Dusk Till Dawn escrita por dracromalfoy


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Como esse capítulo já estava pronto, resolvi aparecer antes!
A história tem apenas oito acompanhamentos por enquanto, vamos ver como as coisas vão indo...
Boa leitura e desculpe qualquer erro!



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DUSK TILL DAWN

Capítulo II

— Eu não sei se você ficaria bem numa casa com várias pessoas, Lily. – Ponderou James, analisando um bairro universitário perto da universidade. Na descrição dizia que, naquela casa em específico, moravam cinco pessoas, dos quais três eram homens e, como era de se esperar, havia um lugar sobrando (eram três quartos, um para cada duas pessoas). – Além do mais, essa casa parece um pouco detonada pelas fotos.

Analisei as fotos novamente, realmente não parecia um lar muito convidativo. Apesar, é claro, de ser ao lado do prédio onde eu estudaria.

— Mas o preço é bom, e também não acho que vou encontrar nada muito bom por um bom preço. Não posso pagar muito mais do isso.

— Olhe só, as duas garotas são estudantes de Direito, talvez sejam suas colegas de classe. – James apontou para onde estava escrito isso. Fiquei impressionada pela grande quantidade de detalhes que tinha na ficha. – Não, devem ser veteranas. Você não acha suspeito que tenha tantos detalhes sobre os moradores, porém nenhum número de telefone?

— Ok, não gostamos desse. – Conclui, fechando a página e voltando a analisar a lista que tínhamos na tela do notebook.

Estávamos, desde muito cedo, sentados na cama de James analisando alguns lugares perto de Yale que estavam procurando por moradores e que tinham colocado o anúncio no site da faculdade.

Um dia após nossa conversa e “acerto de contas” sobre minha ida para Nova Haven, trabalhamos juntos para arrumar todos os documentos necessários e também minha resposta para eles. James queria que fizéssemos aquilo juntos. Eu não entendia se era por vontade própria ou se ele se sentia na obrigação de estar do meu lado naquele momento. Talvez um pouco dos dois.

— Lily, olhe só esse. – James entrou na página e o que apareceu foi muito mais simples do que a anterior. Havia apenas um endereço, um nome e um número de telefone para contato.

— A pessoa quis ser bem direta. Não tem nem fotos.

— Mas tem o endereço, e parece ser um condomínio, o que é mais seguro. Eu acho.

James começou a fazer a sua pesquisa sobre o lugar, a distância até a faculdade e tudo mais. Era adorável a forma como ele se preocupava com mínimos detalhes, como ele parecia totalmente focado em achar o lugar perfeito – um dos motivos pelos quais estávamos há tanto tempo sentados naquela cama.

— Marlene McKinnon. – Ele leu em voz alta, olhando para mim com um sorriso de lado. – Parece britânico para você?

— Não faço ideia, James. Vou ligar, vamos ver no que vai dar.

Liguei uma vez e ninguém atender, tentei mais uma vez e demorou a atender, mas, depois de alguns segundos, uma voz disse um “alô” um pouco descontrolado e alguém que estava claramente sem fôlego.

— Ok, me desculpe. Eu estava correndo, perdi o táxi, esqueci minha carteira em casa, tenho uma consulta daqui a pouco. Aliás, eu disse que ligaria quando estivesse chegando, é difícil de entender?

— Na verdade, eu vi o anúncio no site da universidade Yale sobre um apartamen-

— Oh! Perdão, perdão. Eu estou um pouco agitada. Sim, sim. Um quarto, na verdade. Condomínio Heaven¹, tenho um quarto vago para alugar para calouros. Meu nome é Marlene. Meu Deus, me desculpe mesmo por isso.

— Não, tudo bem, não se preocupe. Bem, eu moro em Londres. Quer dizer, na verdade eu moro numa cidadezinha perto de Londres, Hogsmeade. Vou me mudar para Nova Haven, porque vou para Yale, sabe. Então... O quarto...

— Ah, claro. Bem, como é o seu nome mesmo?

— É Lily.

— Ok, ótimo, ótimo. Lily, o condomínio fica há três quadras do campus, é bem acessível, ao lado de uma cafeteria, tem uma padaria de frente. Acho que isso não é importante, né? – Marlene falava rápido e respirava com dificuldade, provavelmente estava andando, pois era possível ouvir pessoas falando ao redor junto de barulhos de carros. – Você pode ficar tranquila quanto a disposição do quarto, assim que você se mudar para ele, não precisará sair, ao menos que queira. Eu moro sozinha, sem animais, quase não fico em casa e, quando fico, estou no meu quarto. O aluguel podemos combinar por mensagem? É que eu realmente não consigo raciocinar direito sem morrer atropelada.

— Tudo bem, você pode me mandar as coisas por mensagem? Por esse número. É... Obrigada Marlene, eu acho.

— Eu que agradeço Lia, nos falamos mais tarde.

Ignorei completamente o fato de ela ter errado meu nome e apenas ri da situação. Aquela foi a conversa mais estranha que eu já tivera em toda a minha vida e, considerando meu pavor por conversar por ligação, aquilo significava alguma coisa, totalmente.

Embora eu tivesse meus motivos para continuar procurando alguma coisa e desistir dessa ligação, de alguma forma, eu havia sentido certa segurança com aquilo, tanto que fiquei ansiosa para saber se daria certo.

— Acho que vou esperar Marlene me mandar mais informações. Gostei desse.

— Mas você nem viu o apartamento, pode ser horrível. Aliás, ela não te pareceu confusa? – James perguntou. Eu fizera a ligação viva-voz, por isso, ele havia escutado tudo. – Ela me pareceu um pouco irresponsável.

— Você não pode julgar alguém por causa de uma ligação! Ela me pareceu bem divertida.

James estreitou os olhos, mas não disse mais nada sobre isso. Pelo contrário, ele fechou o notebook e o colocou na escrivaninha ao lado da cama, puxou-me pelo braço para que eu me sentasse sobre seu colo, nossos rostos estavam próximos o bastante e eu sorria, assim como ele.

Ficamos em silêncio por um tempo, aproveitando nossa proximidade. Eu olhava para seu rosto e absorvia cada detalhe – eu fazia isso sempre, com muita frequência, mas, naquelas últimas semanas, fazia ainda mais – cada pedacinho do seu rosto. Ele também me olhava e também parecia gravar minha imagem na sua mente.

— Às vezes eu me pergunto se eu pensei o suficiente sobre isso, se isso é realmente o que eu quero. – Contei a ele, pensando nas vezes em que eu fiquei sem dormir imaginando como seria Nova Haven, como seria Yale, como seria a vida longe dele e de minha mãe. – Eu estou arriscando tudo que eu tenho por uma vaga, o que seria ótimo se eu não tivesse completas condições de continuar aqui e estudar em Oxford ou Cambridge. Ou qualquer outra. São coisas que passam pela minha cabeça.

— Você poderia continuar aqui – ponderou James, pensativo. Seu olhar não encontrava o meu, toda vez que acontecia, ele o desviava. – Mas você escolheu Yale, porque você queria Yale. Qualquer coisa diferente disso te deixaria infeliz. – James repuxou o lábio, o que mostrava claramente que ele estava chateado com alguma coisa. – A propósito – continuou, após uma longa pausa. – talvez tudo o que você tem aqui não seja o suficiente para você.

— O que você quer dizer com isso? – Afastei-me minimamente e procurei pelo seu olhar. Desejei que o assunto terminasse ali, mas eu sabia que ele continuaria até que um de nós saísse magoado. As últimas semanas haviam sido assim, exatamente assim. – Acha que eu não gosto de ter o que tenho aqui? Quem tenho aqui?

— Eu só estou dizendo que... Talvez, Lily! Quem pode saber? – Ele suspirou fundo e se remexeu na cama. Eu saí de cima dele, mas ainda estávamos próximos, sentados um de frente para o outro. – Nós, aparentemente, sempre tivemos tudo. Nós estamos juntos por dois anos, estávamos vivendo bem, estávamos fazendo planos para o futuro, nós dois na faculdade juntos, nós dois juntos. Juntos, Lily? De repente tudo isso muda, de repente você não parece querer o mesmo que eu quero. Tudo isso me faz pensar que, todas as vezes que você dizia que queria ficar comigo, independente da situação, era mentira.

Fiquei boquiaberta com a sua revelação. Durante as últimas semanas, tivemos algumas discussões – nenhuma realmente muito séria –, mas em nenhuma delas James falara algo como aquilo, mesmo que em todas tivesse alguma revelação de algum sentimento – dor, medo, ansiedade, raiva.

— Você realmente pensa isso de mim? James, essa é a coisa mais ridícula que você já disse. Eu não menti para você, as circunstâncias apenas mudaram. Eu ainda amo você, eu ainda quero você. Por Deus, James, não foda com isso. Não foda com o que estamos tentando construir aqui. Eu não posso lidar com mais isso. Não quero que isso acabe.

— Desculpe, Lily, mas eu não consigo ignorar isso, entende? Eu estou tentando ser compreensivo, estou tentando, de verdade, fingir que está tudo bem. Mas todos os dias, quando eu me levanto, quando eu me deito, quando eu estou sozinho, eu penso em como tudo pode dar errado, eu penso em como tudo está prestes a mudar. Eu-

— Você está sendo egoísta. Pensando nas suas necessidades. – Levantei-me da cama e cruzei os braços, encarando-o. – Temos dezoito anos, muitas mudanças estão por vir, você sabia que isso aconteceria?

— Sabia? – Ele arqueou uma sobrancelha e também se levantou da cama, vindo em minha direção. Seu olhar era diferente, eu não conseguia identificar sua expressão. – Como eu poderia saber se numa semana estávamos fazendo planos e na outra você estava fazendo uma inscrição que te levaria para milhares de quilômetros?

— Estou indo para Nova Haven na próxima semana, você pode vir comigo até o aeroporto e tentar fazer as coisas darem certo entre nós, ou pode desistir agora, é sua escolha James.

— O que? Você não me disse que seria semana que vem...

— Estou dizendo agora. – Respondi. Peguei minha bolsa e dei as costas sem esperar por uma resposta.

— Por que ele está fazendo isso? – perguntei para Alice, que estava sentada no chão do meu quarto pintando suas unhas enquanto eu andava de um lado para o outro com o celular na mão, esperando por uma ligação que provavelmente não iria chegar. – Em um dia ele me diz que está tudo bem, que tem tudo sob controle e que me apoia, que está feliz, está orgulhoso! – Dei um longo suspiro, parando de andar e encarando Alice, que tinha parado de pintar as unhas e me olhava com quase pena. – No outro dia ele começa com essas conversas estranhas e faz eu me sentir ainda mais culpada. Nós estávamos escolhendo apartamentos, Alice! Juntos. Ele disse que queria me ajudar com aquilo, mas de repente ele surtou! Dizendo que eu menti sobre quando fizemos planos junto e-

— Você mentiu? – Alice perguntou num sussurro. – Digo, enquanto vocês faziam esses planos, você realmente queria dizer aquilo?

— Sim! Eu acho que sim. Alice, você deveria me ajudar e não fazer eu me sentir pior.

— Meu anjo, você é que não está se ajudando. É difícil para ele, Lily. Eu odiaria se Frank fosse para o outro lado do oceano. Você também odiaria se fosse James indo e você ficando.

— Ele poderia ir...

— O que?

— Ele poderia ir, Alice. Se ele quisesse, ele poderia ir comigo. E ele sabe disso, o que me deixa ainda mais confusa! James é brilhante, ele é inteligente, ele é capaz disso tanto quanto eu fui. E ele sabe disso. Você entende? Nós dois estamos deixando as coisas passarem, estamos acabando com o que temos.

— Você já parou para pensar que talvez James não queira isso? – Alice agora estava falando e mexendo as mãos de forma nervosa. Havia abandonado totalmente a pintura das unhas. – Não é questão de ser capaz, é questão de querer isso. Ele tem a vida dele aqui, tem amigos, tem a família dele e é suficientemente bom para ele. – Ela fez uma pausa quase dramática me encarando, esperando que eu retrucasse, porém, como não o fiz, ela continuou. – Não pode pensar apenas em você, no que você quer...

— Eu tenho que pensar em mim! Eu quero ir, antes eu não queria por medo, insegurança... Mas agora eu sinto que é certo, eu quero isso, Alice.

— Então não minta para ele dizendo que sente muito.

Alice estava certa e eu sabia disso. Minha consciência me enganava, meus pensamentos eram traiçoeiros. Juntando toda a insegurança e incerteza, eu acabava me perdendo no que eu verdadeiramente sentia. James não tinha culpa da decisão que eu havia tomado, eu não tinha culpa se eu quisera aquilo no passado – e ainda queria.

Por isso, avisei Alice de que precisava fazer algo urgentemente – e ela obviamente sabia do que se tratava.

— Como você pretende chegar até a casa de James a pé, considerando que é super longe e muito afastado da cidade? Quer dizer, é perigoso.

Peguei a chave do carro de minha mãe em cima da mesinha da sala e joguei para Alice, que me olhou assustada.

— Já dirigiu antes?

— Não? – ela disse como se fosse óbvio. – Quer dizer, já dirigi o carro do Frank, mas foi um quarteirão, Lily. Eu realmente não faço ideia de como isso pode nos ajudar a chegar onde James mora.

— Alice! Eu estou no meio de uma situação aqui! – Bati o pé feito uma criança e minha amiga revirou os olhos, colocando as chaves de volta na mesinha e cruzando os braços de frente para o corpo. – Eu preciso falar com ele, você me conhece, Lice, sabe que eu não vou dormir se não fizer isso hoje.

— A situação pode piorar em cem por cento se nós sofrermos um acidente descendo aquela colina que leva até a casa dele, Lily Evans. Não vamos fazer isso. Amanhã você conversa com ele, tudo bem? São onze horas da noite, por Deus!

— Você ouviu o que eu acabei de dizer?

— Sim, e vou ignorar totalmente. E você vai ficar quietinha aqui. Eu falo sério, Lily, logo sua mãe volta e é bom estarmos aqui, sãs e salvas.

— Não sei quanto à “sã”, mas tudo bem. – Alice me olhou desconfiada. – Não me olhe desse jeito, Alice. Eu não vou fazer nada estúpido. Estou me sentindo horrível.

— Ligue, oras. Por que precisa ser pessoalmente?

— Porque pessoalmente eu consigo saber o que ele está... Sabe? Expressões faciais e essas coisas, é muito mais reconfortante.

— Mande uma mensagem pedindo para ele te encontrar em algum lugar... Três Vassouras! Funciona vinte e quatro, vocês podem se encontrar lá, é muito mais perto e você pode ir a pé.

Mesmo contrariada, enviei a mensagem para ele e segui com Alice até a lanchonete no centro da cidade. Sentei-me em uma das mesas sozinha, pois Alice foi para sua casa em seguida.

Se ele apareceria, eu não sabia.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Isso me incentiva bastante, então, se estiverem gostando, por favor, deem sinal de vida :)



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