele no baile de inverno e o mesmo ciúmes – agora da parte dela – que sentirá no 6° ano, mas o que mais invadia sua mente com o gesto delicado fora o beijo que ambos tinham dado horas atrás na câmara secreta.

Ainda com os olhos embaçados conjurou um pequeno feitiço – simples por sinal – uma luz roxa saiu da ponta de sua varinha e fazendo suaves movimentos circulares rosas brancas foram se formando na ponta, ela pegou o pequeno buquê e colocou entre as mãos do ruivo. Com outro feitiço – esse um pouco mais complicado – fez-se aparecer uma pedra em mármore branco onde as palavras “Um grande amigo. Um grande herói. Rony Weasley (1980-1998)” reluzia em preto.

Coloque isso na sua lápide.” Disse Hermione entre soluços enquanto dava a pedraria para a senhora Weasley, a velha assentiu e a castanha junto de Harry saíram do espaço destruído.

Poucos minutos depois o lorde das trevas estava morto, Hermione estava de braço dado com Harry, sua cabeça descansava no ombro do moreno enquanto observava uma foto do trio de ouro, acariciava tristemente o rosto de Ron que sorria e olhava para ela e depois virava-se de volta para a lente da câmera que tinha tirado a fotografia, porém, seu pensamento se encontrava em momentos mais cedo. Por que Malfoy a salvou? Ele poderia simplesmente deixá-la morrer mas ele optou por salva-la. Exausta, deu uma profunda tragada de ar e se aconchegou mais no ombro do amigo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Eu realmente chorei em escrever esse capítulo! Me partiu o coração.

Quero saber a opinião de vocês, ficarei muito feliz em saber o que estão achando.

Gente, infelizmente não sei o que aconteceu nessa última parte que o texto ficou desalinhado.( não sei se é por conta das palavras ou se algo deu errado mesmo)
Se alguém tem alguma ideia do que aconteceu e sabe como resolver eu agradeceria muito! ❤️