O vermelho de Copenhague escrita por Letícia Matias


Capítulo 25
Vinte e cinco


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim.
Então, me desculpem por não ter postado o capítulo ontem rsrsrs. Acabei perdendo o dia, mas espero que me perdoem!
Esse daqui é o capítulo 25. Espero que gostem ;)



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Era de se esperar que eu ficaria com o que o sr. Zarch havia dito matutando em minha mente durante todo o dia. Além do mais, sentia-me nervosa e ansiosa pelo convite de Jullian na noite anterior. Eu não sabia o que fazer. Não sabia o que Nigel, o sr. Zarch e Betty Berry acharam daquilo.

Depois do almoço, Nigel levou o sr. Zarch para o andar de cima com Jullian. Eles iriam ajudá-lo em uma sessão de fisioterapia e eu aproveitei para ficar com Betty Berry a sós na cozinha. Insisti em lavar a louça enquanto ela secava. Não havia necessidade de ela secar nada naquele momento, já que tinha um escorredor de louças em cima da pia. Contudo, não reclamei nem nada. Eu estava ansiosa e queria compartilhar com alguém o convite inesperado de Jullian.

Me certifiquei de que estávamos a sós para sussurrar um "Betty, posso fazer uma confidência à você?".

Betty Berry poderia ter sido uma Gossip Girl em outra vida, pois parou de enxugar o prato imediatamente e olhou atenta para meu rosto com os olhos arregalados. Eu sorri com aquilo.

– O que aconteceu? - ela também perguntou aos sussurros.

Mordo o lábio inferior e respiro fundo. Olho em volta mais uma vez para me certificar de que estou sozinha com ela.

– Jullian me convidou para sair hoje à noite com ele.

Seus olhos se arregalaram e uma de suas sobrancelhas finas e escuras de se arquearam. Sua face adquiriu uma expressão maliciosa. Seus lábios se reprimidos em um sorriso quase discreto. Revirei os olhos.

– Betty Berry, não me olhe assim!

Uma risadinha escapou de sua boca quando ela se curvou para frente com uma das mãos na boca.

– Ora, querida me desculpe! Mas estou surpresa! Digo... isso veio do nada, sim?

Assenti.

– É exatamente por isso que estou nervosa. Ele sempre foi tão grosso comigo e ontem... - dei de ombros.

Betty estava me olhando maternalmente, com um sorriso sereno nos lábios. Ela suspirou e pegou ambas minhas mãos.

– Querida, ele não é uma pessoa ruim. Ele tem um problema muito sério com bebida e temperamento. Mas ele não é uma má pessoa. Já vi Jullian tirar seu próprio casaco para dar para o sr. Fonzie na rua, na primeira vez que se viram. E estava um frio de matar um bode!

Franzi o cenho diante das últimas palavras. O que um bode tinha a ver com aquilo?

– Tudo bem, Betty. - continuei aos sussurros. - Mas é estranho. Ele é filho do sr. Zarch e...

– É solteiro, muito bonito e foi apenas um convite. Você é jovem e hoje é seu aniversário. Saia um pouco! Não há nada demais nisso. - ela suspirou. - Eu é que queria que Nigel me convidasse para mexer meu esqueleto. - sua voz soou sonhadora.

Eu ri baixinho balançando a cabeça. Só Betty Berry...

– Tudo bem. Acho que você tem razão.

Ela voltara a secar a louça.

– Tenho sim, Wendy querida.

Como se adivinhasse que estávamos falando dele, Jullian entrou na pequena cozinha e olhou para Betty e eu. Um silêncio estranho pairou no ar. Seus olhos encontraram o meu rosto e depois ele olhou para Betty e disse:

– Betty, será que podia preparar um chá de camomila ou qualquer coisa assim para o meu pai? Ele disse que quer tomar um chá e depois dormir. Coisa de velho, eu acho.

Betty riu escandalosamente. Uma explosão repentina que subiu de tom de modo estranho. Franzi o cenho e reprimi um sorriso.

– Coisa de velho. Essa foi boa, Jullian. - balançou a cabeça rindo e pegou um bule para colocar água dentro. Ela suspirou ainda sorrindo.

Tive certeza naquele momento que Betty Berry era uma das pessoas mais estranhas e especiais que eu teria a sorte de conhecer na vida.

***

Eu estava no meu quarto uma hora e meia depois, tinha um livro na mão e estava navegando em suas divagações ainda nas primeiras páginas. Era o livro favorito de mamãe desde sempre. Mamãe sempre estava relendo-o. O nome do livro era A Insustentável Leveza do Ser.

– Ela só lê isso porque o nome do livro é chique e a faz parecer culta. - papai dizia. E então, aquilo os levava para uma discussão de horas e ás vezes, até mesmo dias! Mamãe ficava uma fera se sentisse sua inteligência insultada. Eu a entendia nesse ponto, mas não conseguia deixar de rir do papai.

Enfim, eu estava mergulhando nos primeiros acontecimentos do livro, que estava me parecendo uma espécie de novela com um teor lascivo um pouco exagerado quando ouvi uma batida na porta. Foi uma batida leve. Talvez, se estivesse dormindo ou imersa demais na história, não teria escutado.

– Pode entrar. - falei.

E Jullian entrou.

O rapaz loiro estava vestido com a roupa da manhã: uma camiseta lisa e preta, uma bermuda jeans azul clara e chinelos. Seus olhos azuis encararam meu rosto. Me sentei corretamente na cama.

– Oi Jullian.

– Oi. - seu olhar percorreu o quarto. - Então, vim perguntar se vai querer ir para algum lugar hoje mesmo ou...

– Quero sim. - apressei-me a dizer. - Se você estiver disposto, claro. Também não vejo problema em ficar em casa.

Ele assentiu.

– Tudo bem. Podemos jantar aqui e depois saímos.

Assenti. Meu coração martelava forte o tempo todo. Olhava para ele esperando que dissesse algo a mais. Mas Jullian estava olhando em volta do quarto. Foi até a janela e observou a vista por um instante.

– Ótimo. Até mais. Vou ir nadar um pouco.

Assenti sem saber o que falar. Pigarreei.

– Certo.

Jullian saiu sem olhar para mim e bateu a porta com força. Minhas mãos tremiam. Que loucura! Tinha o livro agarrado nelas. Meus dedos encontravam-se esbranquiçados pelo modo como apertava o objeto.

Continuei minha leitura tentando livrar-me da minha ansiedade. Não era nada demais, afinal. O que era estranho era ser um convite do Jullian - o cara que me olhou com um ódio mortal logo no primeiro dia que me viu. Pareceu um Edward Cullen infinitamente mais mal-humorado e esquisito. A diferença ali era que Jullian não era um vampiro e que ele não estava perdidamente e irrevogavelmente apaixonado por mim.

Quando achei seguro, levantei-me da cama deixando o livro de lado e caminhei até a janela. Espiei pelo vidro um pouco aberto. Uma brisa leve esvoaçou meu cabelo e logo um bafo quente também entrou no quarto. Senti meus olhos arregalarem quando vi Jullian de bermuda jeans, sem camisa e molhado andando pela orla da praia. Sua pele tinha um tom queimado e dourado do sol. Ele andava de cabeça baixa e passou a mão pelos cabelos molhados. Afastei-me da janela enquanto achei que ainda era seguro. Era seguro dizer que eu tinha uma dúvida intrincada do meu sentimento em relação a Jullian.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam desse? Espero que estejam ansiosos para os próximos (e que tenham dado um pouquinho de risada com a Betty Berry)
Um grande beijo pra vcs! Espero-os na segunda com mais um capítulo! (ANIMADÍSSIMA)
Beijos e bom final de semana ❤



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