Uma Estranha na Minha Casa escrita por Damn Girl


Capítulo 1
Prologo


Notas iniciais do capítulo

Nota da autora: Olá fantasminhas, quanto tempo! Voltei, devagarzinho. Primeiramente quem está aqui e não me conhece, quero avisar que tem que ler o primeiro livro para entender a historia deste, o nome é "Uma Estranho no meu quarto" e está completo na plataforma, disponível em meu perfil.

O capítulo de hoje é só uma palinha do que veem reservado pela frente, o primeiro capítulo do segundo livro, que emoção! Ainda estou com um gostinho de que eu zerei a vida por ter finalizado um livro, sabem como é kkkkk

A história do segundo livro mesmo vai começar em breve, então espero que gostem do aquecimento e que comecemos com o pé direito! Qualquer coisa, bem ou mal, vocês já sabem que podem me dizer. Beijão e uma boa leitura!



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        A noite parecia fria no sótão do meu mais novo esconderijo. Não que eu sentisse a temperatura de fato, mas de onde eu estava sentado podia ver os poros de minha prisioneira se arrepiarem em contato com o chão frio de sua cela. Meus comparsas sugeriram que a pusessem num colchão mais eu os impedi. Tentaria qualquer coisa que a ajudasse a despertar.

        Três dias após seu furto e ela ainda dormia profundamente. Não fosse o leve movimento em seu absomem duvidaria que estivesse vive, porém sua respiração era a confirmação que eu precisava para começar a pôr meu plano em prática. 

         Todos os dias eu passava a maior parte do tempo ali no subsolo esperando uma reação sua, observando seu cabelo loiro jogados de forma desconexa e os detalhes de seu corpo esquio, característico de uma adolescente que ainda tinha muito para viver. Todo dia eu a achava incrivelmente atraente para a idade.

         Meus pensamentos se desviaram para sua coxa, exuberante e parcialmente exposta pela vestido branco e semitransparente do necrotério, até que finalmente seus olhos azuis se abriram, assustados e dilatados. 

         Ela tateou o chão de mármore com a expressão confusa e apoiou parte do peso do corpo, se erguendo. Imediatamente minha prisioneira levou a mão livre ao rosto grunhido com a dor. Ficou assim por alguns minutos,apenas observando em volta do pequeno cômodo, quando enfim terminou o trajeto e caminhou de forma trôpega até a beira das barras de ferro que a prendiam ali. Esperei que a pouca iluminação a impedisse de vir meu rosto e lhe causasse medo. O lugar mais parecia uma masmorra dos castelos de minha época e eu apreciava isso, despertava a imaginação quanto os tipos de tortura que eu usaria contra a aliada de meu irmão. 

         Ficou combinado que eu avisaria ao idiota do Theodore assim que ela acordasse, porém eu não faria imediatamente. Primeiro iria eu mesmo trocar umas palavras com ela, até que ela estivesse em seu devido lugar. Sorri ante o pensamento e levantei da cadeira, revelando-me abaixo da luz fraca que pendia do teto carregado de infiltrações.

— Olá, Jaynet! - Saudei-a mais empolgado que de costume por causa da simples hipótese de fazê-la sofrer pelos pecados de meu irmão imbecil. - Vejo que finalmente acordou, estava pensando se teria mesmo funcionado.

        O amontoado de fios loiros permaneceu virado para a direita, esforçando-se para enxergar o corredor pelas frestas das barras, ignorando-me completamente. Minha vontade foi de estapea-la e bater sua cabeça contra o ferro no qual ela se escorava, no entanto contive-me ao ver que ela pigarreava e estremecia, fraca e abatida. Se eu a espancasse talvez ela morresse de novo antes de obter o que eu quero.

— Olá? - Ela me respondeu com a voz rouca e baixa, ainda sem me encarar. - Tem alguém aí?

        Sua pergunta entretanto, ecoou pelas paredes até perder a força e me deixar completamente perplexo. 

        Ela não está me vendo?

—  Meu Deus, estou com tanta sede e fome... onde eu estou? que lugar horrível. - Murmurou para si mesma antes de uma nova tentativa. - Por favor, alguém me ajude..

        Eu podia jurar que após reviver ela teria o mesmo dom do mediador. Me aproximei mais dela, parando a centímetros de sua face. Não, ela não me enxergava. Não poderia interrogá-la. Bufei  em frustração e os pelos em seu rosto se ouriçaram. Eu não era mais que uma assombração para ela, uma humana comum da qual eu descartaria.

        A única coisa que ameniza minha raiva por ela não me enxergar é saber que Roosevelt e Christian devem estar sentindo na pele a impotência. Posso vê-los em minha mente completamente desesperados, afinal eu levei a preciosa fantasma deles embora, a mulher pela qual eles se arriscaram a invadir um prédio de segurança máxima. Sim, o sofrimento deles ameniza minha frustração por não poder torturá-la.

        Ainda levemente indignado saí de seu campo de visão e busquei o celular no parapeito do único basculhante que servia de ponto de ventilação para o ambiente. Indignado, disquei os números no aparelho odiento e ao terceiro toque, meu sócio atendeu.

— Carlisle, ela acordou? Contou algo sobre o livro? 

       Revirei os olhos. Theodore é tão burro, que recuso-me a aceitar que se trata de um cientista. Não espanta-me Becker ser considerado melhor que ele pela mídia, ao menos o pai de Jaynet tenho certeza pelos trabalhos previamente desenvolvidos, não cometeria a estupidez de tentar falar comigo ao telefone toda vez que ligo. Pouco mais de um infindo minuto se passou até que ele se lembrasse que a voz de fantasmas não são projetadas pelos aparelhos tecnológicos.

— Não pode me responder, não? Estou descendo aí.

       E meu mediador ainda se sente ofendido por ser considerado o segundo! Completo idiota. Estou doido para descartá-lo. 

       Desliguei o telefone na sua cara e esperei que ele aparecesse. Jaynet não aguentou ficar de pé e deslizou até o chão. Ela desistiu de chamar por ajuda e ficou parada ali, trêmula e respirando com dificuldade. Algo nada surpreendente quando se consideram os anos que seu corpo passou sem receber nenhum nutriente. 

        Ao ouvir o barulho da fechadura da porta principal sendo destrancada no entanto ela rapidamente se recompôs e se pôs de pé. Theodore caminhou até a frente de sua cela e a ficou encarando, ainda sem se apresentar.

— Ai graças a Deus! - Jaynet suspirou aliviada.

       Uma coisa era ela não me enxergar, mas não reconhecer Theodore....

— Há algo errado. 

        Theodore assentiu levemente. Parecia ter entendido minha linha de raciocínio, pois puxou as chaves do bolso e abriu a porta da cela. Segurando o queixo de nossa prisioneira, ergueu seu rosto até que seus olhos se encontrassem na mesma altura. Jaynet mudou seu semblante para o de alguém amedrontada conforme ele a estudava.

— Não se recorda de mim?

— Não! - Disparou ela, tentando se desvencilhar do seu toque. - Eu quero água, por favor. Estou com muita sede, e fome...

       Me juntei ao meu sócio, que a checava seu pulso e conferia algo em seus olhos como um médico normal faria, apesar de muito distante do que ele era. Parecia desconfiado de alguma coisa, mas apenas retirou um walk-talkie do bolso e pediu que um de seus funcionários trouxesse um litro de água. 

— Se lembra de seu nome completo, senhorita Jaynet?

— Meu nome não é Jaynet. - Afirmou enquanto piscava confusa. - Meu nome é Heather Franklin. Por que me chama assim? 

        Senti como se um buraco tivesse se aberto sob meus pés.  Theodore continuou encarando-a sem expressão alguma. Pude ouvir a risada de meu irmão ao fundo, vivida o suficiente para que eu deferisse um soco contra a parede. A mulher se sobressaltou com o som de meu gesto e deu um passo para trás. 

— O que foi isso? 

— Tem certeza que não se chama Jaynet Becker?

— Não.... eu sou Heather... - Ela pôs a mão abruptamente no peito. - Ah meu deus! por que minha voz está tão diferente?  Por favor, o que está acontecendo?...

        Subitamente me lembrei da mulher ruiva desmaiada no meio do círculo no momento em que interrompemos o ritual. De alguma maneira as duas haviam trocado de lugar, o que fazia do corpo de Jaynet novamente inútil, uma vez que quem o habitava não fazia ideia das respostas que buscávamos. 

        O comparsa de Theodore chegou com a garrafa de água e a falsa Jaynet nem esperou que ele colocasse em um copo, arrancou-a de suas mãos e bebeu praticamente todo o conteúdo num só gole. Meu sócio pegou a tampa da garrafa e solicitou que ele se retirasse. Quando ela terminou e recobrou novamente o fôlego havia uma centelha de conhecimento em seus olhos e uma leve cor em sua face antes pálida.

— Eu sei quem é Jaynet Becker! É uma menina que estudava em minha escola. Meu namorado sequestrou é um necrófilo... ele sequestrou o corpo dela e colocou numa casa deserta, e... - Ela parou abruptamente de falar. - Você é policial.

— Não. - Theodore respondeu seco e impaciente. Ele se voltou para mim desanimado. - O que vamos fazer com ela?

O que fazer com a impostora? Era  pergunta que permeava minha cabeça, desde o instante em que ela citara ser Heather.

       Haviam tantas possibilidades de descontar minha frustração nela. Eu poderia ordenar que Theodore e os outros comparsas vivos a estuprassem, poderia cortar-lhe a carne todos os dias, remover uma parte do corpo e enviá-lo a Roosevelt... Mas primeiro eu precisaria entrar em contato com eles. Será que ainda estavam interessados no corpo? Será que isso os abalaria?

       Se ambas estão trocadas como imagino, talvez seja de interesse deles que ela, a verdadeira Jaynet, viva como Heather. Seria praticamente mais fácil, levando em consideração a questão burocrática, viver a vida da garota ruiva. Sem problemas em ter que inventar uma história que justificasse seu retorno dos mortos, tudo que ela tinha de fazer era continuar indo a escola e fingir que nada aconteceu, casar com seu mediador medíocre e acabar feliz para sempre.

       Merda! Isso diminui bastante as chances de conseguir a droga do livro e de completar meu ritual. A mataria novamente se isso acontecesse.

— Com quem você está falando? - Heather questiona Theodore, dando um passo para trás. 

— Porra não sei, preciso pensar! - Passo as mãos pela cabeça tentando retomar minha frieza. - Precisamos entrar em contato com meu irmão, ver se ele ainda se importa.

        Se ele não se importasse, o que eu iria fazer? 

       Calma carlisle, você ainda tem Alana e as gêmeas. Ele se importa. 

       Não posso agredir o corpo de Jaynet, tenho que testar o interesse de Christian primeiro. Suspirei e encarei meu mediador, que esperava paciente por uma ordem como o verdadeiro pau mandado que era, e conforme fui me acalmando o esboço de um novo plano foi surgindo. 

— Essa moça não é interessante para a gente, precisamos somente do corpo. Faça com ela o que desejar. 

       Os olhos de Theodore brilharam. 

— Levarei ela para o laboratório, o que acha?

— Que seja, só tire ela da minha frente, e não danifique seu corpo. No mais pode fazer os experimentos que quiser. - respondo azedo.

       Dei-lhe as costas e percorri o corredor, acompanhado dos gritos de horror e protesto da moça que era sumariamente apagada por seu novo e insano carcereiro. Conhecendo Theodore como o conhecia, ele a reviraria do avesso em busca de respostas e não pouparia sua dor. 


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Notas finais do capítulo

P.S = Carlisle continua detestável! Não liberar nem um colchãozinho daqueles que só forram o chão e causam dor de coluna, é muita maldade para um homem só! :(

Não que a Heather seja o maior amor do mundo, mesmo assim eu tenho pena dela.

Bjbjbj, e nos vemos no próximo!



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