Capítulo 7
Surpresa? Sim, com certeza, ela ficou

—Dougie? — Ela franziu o cenho.
— Então...? — Ele ergueu as sobrancelhas sugestivamente.
Amanda pestanejou, olhando dentro daqueles olhos extremamente azuis.
— Ah. Oh, sim, claro.
Ele deu as costas para ela, sério, e deu um passo enquanto falava:
— Certo, vamos nos sentar — disse por sobre o ombro, enquanto caminhava lentamente. — Chamamos muita atenção parados aqui. — Sem mais, ele caminhou até a mesa onde sempre sentava sozinho.Amanda o seguiu de cenho franzido. Muitas pessoas prestavam atenção à cena. E eles nem se deram conta — não importava, na verdade.
Quando finalmente estavam ambos sentados,Dougie entrelaçou os dedos sobra mesa e ficou a encará-los durante algum tempo. A expressão em seu rosto era complicada de se desvendar.
— Então…? — Foi a vez deAmanda perguntar.
— Fui muito grosseiro com você na primeira vez em que nos falamos — disseDougie, ainda muito sério. — E aquilo não foi minha intenção.
Sem acreditar no que estava ouvindo, tudo o queAmanda pôde responder foi:
— Sem problemas.
— Sim,háproblemas — disse. — Eu fui idiota.
Ah, ele percebeu,Amanda pensou maldosamente, e logo se sentiu culpada por pensar isso dele. Afinal, o garoto estava se desculpando.
— O que acontece é que há muito as pessoas desistiram do que você está tentando — continuou. Parecia ser uma tarefa complicada externar todos aqueles sentimentos; era uma coisa incomum paraDougiePoynter. — E eu prefiro assim.
Amanda encarou a mesa.
— Mas eu não fiz por mal.
— Eusei. —Dougie se inclinou para frente e seus lábios perfeitos se abriram, como se ele fosse acrescentar algo mais. No entanto, ele hesitou. Depois de um breve olhar para a garota a sua frente, resolveu perguntar:
— Você não mentiu quando disse que não tinha pena de mim? —Amanda levantou o olhar para fixá-lo no do garoto.
— Não. — Era uma única palavra, mas dizia muita coisa.Dougie ficou a observá-la, tentando saber só de olhar se a garota estava mentindo. Mas ela não estava e logo ele se deu conta disto.
— Oh, certo — murmurou. — E por que você disse que acha que eu estou agindo de forma errada?
Amanda deu de ombros, escorregando um pouco pela cadeira.
— Já passei por algo semelhante antes — disse. — E eu fiz o mesmo que você. Se quer saber, esse foi o pior erro que eu cometi em minha vida.
Dougie absorveu a informação por instantes.
— Foi por isso que você mudou de escola?
— Não — disse. — Foi por que meus pais precisaram deixar Paris.
— Paris? —Dougie ficou surpreso.
— Sim. —Amanda encarou a mesa. — Fiquei feliz por finalmente ter deixado Paris. E, sabe — Ela olhou paraDougie. —, o que Pierre fez comigo foi pior do que o que houve com você.
Dougie não disse nada.
— Ele não ficou com uma garota qualquer — disseAmanda. — Foi a minha melhor amiga. Ela era mais como uma irmã. E foi no meu quarto.
— O quê?! —Poynter estava cético.
— Eu dei uma festa de final de ano lá em casa — disse-lhe. — Pierre e Fleur sumiram em um certo momento. Lembro de ter pensado que Fleur poderia ter subido para retocar a maquiagem e que, provavelmente, Pierre estaria com seus amigos em algum lugar.
— Eles estavam se beijando... em sua casa, em seu quarto?
— Não — disseAmanda. — Eles estavam transando em minha cama.
Dougie a encarou, chocado.
— Lamento — disse.
— Não o faça. —Amanda sorriu minimamente. — E agora, quem está com pena de quem?
Dougie riu. Com certeza, era o menino mais lindo queAmanda havia visto na vida. Seu riso o tornava perfeito.
O sinal do fim do intervalo soou, alertando de que precisavam ir as salas de aula.
— Nos vemos depois. —Dougie se levantou da cadeira e, com um último olhar em direção a garota, acrescentou: — Obrigado.
— Pelo quê? —Amanda franziu o cenho.
— Você foi a primeira que me fez rir em muito tempo.
Sem mais, ele se foi, deixandoAmanda com a expressão de choque (Lê-se: expressão de idiota/tonta/louca/apaixonada) estampada no rosto.
Quando saiu do torpor, tudo o que conseguia pensar era na aula de Francês, dali a alguns períodos. No último, para ser mais precisa.
A aula que teria comDougie.