Dançarinas Lunares escrita por Anlu


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Passando pra postar o capitulo 3 ^w^
Sim, eu disse 'talvez amanha', mas ai assim que postei fui fazer a capa do cap 4 e TCHARAM acabei terminando de fazer a capa, dai aproveitei e vim postar o cap 3 mais cedo do que imaginava...kkkkkk.
Então seguindo a logica, mais tarde posto o cap 4, o 5 e 6 devem vir na terça e eu já devo ter terminado a capa pro 7 até lá.
Kissus doces e BOA LEITURA !!!



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As dançarinas haviam voltado a se reunir após a primeira noite no castelo, já haviam pego suas coisas e voltado, sendo orientadas por uma das empregadas a habitação que ficariam, era um belo cômodo, tinha uma grande cama que caberia todas juntas e ainda sobraria espaço, vários travesseiros dispostos pelo quarto, uma grande janela dando vista para o deserto e a floresta em que elas estavam antes sem serem descobertas.

Ao revistarem a habitação e verem se não tinha ninguém a escuta-las foi que começou a preparação para o plano mestre, mesmo que ainda fosse muito ariscado com tamanha festança e o numero de nobres com guardas em volta do castelo.

— Yursa você vai ficar responsável de descobrir a habitação do rei junto das gêmeas. – as três assentiram, todas em cima da cama em forma de circulo – Hanan e Aludra cuidem de descobrir a rotina dos guardas para assim podermos ter mais facilidade em andar por aqui, eu vou me certificar a cerca das empregadas que entram e saem da habitação de Sajid e sobre os príncipes também, não posso permitir que um deles apareça, temos 3 dias para tal. – parou um segundo olhando as mãos – Peço para que me ajudem a cumprir esse pedido egoísta.

— Não podemos fazer nada né ? Você é nossa irmã e não vamos te abandonar nessa altura, e se fazer isso lhe fara sentir melhor, que assim seja. – falou Yursa – Estou com você a tempos e só espero que não se arrependa disto depois, pois nossas vidas estão em jogo.

— Além de que mesmo assim não vamos por um pé atrás, acabaremos com o que te incomoda e assim voltaremos a ser as mesmas de sempre. – Aludra sorriu, seus olhos estavam sem a faixa, mas continuavam fechados como um monge budista.

— Isso mesmo, pela mana. – disseram as gêmeas serias olhando para a mais velha.

— Se a mana está com problemas vamos acabar com isso, não queremos ver aquilo nunca mais. – Hanan falou quase num sussurro lembrando do acontecimento anterior, o dia que descobriram o passado sombrio de Aysha, a mais velha vendo o receio da loirinha se aproximou da mesma a pegando no colo e a acariciando como fazia com cada uma das meninas ali, mesmo as mais velhas quanto estavam tristes ou lembravam de seus próprios passados.

— Realmente me desculpem pelo egoísmo, mas isso é algo que tenho que fazer. – falou seria ninando Hanan que após ouvir aquilo de Aysha começou a chorar em silencio assim como as gêmeas enquanto Aludra e Yursa olhavam a cena entristecidas com o destino que a menina decidiu seguir, lembrando daquele trágico dia.

*Flash Back on*

Andavam pela cidade disfarçadas para assim não serem reconhecidas quando fossem furtar o nobre daquela área, era o segundo que iriam ter o trabalho de analisar cada obstáculo e chegarem ao cofre, já tinham preparado tudo e era só adentar. E foi isso que fizeram.

Estava tudo indo de acordo com o plano, todos os guardas haviam sido drogados, as empregadas estava cuidando de um incêndio que começara em outra área, o senhor e seus filhos estavam sendo confrontados pelas meninas, mais precisamente Yursa que era boa naquela área e assim conseguindo manter os nobres presos enquanto iam até a habitação onde ficava toda a fortuna do senhor.

Iam pegando tudo em sacos imensos, tinham exercitados seus músculos com as danças o que facilitava tudo, mas em um momento Aysha parou de se mover ao focar o olhar em um canto, poucos segundo depois Yursa entrou dizendo que os nobres que estavam sendo interrogados desmaiaram de medo e ela só por segurança havia os amarrado e amordaçado, mas ao ver que as meninas pegavam tudo enquanto a líder estava parada olhando para uma área especifica do cofre, foi até a mesma.

— Aysha ? – chamou sem receber a atenção da menina, ao perceberem isso as gêmeas pararam acenando para Aludra e Hanan olharem a outra – Aysha o que você......

Parou olhando na direção em que Aysha olhava e viu algo inesperado de chamar a atenção da menina: uma espada colocada em uma mesa sendo segurada por um apoiador, tinha tamanho médio, a bainha era negra com manchas em vermelho com detalhes em dourado de ouro, no punhal havia a imagem de uma lua minguante e um lobo no espaço vazio dela, uivando.

Ao ficar olhando o punhal por tanto tempo, se aproximou lentamente como se com medo, o rosto escondido pelos cabelos brancos, ao chegar na frente do objeto pegou-o tremendo e o retirou lentamente da bainha vendo a lamina prateada a lhe mostrar seu reflexo, o reflexo de seus olhos em pânico.

Uma menina apavorada, o sangue do passado, os gritos daquelas pessoas, o responsável por tudo, o ódio, aquilo tudo, aquilo.....Caiu no chão deixando a lamina cair e começou a gritar em pânico com as mãos na cabeça enquanto suas irmãs corriam desesperadas para amparar a líder vendo pela primeira vez pânico e horror na expressão da menina, mas as lembranças já passavam vivas em sua cabeça.

‘Tudo ia bem.

A família estava em prosperidade, o rei e rainha da região sul do país estavam em grande prosperidade econômica pelos produtos fartos que começaram a dar lucro, ambos também eram muito felizes com seus irmãos, primos, tios, e principalmente a filha do casal.

Todos da família tinha uma única familiaridade, os grandes olhos azuis com pinceladas violetas que nunca antes foi vista, a princesa em si também ostentava esta particularidade familiar, mas diferente de seus demais parentes ela tinha cabelos brancos, enquanto seus pais (antes primos, mas que casaram-se com amor e com a permissão de seus pais também) tinham cabelos castanho e negro, os demais membros da família também não tinham tal coloração o que tornava a menina mais querida por todos como um bom presságio.

A simbologia do clã que tornou-se a família real daquela região, era a lua minguante e os lobos que eram os principais familiares espirituais do clã a séculos, diziam que a lua e o lobo eram entidades que protegiam toda a família durante todos aqueles anos, e que o ancestral deles tinha conhecido um lobo o qual tornara-se amigo dele.

Mas o animal acabou adoecendo e morrendo fazendo o camponês pedir a lua, noite após noite, pelo restante de sua vida, para que o lobo tivesse uma pôs vida pacifica, ao ver tal dedicação ao amigo a lua concedeu no dia da morte do camponês uma visita de seu amado amigo, assim que o homem morreu sorrindo com tal milagre, o lobo uivou para a lua dizendo que protegeria os descendentes daquele seu amigo que já tinha filhos e até netos.

Mas tudo que é bom dura pouco. Em pouco tempo depois, quando a princesa tinha 10 anos, o reino fora invadido numa guerra, seu reino havia começado a perder e o castelo fora invadido, os guerreiro inimigos entraram, sua mãe havia lhe escondido numa pequena passagem no chão de seu quarto e assim que a porta fechou a menina viu pelas frestas da madeira o pai entrar no quarto lutando com um guerreiro, mas o mesmo cortou o peito de seu pai que caiu em cima da mulher com o sague caindo e pingando onde a menor estava, pode escutar os sussurros do mais velho para a mulher.

— E-Ela...arg....ela e-esta bem ? – perguntou cuspindo sangue enquanto o homem de antes se aproximava levantando a espada.

— S-Sim querido, sim..... – chorava a rainha depois olhando para o homem a cima com ódio e gritando em seu ultimo suspiro antes do corte inevitável que viria – MALDITO SIJAD ABANN. – assim que a mulher gritou a espada atravessou o corpo do marido e o seu próprio fazendo mais sangue entrar pela fresta da madeira caindo no rosto e no corpo da menina que segurava a boca com ambas as mãos, os olhos arregalados molhados das grossas lagrimas que caiam, assim que o homem se foi, mesmo assim continuou onde estava em estado de choque, mas uma única coisa lhe passou pela cabeça. Vingança. Vingança de Sijad Abann. Vingança pelo seu clã, sua família, suas pessoas amadas, sua felicidade.

Mais gritos foram ouvidos, gritos de seus primos mais novos, seus tios, seus avôs, suas tias, das empregadas, de toda sua família, pensou ter escutado por um segundo o lamento de um lobo ao longe, mas se segurou, não podia morrer, não podia deixar o sacrifício de todos ser em vão, não podia permitir que a vingança e o ódio se extinguisse, e assim que a noite de sangue passou, saiu da passagem como outra pessoa, sem alma, sem vida, só uma coisa, a vingança, e manchada do sangue de seus pais pegou o máximo das riquezas que pode e uma roupa e vários véus para se esconder e assim saiu para uma viajem tendo como companhia o ódio.

Mas não saiu como previsto, encontrou pessoas que sofriam, não podia deixar que aquilo que aconteceu consigo fosse transmitido a mais gente, mas aquelas pessoas que salvou foram também as que a salvaram de uma vida de vazio, mas mesmo com tamanha felicidade de uma nova família, nunca poderia esquecer o ódio de seu clã, jamais, estava gravado em seu ser e mesmo amando sua nova família, não poderia esquecer como foi perder sua primeira.’

Quando acordou estava em uma cabana em outra área, as gêmeas lhe olhavam chorando e assim que abriu os olhos as mesmas correram para chamar as demais, Hanan foi a primeira a surgir depois, pulando e chorando em cima da menina, Yursa e Aludra logo vieram preocupadas e abraçaram a menor aliviadas, e foi nessa noite que a verdade foi revelada.

Aysha recebeu a noticia que a espada havia sido levada pelas meninas e lhe trouxeram ainda com receio daquilo acontecer de novo, quando viu novamente o símbolo de seu clã agora após contar tudo a sua nova família sentiu-se melhor e decidiu, seria aquela espada que tiraria a vida do seu alvo e fariam isso assim que achassem o reino do mesmo, o que aconteceu a pouco mais de um mês atrás.

*Flash Back off*

Knight estava receoso se ia falar ou não com a jovem dançarina, algo nela emanava uma aura estranha, sombria, queria saber o que era e mais, sentia uma atração não só pela aura, mas por algo mais na menina, sim ela era bonita e tinha uma voz sensacional, mas algo a mais o chamava para a mesma, mesmo achando que ela não havia nem percebido sua presença em meio a tanto velho bêbado na festa, suspirou.

— Ahhh, vamos Kameel temos que voltar para o quarto e..... – virou para olhar o menor quando percebeu uma coisa, o menino havia sumido de sua vista – Kameel ? – passou a correr a procura do menino agora focado em encontrar o irmão começando a se desesperar, como pudera perder um menino de 4 anos ? – KAMEEL !!!

No quarto das meninas Aysha olhava para o pano que escondia a espada, suas irmãs haviam saído para olhar o local e já ter uma ideia da área mais do que já haviam pesquisado, colocando o objeto de volta no baú a porta começa a se abrir, pensando ser uma das gêmeas ou Hanan olhou sorrindo, mas percebendo ser um menininho de uns 4 anos castanho e de olhos negros, o olhou confusa, o mesmo sorriu olhando para ela e corre para a cama onde ela estava.

— Olá pequeno, o que faz aqui ? – perguntou pegando o menor e o colocando em seu colo, o menino olhava admirado o rosto da mais velha descoberto sem o véu – Qual seu nome ? – o menino a olhou de uma maneira diferente do que as pessoas normalmente olhavam para si, sempre viam seus olhos primeiro, mas o menino olhava para seu rosto e não para os olhos, como não obteve resposta pensou se tinha algo errado com o menino, seria surdo ? – Pode me ouvir ?

— .... – ele balançou a cabeça e depois apontou para a garganta.

— Não pode falar. – mais uma afirmação do que perguntou, mas mesmo assim em vez de fazer o ar de ‘coitadinho’ que o menor estava acostumado a menina só sorriu o surpreendendo – Então como vou descobrir seu nome ? Não sou adivinha sabia ? – brincou fazendo o menor parar para sorrir ainda mais, rindo em seguida, Aysha acabou acompanhando o menino – Prazer sou Aysha, você é um dos príncipes desse castelo ?

— ...... – ao confirmar Aysha pensou se podia tirar informações do menor, mas ao ver o rosto fofo do mesmo desistiu da ideia, não poderia se aproveitar de uma criança inocente e pura, jamais, não era como o pai do menino, não era um monstro desse tipo.

— Agora vou ter que descobrir seu nome, nenhuma dica ? – perguntou e o menor colocou a mão no queixo como se pensando – Deve ser um nome perfeito para uma criança que nem você. – ele parou apontando freneticamente para Aysha que confusa repetiu – Deve ser um nome perfeito para..... – o mesmo fechou a boca dela fazendo perceber – Perfeito ? Kameel ? – o menor assentiu freneticamente impressionado por alguém mais que seu irmão estar o entendendo, nem mesmo Nadir, Basim e Idris conseguiam entender o menor tão rápido.

— Impressionante. – assim que a voz surgiu Aysha virou o rosto frio e sem expressão para a porta assustando Knight ali presente, como ela mudara a expressão tão rápido ? – D-Desculpa, te assustei ? Não foi minha intensão, estava procurando meu irmão. – apontou para o menor que incrivelmente estava agarrado a roupa da menina, aquele menininho que não ficava nem próximo das empregadas por entranha-las, estava agora agarrado a uma total desconhecida ? – Kameel não se deve entrar no quarto de uma menina sem permissão, é errado.

— Tudo bem, ele é um bom menino. – falou acariciando o cabelo do menor – Mas e você quem é ?

— Ah sim, prazer sou Knight. – falou e Aysha estranhou, normalmente um filho de um nobre ou de um rei como era o caso falava seu nome e posição, como 1° filho ou coisa do tipo, mas ele não.

— Aysha. – respondeu olhando de cima a baixo o garoto, procurando qualquer sinal de perversão ou coisa parecida, mas só vendo desconforto pelo silencio que se instalou, até Kameel puxar a mão da menina e faze-la se levantar e ir até o irmão, fazendo movimentos de ‘sim’ com a cabeça – Ok entendi, é uma boa pessoa.

— Você realmente o entende, pensei que só eu conseguisse. – falou olhando para a menina, os olhos eram impressionantemente claros, mas o rosto em si era mais lindo a visão dele, realmente não tinha o porque de esconder o rosto com tamanha beleza atrás de um pano – Bem, espero nos darmos bem daqui em diante, afinal ainda temos alguns dias pela frente. – entendeu a mão que ao olhar desconfiada, Aysha a pegou para um rápido aperto.

— Se não se incomodam minha irmãs estarão voltando em breve e não acho que seja educado elas encontrarem dois homens no quarto, não que elas vão pensar besteira, mas para evitar comentários. – falou calma, percebera que os dois eram boas pessoas, sempre teve essa habilidade, com suas irmãs foi a mesma coisa, sabia que eram boas pessoas e não mereciam o que passaram.

— O-Oh claro, vem Kameel, se despeça da moça e vamos para o quarto, está ficando tarde. – estendeu a mão para o menor que correu para os braços de Aysha e lhe deu um beijo na bochecha logo voltando para o irmão que o esperava – Bem, foi bom lhe conhecer, espero que possamos ser amigos. – e saiu ainda surpreso com a menina que deixou no quarto, indo para o corredor.

— Amigos ? Acho que amizade é a ultima coisa que vamos poder ter, no máximo alguém que ira querer matar por ódio ou vingança, é um ciclo infinito afinal, e mesmo sabendo disso eu vim aqui, mas não vou parar, desculpa, mas não vou. – falou tristemente, logo ficando seria e fria olhando para o baú com a espada – Vamos esperar para que tudo acabe da maneira que deve terminar.

Do lado de fora Kameel girava com os braços abertos sorrindo enquanto o irmão via aquilo, mas sem necessariamente estar percebendo as coisas, estava na verdade pensando no rosto tão belo de Aysha, e mesmo assim não entendendo o porque daquela apresentação mais cedo, ficara curioso para descobrir o que se passou com a menina para mesmo cantando uma melodia como aquela ainda sim transparecia a sensação de ódio e tristeza.

— O que você esconde Aysha ? – perguntou num sussurro olhando a noite que se dobrava para o fim da festança daquele dia e a preparação para o próximo.

O dia raiou, mas as tão clamadas dançarinas não estavam em nenhuma habitação, haviam sumido, mas isso ninguém havia percebido pelo horário o qual elas nem se quer estavam no quarto, o que foi a noite toda. Assim que as gêmeas, Hanan, Aludra e Yursa voltaram de suas ‘expedições’ pelo castelo, Aysha juntou-se a elas e começaram a primeira fase da operação.

E assim passou-se os dias, de dia belas jovens que não mostravam seus rostos para ninguém além do véu e ficavam em sua habitação quase o dia todo, ao cair da tarde para a noite, dançarinas magicas que encantavam com o entoar da voz da líder e as apresentações únicas de cada crepúsculo, e na madrugada, sombras escuras e nebulosas no calar da noite, vasculhando habitações, cofres e até o quarto de cada príncipe, vendo seus hábitos e percursos até antes de dormirem.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Kissus doces e até mais nos comentário.
Por favor, comentem, quero saber a opinião de vocês quanto a historia, mesmo que estiver dada como terminada é sempre bom ver as pessoas comentando nos capitulos da sua fic.
Bye >3O



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