Izzy For You

Meu nome é Jack Trakarsky. E...quando eu estava no colégio, eu conheci essa garota chamada Isabela Silva.

Nós nos encontramos no primeiro dia de aula. Izzy, como ela gostava de ser chamada, era uma garota de cabelos acobreados e olhos castanhos. Ela estava vestindo uma blusa salmão com uma calça jeans e um tênis rosa.

Então eu estava arrumando as minhas coisas no armário quando ela veio me ver.

Eu me voltei para ela e a mesma parecia sorrir para mim.

— Oi!

— Oi! — eu devolvi.

— Meu nome é Isabela Silva. Mas, você pode me chamar de Izzy — ela se apresentou.

— Muito prazer. Meu nome é Jack Trakarsky, mas você pode me chamar de Jack — Me apresentei para ela.

— Então, é a sua primeira vez aqui? — Izzy quis saber.

— Sim, e você?

— A minha também. Eu fui transferida para cá hoje. Eu disse aos meus pais que eu não gostava da outra escola onde eu estava estudando, então eu mudei para cá — Izzy comentou.

— Interessante. Eu...estou começando aqui hoje. Então...é a primeira escola que eu frequento.

— Entendo. Bem, é um prazer te conhecer também, Jack.

— Obrigado.

— Então, quantos anos você tem, Jack? — Izzy quis saber.

— 23 e você?

— 24.

— Um ano de diferença. Isso é interessante. O que você gosta de ouvir?

— Eu gosto de...Rock. Pop também…

— Que bandas você curte?

— Banda? Nirvana. Na verdade várias. Cantora? Britney Spears. Nirvana está finada faz anos, mas o som é muito legal. Britney também.

— Eu também gosto desses.

— Sério? Que legal — Izzy disse com entusiasmo.

— Sim, é verdade. E eu tenho o álbum Nevermind do Nirvana.

— Você me venceu. Eu tenho todos os álbuns deles, exceto esse.

— Eu posso te emprestar se quiser…

— Ahn...eu adoraria isso.

— Eu também.

Logo fomos interrompidos pelo sinal para entrar.

— Parece que está na hora de entrarmos.

— Então, em que sala você está?

— 12 - C.

— Eu também.

— Sério? Então nós vamos estudar na mesma sala. Isso vai ser legal.

Eu estava meio animado por estudar na mesma sala que Izzy. Minha cabeça estava nas nuvens.

Nós entramos juntos na sala de aula e fomos recebidos pelo professor que iria lecionar para aquela sala.

— Olá, alunos! Sejam bem - vindos! — o mesmo nos cumprimentou.

— Olá, professor!

— Oi, professor!

— Por favor, entrem e sentem-se aonde vocês quiserem — o professor retrucou.

Nós e o restante dos alunos fomos entrando na sala e escolhendo nossos lugares.

Eu queria ficar perto da Izzy, então escolhi um lugar perto de onde quer que ela fosse se sentar.

Izzy escolheu uma carteira no fundo da sala, perto de um armário, e eu me sentei do lado dela.

Nós nos voltamos um para o outro e sorrimos.

Assim que os alunos se acomodaram na sala, o professor foi até a porta e a fechou.

O mesmo então foi até a lousa e escreveu o nome dele com giz branco.

“Zackary Hawkmoth”

Assim que terminou de escrever seu nome no quadro, ele se apresentou para nós.

— Bem - vindos, alunos. Meu nome é Zackary Hawkmoth. Eu serei o seu professor de História.

Um silêncio mortal preencheu o ambiente.

— Antes de começarmos, alguém tem algo a dizer?

Nós todos ficamos nos olhando, esperando que alguém talvez dissesse algo para quebrar aquele silêncio.

— Ok, eu tenho! — eu disse levantando a mão para o alto.

O senhor Hawkmoth e a classe se voltaram para mim.

— Tudo bem. Venha para cá, senhor…?

— Trakarsky. Jack Trakarsky.

— Senhor Trakarsky, venha para cá.

Então eu me levantei e fui para onde o professor estava. Eu olhei para todos os outros alunos, especialmente para Izzy. Eu estava nervoso. Então comecei a balbuciar.

— Bem, meu nome é Jack...Trakarsky, e...eu sou novo nesse colégio. Eu tenho 23 anos. E...esse é meu primeiro dia de aula.

Algumas pessoas começaram a me vaiar, mas eu as ignorei.

— Ahn...eu acho que é só. Obrigado.

— Volte para seu lugar, Trakarsky. Obrigado por sua apresentação.

— Obrigado. De nada.

Então eu voltei para meu lugar e me sentei. Eu não resisti em olhar para Izzy outra vez.

Izzy se voltou para mim e nós ficamos nos encarando. Foi aí que eu acho que comecei a sonhar acordado com ela.

Eu fiquei imaginando se eu e ela fôssemos casados. Logo, pensamentos sobre um possível filho vieram, e...eu tentei processá-los...mas...eu fiquei um pouco apavorado, sabe? Sei lá, eu queria ficar junto com ela, mas estava incerto sobre ter um possível filho ou filha.

Em seguida, eu acho que deve ter sido o calor. Eu comecei a ficar mole e acabei dormindo na sala, em minha própria carteira.

Comecei a sonhar de verdade, e até babei na mesa.

Eu estava tendo um sonho tão bom com Izzy....

Eu acho que eu ouvi a voz de Izzy enquanto sonhava, mas eu não conseguia responder. Eu estava profundamente imerso em meu sonho. E eu adormeci por algum tempo.

Algum tempo depois…

Eu fui acordado pelos berros do professor que estava fazendo a chamada e devia estar na décima tentativa, quase a ponto de marcar uma falta.

— Jack Trakarsky?

Eu tentei me recompor. Eu estava sonolento e com uma cara parecida com a de um zumbi e babava muito.

— Sim, Izzy? O que foi, amor? — Balbuciei.

Escutei os outros alunos gargalhando de mim.

— Izzy? Jack, eu sou seu professor e estou fazendo a chamada! Quando você ouvir eu chamando o seu nome, responda com “Presente”! — O professor exclamou.

— Tudo bem…só mais 5 minutos, amor…

Os outros alunos continuaram a gargalhar.

— Pela última vez, JACK TRAKARSKY?!

— Ausente! Digo, Presente!

Desmaiei na carteira, tamanho era o meu sono. Logo em seguida ouvi passos vindo na minha direção e parando. Senti uma presença do meu lado. E então comecei a ouvir a voz de Izzy tentando me acordar.

Fiquei incomodado e tentei voltar para aquele momento. Mas, minha mente parecia estar bem distante naquela hora.

Eu abri lentamente os meus olhos e vi Izzy ao meu lado.

— Jack, você está bem? — ela quis saber.

— Eu estou com sono — repliquei.

— E o que foi aquilo? Você confundiu o professor com eu — a mesma me lembrou.

— Eu estava tendo um sonho com você...estava tão bom, até você me acordar.

Izzy ficou sem entender aquela situação toda.

Então, esse foi o primeiro capítulo da minha história com Izzy. Eu acho que eu tinha começado a sentir algo por ela, mas tentava negar por medo de que ela provavelmente não sentisse o mesmo que eu. E eu acho que isso começaria a se tornar um problema para mim. Talvez eu tivesse voado demais como na lenda de Ícaro — meus pais me contaram essa lenda quando eu era pequeno — Mas ainda sim, eu gostava da Izzy.