"É você é aquele vento que fez eu me apaixonar

Me fez voar até chorar, e agora, estou de joelhos"

(Hurricane - Bridgit Mendler)

Noah's POV

Fiquei parado feito um idiota dentro do quarto. Engoli em seco e pensei em ir atrás dela, mas de que adiantaria? Fui burro o suficiente para deixá-la ir, não é? Que moral teria agora? E a troco de que eu daria um vacilo desses com o Finn? É verdade que eu estava muito puto, morrendo de ciúmes dos dois, mas era melhor pra Rachel ficar com ele do que comigo. Saí do quarto dela assim que ouvi o carro do Finn se distanciando, abrindo a janela e voltando para casa pelo gramado dos Berry.

“Noah?”, ouvi alguém dizer. Girei nos calcanhares e me deparei com um dos pais da Rachel, Hiram.

“Ah... oi, Sr. Berry”, cumprimentei.

“Há quanto tempo! E isso que somos vizinhos”, riu ele. Sorri e concordei com a cabeça, torcendo para que ele não tivesse me visto pulando a janela e me perguntasse alguma coisa. “Bom, apareça qualquer dia desses. Sei que a Rachel sente sua falta”.

Aquela última parte me pegou. Mas logo pensei que ele pensasse que ainda estávamos afastados e que ela sentia saudades da nossa amizade.

“Claro. Obrigado”, sorri sem jeito.

“Mande lembranças à Danielle e à Judy”, disse ele se referindo à minha mãe e irmã.

“Pode deixar”, disse por cima do ombro e corri em direção à minha casa.

Era um milagre que eu estivesse em casa em pleno sábado à noite, mas aquilo estava acontecendo. O cara que organizava festas e ficava mais na rua do que em casa estava passando o sábado à noite em casa... e implorando a atenção de uma garota que estava afim de outro cara – que também era meu melhor amigo.

Parei de sentir pena de mim mesmo e mandei uma mensagem de texto para Santana – não, eu não estava colocando ela na geladeira; pela primeira vez fui sincero e pedi desculpas pela forma como a tratei. Segui o conselho de Rachel e pensei que se eu podia abrir mão do meu orgulho besta para ir atrás de Rachel, por que não fazer o mesmo por Santana?

De nada adiantou: fui ignorado com sucesso. Desci até a cozinha para comer qualquer coisa e joguei videogame até dormir no sofá. Quando acordei, percebi que alguém tinha me coberto com uma manta e estava jogando Just Dance. Judy.

“Ah, oi Puck”, disse ela enquanto dançava ao som de Bailando, do Enrique Iglesias. “Você dormiu então eu vim jogar”, completou dando de ombros.

“Tudo bem”, respondi em meio a um bocejo. “Tá tudo bem?”

“Tá, sim”, disse ela animada. “A Rachel veio aqui brincar comigo”.

Antes que pudesse perguntar o que aquilo significava, Judy exclamou que ela seria a próxima no jogo.

“Vem Rachel! Sua vez!”, exclamou ela e correu para se sentar no sofá.

“Oi, Noah”, cumprimentou ela enquanto eu tentava entender o que a presença dela ali significava.