Heart in Flames escrita por Vingadora


Capítulo 3
Potato bazooka


Notas iniciais do capítulo

Eu SIMPLESMENTE amo o personagem que vai aparecer nesse capítulo e que, claramente, já apareceu no finalzinho do anterior.
Ele é cômico, bem perfeito para a situação e, acima de tudo, um "mini-stark" perfeito. Eu juro que quase consigo imaginá-lo como filho da Lilly e do Tony (apesar de idolatrar a amizade dos dois).

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Pensando em nos defender, lancei meus pés ao chão, virando-me já para quem quer que tivesse falado e automaticamente comecei a projetar um chicote de fogo quando percebi que quem havia gritado era, nada mais, nada menos, que um garotinho com um boné grande demais para sua cabeça e cabelos tão grandes que quase pensei ser uma menina, se não fosse pela voz mais grave. Desfiz o chicote antes mesmo que fosse pega por ele e olhei-o pasma, pois segurava em suas mãos um tipo de arma de cano longo e feito de tubos coloridos, nem um pouco assustadora.

ㄧNão se mexam. ㄧele intercalava a direção da arma, hora para mim, hora para Tony que, instintivamente e demonstrando-se totalmente entregue às ordens do garoto, ergueu ambas as mãos, deixando de lado o alicate que antes segurava. Fiz o mesmo, porém não consegui ser tão firme quanto Tony e deixei escapar um rápido sorriso, antes de voltar minhas feições para o mais sério que conseguia.

ㄧNos pegou. ㄧTony falou, de forma calma e passiva. ㄧArma maneira, com munição de batatas, mas o cano é meio comprido. Considerando seu diâmetro, você vai perder em velocidade. ㄧe lá estava todo o motivo de tranquilidade do homem. Lá estava meu amigo Tony Stark, gênio, milionário, playboy e, ah, claro, sem esquecer: filantropo.

Para provar que o homem a sua frente estava enganado, ele apontou a arma para alguma coisa acima da minha cabeça e apertou o gatilho, acertando no mesmo momento uma das batatas num recipiente de vidro exatamente acima da minha cabeça, fazendo com que alguns cacos caíssem a minha volta.

ㄧÉ, o menino parece que dá conta do recado. ㄧ assenti com a cabeça, fiz um sinal de positivo com meu polegar direito para ele, enquanto piscava e sorria.

ㄧAgora está sem munição. ㄧTony desceu suas mãos e pousou-as na mesa a sua frente enquanto ainda debochava do menino.

ㄧO que é isso no seu peito? ㄧindagou o menino, sem parar de apontar a arma em direção à Tony, enquanto o imenso saco de batatas que também trazia consigo já parecia pesar demais para alguém da sua estatura.

ㄧÉ um... eletroímã. ㄧStark respondeu, e eu tinha certeza de que em sua cabeça o menino não faria ideia do que ele acabara de dizer ㄧ Devia saber, já que tem uma caixa cheia deles. ㄧ e cutucou uma caixa azul ao seu lado indicando a similaridade com o que estava em seu peito.

ㄧE alimenta o que? ㄧo menino tornou a indagar.

Tony me encarou, e li em seus olhos a pergunta “mostramos ou não?”. Como resposta, aproximei-me do abajur e apontei a luz dele em direção ao traje logo atrás de nós, ainda imóvel no sofá.

Ouvi o som de algo caindo e, quando olhei para o menino, vi sua bazuca jogada no chão e uma feição de idolatria e fascínio estampada na face.

ㄧQue maneeeiro! ㄧo sotaque do Tennessee estava sobressalente em sua fala desta vez. Aproximando-se em poucos passos, aproveitou para limpar o nariz que possivelmente escorria por conta do frio lá fora. ㄧIsso... isso é o Homem de ferro?

ㄧTecnicamente, eu sou. ㄧTony cortou o menino, de forma rápida.

ㄧMas sim, ㄧcutuquei Tony com o cotovelo e o olhei rispidamente, o censurando pelo modo como tratava o seu fã ㄧaquele é o traje do Homem de ferro.

Tecnicamente ㄧ o menino voltou a falar ㄧ você está morto. ㄧ aproximando-se mais enquanto falava, empurrou contra o peito de Tony um jornal e, afastando-se rumo à armadura, começou a xeretar por lá enquanto Stark olhava a notícia de faixada.

 

ATAQUE DO MANDARIM:

STARK DADO COMO MORTO.

 

ㄧQuem é Mandarim? ㄧ questionei depois de ler a manchete nas mãos de Tony.

O menino riu logo atrás de mim e bufou.

ㄧOnde você esteve todo esse tempo? ㄧ ironicamente ele indagou ㄧ Estava em outro mundo, é?

Ignorando o menino, voltei-me para Stark e aguardei uma resposta. Olhando firmemente eu seus olhos, pude perceber uma leve pontada de incerteza e uma pitada de temor. Seria este tal de Mandarim que deixou-o nesta situação catastrófica? Bom, pelo seu olhar atento e seu silêncio, parece que já tenho minha resposta.

ㄧJá tenho um nome, então posso agir. ㄧcomecei a dar passos rumo à porta e fui impedida de prosseguir por sua mão que voou em direção ao meu braço e puxou-me de volta.

ㄧNão. Não é assim que as coisas funcionam, agora, tá legal? Você não pode voltar depois de todo esse tempo e tentar resolver meus problemas como se fosse fácil demais. Tem muita coisa em jogo. ㄧ suas palavras ainda eram duras e ríspidas, porém conseguia captar um pedido silencioso de socorro entre elas.

ㄧ Nós precisamos mesmo conversar, Tony. ㄧ tornei a insistir naquele pedido.

ㄧDepois.

ㄧNão tem como ser depois, precisa ser-

Depois. ㄧele freou-me com sua palavra e meneou com a cabeça, apontando para o garoto ali perto.

Suspirei, em desistência e assenti, concordando que talvez aquela conversa devesse esperar uns minutos.

ㄧO que aconteceu com ele? ㄧ olhando o garoto, era possível vê-lo sentado no sofá, puxando a máscara da armadura para cima e avaliando o estado do traje que estava repletamente cheio de arranhões, como se tivesse participado de uma dura batalha.

ㄧ A vida. ㄧStark foi sutil ao responder a indagação do menino ㄧEu o construí, eu cuido dele. ㄧele alertou, enquanto se afastava de mim alguns passos para ler melhor o jornal em suas mãos. Cansado do que estava lendo, jogou em minha direção, meneou com a cabeça para que eu lesse a notícia e voltou sua atenção novamente ao assunto já em andamento com o curioso que bisbilhotava sua armadura ㄧE vou consertar.

ㄧComo um mecânico? ㄧele revidou com outra pergunta, olhando curioso para o adulto à sua frente.

ㄧÉ. ㄧ Foi tudo o que teve como resposta.

ㄧ Bom... ㄧvoltando-se novamente para o traje, começou a encará-la de forma mais avaliativa, e eu quase tinha certeza de que já tinha visto aquela postura em alguém, em algum momento da minha vida ㄧSe eu fosse construir o Homem de Ferro e a Máquina de combate-

ㄧAgora é Patriota de ferro. ㄧ corrigi o garoto enquanto lia um pequeno trecho do jornal que indicava exatamente aquela mudança de nome.

ㄧ Muito mais legal! ㄧ o garoto sorriu, animado, olhando-me pela primeira vez e, sinceramente, possivelmente percebendo a minha presença além da de Stark ali naquele lugar.

ㄧNão é não. ㄧ Tony discordou do menino, olhando-o enojado de sua reação.

ㄧMas enfim... ㄧ voltou-se novamente para a armadura e começou a dar sua opinião sobre a estrutura do objeto à sua frente ㄧ eu teria colocado bem aqui um painel retro...

ㄧPainel retrorreflexivo? ㄧ Stark foi se adiantando e apressando a fala do menino.

ㄧPara ficar no modo furtivo. ㄧo garoto deu continuidade na fala dele, como se ele mesmo tivesse dito aquilo.

ㄧQuer um modo furtivo? É uma boa ideia, talvez eu construa um. ㄧ Sim, meus caros, ele estava concordando com alguém ali, no fim das contas.

Mas, é claro, que algo muito superior não concordou com aquela atitude, porque, no mesmo momento, o garoto simplesmente puxou um pouquinho mais um dos dedos do traje e arrancou fora.

ㄧNão, não, não! O que tá fazendo? Vai quebrar o dedo dele. Agora tá doendo. ㄧTony olhou irritado para o menino e aquilo fez-me retornar a um tempo em que éramos exatamente assim e ele me ensinou grandes coisas no meu período de trabalho para as emprestas Stark.

Eu havia chegado ali no meio de um acontecimento. Era um peixe fora d’água, de acordo com ele, há quase dois anos. Isso me assustava, porém não surpreendia. Eu cheguei a imaginar que passaria por algo similar quando voltasse para casa, mas nunca com um baque tão forte assim. Dois anos que fiquei enfurnado no laboratório, vigiando todo micro ponto da Terra, esperando uma mudança climática que indicasse seu retorno. Foi o que ele me disse. Dois anos é tempo demais. Aquele tempo excedia o prazo que dei para todos e, possivelmente Fury fez o que eu havia pedido a ele momentos antes de partir para Asgard.

O que ninguém sabia na época era que havia realmente um alto risco da minha morte ocorrer e, portanto, como eu não queira que ninguém esperasse por mim mais que um ano, pedi à Fury que, caso eu não voltasse ou desse nenhum sinal de vida, ele poderia me declarar morta e todos seguiriam suas vidas como se eu nem houvesse existido. Claro que agiram de forma mais dramática que o normal, já que, como Tony disse, fizeram um funeral para mim.

Dois anos é tempo demais.

ㄧE aí, quem tá em casa? ㄧa pergunta que ele fez ao menino despertou minha atenção, pois só então me dei conta de que aquele menino deveria ter pais e uma família lá dentro da casa, possivelmente sem nem imaginar o que estava acontecendo nos fundos do seu quintal.

ㄧBom, minha mãe tinha um jantar pra ir e meu pai saiu pra jogar na loteria. Acho que ele ganhou, porque isso foi há seis anos. ㄧbrincando com o dedo da armadura em mãos, ele fez piada da sua própria história trágica.

ㄧMeu pai também era um idiota. ㄧ falei e olhei condescendente com a situação do menino que sorriu de volta.

Tony olhou-me de relance, talvez se questionando o porquê de eu ter dito aquilo, mas logo voltou a falar, tentando amenizar a situação.

ㄧTá, isso acontece. O seu pai foi embora. Deixa de frescura. Olha só, preciso do seguinte: um laptop, um relógio digital, um celular, o atuador pneumático da sua bazuca ali, um mapa da cidade, uma mola grande, um sanduíche de atum pra mim, um cookie daqueles de embalagem azul para a Lizzie e tênis de corrida tamanho trinta e seis, de preferência feminino, porque ela me irrita toda vez que afunda na neve com esse salto alto.

Fuzilei-o com o olhar por seu comentário sobre meu salto alto e precisei me prontificar.

ㄧNada de tênis para mim, garoto. Meu salto alto é minha arma.

ㄧ Você tem aquele seu negócio novo com fogo, não pense que não vi o que ia fazer com aquele chicote. E nós dois sabemos que você não precisa de um salto alto para usar como arma para ferir alguém.

Suspirei e revirei os olhos, já esperando algum comentário furtivo do menino sobre meus poderes.

ㄧE eu ganho o que com isso? ㄧ surpreendendo a mim, o menino não fez nenhum comentário do tipo: são coisas absurdas; que negócio de fogo? ou até mesmo não temos atum em casa. Ele simplesmente desejava algo em troca.

ㄧ A salvação. ㄧTony revidou na mesma altura de impetuosidade ㄧComo é o nome dele? ㄧindagou quase atropelando sua resposta anterior.

ㄧDe quem? ㄧ o menino questionou por nós dois.

ㄧDo garoto que mexe com você na escola. Qual o nome?

ㄧComo sabe disso? ㄧo olhar triste do menino dizia tudo e eu tive que colaborar de alguma forma.

ㄧOs mais inteligentes sempre são perseguidos pelos idiotas. ㄧ constatei ㄧ Eu era perseguida por um garoto chamado Scott.

ㄧVocê nunca frequentou escola. ㄧTony disse tentando me desmentir, como se realmente conhecesse toda minha vida.

ㄧNão, mas eu convivia com outras pessoas da minha idade quan-

ㄧTá, deixa pra lá. ㄧdesdenhando da minha história, voltou-se novamente ao menino quando disse: ㄧTenho uma coisa perfeita. ㄧaproximou-se da armadura e retirou de um compartimento um objeto cilíndrico que eu sabia exatamente o que era, pois era um dos projetos que eu desenvolvi, mas ele nunca havia levado a diante, por considerar desnecessário na época. ㄧ Isso é a mochila de um hamster. ㄧo menino olhou-o confuso e ele prosseguiu ㄧBrincadeira, é uma arma muito poderosa. ㄧexplicando como se fazia, ele gesticulou com a mão enquanto falava ㄧMantenha longe do seu rosto, aperte o botão em cima que desencoraja bullying. E não é letal. Só pra você sair fora. ㄧentregou na mão do menino e olhou-me de soslaio, avaliando minha reação diante daquele momento. Depois disso, sentou-se ao lado do garoto e o observou avaliar o projétil. Na verdade, quase senti como se ele buscasse minha aprovação para o que havia acabado de fazer, mas me recusei a esboçar alguma reação, para não deixa-lo entendendo que eu já achava que estava tudo bem entre nós. ㄧ Fechado?

ㄧFechado. ㄧ o garoto concordou e segurou firme em suas mãos o projétil.

Os dois permaneceram em silêncio por um curto momento, enquanto ele avaliava o presente que acabara de receber. Percebi então que já estava de saco cheio de vê-lo somente como um “garoto” e, já que havíamos invadido sua casa, seria bacana, minimamente, sabermos quem ele era. Mas, claro, Tony foi mais rápido e perguntou:

ㄧQual o seu nome?

ㄧHarley. E você é... ㄧ antes que ele completasse, Stark o interrompeu.

O mecânico. Tony.

ㄧ Já você eu não sei quem é. Ele te chamou de Lizzie. ㄧ Harley olhou-me curioso. ㄧ Não se parece com a moça bonitona que sempre está do lado dele.

ㄧ É porque eu sou a segurança pessoal dele e por isso não apareço nas fotos. ㄧsorri e antes que eu continuasse a falar, Stark corrigiu-me.

Era. Ela era minha segurança pessoal, mas foi demitida faz uns meses. Ela tá morta, sabia? Pode procurar no Google por Ellizabeth Fury. Não, espera! Não procura, não vai achar nada. Ela é um fantasma. Um fantasma morto que foi demitida.

Revirei os olhos e ergui minha mão para o menino enquanto me aproximava o suficiente para sentar na cadeira onde Stark havia sentado antes.

ㄧ Sou Ellie. E apenas isso. ㄧ ainda sorrindo, tive minha mão apertada pela dele e recebi um sorriso de volta.

ㄧ Ellie é bem melhor que Lizzie. É apelido para Ellizabeth, não é?

ㄧ Na verdade não. ㄧ corrigi o garoto ㄧ É só Ellie mesmo.

Retribui o olhar de soslaio para Tony e pude pegá-lo me encarando estupefato com a nova informação.

ㄧMas hein, sabe o que eu to pensando agora mesmo, Harley? ㄧ Stark voltou-se para o menino que olhou-o prontamente aguardando uma resposta imediata ㄧOnde é que tá meu sanduíche?

O menino levantou-se do sofá e, acenando com a cabeça para mim junto de um sorriso, afastou-se correndo, deixando para trás sua sacola de batata e a bazuca, e saindo dali em disparada, rumo à sua casa.

ㄧ Só Ellie. ㄧ Tony friamente soltou as palavras ㄧ Ellie. Aderiu seu nome do meio, agora?

ㄧ Muita coisa mudou em três meses, Stark. ㄧ encarei-o de volta erguendo uma das sobrancelhas e meneando com a cabeça em sua direção ㄧ Vamos começar por você e depois conto minha triste história asgardiana.

ㄧNão, não, senhorita. Você sumiu por quase dois anos. Você conta.

ㄧEu morri e voltei à vida. Lutei contra uma força maligna, descobri que tinha uma espécie de casamento secreto com Loki numa vida passada e que ele se tornou o que se tornou porque eu matei meu pai biológico e, para pagar por meus pecados, fui assassinada por minha mãe biológica temporariamente, para que, quando me sacrificasse verdadeiramente por meu povo, pudesse retornar à minha forma original de fênix e voltar à Asgard como uma rainha novamente. ㄧ soltei as informações sem tomar muito fôlego para respirar e ao terminar tudo, tendo a mais remota certeza de que eu o deixara confuso, respirei mais fundo e prossegui ㄧ Agora você. Quem é Mandarim?

ㄧEntão quem é você, afinal? Ignis, Ellizabeth ou...

ㄧEllie. ㄧ falei, por fim, querendo finalizar aquele assunto para voltar ao que era mais importante. ㄧE o Mandarim?

E, e claro, que Tony Stark não queria seguir o mesmo roteiro que o meu.

ㄧMas você é idêntica a primeira versão que eu conheço... quer dizer... a Ellizabeth. Ou, pelo menos, quase idêntica. Tirando os olhos, claro...

ㄧMeus olhos? ㄧfranzi a testa e olhei-o pasma ㄧ Ainda são a mesma coisa de antes dessa coisa de fênix, Tony. São castanh-

ㄧNão, não, docinho. São bem diferentes. Na verdade parece até mesmo uma espécie de quimerismo. Um lado está castanho, assim como antigamente, mas o outro... parece estar esverdeado, assim como quando você saiu da Terra para se livrar dessa coisa de Ignis. Falando nisso, você então tem o poder da fênix? Mas você não morreria se continuasse com o fogo lá? Eu lembro bem o porquê de você ter saído da Terra em busca da tal curandeira.

Olhei em volta até procurar algo que refletisse, acabei encontrando uma tela de laptop quebrada no fundo de uma gaveta entreaberta da mesa. Assim que encarei meu reflexo fiquei estupefata com o que via. Ele tinha razão, meus olhos não possuíam a mesma tonalidade. Era como uma espécie de mutação e não parava por aí. Minha pele voltara a ser aquele branco pálido, assim como Ignis era. O que aquilo significava? Que eu estava, aos poucos, mudando novamente, de acordo com o meu domínio pelo corpo?

ㄧE a curandeira? Ela conseguiu ajudar durante esse tempo que esteve fora? Não deve ser muito boa, já que levou anos para o tratamento surtir efeito. ㄧ Tony prosseguia com sua tagarelice enquanto parava de prestar atenção nas minhas mudanças físicas.

ㄧ Era minha irmã, Ilidia. Ela... bom... eu tive que aprender do meu próprio jeito como controlar tudo isso.

ㄧ Autossuficiência. ㄧ Ele tirou as palavras da minha boca, como se soubesse exatamente o que eu queria dizer ㄧ Eu sei o que é isso. Convivo com isso todos os dias.

O flash de memória de sua irritabilidade ao recusar minha ajuda subiu à minha cabeça e eu tinha certeza absoluta do que Tony dizia agora. Era isso, afinal? Ele estava tentando provar que não precisava da minha ajuda mais? Que eu fui descartada? Que, sem mim, ele conseguia ser autossuficiente?

ㄧ E esse antebraço, o que faremos com ele? ㄧ indaguei, procurando mudar de assunto e ser eficiente ali.

ㄧDou um jeito nele num instante, fica tranquila. Agora vamos voltar para-

ㄧ Já chega de Asgard, Tony. Eu quero informações sobre o Mandarim.

Frustrado com minha insistência, ele passou as mãos pelo cabelo desarrumado e apoiou os cotovelos em suas coxas, procurando alguma forma de iniciar o assunto que parecia ser bastante delicado para ele naquele instante. De alguma forma, eu sentia que aquela pequena fissura de raiva que tinha deste homem, até então, desconhecido, cresceria potencialmente a partir do momento que me fossem reveladas mais informações sobre quem era Mandarim.

Quando ele me entregou o jornal, não haviam muitos detalhes nas manchetes e senti que seria perda de tempo procurar pela notícia melhor documentada entre as folhas das páginas e, então, aguardei por aquele momento. Confiei à Tony a responsabilidade de me revelar mais detalhes daquele monstro descrito na capa do jornal.

Eu só não contava que a espécie de monstro que ele estava prestes a se revelar era de um tipo bem pior do que imaginava.


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