Castle escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 38
XXXVIII - Yibambe


Notas iniciais do capítulo

Heyyy guerreiros! Dois hoje! ♡



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Wanda

  - Como treinamos semana passada, okay? - Loki perguntou e eu assenti, de olhos fechados.

  - Mentalize. - murmurei, concentrada. Estiquei as mãos. - Materialize.

Repeti essas palavras algumas vezes, imaginando minhas mãos acesas como uma tocha. Quando abri os olhos, nada havia acontecido.

  - Eu desisto! - gritei, passando as mãos pelos cabelos.

  - Não, Wanda. Não diz isso. - Bucky se levantou, segurando minhas mãos.

  - Você é uma Romanoff, repete isso de novo e vai desejar ter morrido no pântano. - Natasha ameaçou, me fazendo bufar. Ela tem razão. Eu sou uma Romanoff.

  - Tente de novo. Sinta seu poder. Ele responde a você e a mais ninguém. - Loki disse, e voltei ao meu lugar.

Fechei os olhos, respirando fundo.

Você é Wanda Maximoff Romanoff e ninguém pode te fazer sentir menor.

Mentalize. Materialize.

Poder.

Dessa vez senti minhas mãos acesas.

  - Auraque mobilius - murmurei, e abri os olhos.

 


A flor diante mim foi envolvida por energia vermelha, se espalhando ao meu redor e ela levitou devagar e irregularmente. Sorri, vitoriosa.

  - Ah, meu Deus. - eu disse, e o feitiço se quebrou.

  - Você está fazendo um feitiço de bruxaria, sério que vai falar o nome de Deus? - Natasha cruzou os braços e Steve deu uma cotovelada nela.

  - Ela está indo bem.

  - Está indo bem para um bebê.

Bufei, me concentrando.

  - Auraque mobilius. - a flor fez a mesma coisa, se levantando até ficar na altura do meu rosto.

  - Mova-a pela sala. - Loki pediu. Minhas mãos firmes e curvadas se mexeram devagar e senti uma gota de suor brotar em mim.

Meus olhos estavam vermelhos, eu sabia. Poder. Era poder saindo de mim. Eu me senti a pessoa mais poderosa do mundo.

A flor se moveu pela sala e a energia ao meu redor ficou mais forte. Mais agitada. Mais agressiva.

  - Wanda. - Loki murmurou. Vi Steve segurar o braço de Natasha e Bucky se levantar. - Wanda. Chega.

Não dei ouvidos, penas trouxe a planta até mim, cada vez mais envolta de energia. Senti ela viva. Senti ela morrer. Destruí-a com um movimento de dedo, e ela caiu no chão, incinerada.

 


Arregalei os olhos. Todos ao meu redor estavam de queixo caído.

  - Okay, foi bom, até a planta... bem... - Thor disse, quebrando o silêncio.

  - Não vamos tentar com pessoas ainda, por precaução. - Loki sorriu.

  - Eu não... Estou me sentindo muito bem. - murmurei, com meus braços formigando e uma onda de fraqueza me invadindo. Desde que vomitei em Natasha, não paro de sentir náuseas e fraquezas. Ela ficou muito brava.

Bucky segurou minha cintura, me mantendo em pé.

  - Você está pálida, meu amor, vamos comer algo, tá? - assenti, e Bucky me tirou dali.

(...)

Natasha

  - É estranho, após sugar a energia de algo ela devia se sentir mais forte. - Loki disse a Thor. - Não era para uma iniciante conseguir matar algo tão facilmente.

  - Foi isso que ela fez? - eles olharam para mim.

  - Alteza. Em que posso ajudar?

Respirei fundo.

  - Bruxas, feiticeiras, sei lá, podem engravidar, certo? - perguntei.

Loki olhou para Thor.

  - Eu não acredito que não contou para ela. - ele disse, e Loki revirou os olhos.

  - Não.

  - O que? - perguntei.

  - "Bruxas, feiticeiras ou sei lá" são inférteis. - Loki explicou.

Pisquei algumas vezes. Wanda sempre quis ter filhos. Ela ficaria arrasada.

  - Tem certeza?

  - Nunca vi. - Thor disse, tocando meu ombro.  - Sinto muito. Loki devia ter contado a ela.

  - Mas... Eu acho que ela está. Grávida. - eu disse firmemente, e Loki arqueou uma sobrancelha.

 


  - Impossível.

  - Ela apresentou todos os sintomas. E se já estivesse grávida antes de se tornar bruxa?

  - Não dá. - Loki cruzou os braços.

  - Pode fazer sentido, Loki. A maioria das pessoas passa pelo processo antes dos onze anos e se torna infértil desde então. Talvez por isso não tenha acontecido ainda. - Thor deu de ombros.

  - Não dê esperanças a ela, cabeça de Trovão. - Loki o repreendeu.

— Tem alguma explicação do porque de não poderem se reproduzir?

  - A mais aceita é que o diabo não permite. - Loki disse, bizarramente interessado nesse fato. - Há lendas sobre isso, na verdade. Dizem que seria um desastre. A criança destruiria o mundo. Seria a bruxa mais poderosa de todos os tempos.

  - São só lendas. - Thor suspirou.

  - Dizem que Lilith era filha de uma bruxa que engravidou do demônio. - Loki deu de ombros.

  - Para, droga. - Thor empurrou o irmão violentamente.

Dei meia volta, saindo da sala sentindo o mundo rodar. Andei pelos corredores, preocupada e desorientada e parei na janela, apoiando-me nela.

Minha intuição nunca falha. Droga.

  - Está tudo bem? - ouvi a voz de Steve atrás de mim e assenti, respirando fundo. - Nat.

Ele tocou meu braço.

Puxei sua mão, entrando em uma sala de reuniões com mapas cobrindo todas as paredes. Fechei a porta atrás dele e me sentei na mesa de madeira, pensando.

  - O que foi? - ele se aproximou.

 


  - Eu acho que Wanda está grávida. - Steve sorriu genuinamente.

  - Isso é maravilhoso!

Minha cara de assustada o fez desmanchar o sorriso.

  - Não? - Steve fez uma cara confusa adorável.

  - Acabei de perguntar ao Loki e ele disse que Bruxas são inférteis.

  - Ah, não. - ele engoliu em seco.

  - Steve. - segurei seu rosto firmemente, fazendo-o focar nos meus olhos. - Ela está grávida! E é impossível! Devia ser, mas ela está!

  -  Pode não estar, infelizmente. - ele tocou minha bochecha. - Loki tem experiência com isso.

  - Pode ser. Mas eu reconheço uma gravidez quando vejo uma. Nunca me enganei. - Steve franziu as sobrancelhas.

  - Okay, mas...?

  - Mas... Loki disse que o Diabo não permite que as bruxas se reproduzam. Dizem que a filha genuína de uma bruxa seria tão poderosa que destruiria o mundo, Steve.

  - Nat...

  - Steve, meu Deus. Eu... Nós... - suspirei, e ele me abraçou.

  - Natasha. Calma. Okay? - ele beijou minha testa, e olhei para ele. - Não sabemos de nada ainda. O que temos que fazer é dizer para Wanda fazer o teste de gravidez, ou outra forma de contar a ela. Pode ser uma coisa boa. Nosso sobrinho. - ele sorriu.

  - Ou sobrinha. - ele assentiu.

  - Mas se passar alguns meses e nada acontcer... Ela tem que saber. Que não pode ter filhos. - ele suspirou. - Bucky quer tanto.

  - Ela também. - eu disse, suspirando. Prefiro que nasça um capetinha com xifres do que não ter nenhum sobrinho fofinho.

  - Uma semana para nos casarmos. - ele segurou minha mão e eu sorri.

  - Uma semana pra eu acabar com você numa cama. - beijei seus lábios devagar, me sentindo instantaneamente mais calma.

  - Vamos ver. - ele se afastou, indo até a porta.

  - Isso é um desafio, Steve Joseph Grant Tudor Rogers?

  - Que droga, Natasha. - ele reclamou, e eu ri. Steve odiava o nome inteiro dele. Os herdeiros dos tronos sempre colocavam nomes que já vieram antes.

  - Lembra quando eu descobri que seu nome é Steve Joseph e te chamei assim por um mês inteiro?

  - Foi um inferno. Meu nome é Steve, okay? Rei Steve, só.

  - Não é o que diz sua certidão.

  - Okay, Natasha Shvartzman Kuznestov Romanoff.

  - Você falou tudo errado. - cruzei os braços.

  - Óbvio, não entendo nada de magia negra. - bati em seu braço, começando a rir e acabamos nos beijando.

  - Você está exausto. - eu disse, analisando seu rosto dr perto, e ele suspirou.

  - Muita coisa do casamento, e guerra...

  - Não é só isso. Eu não sou idiota. - cruzei os braços.

  - Eu sei que não.

  - Steve, me diz o que está acontecendo. - Pedi, segurando suas mãos.

  - Nada, Natasha, por Deus. - ele revirou os olhos.

  - Você não precisa me esconder nada, Steve, achei que...

  - Quanto tempo achava que Wanda está grávida? - ele acusou, ficando nervoso.

Suspirei.

  - A uma semana.

  - Ah, imaginei que não me contaria mesmo. - ele se afastou de mim. - Nem pra ela. Por que você sempre mente e esconde as coisas.

  - Steve.

Ele bateu a porta. As ocupações de humor de Steve me preocupavam cada vez mais e ele achava que escondia bem as olheiras com maquiagem.

No jantar Steve sequer olhou para mim, mal conversou com Bucky. Olhei para James, que me questionava com os olhos o que estava acontecendo e eu dei de ombros.

Eu mesma estava uma pilha de nervos por esse casamento, tinha que lidar com mais de mil pessoas planejando esse casamento durante a última semana. Um dia inteiro provei intermináveis sabores de bolo, doce, salgado e não tenho mais idéia do que para o baile, passei mal a madrugada inteira.

E foi uma semana brigando com o embaixador de Romanoff que trazia as enormes exigências do meu pai para o casamento, que não eram poucas, e finalmente chegamos a um acordo. Parecia que meu pai que se casaria com Steve!

Fui obrigada a cheirar mais de cem flores, pra milhares de coisas diferentes. Recebi zilhões de cartas confirmando presença e me desejando parabéns, entrei e saí de quinze carruagens para decidir qual a melhor, estava sendo literalmente um inferno.

Escolhi meu vestiso e essa era a parte boa. Na verdade, a parte maravilhosa.

Naquela noite fiquei no banho até quase dissolver e me senti mais leve, mais calma. Tinha que manter Steve em foco e pensar que esse seria um momento feliz. Um momento perfeito. Meu e dele, de mais ninguém.

Dormi naquela noite sem pesadelos, estava exausta. Mas acordei com um grito abafado. Me levantei sobre a luz da vela, vestindo meu sobretudo de princesa e fui até a janela.

Algumas sacadas da minha as velas do quarto de Steve estavam acesas e ocilando como se ele estivesse correndo por todo o quarto e o vento ameaçasse as chamas.

Ouvi barulhos de espada e meu coração gelou. Oh, Deus. Corri pelo corredor e vi um guarda parado de frente para sua porta, receoso.

  - Por que não entrou?! - perguntei, assustada.

  - Vossa majestade pediu para eu não entrar. Toda noite é a mesma coisa. - ele disse, e me senti desabar. Como eu não percebi isso antes? Abri a porta e o barulho parou.

Steve estava com a espada na mão, ofegante.

  - Steve. - murmurei, sentindo os olhos encherem de lágrimas. - Larga.

Ele obedeceu, soltando a espada e ele fechou o punho. Fui até ele devagar, vendo seus olhos assustados no chão.

  - Ei. Eu estou aqui, meu amor. - toquei seu rosto. Steve me envolveu num abraço apertado e logo o retribui, abraçando seu pescoço tão urgentemente que saí do chão, seus braços fortes me mantiveram para ele.

  - Canta pra mim? - ele pediu. Assenti.

Steve me colocou no chão, e o puxei para a cama. Deitei ele com a cabeça na minha barriga, acariciando seus cabelos. Comecei a murmurar uma canção no idioma ancestral de Romanoff e devagar ele se acalmou, mas sem conseguir fechar os olhos.

  - Devíamos parar de mentir um para o outro. - eu disse por fim, e ele levantou os olhos azuis para me fitar.

  - É uma boa idéia.

  - Sem mentir nem esconder nada? - perguntei, e ele assentiu. - Eu tenho pesadelos também.

  - Tem? - ele olhou para mim.

  - Toda noite. Praticamente. Mas hoje não tive, porque o pesadelo é você aqui, sofrendo por uma semana sozinho sem eu poder ajudar.

  - Desculpa não ter contado. - ele murmurou, de olhos fechados.  - Começou com as coisas que a garota do pântano me mostrou. Meu povo morrendo e os mortos acordando. Tem um homem com máscara e ele fica me olhando. É como se quisesse me avisar o que vai acontecer. Um massacre.

Deixei ele continuar, mas não parei de acariciar seus cabelos, cada vez mais preocupada.

  - Zemo sentado sobre nossas cabeças. E  vi minha morte. - ele disse, e eu fechei os olhos.

  - Nada disso vai acontecer.

  - Pareceu muito real.

  - Ele sempre parecem. Todos os pesadelos. Querem te fazer parecer que é real. - ele suspirou. - Eu fui criada pra isso. Mentir.

Ele levantou a cabeça, apoiando os cotovelos na cama.

  - O que infernos era aquele lugar? - ele perguntou.

Fechei os olhos por um segundo, com anos de memórias passando pela minha mente.

  - Era chamado de Programa Viúva Negra. - suspirei, tomando coragem. - Todas as herdeiras de Romanoff foram para lá. Só as nascidas de reis, minha mãe por exemplo teve a sorte de não ser mandada para lá. Mas tinham mais garotas comigo, muitas mais. Yelena por exemplo.

Ele ergueu as sobrancelhas.

  - Por isso vocês não se dão bem.

  - É mais que isso. - mordi os lábios. - Quase nos matamos várias vezes, éramos obrigadas. E eu era a melhor. Sempre fui. E ela nunca aceitou isso. E um dia eu salvei ela de um homem que ia... E quase morri. E pra agradecer ela me trancou no telhado cheio de neve por uma noite inteira.

Virei a cabeça, tirando o cabelo da nuca, revelando uma cicatriz que vinha de trás da orelha até o pescoço. Não consegui olhar para Steve, eu sabia que doía mais nele que em mim.

  - Anos atrás eu voltei lá. Estava sofrendo pela morte do Pietro. Eu sentia tanta culpa que queria morrer. Mas eu não podia morrer. Eu nasci rainha. E para compensar matei todos eles. Inclusive aquelas garotas inocentes. - senti uma lágrima escorrer dos meus olhos. - Sabia que elas iriam se transformar em monstros.

  - Você não é um monstro. - Steve disse, me trazendo para perto dele. - Eu te perdoo.

Fechei os olhos e nada mais importava.

(...)

Steve

  - Vai ser o evento da história, você tem noção? - Bucky perguntou, alarmado por eu ter ditoque meu traje era exagerado. - Não temos uma coroação a trinta anos. E NUNCA na história houve um casamento entre os Roger e os Romanoff.

  - Está bem, Bucky.

Dois dias para o casamento. Ninguém nos três reinos está falando de outra coisa. Todo mundo está radiantemente feliz. Ou pelo menos eu achava até ouvir o berro de Natasha pelos corredores.

Eu olhei para Bucky, que me seguiu quando subi as escadas correndo como um raio. O quarto de Natasha estava aberto e corri até lá. Scott estava ao lado de Natasha, tremendo parada no lugar.

  - O que foi? - perguntei, indo até ela.

Natasha só conseguiu apontar para a própria penteadeira. Andei até lá, já sentindo um cheiro estranho. Uma caixa de madeira estava lá, com um bilhete em cima.

"Para a princesa Romanoff"

Abri a caixa e meu rosto logo se desmanchou numa expressão sombria.

Um coração ainda cheio de sangue pendia na caixa retangular, com outro bilhete em cima.

"Volte para seu Reino do Demônio, princesa bruxa"

Olhei para Bucky, que analisava o conteúdo da caixa ao meu lado.

 


  - Puta merda. - James murmurou. - Isso é basicamente uma ameaça de morte.

Tthomas apareceu com a espada na mão e de pijama, seguido de Chharles que parecia nem ter trocado de roupa. Tthomas tapou a boca para não vomitar.

  - Chharles...
 
  - Já sei, não precisa me dizer. - ele cruzou os braços. - Senti o cheiro do meu quarto.

Fui até Natasha, que estava impassível e encolida perto da cama. Segurei sua mão tremendo e abracei seu corpo no meu.

Chharles foi até a caixa e sem pudor nenhum tocou no coração.

  - É de porco, pelo tamanho. Foi morto ontem de noite, provavelmente.

  - Quem deixou isso aí? - Natasha perguntou, ainda meio trêmula.

A cabeça de Chharles manejou para trás.

  - Um homem, com cheiro de pólvora.

  - Um guarda? - Scott sugeriu.

  - Provável. - Charles estava assustadoramente concentrado, era como se já soubesse quem fez isso.

Ele então tirou um pano do bolso, limpando a mão.

  - Scott, leve isso ao meu escritório. - pedi e ele prontamente obedeceu, com uma cara de nojo. - Fique com a Wanda. - pedi a Bucky.

Natasha se afastou de mim, indo até o banheiro e eu a segui. Me apoiei na porta enquanto ela lavava o rosto.

  - Vou descobrir quem fez isso. E arrancar a cabeça dele eu mesmo. - eu disse, enquanto ela secou o rosto.

  - Eu estou bem. - ela disse. - Só... cheguei a pensar que podia ser de um de vocês.

  - É só um pobre porco. - entrei em seu banheiro enorme, segurando seus cabelos gigantescos por trás para dar mais ar a ela.  - Vai deixar crescer até o pé? - perguntei, tentando distraí-la.

  - Não me importo o suficiente com meu cabelo. - ela disse, suspirando. - Desde que essa guerra começou... não me sinto mais segura. Em lugar nengum.

  - Daqui a dois dias não vai precisar se preocupar com invadirem seu quarto enquanto estiver sozinha, porque sempre vou estar com você. - ela sorriu e observei nosso reflexo no espelho.

  - Okay. Meu pai chega daqui a pouco.... Meu irmão e a cobra da esposa dele... e a Naara.

  - Ela vai ficar adorável de daminha. - ela sorriu e pareceu menos tensa em se lembrar do que aconteceu.

  - Vou me arrumar, mandarei Sam pessoalmente se juntar com Chharles e resolver isso. - ela assentiu, e beijei sua bochecha. - Qual cor vamos usar hoje?

  - Que tal... Roxo? - assenti.

Deixei-a, preocupado e fui falar com Sam, que já sabia do que aconteceu e foi com Scott se organizar. Vesti uma túnica justa e roxa com desenhos em veludo por toda sua extensão, uma calça preta e a coroa do meu pai.

Olhei para a navalha a minha frente, suspirando, e meia hora depois eu estava completamente sem nenhum pelo no rosto, como antes do meu pai morrer. Como um príncipe ingênuo.

Saí pelo corredor, encontrando Natasha tentando tranquilizar Wanda que chorava.

  - Eles vão te matar? - ela perguntou, nervosa e toda vermelha. Agora entendi o que Natasha quis dizer com "sintomas intensos de gravidez".

  - Por Deus, Wanda, recomponha-se. E por acaso alguém consegue me matar? - sorri. Quando me viu Wanda começou a chorar mais. Natasha olhou para mim, arregalando os olhos e sorriu.

  - Você está vinte anos mais novo. - suspirei, dando de ombros.

  - Ninguém vai machucar ela, Wan. Não vou deixar. - passei um braço pelos ombros da morena, que me abraçou.

  - Eu gostava da sua barba! - acabei rindo e as duas seguiram o mesmo caminho.

Bucky levou-a para tomar água e ficamos apenas nós dois no topo da escada do salão.

  - Você está bem?

  - Estou. - assenti. Era verdade. Eu estava radiantemente feliz, e talvez por isso os pesadelos tenham dado um tempo.

Observei Natasha. Seus cabelos ruivos estavam presos em uma trança gigante que tinha enfeites de metal dourado e outras tranças menores embutidas enrolando-se ao redor da maior. Seu vestido roxo era estonteante.

 


  - Eu sou o cara mais sortudo do mundo. - sorri, vendo-a corar e desviar os olhos. Eu amo quando ela faz isso.

Segundos depois um criado abriu as pesadas portas principais do castelo.

  - A Carruagem Real do Rei de Wakanda e do Príncipe de Romanoff! - o corneteiro anunciou. Natasha tomou meu braço para si e descemos as escadas juntos.

O primeiro a descer da carruagem foi T'Challa, o rei de Wakanda que deu a mão a sua esposa Nakia. Uma garota baixinha analisava a parede do castelo com um semblante curioso.

 


Eu e Natasha fizemos uma reverência a eles, que logo foi respondida. De acordo com as tradições, os reis mais jovens faziam reverência primeiro aos mais velhos.

T'Challa ofereceu a mão e eu firmemente a apertei.

  - É uma honra recebe-los aqui, majestades. - eu disse, sinceramente.

  - A honra é nossa. Nossas felicitações pelo casamento.

  - Vocês formam um casal tão lindo. - Nakia comentou e eu sorri. Natasha nem se mexeu, pela estreita política dela de não sorrir em público.

  - Obrigado. - respondi.

— Esta é minha irmã Shuri. - T'Challa apresentou.

— A senhora tem que me ensinar a fazer essa trança, está um arraso, alteza! - Shuri se aproximou de Natasha, olhando seu cabelo.

— Shuri, por Deus. - T'Challa reclamou.

 


— Senhora? - Natasha murmurou.

Da outra carruagem a primeira a pular foi Naara.

  - Tia Nat!!!!! - ela gritou, correndo até a ruiva que simplesmente igorou o fato de não sorrir e abraçou a sobrinha.

  - Minha princesa! - ela pegou a pequena no colo, recebendo um abraço apertado.

  - Tio Steve!!! - ela se inclinou do colo de Natasha e me abraçou. Senti meu coração transbordar de fofura e abracei-a de volta.

  - É Majestade, Naara. - Mattheos corrigiu.

  - Tudo bem. Que vestido lindo, princesa! - apertei sua bochecha.

  - Meu vovô me deu. - ela sorriu.

  - Majestade. - Matteos e sua esposa fizeram uma reverência.

  - Altezas. - cumprimentei.

 


  - Pare de roubar minha filha. - ele brincou com Natasha, que não largou Naara.

 


  - Sua filha? Não lembro disso. - todos riram, nos acompanhando para dentro.

As Dora Milaje, exército feminino mortal de Wakanda se acomodavam no salão em formação.

  - Yibambe! - uma delas gritou, e as outras bateram as lanças no chão. Provavelmente tinham 20 delas ali.

Subi com T'Challa e sua família, instalando-os em seus quartos e apresentei parte do castelo. Corri de volta para o salão com Natasha, hoje recebíamos muitas pessoas.

— A Carruagem Real do Rei de Romanoff.

Descemos rapidamente pela enorme escadaria, em seguida atravessando o enorme salão até o lado de fora. Era um dia lindo, e as carruagens se aproximavam, escoltadas por guardas a cavalos. Natasha estava tensa.

  - O Rei Volo de Romanoff - o corneteiro anunciou assim que meu sogro parou de frente para a gente.

Nós dois fizemos uma reverência curta e Volo... sorriu para mim. Um sorriso estranhamente feliz. Não era como todos os sorrisos que ele já deu na vida, não era irônico. Ele estava feliz.

  - Rei Romanoff.

  - Rei Rogers. - ele olhou para a filha. - Futura rainha de Rogers.

  - Pai. - ela murmurou.

  - A Rainha Natália de Romanoff! - o corneteiro anunciou.

Meu queixo caiu. Natasha vacilou do meu lado, de olhos arregalados, e da carruagem de Volo saiu um emaranhado de cabelos ruivos exatamente iguais aos de Natashae Bevvan, usando um longo vestido azul hortência.

 


  - Mãe?! - Natasha perguntou, incrédula. Natália desceu com a ajuda de Volo, com seu sorriso idêntico ao dela. Eu estava... paralizado.

  - Oh, minha filha! - ela abraçou Natasha calorosamente, que fitava o ar confusa e devagar retribuiu o abraço da mãe.

  - Mãe? - ela perguntou novamente.

  - Você está tão grande. Tão linda. Tão... igual a mim.

Era uma cena bizarra. Natália não envelhecera absolutamente nada nos últimos vinte anos, então ficava difícil saber quem era minha noiva.

  - O que está fazendo aqui?

  - Acha que ia perder o casamento da minha filha mais velha? Não, não, não, nunca iria perder o dia em que você se submeterá a um rei insuportável pro resto da sua vida!

Ela olhou para mim.

  - Oh, querido, querido Steve! - ela me abraçou e eu sorri, apesar de tudo. Não via aquela mulher a uns dez anos. - Eu me lembro de você tão... pequenino. Agora você é um rei. Joseph estaria tão orgulhoso. Ouvi dizer que ele bateu as botas, eu sinto muito mesmo.

  - Obrigado. É um prazer recebe-la aqui.

  - Você teve tanta sorte. - ela sorriu para Natasha, que ainda estava em choque.

A rainha nos puxou para dentro. Me perguntei se ela tinha fumado algo. O queixo de todos os Romanoffs naquele salão caiu.

  - Mãe?! - eles perguntaram juntos.

  - Meus filhos!!! Ah, meu Deus! - ela correu até Bevvan, o abraçando com toda força. Bevvan tinha uma careta no rosto. - Querido, você está tão lindo. Tão lindo!

Em seguida pulou para Tthomas.

  - Tthomas, você está magro demais! Não come não? - ela o sacudiu no lugar.

  - Oi, mãe. - ele sorriu para ela.

  - Matteos, querido. Cadê sua esposa chata e minha netinha maravilhosa?! Eu nunca a vi, estou doida para conhece-la.

Matteos apenas encarava-a com uma careta.

— Ah, Chharles. - Natália o abraçou, beijando sua bochecha diversas vezes. - Não voltou a enxergar, querido?

  - Não, mãe. - ele respondeu, sem parecer se importar. Natália se virou para Wanda.

  - Anna... Wanna... Wada...

  - Wanda. - ela corrigiu, parecendo acostumada.

  - Isso, minha querida. - ela abraçou Wanda. - Senti tanta sua falta, minha florzinha. E você...

Ela apontou para Bucky.

  - Meu outro filho. - ela abraçou Bucky calorosamente. - Bem vindo a esse inferno de família!

Dei uma cotovelada em Natasha para que ela fechasse a boca.

  - E cadê o outro? Cadê o Pietro?

O salão entrou num silêncio mórbido. Até os funcionários que trabalhavam ali pararam de se mexer.

  - Mãe. - Natasha arrumou coragem. - O Pietro está morto.

Ela piscou por alguns segundos.

  - Não diga bobagem, Natasha! Seu noivo vai achar que você é piadista. - ela andou até Volo, segurando seu braço amorosamente. - Estou cansada. Quero ir ao meu quarto.

Natália subiu, conversando com Volo seguindo um criado. Nenhum dos irmãos conseguia se mexer.


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Notas finais do capítulo

Por favoooooorrrrrrr comentem, favoritem, acompanhem e recomendem!!!!!!!



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