O Morro dos Ventos Uivantes escrita por Boadicea


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas ^-^
Já faz um tempo que venho tendo essa ideia, mas só agora que consegui colocá-la em prática.
Espero que gostem!
Boa leitura:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761855/chapter/1

É em uma bela manhã de verão que tudo começa, com um sol tão brilhante no alto do céu que nem parecia possível a chegada de uma tempestade. Mas, ah, dias assim tão bonitos são os preferidos das tempestades e elas sempre dão um jeito de chegarem, quer sejam esperadas, quer não. E Sasuke com certeza era uma dessas tempestades.

O Sr. Haruno se levantou, disse a Óbito quais seriam suas tarefas, deu um beijo de “bom dia” em sua esposa e então foi logo falar com seus filhos. Avisou que estava saindo em viagem e perguntou o que cada um deles queria, atentando para o fato de que teria que ser presentes pequenos, pois iria e voltaria a pé.

— Eu quero um chicote – a voz de Sakura soou firme e orgulhosa, enquanto esbanjava um olhar de desafio. Mal havia acabado de completar 6 anos de idade e já montava qualquer cavalo, mesmo os mais ariscos.

— Uma rabeca – respondeu Kakashi, deixando claro seu desinteresse pelo assunto. Afinal acreditava que era obrigação do pai lhe trazer um presente!

A viagem deveria levar apenas três dias, no máximo. Mas ao final do terceiro dia, ele simplesmente não aparecia: a Sra. Haruno atrasou o jantar o quanto pode, brigou para colocar as crianças na cama (estas insistiam em ficarem acordadas até que o pai enfim retornasse), passou horas e horas em grande aflição preocupada que pudesse ter acontecido alguma tragédia.

Já passava da meia-noite quando ele finalmente chegou, rindo sabe se lá do que e parecendo estar para desmaiar de exaustão. Se jogou na primeira cadeira que viu pela frente e continuou apertando em seus braços o casaco enrolado em torno de algo, o sorriso ainda preenchendo seu rosto.

— Por onde esteve? - sua esposa foi a primeira a falar, as palavras quase se embaralhando em sua boca, tão afoita estava – Por que demorou tanto a chegar ?

O Sr. Haruno não respondeu, apenas sorriu ainda mais – mesmo estando com a respiração ofegante – e abriu os braços, desenrolando o que estava em seu casaco. Ou melhor, desenrolando quem estava lá.

As crianças, curiosas como sempre, correram na direção do pai e olharam – em um misto de medo e encantamento – para a criança nos braços do pai. Era um menino de olhos e cabelos tão escuros quanto o céu nas noites de tempestades, e que ao julgar pelo tamanho deveria ser pouca coisa mais velho do que Sakura.

— Quem é ele ? É algum primo distante, papai ? - a rosada perguntou em uma voz fraca (tão diferente do seu habitual) com os olhos fixos nos do menino, parecendo fascinada e receosa.

— O que pensas que fizestes?! – a voz da Sra. Haruno ressoou por toda casa, furiosa – olhe só para esse menino! É tão escuro quanto o diabo, e você ainda ousa trazê-lo aqui dentro?!

— Eu o encontrei vagando pelas ruas, mudo, e provavelmente perdido. Procurei incansavelmente pela família dele, mas ninguém soube me responder a quem pertencia. Eu não podia deixa-lo lá, perdido e faminto em meio ao frio.

— Por que não? Já temos nossas próprias crianças; ele não é problema meu.

— Já disse que não podia deixa-lo lá. Hinata, leve ele para cima: dê banho, roupas limpas, e o ponha para dormir com as crianças.

— E minha rabeca?

— Desculpe, Kakashi, mas ela acabou quebrando quando enrolei o meu casaco no pobre garoto. Saky, o seu chicote também acabou perdido.

Kakashi começou a chorar como uma criança, embora já tivesse seus 14 anos. E Sakura, sempre a mais arisca, olhou para o pai com indignação para logo em seguida avançar na direção do garoto, o que lhe rendeu uma bofetada do pai.

Hinata, filha da empregada e da mesma idade de Kakashi, que costumava brincar com as crianças, pegou o garoto e o levou escada a cima, tão assustada quanto os outros. Deu banho e o vestiu como seu patrão lhe ordenara, mas as crianças se recusaram a dividir o quarto com o menino responsável pela perca de seus presentes. A morena, sem ideia do que fazer e rezando para que o garoto fosse embora logo, abandonou-o no topo da escada – onde, na manhã seguinte, o Sr. Haruno o encontrou.

A raiva do patrão fora tamanha, que expulsou Hinata de sua casa. Claro que uns dias depois ele se acalmou, pois gostava muito da menina, e ela pode voltar a frequentar a casa. Quando voltou as coisas já se mostravam diferentes: haviam chamado o menino de “Sasuke” – nome de um dos filhos do Sr. Haruno que morrera ainda bebê –, a Sra. Haruno o repudiava de todas as formas possíveis o que gerava brigas constantes com seu marido, e Kakashi ia por um caminho ainda pior: não aceitava a presença do garoto e o odiava mais do que tudo; enquanto isso Sasuke era o favorito da patrão, e o mais novo amigo mais próximo de Sakura, que não suportava sequer a ideia de se afastar do garoto.

Quanto mais o tempo passava, mais as coisas pioravam: a Sra. Haruno faleceu – dizem que por desgosto – dois anos após a chegada do menino e a morte da mãe tornou Kakashi um jovem amargo, que surrava constantemente Sasuke, de quem cada vez mais sentia ódio.

O garoto parecia não se importar com nada, nem com as surras de Kakashi ou com o intenso amor e favoritismo do Sr. Haruno, exceto com Sakura que permanecia ao lado dele em tudo.

Ninguém nunca entendeu a relação daqueles dois, o laço que os uniu pela eternidade, e que parecia consumir tudo ao seu redor. Nada parecia incomodá-los, nem mesmo as ameaças de Kakashi, desde que tivessem um ao outro.

Saky se tornou cada vez mais uma criança difícil, inquieta, orgulhosa e mordaz. O pai já não gostava dela de tão teimosa e petulante que era. Gostava de irritá-lo e de jogar na cara do pai que, apesar dele ter dado tudo a Sasuke, era em prol dela que ele vivia, era a Sakura que ele obedecia – enquanto só fazia as vontades do pai quando lhe era conveniente.

Kakashi adquiriu um ódio mortal, tanto pelo pai que ele via como um opressor, quanto por Sasuke que ele via como um usurpador de tudo que lhe pertencia. A relação entre os três piorava cada vez mais, até o momento em que o Sr. Haruno resolveu mandar o filho para a universidade – mesmo acreditando que o rapaz era um fracasso e que continuaria sendo um fracasso não importava para onde fosse.

O patrão adoeceu, Saky ficou mais impertinente do que nunca – o que estressava seu pai – e continuou ligada a Sasuke, como se ele fosse sua fonte de vida.

O Sr. Haruno faleceu em uma noite tranquila, com Sakura tendo a cabeça apoiada em seu joelho – ela havia estado doente, o que a deixava mais calma do que de costume – cantando para que dormisse, e com Sasuke deitado no colo da rosada.

Era uma cena linda de se ver, talvez o único momento de paz que aquela casa, Wuthering Heights, presenciou.

Sakura foi a primeira a perceber a morte do pai, e caiu em um choro desesperador, seguida por Sasuke - e até mesmo Hinata.

Naquela noite, enquanto a dor da perda os dilacerava por dentro, eles adormeceram com a certeza de que não importava o quão cruel o mundo fosse com eles, eles sempre sobreviveriam por terem um ao outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam ?!
Esse primeiro capítulo é mais para contextualizar, é a partir do próximo que as coisas começam a ficar mais tensas,então por favor não desistam da estória.
Beijos, e até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Morro dos Ventos Uivantes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.