Batalhas e Memórias escrita por KLKaulitz


Capítulo 14
O pergaminho


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal... Mais um capítulo pra vocês... Espero que gostem.



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Enquanto isto...

Darius rei de Valíria havia chamado seu escriba para que pudesse rever algumas anotações diárias da época do seu pai, a respeito de algumas tomadas de decisões políticas.

Rapidamente Bartolomeu juntou todos os pergaminhos que precisava. Estava saindo quando encontrou Alannis. Ela sorriu ao vê-lo.

− Onde vai assim carregando todo este peso? Deixe-me ajuda-lo.

− O rei me espera, tenho que me apressar. Estou atrasado.

− Deixe me ir contigo.

− O palácio não é lugar para uma jovem como você.

− Ora Bartô – disse Anna aparecendo atrás dele – Não seja tão duro com a menina, afinal de contas você sabe que velho do jeito que está não conseguirá levar tudo sozinho.

− Querida Anna, você sabe que estou em perfeitas condições de ir sozinho... – ele fez uma pausa e olhou para Alannis – Mas, preciso mesmo de uma ajudante.

− Você não vai se arrepender – Disse ela já pegando os pergaminhos das mãos dele e ajudando a carregar o saco de linho que estava no chão.

Anna acompanhou os dois até a porta e despediu do marido com um beijo no rosto – Tome cuidado – disse baixinho.

Era a primeira vez que Alannis iria até o palácio. Ela sabia de histórias contadas pelo seu querido pai, mas nunca esteve de frente com vossa majestade – O rei Darius I – Filho do Rei Dário I. Muitos diziam que ele era cruel como o pai. Mas Bartolomeu não pensava assim, sempre falava com muito respeito o quanto ele era bom para sua família. Uma vez que, ele também era um dos escribas mais velhos e já estava a muitos anos acostumado a servir o palácio.

Foi a partir daí que o destino começou a traçar a vida de Alannis. Ela estava aguardando atrás da grande porta do salão, branca com maçanetas de ouro. Quando um homem alto e forte, com um brinco de argola abriu a enorme parta chamando Bartolomeu a entrar. Ela seguiu o seu pai.

O salão era enorme, havia outras pessoas a sua frente. Vestidos com roupas de seda e linho e branco. Eles deram licença da frente por um momento, quando o nome de Bartolomeu foi falado em alto e bom som. Ele seguiu até o começo do lance de degraus onde estava o rei e se curvou fazendo referência. Alannis o seguiu nos gestos sem olhar a sua frente.

− Meu rei!

− Bartolomeu e...?

− Minha filha Alannis.

Neste momento Alannis ergueu levantando conforme o seu pai estava fazendo. Mas ainda sem olhar a sua frente. Estava tímida com aquelas pessoas a sua volta de status superior.

− Você nunca mencionou que tinha uma filha.

− Graças aos Deuses, que me deram este presente.

− Aproxime-se!

Alannis olhou para seu pai ao seu lado, ele fez gesto para que fosse até o rei. Ela ainda com o olhar fixo em seus pés, sem olhar diretamente ao rei. Ela havia ouvido de seu pai que não deveria jamais olhar no rosto de um homem. Sem que ele lhe desse permissão. Fazia parte do costume.

Alannis estava nervosa e envergonhada, pensou naquele momento que poderia ter ficado em casa com sua mãe. Conseguiu subir o primeiro degrau com as pernas tremendo, mas depois tomou coragem e subiu mais outro e outro até estar totalmente diante do rei e parou.

Ele por sua vez levantou-se do trono e estendeu a mão até o queixo dela. Fazendo a olhar diretamente para ele.

− Olhe para mim Alannis - Alannis levou um susto como o seu nome soava na voz do rei e ao se deparar com aquele olhar, nunca iria esquecer aqueles olhos cor de mel a encarando seriamente. O rei estava a Analisando. Darius era bonito, segundo a análise rápida dela. Ele tinha uma barba bem alinhada com seu rosto, cabelos negros longos amarrados atrás de sua nuca. Era alto, corpo atlético. – Você nunca havia me dito que tinha uma filha tão bonita Bartolomeu. Porque a escondeu quando convoquei todas as moças jovens de Valíria a vir morar no palácio?

− Vossa Majestade, eu só tive uma filha. Eu e Anna tivemos ela muito velhos, infelizmente foi um deslize meu. Mas peço que considere a meu favor. Será muito difícil para mim, ter minha filha longe.

− Te chamei aqui porque preciso que me mostre exatamente onde meu pai parou com suas análises sobre a última expedição a Acmênida. Depois veremos quanto a este impasse com sua filha. −

Disse Darius descendo as escadas e indo em direção a Bartolomeu e deu lhe um abraço.

Alannis estava em choque com tudo o que havia acontecido. Ela seguiu seu pai e o rei pelo palácio em direção aos jardins. Onde pararam diante de uma grande mesa de pedra quadrada. No caminho os dois iam conversando sobre política e de ordens que havia recebido do rei Dario I. Ela mal podia acreditar que o rei havia a elogiado. E a tocado. Como era bonito, ela ia reparando no andar gracioso do rei que estava usando uma túnica negra sem desenhos. Seu cabelo também negro estava amarrado em rabo de cavalo e caindo sob suas costas.

− Alannis? – Chamou o seu pai, indicando que queria o papiro que estava sob suas mãos e tomando a sacola colocando-a em cima da mesa. La ele esticou o enorme papiro.

Naquele momento Alannis teve o impulso de chegar mais próximo a eles e a observar o que continha naquele enorme papiro. Coisa que na época era improprio a qualquer mulher. O rei não a viu se aproximar, pois, estava de costa para ela, seu pai e ele conversavam animadamente. Alannis parou ao seu lado e conseguiu ler algumas frases.

− Você sabe ler? – O rei indagou incrédulo

Alannis olhou para ele e fez que sim com a cabeça.

− Não sabia que você também se emprenhava em educar sua filha Bartolomeu. O curioso é que até o momento a mantinha escondida. Por quê educar a sua filha e mantê-la escondida?

− Mais uma vez peço humildemente que me perdoe vossa majestade - Bartolomeu parecia envergonhado.

− Então Alannis, mostre-nos o que sabe.

Bartolomeu fez que sim com a cabeça e Alannis se aproximou tendo total acesso ao pergaminho.

28.

Efesto, filho de Radah aproximou-se de dois homens que chegaram a cidade de Valiria e perguntou-lhes o que estavam procurando, pois, os mesmos estavam atentos a todo qualquer movimento que acontecia na cidadela. Porém os homens não responderam no idioma adequado. Então naquele momento ele viu se na obrigação de avisar as autoridades locais...

Alannis parou fitando o rei que estava com a mão esquerda no queixo a observando com olhar curioso. Seu pai parecia espantado. Pois ele nunca havia tido tempo para se dedicar aos estudos da filha. E o surpreendia como ela havia conseguido em tão pouco tempo. O que geralmente levava anos.

− Me Acompanhe Alannis e traga o papiro que estava lendo – disse o rei saindo. Bartolomeu juntou suas coisas. – Você não Bartolomeu. Somente ela.

Alannis foi o seguindo de cabeça baixa em silencio. Estava desconfortável com a ideia de estar sozinha na presença do rei. Eles seguiram até um enorme corredor onde o rei parou inesperadamente diante de uma enorme porta marrom. Ao abri-la revelou um salão com enormes mesas e prateleiras. Todas com papiros maiores os quais ela carregava. O rei começou então a falar animadamente.

− Aqui é onde guardamos todas as informações importantes de todas as províncias, seu pai é claro está com algumas pois eu as emprestei para restaura-las. Mas aqui nesta sala é onde eu passo o meu tempo. Estudando e refletindo nas tomadas de decisões. Parece entediante? – Ele parou de frente para ela como se esperasse alguma resposta. – Sei que deve estar com medo de falar diretamente a mim. Mas quero que seja você mesma.

− Eu sou eu mesma! – Disse ela ríspida – quer dizer, eu não tenho medo de você.

− Não? – Perguntou ele se sentando na beirada de uma mesa redonda. E a encarando.

− Surpresa talvez, mas medo não. É que não é todo dia que mudo a minha rotina e conheço um rei.

− Entendo, então diga me Alannis filha de Bartolomeu, o que você faz?

− Eu?!

− Sim, você! E quero que pare de olhar pra baixo e olhe direto para mim.

− Bem, eu não faço nada de muito importante. Apenas ajudo meus pais. Minha mãe ela tenta me proteger muito então, o único lugar que costumo ir é ao lago para buscar agua ou peixe.

− Curioso, muito curioso.

Darius estava surpreso como Alannis era bonita, extremamente jovem e linda. Tinha um andar firme e delicado. O jeito como conversava, toda aquela timidez, e o jeito firme e decidido ao falar, ao mesmo tempo que dava a impressão de estar desconfortável em estar ali, também dava um ar de combinar com aquele lugar. Ficou em choque ao saber que a bela moça também sabia ler. Supunha que escrevia também, como o seu pai. Estava interessado em saber o que mais a jovem sabia. Então pediu para que ela se sentasse em um dos assentos e terminasse de ler. Ficaram horas do dia revendo anotações diárias do reinado do seu pai. Enquanto isto Darius observava as expressões de Alannis. E algumas palavras pareciam combinar tão bem com os seus lábios. Estava encantado com a bela jovem. Mas mantinha-se quieto. Não queria assusta-la. Tentou concentrar.

87.

Dario I percebeu que Antônio estava próximo de mais. Viu naquela oportunidade de surpreende-lo por trás, mas seus princípios jamais o permitiu de fazer tal o ato. Foi então que ele foi atingido por uma adaga, que vinha das mãos do filho mais velho de Antônio, William. Sendo assim substituído pelo seu filho mais novo Darius. Antônio morreu de velhice, segundo informante real. Porém outros diziam que ele foi envenenado pelo próprio filho o qual também assumiu o trono.

Alannis parou, sentiu naquelas palavras uma emoção que não sabia de onde vinha. Sentiu-se fraca. Sua garganta deu um nó, a vista escurecia. Darius a chamou, mas ela não conseguia dizer nada. Sua cabeça doía muito, parecia um zumbido forte. Ela levantou-se no intuído de sair dali e então caiu no chão desacordada.

Darius nunca havia visto uma mulher desmaiar, conseguiu segurar a tempo, antes dela cair ao chão. Enquanto a segurava gritou por ajuda. Rapidamente Salazar seu guarda pessoal apareceu. Vendo a gravidade do que se tratava foi buscar um médico.

Ela estava pálida. Então naquele momento tão próximo ao rosto dela, Darius pôde reparar melhor em seu rosto que cismava de olhar para o chão quando ele falava diretamente com ela.

Alanis era de uma pele macia, suas mãos tão pequenas e agora frágeis eram de uma delicadeza. Assim como o seu rosto desfalecido. Seu cabelo era liso e comprido até a cintura. De cor negra assim como sua grossa sobrancelha. Teus lábios agora brancos, tinha um contorno perfeito e grossos. Naquele momento Darius sentiu algo estranho, percebeu que a achava atraente e extremamente bonita.

Ele rapidamente a tomou em seus braços. E a carregou pelo palácio em direção a um dos aposentos reais. Onde geralmente recebia visitas. No meio do caminho encontrou com Baltazar, o médico. E mais adiante Salazar veio trazendo Bartolomeu que corria com certa dificuldade, estava com um olhar desesperado.

Ao se aproximar tentou pegar Alannis dos braços do rei, mas este disse que conseguiria a levar.

Ao chegar no aposento, colocou delicadamente na cama, e deu espaço para que o médico a examinasse. Optou então por sair de cena e deixar à vontade. Tinha certo receio de continua ali, não sabia como Bartolomeu Iria reagir com o rei no aposento da filha.

Salazar foi seguindo o rei calado. Este deu ordem de que ficasse de guarda na porta do quarto da moça e só saísse dali quando ela acordasse e tive melhores notícias.

Darius então se dirigiu até o grande salão. Pensativo sentou se ao trono e refletiu sobre tudo o que aconteceu. Estava muito confuso, não sabia se de alguma forma contribuiu para que a moça desmaiasse. Ela parecia um pouco nervosa, talvez com a presença dele. Não foi uma boa ideia ter pedido para ficar a sós com ela, mas ele queria a conhecer, saber o que fazia, apesar de não conseguir arrancar informação nenhuma, mas o fato de uma mulher da província, de família pobre saber ler o espantava, mesmo que o pai dela era o melhor escriba de Valíria. Não era comum. O fato é que o jeito como ela o olhava, fazia com que ele sentisse certa curiosidade.

Não conseguia parar de pensar na moça então pediu para que Kamã fosse apresentado diante dele. Quando o mesmo apareceu, ordenou para que ele o ajudasse a resolver alguns assuntos pendentes os quais apareceram na manhã daquele dia.

Enquanto isto, Alannis que já havia acordado conversava com seu pai. Ela estava extremamente confusa e envergonhada com o que havia acontecido.

− Eu não sei o que aconteceu, tudo parecia normal quando eu terminei de ler aquele pergaminho, foi tudo muito rápido não consigo assimilar o que ocorreu.

− Às vezes você ficou tempo demais lendo, se esforçando. Não devia ter te trazido até aqui, eu não sabia que você sabia ler minha filha. Quem te ensinou?

− Eu não sei, eu simplesmente sei que sabia ler. Quando eu vi todos aqueles símbolos eu simplesmente consegui entende-los. E quando eu vi o rei já havia me convidado para ler para ele.

− Confesso que não gosto da forma como ele te olha. O fato dele ter te chamado para ler para ele não me agradou, e além do mais ele ameaçou tirar você de mim.

− Não quero me afastar do senhor e da mãe.

− E você não vai, eu não vou permitir. Agora descanse. O dia foi muito exaustivo para você.

− Onde você vai? Eu não quero ficar aqui sozinha.

− Eu preciso voltar. Não posso estar aqui sem ser convidado. E pelo que parece o rei deixou ordens claras de que você ficaria aqui até se recuperar.

− Mas eu já estou recuperada pai

− Você ouviu o médico não foi? Você tem que ficar de repouso e amanhã ele voltara a vê-la. Qualquer coisa você pode chamar o senhor Salazar ele é um velho amigo meu. E além disso é guarda pessoal do rei. Mas aqui você está mais protegida do que se estivesse lá na província.

Bartolomeu se despediu da filha com um beijo na testa. E saiu. Partia o coração deixar que Alannis ficasse ali sozinha, mas também sabia que ela precisava descansar e uma viagem de volta para casa custaria sua saúde.

Alannis observava atentamente o aposento onde estava. A cama era macia e os lençóis eram perfumados e limpos. O dossel sob sua cabeça era de seda dourada. O aposento era enorme. Tentou descansar. Estava sentindo se fraca e a cabeça doía. Então adormeceu o resto da tarde.


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