Eu não era mais tão afim de cantar “parabéns para você”, então pedi para que pulassem essa parte. Castiel reclamou, como sempre. Ele queria muito zoar com a minha cara. Mas já me adiantei e fui cortando o bolo de chocolate e distribuindo os pedaços.

Rebeca, Lizzy e Marina me ajudaram a servir a todos com o doce e refrigerante, e a última ainda me ajudou a recolher os pratos depois que a maioria foi embora. Nathaniel resolveu lavar a louça, e o deixei trabalhar para levar os últimos convidados da festa até a portaria. Assim que voltei, roubei mais um pedaço de bolo e fiquei ao seu lado na pia.

— Obrigada pela ajuda. Isso que é presente de aniversário.

Ele riu. — Se eu soubesse não tinha comprado aquele livro, então — disse em um tom divertido.

— Aí não vamos exagerar, não é mesmo? — Dei um beijo em seu rosto e comecei a secar as louças.

Enquanto secava um prato, observei ele enxaguando alguns copos. Suas mangas dobradas no cotovelo e o colarinho aberto era um charme total. Sem falar nos pés descalços que eu tinha conseguido fazê-lo ficar. Era uma demonstração de que ele ficava à vontade na minha casa, e isso enchia meu peito de alegria e certo orgulho.

Depois do nosso primeiro beijo, começamos a nos ver com um pouco mais de frequência. Ele tinha vindo aqui uma vez, em um almoço de domingo que fiz junto de alguns amigos. Essa era a segunda vez dele aqui, mas tínhamos saído umas três vezes já. Cinema, jantar e um passeio em um parque.

Nathaniel era romântico, apesar de não achar. Ele gostava de fazer tudo do jeito certo, e eu amava isso nele. Era extremamente fofo como ele fazia as coisas.

— O que foi? — Ele me tirou dos meus pensamentos. — Não estou lavando direito? — brincou.

— Não, não. — Dei uma risadinha. — Estava admirando suas habilidades de lavador de louças. Já pode trabalhar em restaurante, sabia?

Ele riu abertamente. — Essa eu nunca tinha ouvido antes. Isso foi uma cantada?

— Hm, se você quiser ver dessa forma. — Dei de ombros, fazendo um charme.

— Uau, me sinto lisonjeado. — Continuou a brincadeira. — Está aproveitando que hoje é dia dos namorados, não é?

— Claro. Pena que não posso te dar chocolates.

— Mas pode me dar beijos, eu prefiro bem mais.

Sorri e me apoiei em seu braço, dando um beijo rápido em sua boca. — Não quero atrapalhar seu serviço, não é sempre que tem outra pessoa lavando a louça por aqui.

— Ah... entendi. Então vou me apressar.

Realmente ele começou a trabalhar mais rápido, e logo estava secando as mãos e eu guardando a última louça.

Nathaniel me abraçou por trás, deixando o rosto na curva do meu pescoço. — Pronto, acabei. Podemos aproveitar o dia dos namorados agora, e o final do seu aniversário, claro.

— Hm e o que você está planejando?

Sem me soltar, me puxou para a sala e sentou-se no sofá, e me puxou para me sentar em seu colo. Fiquei de lado e nos abraçamos por um bom tempo. Sua mão foi para o meu rosto e nos olhamos.

— Sabe o que eu estava pensando? — Ele falou. — Que... eu não consigo mais me ver sem você. E cheguei à conclusão de que eu te amo. Então... sou obrigado a te pedir em namoro agora mesmo.

Eu ri, com o rosto corando e deixei a mão em sua nuca, brincando com seu cabelo. — Bom... então acho que serei obrigada a aceitar e dizer... que eu também te amo.

Nathaniel sorriu e tomou meus lábios nos dele, em um beijo cheio de ternura.