Révélation escrita por Bia


Capítulo 1
Prólogo - Rotina


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!
Essa é a minha primeira fic de Miraculous, espero que gostem e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759631/chapter/1

Beep Beep

— Marinette… Você está bem?

A voz de Tikki juntou-se ao som da chuva caindo, a diferença é que a chuva, a maior parte de Paris poderia estar ouvindo, enquanto que apenas Marinette ouvia Tikki em seu quarto.

Apesar de não se sentir nada bem, o rosto desolado da menina mostrou um leve sorriso.

— Estou sim, Tikki. Só um pouco cansada de todo esse dia.

Havia acabado de destransformar, era tarde da noite e ela acabara de chegar em seu quarto, encharcada da chuva que caía enquanto tentava se livrar de outro akuma. Sentia-se exausta, Hawk Moth estava pegando cada vez mais pesado com suas escolhas para akumatizar, o tempo para derrotá-lo parecia chegar muito próximo de acabar. Mas não era nisso especificamente que a preocupava agora.

O dia tinha sido extremamente cansativo e ela teria poucas horas para dormir, então teria que acordar para escola e aceitar o cansaço. Rotina. O que diria se alguém perguntasse o que andou fazendo a noite toda? Arranjaria uma desculpa, não falaria a verdade, nem mesmo para Alya.

Tikki não se convenceu da resposta que recebeu, mas não insistiu e deixou Marinette com seus pensamentos, quaisquer que fossem.

Tomar um banho para relaxar soava quase como uma piada, mas mesmo assim ela tentou, procurando fazer o mínimo barulho possível para que seus pais não acordassem com o barulho, por sorte eles não tinham o sono leve.

Quando se deitou não demorou a dormir, nem a acordar. O sentimento é de que havia dormido pouco menos que um minuto. Apesar disso, suas olheiras não eram muito fortes e ela conseguia, de alguma forma, disposição para levantar e fazer suas atividades rotineiras. Talvez lembrar que iria ver Adrien ajudasse a aumentar sua disposição.

Estava como sempre, a roupa costumeira e o penteado que fazia todos os dias. Desceu para a cozinha e já estava na porta para sair de casa quando seu pai a chamou.

— Você não vai levar seus biscoitos hoje?

Ela lembrou dos biscoitos que tinha feito no dia anterior, mas deixou pela metade quando um ataque foi anunciado no noticiário, na Avenida de Suffren. Talvez ele tivesse terminado de fazê-los por ela. Ela sorriu.

— Ah, sim! Obrigada, papa!

Ela pegou a caixa em que ele guardou os biscoitos e saiu como se estivesse atrasada.

Marinette herdou o talento dos pais para cozinhar, tendo crescido com a família sendo dona de uma padaria, ela sempre foi muito habituada ao ambiente e acabou desenvolvendo um gosto por culinária. Os biscoitos não haviam acabado de sair do forno, mas seu cheiro ainda estava muito bom e eles não duraram nem até o início da primeira aula.

Um grupo de pessoas se amontoou ao redor da mesa de Marinette, que não se incomodou em dividir com seus colegas de turma, só que a pessoa pra quem esses biscoitos foram pensados não estava entre elas.

Chloé observou de longe e virou a cara, Sabrina, que também havia ido à mesa de Marinette pegou dois biscoitos e levou um para Chloé, que se recusou a comer.

— Se eu quisesse comer isso eu teria pedido ao meu chef para fazer a receita da minha família, não colocar essa coisa envenenada na minha boca.

— Hmmm, mas está tão gostoso!

Ela deixou o outro biscoito sobre um guardanapo na mesa. E quando Chloé viu que ninguém estava olhando, comeu. Sobrinha olhou o guardanapo vazio e sorriu.

Havia sobrado apenas um na caixa, o qual Marinette encarava tristemente. Talvez Adrien chegasse atrasado, como já o fez diversas vezes. Se ela ao menos não tivesse esquecido, teria tomado o cuidado de enrolar em algum pano ou algo que ajudasse a encobrir o cheiro e deixar mais discreto. No entanto, não havia mais pessoas para pegar o biscoito, ela havia feito a quantidade exata para que desse para cada um e não faltasse nenhum para ele, mas pelo visto, todo esse planejamento foi em vão. O sinal tocou e ela começou a guardar a caixa com seu biscoito solitário.

— Hmm, que cheiro ótimo. Se importa se eu pegar?

Ela olhou para cima apenas para confirmar de que a voz vinha exatamente da pessoa que achou que vinha. Adrien a olhava sorrindo. Talvez todo o esforço não tenha sido em vão. Ela sorriu de volta e estendeu a caixa para que ele pegasse o biscoito.

— Claro que não, pode pegar. Ele era exatamente pra você… Quero dizer, todos já comeram um, então…

Ela não completou a frase e ele não esperou que ela se explicasse.

— Está ótimo! Como sempre. Obrigado, Marinette!

Ela corou e sorriu mais, sem responder. Definitivamente valeu a pena. O professor entrou em sala e Adrien sentou em seu lugar, feliz por ter vencido o cansaço do dia anterior e chegado a tempo de pegar um biscoito de Marinette.

— Ei, Mari – Alya sussurrou, acordando-a dos seus devaneios – E se fizermos uma pesquisa para achar a verdadeira identidade da Ladybug?

— Do que você está falando?

— Já temos uma série de coisas que sabemos sobre a Ladybug. Podemos começar de algum lugar. Claro que a gente não divulgaria nada, mas não seria incrível se a gente soubesse quem ela realmente é? Talvez ela até deixe a gente ajudar em alguma coisa...

— Isso não colocaria a vida dela em perigo? E se Hawk Moth acabar descobrindo também?

— Por isso a gente não divulgaria nada.

— Não sei… O que você pensa em fazer?

— Eu pensava em usar o blog para ver se mais pessoas tinham outras pistas, mas aí não seria confidencial…

Alya continuou com uma expressão pensativa como já estava desde o início da aula. Ela sempre foi uma grande fã da Ladybug, mas Marinette nunca achou que ela chegaria tão longe. No entanto tinha certeza de que a amiga perceberia como aquilo seria imprudente e desistiria da ideia, ou não.

Ela retomou a falar do assunto algumas poucas vezes durante as aulas, mas nada muito concreto.

— Eu encontro você hoje a noite?

O sinal pro fim da aula havia tocado e Marinette e Alya pegavam suas coisas para irem embora.

— Claro! Eu levo mais biscoitos!

— E eu faço a pipoca!

— Você tem que assistir esse filme, sério, você vai adorar.

— Ele fala sobre o que mesmo?

— Espere para ver!

— Alya! – Alguém atrás delas chamou – Escuta isso.

Era Nino, ele colocou seu headphone em Alya em menos de dois segundos e observou atentamente a expressão dela. Passaram-se poucos instantes e ela devolveu o fone.

— E então?

— É uma boa música…

— Boa? Não, não. É a melhor música! Você não entendeu? A harmonia…

Marinette despediu-se dos dois, fazia um tempo que os dois achavam qualquer desculpa para falar um com o outro assim, de forma súbita. Eles começavam e se entretinham por longos períodos. Geralmente o assunto era música, super heróis ou filmes. Não era a primeira vez que ele falava dessa música específica, pelo pouco que Marinette ouviu, era uma música que ele próprio estava trabalhando.

Adrien, que também havia desistido de acompanhar os dois, caminhou até Marinette.

— Muito obrigado por ter deixado um biscoito pra mim, Mari. Eu tenho sorte em ser seu amigo.

Ela sorriu e o cumprimentou. Pensou em dizer que não havia guardado um para ele, mas, na verdade, foi exatamente o que fez.

Ele sorriu e saiu em direção do carro que, normalmente, o leva e traz da escola.

Ela não sabia se aquilo a deixava feliz ou triste. Feliz por ele ter ido agradecer de novo ou triste por ele reafirmar que eram apenas amigos, bons amigos. Mas de qualquer forma ele disse que tinha sorte em tê-la, mesmo que como amiga. Então isso já bastaria para ficar feliz com a situação.

Marinette voltou para casa e a primeira coisa que ouviu pela televisão foi outro ataque de alguém akumatizado, deixou a mochila e falou para os pais que talvez tivesse esquecido algo na escola e ia voltar para conferir.

Esperava que Chat Noir já estivesse lá tentando controlar a situação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Me deixem saber tudo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Révélation" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.