Simplesmente me abrace escrita por Patty Cullen
Notas iniciais do capítulo
Este é o último capítulo e gostaria de agradecer a todos que acompanharam a história. Eu quis homenagear uma pessoa muito corajosa, que ficou quase que completamente sozinha em um momento que deveria ser mágico na vida de uma mulher. Ela não era tão nova quanto Bella. Tinha 22 anos, fazia faculdade e trabalhava, assim como o namorado. Quando descobriu que estava grávida, foi acusada de ter feito de propósito para impedi-lo de aceitar um estágio no exterior. O casamento, na casa dos sogros, foi uma humilhação para ela, com os olhares de acusação que teve de enfrentar. O marido passou a ignorá-la e mal parava em casa. Ela continuou estudando e trabalhando para manter a sanidade e passava as noites sozinha no pequeno apartamento que alugaram. Nem da própria família ela teve apoio. Quando a visitavam, o que era muito raro, tentavam justificar as atitudes do marido dela, dizendo que ele sempre foi um rapaz muito bom e tinha razão por estar revoltado com a atitude dela. Perto do bebê nascer, ela passou mal no trabalho, uma queda de pressão desencadeada por stress, excesso de atividades, carência de nutrientes e noites sem dormir. Enquanto estava sendo levada da emergência para o quarto, ela pensava que ficaria mais uma vez sozinha, que ninguém se importaria com o fato dela estar hospitalizada. No entanto, o marido foi em direção a ela chorando e ela viu também os pais, os sogros e uma das cunhadas. Eles estavam tristes e envergonhados. A história da pílula de farinha tinha acabado de vir a público. Ela não ficou revoltada. Não naquele momento. Foram meses de acompanhamento com a psicóloga indicada pelo hospital para conseguir colocar tudo para fora. Na última consulta do pré-natal ela participou de uma reunião no hospital com outras mulheres da cidade que tinham engravidado nas mesmas condições e então elas formaram um grupo para mover uma ação coletiva contra o laboratório que fabricava o anticoncepcional. Ela ouviu histórias parecidas com a sua, mulheres acusadas de engravidar de propósito para forçar ou manter um casamento e uma menina que estava morando com a tia depois de ter sido expulsa pelos pais. Mas o caso mais preocupante era de uma mulher de 43 anos, cardiopata e diabética, cuja gravidez era de alto risco. Essa pessoa chegou a dar uma entrevista na época, falando do medo que tinha de morrer na sala de parto e deixar o marido e os dois filhos. Muitas pessoas comentaram que eu deveria fazer a Bella desprezar o Edward para que ele visse o quanto ela sofreu, mas na história real não foi necessário. O marido dessa amiga se culpou (e se culpa até hoje) e não mediu esforços para manter o casamento. Estou terminando duas com um Edward mais próximo do personagem original, mas antes quero ler as histórias de algumas pessoas que comentaram, prestigiando o trabalho delas como elas prestigiaram o meu. Muito obrigada!
POV Bella
Ontem Edward estava estranho. Agora eu estou com 23 anos e ele com 28. Desde que Andy tinha 2 anos nos mudamos para o nosso apartamento, embora na casa dos seus pais aconteçam todos os eventos da família. Ele se especializou em pediatria e divide um consultório com Emmett e Jasper e os três também trabalham no hospital. E eu desde que me formei sou tradutora juramentada. Posso trabalhar em casa e organizar meus horários de acordo com as necessidades de Andy. Com a nossa vida estabilizada, Edward me pediu para termos outro filho, me deixando bastante balançada. Claro que já tínhamos conversado antes sobre isso só que agora ele quer que eu tire o DIU. Quando voltamos, eu fiquei tomando pílula por um tempo, mas vivia apavorada e não conseguia fazer nada sem camisinha. Tinha medo de engravidar de novo e reviver aquele pesadelo. Edward colocou Andy para dormir, me chamou para conversar e prometeu olhando intensamente nos meus olhos que queria acompanhar minha barriga crescendo e fazer tudo o que não fez quando eu estava esperando Andy por ser um completo idiota. Disse o quanto era grato por eu ter aceitado que ficasse ao meu lado pouco antes do parto apesar de tudo o que ele tinha feito. Eu tenho medo porque a gravidez é um período em que as emoções ficam afloradas e não sei se consegui mesmo superar tudo o que aconteceu. Mas resolvi não negar isso a ele nem a mim mesma. Quero deixar aquele passado triste para trás e construir um futuro com Edward e nossos filhos.
POV Edward
Ontem Bella e eu tivemos uma conversa depois que coloquei Andy para dormir. Agora eu estou com 28 anos e ela com 23, compramos nosso apartamento e eu tenho um consultório, que divido com Emmett e Jasper. Ela se tornou tradutora juramentada e trabalha em casa. Estamos com a vida estabilizada, sem a ralação dos primeiros anos do nosso casamento, então pedi para termos outro filho. Eu sinto que ela também quer, mas entendo seus medos. Quando o resguardo terminou, eu comecei a acariciá-la mais intimamente e a chamava para tomarmos banho juntos para tentar estimulá-la. Ela se mostrou bastante receptiva e fizemos amor depois de alguns dias. Mas ela não confiava na pílula, vivia com medo da camisinha estourar e engravidar de novo. Então eu sugeri que ela colocasse o DIU. Prometi que faria tudo diferente se ela ficasse grávida de novo. Quero acompanhar desde o início, estar com ela em todos os momentos, envolver nossas famílias, ver a barriga dela crescendo e conversar todos os dias com nosso bebê, tudo o que não fiz quando ela estava esperando Andy por ser um completo idiota. Eu disse o quanto era grato por ela ter me aceitado ao seu lado nos últimos dias da gravidez apesar do meu comportamento naqueles meses terríveis. Ela tem medo de não saber lidar com os sentimentos que podem surgir. Eu respeito e vou aceitar se ela não quiser ter outro filho. Mas generosidade é uma palavra perfeita para definir minha Bella e tenho esperanças de que ela confie em mim e me dê mais esse presente.
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