Litígio escrita por Geovana henderson Cullen


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Oiee, aqui está mais um capítulo com a versão de James da Lua cheia...



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PDV James

 

(Horas antes...)

 

Mesmo com receio confiei em meu irmãozinho. Saí dali apressado mas graças á minhas habilidades no volante cheguei em cinco minutos. A campainha tinha um som calmo embora o ar da casa fosse de uma noite de Halloween, exalando adrenalina e perigo.

 

Ouvi um ruído atrás da porta e logo ela se abriu, me esclarecendo o barulho. Logan foi quem atndera e ele provavelmente havia tropeçado.

 

— Oi James, vem entra a Tori deve estar terminando de vestir o Scott, mas pode subir, é a última porta.- Ele falava enqunto caminhava pegando um brinquedo a cada 2 metros.

 

— Tudo bem.- Dei de ombros e subi. Parei diate da última porta, esta estava entreaberta. Empurrei um pouco e encontrei Tori sentada na cama com o celular na mão, o cabelo despenteado e uma toalha no ombro.

 

— Se a mensagem for pra mim... já estou aqui.- Disse abrindo a porta totalmente. Ela levantou os olhos e assim que me viu ela riu , arrumando o cabelo e colocando a toalha pendurada em um gancho na parede. Veio até mim e me deu um breve abraço.

 

— Ainda bem, então vamos começar.- Ela andou saltitante até a escrivaninha e eu a acompanhei. Ela estava de cenho franzido e procurava algo olhando de um lado para o outrono quarto.

 

— O que foi?- perguntei, ela continuou procurando.

 

— A cartolina.- murmurou ainda confusa até parar no meio do quarto e elevar o tom de voz.

 

— Scott você pegou minha cartolina ? - Segundos depois alguns cachinhos penderam da porta e eu vi pequenos olhos curiosos. Ele entrou no quarto com as mãozinhas para trás segurando a cartolina, maior que ele inclusive.

 

— Essa aqui mamãe?- Ele estendeu o papel que estava todo desenhado com monstrinhos e outras coisas. Tori suspirou e concordou com a cabeça, fazendo com que ele desse um sorriso amarelo. Não cosegui me conter e perguntei:

 

— Ele é seu filho?

 

— Sim.

 

— Você nunca disse nada.

 

— Você nunca perguntou nada que me levasse a esse assunto.- Respondeu sorrindo, sorri de volta. Me virei para o menino e me abaixei para ficar a sua altura.

 

— Oi

 

— Oi meu nome é Scott, e o seu?

 

— O meu é James.

 

— James... é bonito.-Ele sorriu e me abraçou. Me levantei com ele no colo. Fazia muito tempo que eu não interagia com uma criança, a última vez que estive em contato com uma foi meu irmão Isaac e ele já está bem grandinho, faz alguns anos.

 

— E não vou deixar minhas visitas te verem, fica com todas as atenções pra você.- Ela reclamou fazendo biquinho.

 

— Ta bom, mas deixa ele ser meu amigo?- Scott pediu também fazendo biquinho, só que ele era mais fofo, Scott venceu.

 

Ficamos brincando com ele por incontáveis minutos, até Logan aparecer se protificando a distrair o garotinho, ele já havia feito o seu trabalho.

 

Foram algumas horas de trabalho mas eu tinha um vasto conhecimento em mitologia, o que agilizou a produção.

 

Me levantei da cadeira e lentamente caminhei até a janela. Olhei pelo vidro e lá estava ela, por mais danos e dificuldades que ela me desse eu gostava da lua cheia, ela reinava no céu durante a noite, brilhante e majestosa. Mas não era só sua beleza, de certa forma eu me sentia mais perto  do meu pai, como se ele estivesse ali comigo e ela me lembrava a mãe de Isaac, ela fora a mãe que eu e Jade não tivemos, mas ifelizmente dar a luz a um bebê, lobisomem, fora de mais para ela. Ela sim merecia esse título, o de mãe. De certa forma eu ainda me pergunto porque dar a luz a ele teria sido tão difícil, já que meu irmão não é tão forte quanto os outros da espécie, ele é mais frágil e com certeza é lobisomem por ter nascido assim, ele não aguentaria se fosse transformado pela mordida, tem gente que não nasceu pra isso e meu irmão com certeza faz parte dessas pessoas. Quando olho pra ele, eu a vejo em sua personalidade inocente além

 

dos mesmos cabelos de tom claro e olhos azuis. Pensar em meu irmão me fez sentir uma sensação ruim que não compreendi.

 

Estava tão absorto em minhas lembranças e pensamentos que só voltei a realidade quando meu celular começou a vibrar freneticamente em meu bolso, tratei de atender rápdo ao ler o nome de Jade na tela.

 

— Diga.

 

— James, o Isaac sumiu, ele simplesmente saiu e eu não consigo encontrá-lo.- Eu sabia! Tenho que aprender a não ignorar os sinais da ''ligação de irmãos''.

 

— Mas o que aquele maluco tem na cabeça! Aliás toma cuidado, Peter não está em casa, deve ser a noite preferida dele pra caçar.

 

— Ai droga! O que eu faço então?

 

— Eu não sei, vou tentar falar com ele. Volte pra casa não é seguro seja lá onde você esteja.

 

— Tome cuidado você também, está na casa de um caçador em plena lua cheia.

 

— Sim senhora.- Desliguei e iniciei as tentativas de falar com Isaac, como ele não atendeu deixei um recado e olhei para os lados, me certificando de que ninguém teria escutado minha breve conversa. Quase tive um ataque cardíaco ao ver Scott parado junto a mim, me olhando com seus olhos grandes e verdes num tom muito vivo.

 

— O-oi.- Gaguejei enquanto o pegava no colo, os batimentos ainda irregulares.

 

— Mamãe disse que ninguém resiste aos meus encantos, disse pra eu pedir pra você ficar pra jantar.- Ele falou sorrindo, ela tinha razão, mas hoje eu tenho prioridades com nomes e sobrenomes.

 

— Ela tem razão, mas eu preciso ir.- Ele ficou realmente triste com minha decisão. O apertei em meus braços, mas me desesperei ao ver minhas garras expostas. Não, sem chance eu tinha me controlar, jamais me perdoaria se fizesse algo com ele. Minhas presas estavam lutando para se alongarem, prontas para rasgar o que se movesse. Respirei fundo e ele me abraçou forte, retribuí seu abraço me concentrando em seu coraçãozinho. Isso me trouxe calma o suficiente para conseguir resistir os efeitos da lua, cuja luz agora atravessava a janela tocava minha pele. Scott se mexeu e colocou uma mão em cada lado do meu rosto.

 

— Está tudo bem, eu sabia que era forte.- Ele me olhava intensamente e sorrindo, franzi o ceho confuso, me questionando se sua idade era realmente 3 anos, como Tori havia me contado horas antes.

 

Desci as escadas ainda com ele em meus braços, me deparando com Tori e Logan de um lado para o outro arrumando lugares na mesa.

 

— E então? Minha carta na manga funcionou?- Tori perguntou divertida.

 

— Isso foi golpe baixo, literalmente.- Ela riu.- Mas eu tenho que ir, sinto muito.

 

— Ah James, qual o problema?É só um jantar, seja o que for que tenha pra fazer tenho certeza que pode esperar.- Uma voz que eu não esperava ouvir soou leve e maliciosa aos meus ouvidos, mas não acho que os gêmeos tenham notado algo.

 

— Pai? Chegou cedo dessa vez, achei que só te veríamos amanhã.- Logan comentou com um tom acusatório enquanto ia até a porta pagar pela pizza. Engoli seco e me virei forçando o melhor de meus sorrisos.

 

— Fique.- Pediu Peter e pude ter certeza de sua malícia ao olhar em seus olhos azuis profundos que mais pareciam um mar aberto em tempestade.

 

— Tem razão, nem era tão mportante.- Concordei tranquilo colocando Scott no chão, o mesmo já corria animado para os braços do avô.

 

— Aliás Logan, eu ficarei só para o jantar, tinha apenas esquecido algo em casa, logo sairei novamente, mas temos visitas , não farei essa desfeita.- Ele dizia calmamente se sentando a mesa. Com o mesmo sorriso falso tomei um lugar bem a sua frente, logo os irmãos estavam nos servindo e se juntando a nós. O jantar corria silencioso e eu quase podia cortar a tensão com uma faca. Tori até conseguiu nos distrair e fazer uma conversa fluir mas logo ele me olhava com aqueles olhos pétreos e eu não me deixei abater, sustentei seu olhar.

 

— Bem, agora que acabamos eu preciso ir.- Peter foi o primeiro a dizer algo, se levantando em seguida. Ele foi em direção ao porão e voltou rapidamente, sem nada em suas mãos. Me coloquei de pé ajudando Tori a tirar as coisas da mesa esperando que ele saísse.

 

Quando notei que ele já estava longe de casa me virei para Tori.

 

— Eu preciso mesmo ir, se não eu te ajudaria com isso.- Expliquei apontando para a louça que ela já começava a lavar.

 

— Não, tudo bem, te vejo amanhã na escola?- Questionou colocando o pano de prato no balcão.

 

— Sim.- Respondi olhando em volta.- Mas vou ao banheiro primeiro.

 

Ela assentiu se concentrando na louça novamente. Andei vagarosamente até o porão, certificando-me sempre de que ninguém me via. Girei a maçaneta de forma que ela não produzisse nenhum ruído e entrei.

 

Não tinha nada de diferente no ambiemte, só o fato de eu sentir uma presença, parecia que tinha algúem ali, mas eu não tinha tempo de procurar nada então saí dali.

 

— Tori, vou indo, diga tchau para o Logan, não o vi no caminho.- Falei me aproximando da porta e ela veio atrás de mim.

 

— Eu digo sim, até mais.- Eu já estava saindo mas peguei uma das flores que estavam por ali, claro não um acônito, e voltei.

 

— Ei, espera.- Tori já quase fechava a porta, quando ouviu que eu a chamava abriu de novo.

 

— O que foi?- Lhe estendi a flor e ela apegou sem entender.

 

— Quero fazer um acordo com você.

 

— Pode dizer.

 

— Se acaso, quando eu te perguntar, e você não estiver com esta flor, eu vou ter que cobrar outro beijo.- Ela sorria mas parecia confusa.

 

— Outro?- Questionou. A beijei em resposta e ela correspondeu na mesma hora. Não vou me enganar eu queria isso a um tempo e parece que ela também. Me afastei percebendo o quão longe eu poderia ir se não parasse por ali.

 

— É...outro.- Concluí e passei o mais rápido que pude pelo ''jardim da tortura'' como dissera Isaac uma vez. E falando nele eu precisava encontrá-lo. Corri para o carro enquanto discava seu número, agora quem tinha chamadas perdidas era eu, ele havia me ligado. Na primeira chamada ele atendeu ofegante.

 

— Isaac? Você está bem? Onde está? O que você tem na cabeça?

 

— Calma, eu to bem, já estou em casa, mas...- Ele soluçou.

 

— Isaac o que foi?

 

— Quando eu cheguei a Jade não estava e agora quem não atende é ela.- Meu coração quase pulou  para fora ao me lembrar de Peter saindo pela porta. Ele estava chorando do outro lado da linha.

 

— E a culpa é sua...

 

— E-eu sei, mas eu não queria...

 

— É Isaac, você nunca quer, nunca é sua intenção mas você sempre faz tudo errado, percebeu isso? - Eu gritava agora, meus olhos brilhavam em dourado quando me olhei no espelho do retrovisor. Suspirei me acalmando e encerrei a ligação com um ''estou chegando''.

 

Pisei fundo no acelerador, o motor rugiu como uma pantera caçando, não me importei com as possíveis multas que receberia em pouco tempo, apenas segui meu caminho para a casa misteriosa no meio da floresta, como as pessoas costumavam chamar.

 

Entrei na curta estrada sem pavimentação que antecedia a casa, as luzes estavam todas acesas, é óbvio que na pressa da procura da irmã, Isaac ligou todas.

 

Desci do carro e empurrei a porta da entrada. Lá estava ele, sentado no sofá abraçando os joelhos, encolhido. Mesmo sem sentir o cheiro de emoções, eu o conhecia  bem, ele geralmente assume essa posição quando está com medo ou com vergonha, nesse caso, os dois.

 

— Ei, vem,  vamos procurá-la...disse que ela não atende né?- Tentei parecer calmo. Ele apenas assentiu.

 

— Então vamos rastrear o celular.- Falei me sentando ao seu lado, notando que ele se enconlheu um pouco em reação. Em menos de 2 minutos eu estava com a localização. Saímos andando, seguindo também seu cheiro, mas como ventava, as vezes os odores se misturavam. Estávamos perto mas eu não via nada de diferente.

 

— Liga pra ela.- Disse a Isaac que logo pegou o celular. Alguns segundos e ouvi o toque a minha direita. O aparelho estava no chão, me abaixei e ao pegá-lo notei que ele estava totalmente danificado. Observei o espaço e realmente , algo havia contecido ali.

 

— Jay...tem sangue aqui... e é dela.- fui até ele, que estava parado junto a uma árvore. Respirei fundo, derrotado. E agora? O que fazer? Essas decisões quem toma é Jade. Eu sentia que meu irmão me olhava procurando a mesma resposta.

 

— Não acho que tenha sido o Peter, eu estava lá.- Confessei o olhando mas ele desviou o rosto.

 

— E o que a gente faz agora? Volta e espera? - Sua voz era apenas um sussurro.

 

— Espera o quê? - Perguntei mantendo o tom de voz baixo. Ele deu de ombros.

 

— Eu não sei.

 

Olhei para o céu e a Lua já estava encoberta por nuvens.

 

— Vamos tentar seguir seu cheiro até onde der.

 

Ele concordou e nós seguimos o rastro, com tudo, em algum momento percebi nosso erro, estávamos a dando em círculos. Decidi que era melhor voltar pra casa, já passava das três e meia da manhã, logo o sol estaria saindo por de trás das árvores. No fim eu só não queria admitir que já era. Eu teria que tomar as decisões agora, cuidar de Isaac, estava com medo, sabia que nunca seria bom o suficiente nessa tarefa, não como ela fazia. Minhas esperanças se foram junto com a lua.

 

Abri a porta e me joguei no sofá. Ele parou a minha frente, o rosto totalmente banhado em lágrimas.

 

— James... Eu, só queria...Desculpa.- Sua voz foi morrendo ao longo da frase e depois de alguns soluços ele retomou a fala:

 

— Eu sei que foi culpa minha... também sei que você não é meu fã, mas...- No fim ele só balançava a cabeça negativamente. Me levantei e o puxei para um abraço.

 

— Aí, pode ser que não tenhamos a mesma relação que você tinha com ela, mas eu ainda sou seu irmão. Você não está sozinho.- Ele retribuiu o abraço e chorou mais um pouco. Me permiti fechar os olhos e concluir que não é culpa dele que Jade fosse superprotetora, nem que ele precisasse tanto de proteção.

 

— Tenho que ser sequestrada pra vocês terem um momento de irmãos?- Abri os olhos não acreditando no que estava ouvindo.

 

— Ah Jade, ainda bem.- Isaac falou correndo para nossa irmã. Eu não era a favor dessas demonstrações afetivas entre irmãos mas não consegui conter meu alívio em vê-la ali. Corri prara o abraço também.

 

— Você está machucada.- Isaac falou se afastando um pouco. A olhei e o olhar que recebi de volta não foi amigável. Não entendi.

 

— Depois vemos isso, o que importa agora é que eu já sei quem é o Alfa.

 


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Notas finais do capítulo

Quem será o alfa ?



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