Neighbors escrita por Miss Johnerfield


Capítulo 6
Six


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Gostaria de me desculpar pela demora em postar esse capítulo, mas ele ainda não estava pronto - e confesso que eu o reescrevi algumas vezes. Espero que gostem!



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“Eu não me importo se segundas são tristes
Terças são cinzas e quartas também
Quinta, eu não me importo com você
É sexta-feira, eu estou apaixonado”

(The Cure – Friday I’m In Love)

 

Nos dias que se passaram Noah não me perturbou mais. No começo estranhei e até fiquei com medo de que ele ou Santana fizessem algo contra mim, mas nada aconteceu. Enfim a sexta-feira do jogo chegou, e como havia combinado com a senhora Puckerman, estava em sua casa às 20h.

“Oi Rachel”, cumprimentou ela. “Entre querida, fique à vontade”.

“Olá senhora Puckerman”, disse e entrei em sua casa.

“Judy! Querida, desça! Eu tenho que ir trabalhar”, exclamou a senhora Puckerman para a filha.

“Por que eu tenho que ficar com uma babá?”, ouvi Judy reclamar com a mãe enquanto descia as escadas. “Eu sei me cuidar sozinha, tá?”

“Mas eu não chamei qualquer pessoa para te fazer companhia”, disse a senhora Puckerman me chamando para que eu fosse vista.

“Rachel!”, exclamou ela quando me viu, correndo pelas escadas e me dando um abraço apertado.

“Oi Judy! Há quanto tempo não nos vemos! Como você cresceu!”, eu dizia enquanto nos desvencilhávamos do abraço e eu a girava pela mão.

Judy era a irmã mais nova de Noah e era como se fosse minha irmã também. Mesmo depois que nós paramos de nos falar, continuei frequentando sua casa – e na maioria das vezes vinha por causa de Judy. Ela costumava passar muito tempo na minha casa também, e nós sempre nos divertimos muito juntas – apesar dela ter apenas nove anos.

“Bom, eu já vou. Me ligue se precisar de alguma coisa, ok? E você, mocinha, obedeça a Rachel”.

“Tchau mamãe!”

“Tchau, senhora Puckerman! Bom trabalho”.

“Obrigada querida”.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

(Noah’s POV)

Estávamos no vestiário depois que o jogo acabou. A treinadora Beiste gritava com a gente por termos perdido o primeiro jogo da temporada, mas disse que se levantássemos nossos traseiros preguiçosos da sala de musculação e treinássemos de verdade, talvez tivéssemos chance na próxima. Eu, de todos os jogadores do time, era o mais cobrado – mas estava cansado de levar aquele bando de perdedores nas costas. Se não fosse pelo status, já tinha dado o fora do time.

“Você me ouviu, Puckerman?!”, gritou a treinadora.

Acenei a cabeça em concordância e ela pareceu convencida. Depois de acabar seu discurso, a treinadora foi embora e alguns de nós ficamos no vestiário. Fui direto para o chuveiro e sem querer comecei a ouvir uma conversa do Finn com o boca de truta do Sam Evans.

“Você vai ao Breadstix com a gente?”

“Eu não sei mano... minha mãe resolveu começar uma faxina em casa e quer que eu a ajude amanhã cedo”.

“Vamos, Finn! Vai ser legal!”

“Fica pra próxima, tá bom? Eu fico te devendo essa”.

“Você não quer ir porque a Rachel não pode ir?”

Houve uma pausa – como se Finn estivesse pensando em uma resposta. Depois ele disse: “Eu a convidei pra sair”.

Tentei fingir desinteresse, mas eles estavam a dois boxes de distância – era meio que impossível.

“Mano, isso é ótimo”, respondeu o boca de truta. Eu achei que eles tinham parado no lance do baile, não que tinham virado um casal. Aquilo não me afetava porque eles estavam falando da Rachel, mas sim porque Finn era meu melhor amigo – pelo menos era o que eu pensava. Por que ele não me contou?

Desliguei o chuveiro e fui buscar minhas roupas no armário. Quando terminei de me trocar, saí do vestiário e dei de cara com Santana – ela ficava muito gata com aquela minissaia do uniforme.

“Vamos?”, perguntou ela me medindo de cima a baixo.

“Pra onde?”, perguntei confuso.

“Pro Breadstix, é claro!”, disse ela como se fosse óbvio. Tinha me esquecido completamente que tinha marcado de sair com ela.

“Não vai dar”, disse rapidamente.

Santana revirou os olhos e me olhou parecendo prestes a destilar o veneno.

“Qual é Puck? A gente tinha marcado de comemorar mesmo que o time perdesse. Tá todo mundo esperando a gente lá!”

“Duvido muito. Além disso, eu tenho que ir pra casa e cuidar da minha irmã”.

“Eu achei que a Rachel já estivesse fazendo isso”, rebateu ela.

“Eu sei disso”, continuei. “Mas a Rachel não vai passar a noite lá, e o combinado era só durante o horário do jogo”.

“Por favor, Puck”, tentou ela. “Prometo te recompensar mais tarde”.

Pensei por um instante naquela oferta. Confesso que ela quase me ganhou, mas eu não podia ficar mal com a minha mãe – eu vinha dando muitas mancadas ultimamente.

“Fica pra próxima”, pisquei e fui andando rumo ao estacionamento.

“Você é um cretino, Puckerman!”, gritou ela. Continuei andando e fingi que não a escutei.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

(Rachel’s POV)

“É sua vez Rachel”, disse Judy. Estávamos jogando Just Dance enquanto esperávamos os biscoitos ficarem prontos. Havia colocado uma fornada de cookies para assar depois de Judy insistir que estava com “muitas saudades da minha receita”, como ela mesma tinha dito.

“Tem certeza de que Noah não vai ficar bravo?”, perguntei. “Ele pode chegar a qualquer momento”.

“É claro que não! Eu jogo no Xbox dele o tempo todo!”

“Tudo bem”

Antes de escolher a próxima música ouvi o barulho do forno que indicava que os cookies estavam prontos e fui até a cozinha. Retire-os do forno e coloquei a fôrma em cima da bancada. Ouvi um barulho de chave na porta e caminhei até a sala outra vez.

“Puck!”, ouvi Judy exclamar. “Quer jogar com a gente?”

Quando cheguei, Noah estava trancando a porta atrás de si.

“Oi Rachel”, disse ele sem olhar para mim.

“Oi”, respondi meio seca. “Judy, os biscoitos estão esfriando em cima da bancada”.

“Ok!”, disse ela toda animada, correndo para a cozinha em seguida.

Noah continuou a me encarar e eu engoli em seco. Fiquei totalmente sem jeito e sem saber o que falar. Por fim, me dei conta de que talvez ele estivesse esperando que eu desse o fora dali já que ele estava em casa.

“Bem... já que você chegou, eu vou pra casa”, disse enquanto recolhia alguns brinquedos que Judy havia espalhado pelo sofá.

“Tudo bem”, disse Noah.

“Tchau Judy!”, exclamei indo até a cozinha. “Estou indo pra casa”.

“Não!”, disse ela parecendo chateada.

“Está ficando tarde. Noah já está em casa, ele vai ficar com você”.

“Mas eu queria que você ficasse também. Por favor, Rach!”.

“Olha, eu prometo que amanhã te convido para ir à minha casa, tudo bem?”

“Mas nós ainda não terminamos o jogo! E se eu for pra lá amanhã não vou poder levar o videogame”.

“Mas Judy...”

“Puck!”, exclamou ela me deixando sozinha e voltando para a sala. “Deixa a Rachel ficar mais um pouco, por favor!”

Aquilo era muito constrangedor. Puck não ficaria à vontade comigo ali – eu podia sentir o climão entre a gente.

“Eu não a proibi de ficar aqui”, respondeu ele.

“Viu Rach? Ele não liga! Por favor...”

Respirei fundo e olhei para Noah. Ele tinha um ar despreocupado em seu rosto, como se realmente não se importasse com a minha presença ali. Relaxei um pouco e disse a Judy que ficaria ali só mais um pouco e ela ficou muito feliz.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

(Noah’s POV)

Eu não podia acreditar que Rachel estava no mesmo ambiente que eu por mais de cinco minutos. Eu sei que ela não me suporta pelo jeito que a tratei durante esses anos, frio feito gelo. Comecei a me sentir mal, como se um nó estivesse preso à minha garganta. Pra ser sincero, eu nem me lembro de quando aquilo começou, mas cada vez que eu a via tinha vontade de pôr fim àquela palhaçada, mas morria de medo de que ela não me perdoasse.

Eu sei que isso soa muito cara de pau da minha parte depois de tudo o que eu a fiz passar, mas era verdade. Eu sei que podia levar um tempo, mas eu tinha esperanças de que ela me perdoasse de verdade – e quem sabe, de alguma forma, poderíamos voltar ao que éramos antes.

“Noah”, chamou Rachel de repente. Estava tão distraído que demorei a perceber que ela falava comigo – mesmo ela tendo me chamado pelo nome.

“Quê?”, perguntei.

“A pizza chegou!”, exclamou Judy correndo em direção à porta.

“Eu vou preparar a mesa”, disse Rachel indo para a cozinha.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

(Rachel’s POV)

Não achei que fosse me divertir tanto àquela noite. Apesar do clima estranho que pairou sobre nós no começo, Noah me tratou bem. Jogamos Just Dance com Judy, brincamos no karaokê e jogamos Monopoly. Depois de comermos a pizza, Judy quis comer os biscoitos que havíamos feito mais cedo e quarenta minutos mais tarde estava com sono. Coloquei-a na cama enquanto Noah lavava a louça. Aquilo tudo parecia bom demais para ser verdade, devo confessar.

“Boa noite Judy”, disse depois que ela se acomodou na cama.

“Boa noite Rach”, respondeu ela um tanto sonolenta. “Hoje foi muito legal”.

“Foi mesmo! Nós nos divertimos, não é?”, perguntei.

“Sim! Ainda bem que você ficou”.

Judy pareceu pensativa por um instante, depois acrescentou: “Queria que você fosse namorada do Puck, assim você viria aqui todos os dias”.

Olhei para ela tentando disfarçar minha surpresa e vergonha. Eu não sabia onde enfiar a cara depois que ela disse aquilo.

“Mas... eu não preciso namorar com ele para que eu te veja sempre. Nós somos amigas, não é?”, indaguei tentando apaziguar a conversa.

“Sim... é só que eu gosto mais de você. Aquela garota... Santina...”

“Santana?”, indaguei.

“Isso, essa daí. Eu não fui com a cara dela”.

“Santana veio aqui?”, perguntei.

“Sim, uma vez. Ela deu carona para o meu irmão e ele a convidou para jantar com a gente. Minha mãe também não gostou dela”, confessou Judy.

Nossa... Por essa eu não esperava. Então as coisas entre Noah e Santana estavam mais sérias do que eu pensei. Azar o deles, os dois se merecem.

“Você não tem que pensar nisso agora, tudo bem? Eu vou ficar aqui até você dormir, tá bom?”

“Tá bom”, disse ela sorrindo.

Depois de uns quinze minutos, Judy dormiu e eu saí fechando a porta atrás de mim, quando dei de cara com Noah no corredor.

“Meu Deus!”, exclamei por conta do susto.

“Você já vai?”, perguntou ele.

“Sim, já passa das onze”.

“Mas você literalmente mora ao lado”, rebateu ele. Não entendi onde ele queria chegar com aquilo.

“Noah, eu não tenho mais idade para dormir na sua casa. Faz muitos anos que isso não acontece, e, além disso, eu duvido que a sua namorada fosse gostar disso então, boa noite”, provoquei.

“O que? Não é nada disso”, disse ele.

“Eu só estou te provocando”, confessei. “Pode abrir a porta pra mim, por favor?”

“Só se você aceitar ficar mais um pouco”, respondeu ele baixando o tom de voz. O que era aquilo agora?

 “Por quê?”

“Eu meio que queria te dizer uma coisa”.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a vocês pela força, isso me motiva muito! Beijos, fiquem com Deus e até a próxima ♥