Eu não queria ser um super-herói escrita por Maga Clari


Capítulo 2
O cara mais sensacional da galáxia


Notas iniciais do capítulo

Galera, como "quebrei as regras" optei por deixar essa história ficar só no desafio crossover mesmo e fazer outra pro desafio "a primeira vez". É isto. Peço desculpas aos envolvidos



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Olha, eu não queria ser um super herói.

E eu juro que tinha planejado te contar logo. Talvez até facilitasse o meu flerte com você, porque as gatinhas adooooooooooram super heróis. Na verdade, é só por isso que eu aceitei virar um Vingador. 

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Tudo bem, não só por isso, até porque a maior parte do meu trabalho envolve lutas, sangue, adrenalina, suor — muito suor — e salvar o mundo. Fazer o quê. É minha sina. Meu destino. E sei que você ficou suuuuper apaixonada por mim bem na hora que descobriu meu segredo. Admita, punk, foi só nessa hora. Você se apaixonou pelo Spiderman, não por mim.

No meu caso, já foi diferente. Eu já tinha ficado amarradão em você desde que pus meus pés naquele ônibus. Achei muito irado seu visual. O corte de cabelo espetado, a mecha roxa, a maquiagem. Quando cheguei mais perto, o golpe fatal: você estava vestindo uma camisa do Nirvana. Eu adoro Nirvana. Na mesma hora, sabia que seríamos o melhor casal do mundo.

— Oi, punk — tentei puxar conversa, mesmo sabendo da enorme possibilidade de ganhar um soco — Pode me dizer que horas são?

— Hora de ficar de boca fechada — foi tudo o que disse.

Depois, tentei meu charme. Usei a famosa risada que minha tia May sempre disse ser, abre aspas, "uma gracinha", fecha aspas. Mas nem isso deu certo naquela hora. Então parti pra outra estratégia. Essa com certeza seria bem sucedida.

— Sabe o que é engraçado, Thalia? Nós fizemos o “okay, okay”. Agora somos quase um casal.

— Você não consegue mesmo parar de falar, não é?

— E você não entendeu a referência, não é?

Naquela hora, Thalia, eu já nem sabia mais o que eu estava fazendo. Eu só queria que você risse. Que demonstrasse qualquer coisa. Que eu não começasse a achar que você era fruto da minha cabeça, ou pior: uma vampira sem coração.

Aí então você riu. Riu pra valer. Naquela hora, Thalia, eu não sabia que você estava prestes a ir embora. Eu não sabia onde você ia descer. E quando eu vi seu nome completo nos documentos, foi como se fosse Odin me dizendo Fique frio, garoto. É ela. Sabe por quê, Thalia? A protagonista do "Okay/Okay" tem o seu sobrenome.

Então, quando você desceu daquele ônibus, um medo me bateu. De não te ver de novo, de não te ver nunca mais. Por isso fiz o que fiz. 

— Ei, ei, ei, ei! — foi o motorista gritando, quando tentei abrir a porta do ônibus — Ficou maluco, garoto?!

— Mais são do que nunca, senhor! Tenha uma boa viagem!

E aí, eu usei minha força para abrir as portas, que na verdade se escancararam. Alguns gritinhos foram ouvidos quando pulei para fora, com minha teia (super sexy) em direção ao outro lado da rua. 

Aquela história de estar indo encontrar alguém? Mentiiiiira! Mentira deslavada, Thalia. Eu havia pego o ônibus pra assistir Alien Covenant sozinho, já que, apesar de tudo, eu estava solteiro.

E embora eu tenha batido a cabeça num poste nessa história toda de ficar correndo pra cima e pra baixo atrás de você, valeu a pena. Sabe por quê? Porque nessa hora aconteceu a coisa mais irada que poderia acontecer.

Você e o cara mais sensacional da galáxia montados numa motocicleta.

Ps: o cara mais sensacional da galáxia sou eu, no caso de você não ter entendido.


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