Dusk Till Dawn escrita por dracromalfoy


Capítulo 8
Capítulo Oito.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho, apenas para não misturar com o que vem em seguida.
Digamos que esse capítulo "encerra" a primeira fase da fanfic!
Boa leitura e desculpe qualquer erro!



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DUSK TILL DAWN

Capítulo VIII

 

— Ei, calma, calma. – Pediu Marlene, segurando meus ombros. – Me explica o que aconteceu.

Quando havia sido a última vez que eu chorara daquela forma? Bem, provavelmente não fazia tanto tempo. Chorar nunca fora um problema e, naquele momento, eu pude ouvir a voz suave de minha mãe sussurrando “chorar lava a alma”.

Eu nunca levei a sério aquilo, mas, pra ser sincera, aquilo me acalmava mesmo sem perceber. Eu queria poder acreditar que, depois de chorar tudo que tinha de chorar, aquela dor no peito e aquela aflição iria embora. Infelizmente, eu não podia contar com aquilo.

— Lily, eu estou realmente ficando preocupada. Vocês brigaram? É por causa de ontem? Eu posso ligar para James e confirmar que nada aconteceu, ou explicar que eu te empurrei para aquela festa!

Expliquei para Marlene, no meio de um soluço e outro, toda a questão que envolvia James x eu x Nova Haven. Desde o começo, desde nossos planos até o momento em que eu decidi quebrar minhas promessas – que não eram juras de amor e nem nada do tipo, eram planos de dois adolescentes apaixonados que achavam que a vida era um conto de fadas.

Porque, desde o começo, tudo foi uma grande história de amor que tinha tudo para dar certo do começo ao fim. Lembrar-me de cada momento e cada plano que fizemos nos dias passados fazia-me sentir que estava traindo James de alguma forma. A mesma dor que eu sentira quando contei a ele ou quando brigamos pela primeira vez depois que decidi aceitar a bolsa em Yale estava, naquele momento, se intensificando um pouco mais.

Marlene arrumou a postura na minha frente e me encarou séria.

— Você quer que acabe assim? – Perguntou ela, me encarando como se soubesse de todos os meus pecados.

— Claro que não! – Respondi, indignada.

— Lily, eu não entendo de relacionamentos a distância, nunca estive em um. O tipo de relacionamento em que eu estive é completamente diferente do seu. Porém, tive algumas colegas e tive que aguentar cada uma delas desabafando sobre o “grande amor” que estava a quilômetros de distância dela. Tudo que eu sei é que um relacionamento à distância não funciona se os dois não estiverem dispostos a lidar com todos os problemas e todas as inseguranças. Você não queria que acabasse assim, imagino que tenha tentado manter as coisas, mas, por favor, não pense que é culpa sua se algo no meio disso deu errado.

— Fui eu quem decidiu vir pra cá, Marlene. Eu abandonei nossos planos...

— Lily! – Interrompeu ela. – Você não fez nada de diferente do que qualquer outra pessoa faria. Entre morar numa cidade pacata e sem perspectiva nenhuma no futuro e vir pra cá, onde tem um futuro brilhante a sua espera... Qualquer pessoa que queira crescer e ser diferente, ser melhor, tomaria a sua decisão. Pelo que você me contou, James te apoiou, é claro que ele ficou chateado, mas ele apoiou você, tanto que aqui está você. Está na hora de você apoiá-lo também. Se ir para a Argentina é o que ele deseja, se é o que vai fazê-lo feliz, você deveria apoiá-lo.

Fiquei em silêncio repensando em tudo que havíamos discutido. Lembrei-me de pedir para que ele ficasse ao meu lado e, semanas depois, virar as costas para ele. Não era minha culpa, mas também não era a dele. A natureza humana nos obrigava a encontrar dificuldades até no mais simples, quem diria em situação como aquela.

Eu amava James, de corpo, alma e coração. E, por amá-lo, eu precisava deixá-lo partir.

***

Começamos com uma chamada de vídeo. Eu olhei para o seu rosto do outro lado da tela e senti meu corpo estremecer no mesmo instante. Ele parecia exausto. Pelo que eu conseguia calcular, já era madrugada em Hogsmeade. Ele estar acordado naquele horário já me dizia algumas coisas, ele ter olheiras gritantes no rosto e uma palidez fora do comum, também.

Estávamos em silêncio. Assim que começamos a conversar, discutimos diversas vezes. Não chegávamos a uma conclusão ou a um consenso, por isso acabamos em um silêncio de cinco minutos a fio. Duas pessoas numa chamada de vídeo onde nenhuma das mesmas conseguia se olhar nos olhos.

James quebrou o silêncio primeiro. Meu coração se partiu em milhares de pedacinhos.

— Nós devíamos terminar.

— Já não fizemos isso há algumas horas atrás? – Tentei ser sarcástica, mas a falha na minha voz me entregava.

— Terminar por definitivo.

— É o que você quer? – perguntei. Dessa vez, olhei para ele, diretamente. Embora fosse apenas a tela de um maldito celular, eu ainda podia sentir a intensidade como ele olhava pra mim. Eu podia enxergar seu lábio tremendo e como aquela conversa o afetava. Imaginei que ele pudesse ver o quão me afetava também, embora torcesse para que não.

— Não, mas não tem alternativa, você mesma disse.

— Não estamos terminando por causa de Argentina. – Declarei, em tom baixo. Era mais um pensamento para mim mesma. – Eu tenho consciência disso. Estamos terminando porque eu decidi vir para Nova Haven, o término era inevitável, apenas adiamos o momento. Não é culpa minha e nem sua, é apenas uma consequência de nossas escolhas. Das minhas escolhas. – Corrigi. – São minhas escolhas, mas não são erros, James. Eu amo você, sempre amei. Talvez sempre o ame, mas eu não posso fingir ou nem mesmo acreditar que, ao colocar meu futuro, meus sonhos e meus objetivos como prioridade, eu errei, porque não o fiz.

— Eu sei, Lily. Não culpo você.

Ficamos em silêncio novamente, como se estivéssemos esperando o momento em que um dos dois iria dizer “vamos tentar só mais uma vez”.

Nenhum dos dois faria isso. Estávamos decididos.

— Talvez – começou James, sua voz falhou. – talvez a gente se encontre no futuro. Talvez apenas... Não seja a nossa hora.

— Ou talvez a nossa hora fosse apenas limitada.

— Valeu a pena. Dois anos.

— Sim.

James sorriu, mas seu sorriso não tinha vida. Não era o sorriso maroto que eu conhecera e que me fizera pensar nele por horas e horas. Era um sorriso que não transmitia nenhum sentimento, nenhuma alegria, nenhum sentimento bom. Era apenas um sorriso amarelo que tentava me dizer que tudo que ia ficar bem, mesmo quando eu não conseguia acreditar.

— Vou mudar meu número. – Disse a ele, a garganta doía de segurar o choro. – Por favor, faça o mesmo.

— Não precisa ser assim...

— Precisa! Precisa sim. Ou é assim ou então eu vou me pegar no meio da noite te mandando mensagens, te ligando e dizendo que sinto sua falta. Nós sabemos que isso não acabaria bem. Apenas... Mude seu número, James.

— Tudo bem.

— Prometa.

— Eu prometo.

Uma lágrima escorreu pela minha bochecha e eu a sequei num gesto impulsivo e quase agressivo.

— Amo você.

James balançou a cabeça e desligou.


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