Wrong Girl escrita por brooke


Capítulo 5
V




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760000/chapter/5

“Todas as milhões de palavras que eu gostaria de ter te falado...” — Scorpius Malfoy

— Não acho que seja uma boa ideia, Nick. — murmurei, já cansado daquele assunto.

Um mês. Trinta dias. Setecentos e trinta horas. Dois milhões quinhentos e noventa e dois mil segundos.

Esse era o tempo em que eu e Rose Weasley não nos falávamos.

Tinha virado costume virar os corredores de castelo e dar de cara com eu e a Weasley rindo, bolando planos ou conversando sobre amenidades, e desde o aniversário de Dominique tudo aquilo havia acabado. Era perceptível para qualquer um que nós havíamos brigado, mas que aquela não era uma briga boba como costumávamos compartilhar antigamente vez ou outra pelos corredores do castelo, não, ela era completamente diferente.

Seja pela nossa amizade — que sim, agora admito que estávamos criando uma — ou pelo sentimentos confusos que compartilhávamos um pelo outro, o fato era que eram situações divergentes e, por serem divergentes, eu não sabia como agir.

Rose Weasley era a garota mais complexa que eu já havia conhecido — não que eu conhecesse muitas —, por isso, não sabia dizer se todos aqueles olhares que ocasionalmente encontrava sobre mim, significavam que eu deveria tomar atitude e ir até ela porque ela sentia minha falta tanto quanto eu sentia a sua.

De qualquer forma, eu tentava ao máximo tirar a boneca do mal da minha cabeça e focar em assuntos que me distraíam e eram importantes, como quadribol e os NIEM'S, que se aproximavam cada vez mais rápidos. Ah, e claro, Dominique.

— Por favor, amor, por mim! — exclamou, seus lábios rosados se formando em um biquinho infantil; Dominique sabia bem que clamar por algo dizendo que era pra fazer por ela era golpe baixo contra mim. — É nosso beiversário!

— Nosso o que? — perguntei confuso, enquanto andávamos lado a lado pelo corredor em direção a próxima aula.

— Você esqueceu que dia é hoje? — perguntou, subitamente irritada e parando no corredor, agarrando minha mão e me fazendo parar também.

— É claro que não. — menti. — É nosso beiversário, como eu poderia esquecer?

— Você tem sorte de eu gostar tanto dessa sua carinha linda. — suspirou, colocando a mão no meu rosto e apertando minhas bochechas, de modo que um biquinho se formasse. — Hoje faz um mês que demos nosso primeiro beijo.

Xinguei mentalmente as minhas lembranças. É claro que eu sabia que faziam exatos um mês que eu e Rose não nos falávamos, mas como pude esquecer que era também o tempo que eu e Dominique havíamos dado o primeiro beijo? Esse era o tempo em que eu havia vencido minha aposta e ficado com a garota mais popular do castelo. O tempo em que eu tinha perdido meu bv e iniciado um namoro — se é que era possível chamar dessa forma — com Dominique.

— Você não me deu tempo para falar. — resmunguei, me esquivando de seu aperto. — Podemos comemorar depois, só nós dois, sem nenhuma festa.

— Prometi para Violetta que iríamos, por favor, Scar... — implorou, seus olhos azuis brilhando em esperança na minha direção. — Não precisamos ficar muito, só algum tempo e depois podemos comemorar só nós dois. — abriu um sorriso sacana, subindo a mão pelo meu peitoral devagar, até chegar na gola da camisa, ajeitando-a.

Suspirei, cansado demais para discutir e ansioso demais para sair dali, soltei:

— Tudo bem.

Dominique deu pulinhos animados, antes de colar nossos lábios com tanta rapidez que não tive tempo de reagir.

— Nos vemos depois. — e da mesma forma que surgiu ao meu lado enquanto eu saia do refeitório, ela sumiu pelos corredores; rápida demais.

E então, ali estava eu. Mais uma vez, tudo o que eu queria era sair correndo para baixo das cobertas quentinhas do meu dormitório, seguro e longe de toda aquela multidão de pessoas.

Assim que abrimos a porta da Sala Precisa, as luzes coloridas que saiam do lustre-bola enfeitiçado quase me cegou, me dando ali mais um motivo para correr enquanto ainda desse tempo; mas eu sabia que não tinha mais tempo.

— As meninas estão ali, — disse Dominique, elevando o tom de voz por conta da música alta que tocava e apontando para onde seu grupo de amigas estava. — eu vou lá cumprimentá-las, por que enquanto isso você não pega uma bebida para nós? Te encontro nos sofás.

Assenti levemente, não querendo ter de gritar. Ela sorriu, mais uma vez colando nossos lábios e saiu em direção de Violetta Edgecombe e outras garotas corvinas. Respirando fundo, me esquivei na multidão, tomando cuidado para não esbarrar em alguém — o que, obviamente, eu falhei então vez ou outra eu murmurava um pedidos de desculpas.

— Um refrigerante e um hidromel com morangos. — falei um pouco alto, assim que cheguei ao bar improvisado. Pude reconhecer Travis Corner, um garoto lufano e troncudo, ocupando a função de barman naquela noite.

— Refrigerante, sério? — meu coração disparou ao reconhecer aquela voz próxima demais. — Você não muda mesmo, Scorp. — debochou.

Foi só quando ela usou meu apelido que consegui concluir a única razão que faria Rose Weasley falar comigo naquele momento; ela estava bêbada.

— Eu... não gosto de ficar bêbado. — contei, vendo-a abrir mais um sorriso de escárnio. — Sempre acabo fazendo besteiras ou magoando pessoas que eu gosto.

— Você não precisa ficar bêbado para fazer isso. — soltou, cada palavra lentamente jorrando veneno, mas que em mim tiveram o efeito de facas me perfurando repetidas vezes.

— Rose, escuta... — comecei, sendo interrompido por Travis trazendo meus pedidos. Peguei os dois copos, agradecendo e colocando-os na minha frente e tornei a virar na direção da ruiva ao meu lado.

— Weasley para você, Malfoy. — resmungou, apontando um dedo ameaçadoramente na minha direção.

O nível de álcool estava tão alto em seu sangue que ela acabou se desequilibrando com o movimento repentino, me fazendo agarrar sua cintura para evitar que ela caísse. Rose levantou a cabeça, fitando meus olhos e, mais uma vez, por um segundo, eu juro, éramos só nós dois e a música alta deu lugar a um silêncio quase palpável. A garota aproximou seu rosto lentamente do meu, e eu não me mexi. Embora meu cérebro gritasse que estávamos em uma festa, cercados de pessoas e entre elas Dominique, a minha suposta namorada, tudo que eu conseguia fazer era encarar seus olhos azuis na mesma intensidade que eles me encaravam.

Mas então a Weasley soltou uma risada debochada, nos afastando mais uma vez.

— Precisamos conversar. — falei, ainda meio desnorteado pela proximidade recente.

— Não tenho nada para falar com você. — resmungou.

Rose inclinou seu corpo para frente, e sem nenhum convite pegou a bebida que eu havia pedido para Dominique, dando um grande gole.

— Você sabe que temos sim. — retruquei, tirando o copo da sua boca. — Por favor, Rose... se você não quisesse isso também, por que veio até aqui falar comigo depois de um mês inteiro me ignorando? Sabe que quer isso tanto quanto eu.

Ela ponderou por alguns instantes, mas quando ia responder, rapidamente cobriu sua boca, murmurando algo que não entendi pelo som alto e a como sua voz soou abafada, saindo correndo em seguida, empurrando algumas pessoas pelo caminho.

Sem pensar muito eu a segui, até um lugar afastado que descobri ser um banheiro.

— Rose? — chamei.

Uma única cabine estava fechada e de lá pude reconhecer o som de sua garganta forçando que todo liquido que havia bebido nas últimas horas — que pelo visto não era pouco, caso contrário, ela não estaria passando mal — saísse para fora; ela estava vomitando.

Me aproximei com cuidado, batendo na porta.

— Estou entrando, tudo bem? — perguntei. Ela não respondeu, mas mesmo assim abri a porta da cabine, encontrando-a ajoelhada em frente ao vaso.

Respirei fundo, segurando seus cabelos de modo que ela não sujasse enquanto continuava soltando tudo para fora. Não sabia ao certo quanto tempo ficamos ali, e mesmo sabendo que talvez Dominique estivesse louca me procurando, eu não me importava. Meu coração gritava que estava onde precisava estar.

— Por que eu continuo fazendo isso? — soltou com a voz embargada, quebrando o silêncio, embora parecesse falar mais consigo mesmo do que comigo.

— Se sente melhor? — perguntei, após segundos decidindo o que falar.
Ela assentiu com a cabeça, se levantando.

— Não precisava ter feito isso. — resmungou. Se virou para mim, seus olhos azuis evitando a todo custo encontrar os meus. Sua maquiagem escura escorria pelos seus olhos, e o glitter que antes enfeitava suas maçãs do rosto, agora não estavam mais ali, dando o indício de choro.

Mais uma vez, e como tudo que envolvia ela, eu não pensei muito antes de puxá-la para meu peito, em um abraço. Rose relutou no começo, me fazendo apertá-la um pouco mais forte, até ela se entregar ao aperto e as lágrimas.

Scorpius, por favor, não vá... — ela sussurrava, e eu não sabia se era o álcool em seu sangue falando ou se ela realmente queria isso.

— Você precisa descansar. — murmurei, me afastando o suficiente para encarar seus olhos azuis.

— Eu não quero... não quero ficar longe de você de novo... — murmurou.

— Rose, escute — suspirei, segurando seu rosto com as duas mãos e sentindo meu coração gritar para não fazer isso. — você está bêbada e por mais que tudo que eu queria no mundo era escutar isso nesse último mês infernalmente torturante sem você, eu quero ouvir isso de você sóbria.

Seus olhos azuis me encaravam e eu não quebrei o contato visual, deixando ela digerir minhas palavras.

— Então faça você. — disse por fim. — Fale tudo que queria me dizer, aproveite que, provavelmente, eu não lembrarei de nada amanhã.

Ponderei um pouco, com seu rosto ainda nas minhas mãos. Durante todo o mês, eu só queria uma oportunidade; um simples momento para que pudesse despejar em Rose tudo o que estava guardando porque estava me sufocando. Guardar todas aquelas palavras e sentimentos me sufocava de uma forma que eu nem sabia que era possível.

— Naquele dia, eu disse que gostaria de ter voltado no tempo e não ter ido pedir sua ajuda, mas quer saber? Se eu pudesse voltar no tempo, eu voltaria para aquele dia e retiraria tudo o que eu disse, te abraçaria, e não deixaria você ir até parar de chorar, então nós voltaríamos para o castelo juntos e todo esse mês torturante jamais existiria. — fiz uma pausa, recuperando o fôlego. — Porque eu não me arrependo de ter me aproximado de você, de ter deixado você me apresentar seu mundo e todas aquelas sensações malucas que você, e só você, Rose Weasley, conseguem me fazer sentir. — avaliei suas expressão, seus olhos azuis me encaravam indecifravelmente. — Não estou pedindo que me perdoe ou esqueça tudo que eu disse, mas quero que saiba que nada daquilo é verdadeiro e representa o que eu realmente sinto.

Deixei que digerisse minhas palavras, e eu já podia sentir o peso de tudo que gostaria de dizer nesse mês inteiro se esvaindo, me deixando mais leve; meu sono, minha mente e meu coração clamavam por isso.

— Scorpius, eu-

Fomos interrompidos pela porta da cabine se abrindo de súbito, nos fazendo afastar. A figura alta, loira e com toda certeza mais forte que eu de Caius McLaggen nos escarava com fúria.

— Atrapalho alguma coisa?

— Malfoy já estava de saída, Caius. — Rose resmungou, parecendo instantaneamente mais sóbria. Encarei-a confuso, mas ela mantinha um olhar duro no loiro a nossa frente.

— Você não é o namoradinho da Delacour-Weasley? — perguntou, o desdém nítido em sua voz. — Então o que está fazendo em uma cabine apertada com a minha garota?

— Sua garota? — olhei confuso para a ruiva.

— Já disse para não me chamar assim, Caius. — revirou os olhos, cruzando os braços. — Não sou uma propriedade ou objeto para você falar que sou sua.

Ele a ignorou, mantendo seus olhos azuis — que agora faiscavam — na minha direção. Senti que, se McLaggen tivesse poderes de soltar raios lasers pelos olhos, eu definitivamente já estaria morto.

— Eu fiz uma pergunta, Malfoy. — grunhiu.

— Estava cuidando da sua garota, coisa que aparentemente você não é capaz de fazer. — soltei, a irritação me dando coragem. Eu não sabia se estava irritado com o rapaz ou pelo fato de ele poder ter a chance de chamar Rose de sua.

— Exato, Malfoy, ela é minha. Por que não vai atrás da sua? — abriu um sorriso de escárnio. — Está finalmente assumindo o legado do seu pai e virando um galinha? O que vem a seguir? Arte das trevas?

E antes que pudesse conter meus movimentos, eu o soquei. Caius levantou com fúria nos olhos mas o sorriso sarcástico que brincava nos seus lábios denunciava que eu havia reagido exatamente da forma que ele queria.

Em um movimento rápido, o loiro revidou com um soco certeiro no meu rosto, ao mesmo tempo que segurava meus ombros e acertava um chute nas minhas partes baixas. Senti minhas pernas fraquejarem e cai no chão, me contorcendo pela dor.

Tudo ao meu redor parecia rápido demais, mas eu sentia meus movimentos lentos. Eu escutava, ao longe, vozes gritando mas não conseguia identificar o que estavam falando. Senti uma mão quente se entrelaçar na minha, me levantando e puxando para fora e eu só me deixei guiar.

Andamos por alguns minutos e eu chegava a conclusão que a pancada havia sido forte demais, já que eu não reconhecia o caminho. Quando entramos em uma sala, duas mãos firmes me guiaram até uma superfície fofinha, me fazendo sentar. E só então tudo parou de girar.

Com a ponta da varinha acesa, Rose Weasley vasculhava um armário da enfermaria, tentando ao máximo fazer silêncio. Ela se aproximou alguns segundos depois, com um algodão e um frasquinho transparente.

— Preciso limpar seu machucado. — contou. Levei a mão até o canto dos lábios, só então percebendo que sangrava. E muito. — Isso vai doer. — Ela molhou o algodão com o liquido do frasquinho e, cuidadosamente, depositou o objeto na minha ferida, me fazendo agarrar seu braço. — Pode apertar. — sussurrou.

Encarei seus olhos, começando a me acostumar com a dor. De perto, eu conseguia ver suas sardas pingando em seu rosto e sua maquiagem escura borrada ressaltava seus olhos azuis. E mesmo ali, eu a achei linda. Respirei fundo.

— Você não estava bêbada? — perguntei, sem saber como começar um assunto. Ela soltou uma risada e, Merlin, como eu sentia falta disso.

— Eu ainda estou um pouco. — respondeu.

— Certo — murmurei, rindo. — então, — meu sorriso se desfez, dando espaço para uma expressão séria. — Sobre antes...

— Nós dois falamos besteiras naquele dia. — murmurou rápida, sem desviar os olhos do ferimento.

— Está falando sobre confessar que gostava de mim? — perguntei cauteloso, soltando um grunhido quando ela pressionou o algodão na minha pele para conter o sangramento.

— Eu menti. — disse. — Nunca senti nada por você.

Eu a conhecia suficientemente bem para saber que estava mentindo agora.

— E sobre você não querer ficar longe de mim?

Rose se mexeu desconfortável, evitando encarar meus olhos.

— Não deveria dar importância as coisas que eu falo bêbada. — respondeu, minutos depois. — Foi um momento de fragilidade.

— O álcool não nos da coragem para dizer e fazer o que sempre quisemos? — perguntei.

Ela não respondeu e eu não quis insistir naquele assunto agora, não ali. Outra coisa me incomodava mais no momento.

— Então... você e o McLaggen...? — soou mais como uma pergunta do que afirmação.

— Você e Dominique... — retribuiu.

— Não estamos namorando. — contei rápido, de uma forma que nem mesmo eu sabia porquê. — Digo, acho que não.

— Acho que não é isso que ela pensa. — respondeu, se afastando e pegando mais um pedaço de algodão, molhando no mesmo líquido de antes. — Caius e eu estamos namorando.

Nunca havia levado uma Cruciatus, mas naquele momento eu desconfiava que o efeito era bem parecido com aquelas palavras; uma dor psicológica e física.

Por alguma razão, o sentimento de perda me consumia. Não fazia sentido aquilo, afinal, eu estava com Dominique e o fato de ela namorar Caius McLaggen não deveria me afetar tanto. Mas por que então eu sentia como se tivesse perdido algo? Perdido ela?

Ela se aproximou, voltando a limpar o ferimento.

— E você está feliz? — perguntei, após minutos em silêncio.

— Sim.

— Acho que... se você está feliz é o que importa. — falei lentamente, como se quisesse me convencer também das minhas próprias palavras. — Merlin, não consigo isso. Tem tanta coisa que eu preciso falar, mas ao mesmo tempo...

Fui interrompido por três figuras diferentes invadindo a enfermaria. Rose resmungou algo sobre não fazer barulho enquanto se afastava, dando lugar a uma Dominique preocupada.

— Por Merlin, Scorp, o que houve com você? — seus dedos finos tocaram meu machucado, ao mesmo tempo que uma careta de dor se formava no meu rosto.

— Estou bem. — murmurei, afastando sua mão, subitamente bravo por terem interrompido tudo o que eu tinha e precisava falar.

— Eu vou matar você por ter ferido o rosto lindo do meu namorado, McLaggen! — pelo canto dos olhos, vi Rose revirando os olhos e ao focar de novo minha visão na frente, notei duas figuras paradas próximas a porta.

Caius McLaggen mantinha uma postura despreocupada, ressaltada pelas mãos nos bolsos e o corpo encostado na batente da porta, seu rosto deixava nítida a falta de vontade de estar ali.

— Já pedi desculpas, Weasley. — retrucou. — E foi ele que me socou primeiro.

— Como se pedir desculpas fizessem o hematoma sumir! — Dominique devolveu, embora ele não tivesse pedido nenhuma desculpa para mim. — Albus, pode fazer uma poção para isso?

E então notei meu melhor amigo ali, também parado com as mãos nos bolsos, mas este me encarava com diversão, como se a imagem de eu sentado em uma maca, com uma ferida no canto dos lábios e um corte na bochecha com Dominique e Rose na mesma sala fosse a imagem mais engraçada que ele já havia visto. E talvez fosse mesmo.

— Talvez o necessário agora fosse uma poção limpa feridas. — Rose retrucou, claramente desaprovando o comentário da prima. — Limpei o ferimento com álcool, mas seria bom aplicar a poção, além de que a cicatrização seria mais rápida.

— Rápida mas não instantânea. — Dominique resmungou.

— Eu concordo com a Weasley. — o Potter murmurou, fazendo todos arquearem a sobrancelha em sua direção. — A sonserina. — explicou, ao notar os olhares confusos. Embora sua explicação não fizesse nossos olhares sumirem; desde quando Albus concordava com Rose?

— Tenho certeza que Scorpius prefere que se livrem agora desse hematoma ridículo, não é, amor?

— Na verdade, não está tão ruim. — comecei, sobre o olhar atento de todos. — Posso conviver com isso por uns dias, se o melhor é aplicar a poção limpa feridas, então eu aceito.

Dominique me fuzilou com os olhos, como se discordar de sua opinião fosse um crime ou algo do tipo.

— Certo, deve ter todos os ingredientes aqui. — Rose murmurou, voltando a vasculhar o armário.

— Não temos autorização para realizar poções aqui. — comentei, lembrando a todos o óbvio.

Vocês não tem. — foi Caius quem respondeu. — A minha garota está fazendo estágio com Madame Pomfrey, então ela tem autorização para realizar primeiros cuidados e isso inclui poções.

Rose resmungou algo sobre não chamar ela de sua e eu cheguei a conclusão que odiava Caius McLaggen. Odiava a forma como ele sempre frisava o pronome possessivo e o odiava por ter uma razão para chamá-la de “minha garota” e uma parte de mim, ainda que pequena, sentiu inveja. E também tristeza, por ver como sua vida havia mudado em um mês, e eu não pude acompanhar de perto como gostaria.

— Acho melhor vocês dois saírem. — Albus comentou, notando meu desconforto. — Scorpius vai ficar bem, Nick.

Ela hesitou um pouco, alternando o olhar entre mim e a prima.

— Eu vou indo também. — Rose murmurou, atraindo a atenção de todos. — Vou deixar um bilhete para Madame Pomfrey e Slughorn contando a situação e ela irá entender.

— E se ela aparecer enquanto Albus faz? — perguntei, ignorando o olhar fuzilador que a loira me lançou.

— O bilhete explicará tudo. — disse, enquanto conjurava uma pena e um pedaço de pergaminho.

Todos nós observamos a pena riscar o pergaminho sozinha, enquanto a ruiva analisava atentamente o que era escrito. Por fim, o pedaço de papel voou até o mural de avisos e a garota começou a caminhar em direção a saída.

— Rose, espera! — exclamei, me levantando da maca. Ela balançou a cabeça em negação.

Sinto muito por tudo isso, Malfoy. — foi o que disse, e eu sabia que ela não se referia somente ao soco. Ela entrelaçou seus dedos ao de McLaggen e os dois saíram da enfermaria.

E de repente a ferida não doía tanto; meu coração, naquele momento, doía bem mais com a constatação do óbvio — eu havia, definitivamente, a perdido.

Agora estou a meio mundo de distância de você
Mas você está sempre na minha mente
Há um milhão de palavras que eu poderia ter dito
Você poderia ainda ser minha
E se há alguém no lugar que eu costumava estar
Espero que ele te fale todos os dias
O milhão de palavras que eu deveria ter dito
Eu gostaria de poder te dizer, sempre
Quando você era minha, eu te afastei?
Culpei esse peso todo sobre os meus ombros caindo em cima de mim
Mas, então, eu só tinha que vê-la, você não sabe como é bom esse sentimento?
Estas são todas as palavras que eu deveria ter enviado
Eu perdi minha chance? É tarde demais para dizer?

— Million Words - The Vamps


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

obrigada a todos vocês que comentaram, favoritaram e acompanharam, tanto nesse tempo que estive fora, quando lá em 2018 quando eu ainda era ativa aqui. vocês são incríveis e, espero de verdade, que ainda estejam aqui!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wrong Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.