Ao perceber quem era a moça que se aproximava, William pela primeira vez se envergonhou, por perceber que havia se apaixonado pela mesma mulher três vezes. Apesar de ter sorrido para ele, parecia triste.

— Vejo que nos reencontramos de novo? – Ela falou se aproximando

— Sim

Não sabia se ela conseguia ver o seu rosto, apesar da escuridão, ele ainda usava a sua capa que cobria seus olhos e sua testa e ela não conseguia ver detalhes. Quis mostrar pra ela quem era ele, mas ficou sem coragem.

Ela então passou por ele e se sentou nas pedras. Reparou que ela estava pensativa.

— Posso perguntar porque parece tão triste?

— Não sei se devo compartilhar de meus problemas com um estranho

Eu ri. Ela me olhou com os olhos arregalados

— Desculpe – falei envergonhado – mas eu não vejo como conversar com um estranho pode lhe atrapalhar, a não ser que seja assunto de mulher

— Eu quem peço desculpas, não queria ofender, é que minha vida parece tão confusa, estou desesperada não sei para onde ir.

— Como assim? – disse sentando perto dela – me explique melhor

— Eu sou filha de um dos homens influentes do rei. Meu pai é muito orgulhoso me mantem presa em casa.

— Presa?

— Sim, eu tenho que fugir para conseguir conversar com alguém que não seja meus empregados e para piorar a situação ele quer me casar com um homem que não o amo e ainda por cima é o meu melhor amigo

— Parece realmente terrível

— sim, está sendo assustador. Eu nunca havia sentido nada por ninguém até que conheci um homem que me apaixonei e agora é tarde demais

— Porque é tarde demais?

— Por que aconteceram coisas horríveis depois que nos vimos e ele... é o rei

Com essa meu estômago revirou. Helena apaixonada por mim? Não sabia o que fazer ou o que falar

— Ele deve pensar que sou a pessoa mais idiota que existe, todas as duas vezes que nos vimos eu consegui estragar tudo e em uma oportunidade que tive de falar com ele, a irmã dele parecia me detestar e agora vou ser obrigada a me casar com outro.

— Não se ele permitir

— você acha que ele se importa?

— é claro que se importa!

— E como pode ter a certeza disto?

Então eu mostrei a ela. Tirei o capuz e olhei bem em seu rosto, estando bem próximo. Ela levantou-se em um pulo, sobressalta. Seu rosto mudou do espanto ao terror. Eu me levantei também tentando tranquiliza-la.

Mas ela se afastou de mim e saiu correndo. Tentei alcança-la mas foi em vão. Algo dentro de mim despertou e eu senti um desejo incontrolável. Agora que sabia que ela também gostava de mim seria mais fácil me arriscar. Voltei para o palácio e mandei chamar meu conselheiro. Ele chegou apressado. Sentei me no trono radiante. Estava feliz por saber que ela me queria também, mas algo me preocupava, ela iria se casar daqui a duas semanas.

— mandou me chamar vossa majestade?

— sim, quero que encontre Helena e traga a para mim.

— sim, meu rei, mas aconteceu alguma coisa?

— Quero que a encontre e só!

Ele se retirou junto com os soldados.

William ficou andando de um lado para outro. Ficou esperando por horas até que um soldado apareceu dizendo que não havia a encontrado, somente o pai dela. O qual estava preso no calabouço por ter agredido um soldado.

William ficou furioso e decidiu ir até lá. Sthepan ao vê-lo se dependurou nas grades estava acompanhado de Leonel.

— Onde ela está?! – perguntou William rude

— Eu não sei vossa majestade, eu realmente não sei onde minha filha está

— e mesmo que soubesse eu não contaria – disse Leonel

— eu vou encontra-la e vocês permanecerão apodrecendo nesta cela

— por favor meu rei eu imploro!tenha piedade! – disse Sthepan

— Vamos ver se Helena terá piedade de vocês! – e então virou as costas e foi embora.

William decidiu colocar todos os seus homens na rua procurando por Helena, ordenou que eles entrassem em todas as casas e trouxesse ela até ele. Ele estava impaciente, temia que algo tivesse acontecido. Estava obcecado por encontrá-la. Impaciente, montou no seu cavalo e tentou encontrá-la. Voltou na casa dela, mas não havia ninguém. Então ele lembrou da torre e decidiu ir até lá novamente. Mas ao chegar lá também não encontrou nada. Voltou insatisfeito até o palácio. Demétrios o barrou no caminho dizendo que haviam entrado em todas as casas, mas nem sinal dela. William então furioso pediu para trazer Sthepan até ele para interroga-lo.

— Não será necessário!

William olhou para trás e bem diante dele no grande salão estava Helena

— Deixe nos a sós – falou William para o soldado

— Onde você esteve? Eu a procurei por todos os lugares - disse se aproximando dela.

— é verdade que mandou prender o meu pai e meu amigo? – perguntou ela com olhar triste.

— sim! – falou frio

— Por favor, porque está fazendo isto? Eu imploro liberte eles.

— Eu não vou solta-los, eles tentaram ferir um soldado meu e além disso não vou permitir que se case com aquele homem

— Eu imploro William – ela se ajoelhou aos pés dele – poupe meu pai, ele já está de idade, tenho certeza que ele não fez por mal e Leonel só devia estar tentando o protege-lo, por favor, eu faço tudo o que me pedir.

— Helena, pra começar se levante – disse ele a erguendo – eu não posso arriscar perder você de novo, eu apenas queria lhe dizer umas coisas, mas você fugiu. Diga me, porque fugiu de mim? - disse a erguendo

— Eu não sei, tive vergonha, era você o tempo todo e eu não sabia...

— Eu não sabia também, para mim foi uma surpresa. Me apaixonei por você 3 vezes sem saber que era a mesma mulher – ele a cariciou – não posso perde-la de novo.

— William por favor eu lhe imploro.

— Prometa que não se casará com aquele homem

— Eu não quero me casar com Leonel, ele é apenas um amigo.

E então William a puxou e a beijou. Não era um beijo carinhoso, era um beijo apressado, segurou-a pela nuca com uma mão e com a outra abraçou suas costas. Ele estava ansioso com aquele beijo. E ela nunca havia beijado ninguém. Então o empurrou levemente. Ele parou o beijo e olhou para ela.

— Nunca conte a meu pai que fez isto.

— Case-se comigo Helena! – Ele se ajoelhou – seja minha rainha

Helena ficou olhando pra ele surpresa.

— Não acha cedo demais para isto?

— Não vou arriscar perde-la para outro homem, se você aceitar,meu amor...disse ele ainda de joelhos - prometo que libertarei Leonel e deixarei que ele vá

— promete não machuca-lo?

— Prometo

— Ah William eu achava que tudo estava perdido – e então ela o abraçou – eu aceito me casar com você

William sorriu, sentiu naquele momento seu corpo anestesiar, seu coração disparar e uma felicidade continua crescer. Ele se levantou e a abraçou fortemente. Sentiu naquele momento que ser rei tinha lá suas vantagens.

Como ele prometeu soltou o pai de Helena, mas para se resguardar ainda manteve Leonel, logo a notícia chegou até eles. Para Sthepan foi uma notícia excelente, já para Leonel foi a morte. Ele se sentiu traído e sentiu que havia perdido Helena pra sempre.

— Mas logo agora que eu já estava me adaptando a ideia

— Nós sabemos que você realmente queria este casamento Leonel – disse Helena para ele na cela

— Quando irão me soltar?

— Logo, eu prometo, esta foi uma condição para me casar com William

— E você o ama?

— sim, o amo – disse ela abaixando a cabeça de vergonha

— Saiba Helena, que eu sempre quis o melhor pra você, mas queria o seu melhor perto de mim. Eu também te amo Helena, mais que tudo.

— Eu sei Leonel, me perdoe – disse ela pegando na mão dele

— Prometa tomar cuidado, eu não confio nele, não é porque você se casará com ele, mas tem algo nele que não me agrada, eu não sei bem o que é mas prometa pra mim que tomará cuidado!

— prometo Leonel, pode ficar tranquilo. Peço que me perdoe

— Não tenho nada que lhe perdoar, só quero que seja feliz, eu queria que fosse comigo, mas eu não consegui

— Não pense assim Leonel, você ainda encontrará alguém que lhe ame da forma como merece.

— Eu não quero outra mulher.

— por favor não diga isto, me magoa.

— Mas é a verdade.

— Helena, já está na hora... – disse seu pai se aproximando

— Eu prometo que estará livre – disse ela se soltando da mão dele

Leonel estava de coração partido, não queria perder Helena, ainda mais para o rei. Se sentia mal, sentia que Helena corria perigo, não confiava em William. Ele olhava pra ela com desejo, não de homem, mas como se ela fosse uma conquista. Estava com o coração partido.

Helena e William se casaram no outro dia. Ele não queria esperar então mandou que chamasse o sacerdote. Foi uma cerimônia simples, não havia quase ninguém no grande salão. Além dos noivos somente Sthepan, Demétrios, Kalida e Sephora que olhava pra Helena com um brilho de ódio em seu olhar. Prometia se vingar dela. Não iria deixar isto passar em vão, faria da vida de Helena um verdadeiro inferno.

William parecia extremamente apaixonado. Olhava pra Helena com um sorriso no rosto, ela parecia também encantada. Estava mais do que feliz, seu coração transbordava de alegria. William decretou festa em todo o seu reino. E depois do casamento ele e Helena desfilaram pela rua das cidades a cavalo. As pessoas jogavam pétalas de rosas nos dois e forravam o chão com tecidos para que eles passassem.

— E pensar que foi aqui que te conheci – disse William sorrindo para ela

Helena sorriu de volta se lembrando de quando havia acontecido. Os dois deram uma volta pelas ruas principais e voltaram para o palácio novamente. Eles tiveram um enorme banquete, com direito a muita música e é claro muito vinho...

William já havia bebido bastante e Helena também havia arriscado tomar algumas taças. Foi chegando a noite e Helena foi ficando mais aflita, pois se sentia despreparada. Ela se retirou para seu novo aposento. William somente a observou se levantar, estava com seus olhos todo tempo nela. Sabia que agora ela seria sua pra sempre, mas não conseguia disfarçar o desejo que sentia em tê-la.

Demétrios o cutucou, ele se levantou em um pulo e foi atrás de Helena, sabia que agora seria a melhor parte do casamento. Ele foi em direção aos seus aposentos, estava um pouco bêbado. Mas conseguiu caminhar normalmente. Entrou e fechou a porta atrás de si e se sentou na beirada da cama. Aguardou até o momento em que Helena apareceu. Ela parou diante dele.

— você está feliz? – perguntou acariciando o seu rosto

— sim meu rei, muito feliz

— por favor, você não precisa me chamar assim, agora eu sou o seu marido.

Helena sorriu e logo o sorriso foi abafado com um beijo. Apesar de estar bêbado, William tinha consciência de tudo o que estava fazendo. Ele desceu a mão para os ombros dela e depois para a cintura dela e o puxou pra ele apertando-a. As mãos dela logo foram de encontro para o cabelo dele. Ele a derrubou na cama e se posicionou em cima dela, beijando lhe o pescoço. Ela suspirou.

Helena se sentia aflita pois era inexperiente, mas logo se viu relaxar quando William sussurrou em seu ouvido que a amava. O resto da noite eles passaram juntos fazendo amor e dizendo um ao outro palavras carregadas de emoção.