O vermelho de Copenhague escrita por Letícia Matias


Capítulo 16
Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou!!!! Dois capítulos em um dia hein. Mas o 15 foi muito pequenininho então... aqui vamos nós! Kkkkkkk
Espero que gostem desse. Ele se passa depois de um tempinho do capítulo 15.
Boa leitura ♡



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De: ferguscooke@gmail.com
Para: wendyc@outlook.com

Wendy, não aguento mais a mamãe! Estou escrevendo pra você pra avisar que não aguento mais ela e, por causa do que ela fez eu passar, não vou ler mais seus e-mails. Sinto muito, mas não aguento mais a mamãe. Tudo o que ela faz é me envergonhar na frente dos meus amigos e qualquer pessoa. Tô farto dessa bosta.

As fotos que você mandou da estátua da Ariel são legais. Adorei! Mande mais e mande uma cópia no e-mail novo da mãe, pois como falei, não vou ler mais nada pra ela.

O e-mail dela é esse: mamaejoannacooke@gmail.com

P.S.: é o e-mail mais brega de todos. Combina com ela!

***

De: wendyc@outlook.com
Para: mamaejoannacooke@gmail.com

Hej moren! (OI MÃE! OLHE PARA MIM, JÁ ESTOU ESCREVENDO EM DINAMARQUÊS!).

Tudo bem, oi mãe! Como estão as coisas aí? Antes de mais nada: o que diabos a senhora fez para o Fergus? Ele está uma fera com a senhora! Me conte, quero saber! A senhora viu as fotos que mandei da estátua da Ariel e como tudo está florido aqui?

O calor está maravilhoso e, finalmente, até estou sentindo menos saudade da Califórnia - agora que o calor chegou. A primavera aqui é a coisa mais linda! As árvores estão floridas, o céu de um azul intenso. As pessoas estão até mais sorridentes.

É estranho o quão fechados os dinamarqueses são. Bem, alguns deles são tão diretos que chegam a ser rudes, né?

O trabalho está indo bem. Estou bem mais acostumada com o sr. Zarch e sua rotina. Entender sua fala ficou um pouco mais fácil e estou aprendendo pequenas coisas em dinamarquês. O idioma é obra do cão! É muito difícil! Mas, a cada nova palavra que consigo pronunciar corretamente, fico feliz! Betty Berry tem me ajudado bastante. Ela é um amor... Adoro ela!

Ah! Sei que a senhora me perguntou sobre como anda o filho do sr. Zarch, o Jullian. O fato é que, logo na semana em que comecei a trabalhar lá, ele foi para Londres. Betty Berry disse que foi por causa do trabalho. É só uma pequena temporada, aparentemente. Ele já está praticamente um mês fora então, acho que deve estar perto de voltar.

Não pude deixar de notar o quão sortuda eu sou por estar trabalhando com o sr. Zarch. Ele é uma pessoa incrível. Gostaria muito que vocês os conhecesse. Ele está sempre perguntando sobre vocês e é muito centrado. Acho que, por ele ter o budismo como forte religião, é uma pessoa calma, não é arrogante, apesar dos bens materiais que possui. Ao contrário do filho.

Ah! Aqui vai uma novidade: os Zarch têm uma outra casa no norte da Dinamarca, em um lugar chamado Skagen. É uma cidade e, pelo que Betty Berry me contou, é uma cidade litorânea. O sr. Zarch quer ir para lá nesse final de semana, ou seja: eu também vou! Estou animada que vou conhecer outro lugar da Dinamarca.

É claro que vou tirar algumas fotos para vocês verem. Eu prometo.
Está tudo bem por aqui, mãe.  E eu estou adorando! Sinto saudade de vocês todos os dias... queria que vocês pudessem me visitar. Afinal, meu aniversário é neste final de semana. Acho que vou ter que me contentar em vê-los pelo Skype.

Mando mais notícias em breve.
Wendy.

***

De: mamaejoannacooke@gmail.com
Para: wendyc@outlook.com

Querida, não sei muito bem mexer nesse computador. É muito difícil! Fergus não quer me ajudar. Espero que o e-mail chegue até você.

Ah querida, sentimos tanto sua falta! Todos os dias! Seu pai chorou quando viu você ao lado da estátua da Pequena Sereia, porque se lembrou de você vestida de Ariel no seu aniversário de quatro anos. Você sempre será nossa Ariel. Se soubéssemos que você nasceria ruiva, teríamos colocado esse nome. Ainda mais agora que sabemos que seu nome é o nome da esposa daquele maluco daquele filme. Francamente! Aquele O imaculado é um filme terrível! Seu pai não dormiu de noite. Toda hora levantava para ir ao banheiro fazer xixi e ainda por cima deixava a porta aberta, com medo. Francamente! Não case.

Também gostaria de passar o seu aniversário com você. Sentimos muito sua falta e esperamos que tenha o melhor momento na sua viagem para esta cidade. Pesquisei no Google e parece ser linda! Você é realmente sortuda, querida! E merece tudo isso.

Seu pai está mandando um beijo para você.

Fergus está bravo comigo porque o vi conversando com uma menina no shopping. Acho que ela é da escola e eu perguntei se ele queria convidar ela pra tomar um lanchinho aqui em casa. Ele ficou furioso e saiu de perto de nós e disse que eu só sabia envergonhar ele. Que bonitinho! Mas eu não quis embaraçá-lo por mal. Já pedi desculpas.

Mande notícias rapidamente. Amamos você.
Com amor, mamãe.

***

Naquela quinta-feira da última semana de Abril, desci no ponto depois da ponte de paralelepípedos. O ar estava fresco, podia ouvir pássaros cantando pela vizinhança e a água do riacho correndo. A manhã estava linda e eu de bom humor por ter um céu tão bonito assim para me dar bom dia.

Atravessei a rua silenciosa e deserta e logo apertei o interfone para entrar na, agora, familiar casa dos Zarch.

Após passar pela porta de madeira e fechá-la atrás de mim, ouvi as patas pesadas de Knut, o cachorro, se aproximando. Olhei para trás, sentindo-me apavorada. Eu ainda não tinha me acostumado cem por cento com aquela criatura. Sua língua rosada pendia para fora da boca e ele arfava.

Senti-me aliviada quando entrei dentro da casa pela porta da sala de estar e ele não me seguiu. Continuou andando do lado de fora. Deve ter ido para o campo extenso de grama verde, onde podia deitar e rolar.

O cheiro de comida já invadia minhas narinas, ainda que fosse oito da manhã. Algo me dizia que Betty capricharia no almoço daquela quinta-feira.

Atravessei a sala de estar e a sala onde o piano e as poltronas jaziam. Estava vestindo uma camiseta branca, calça jeans da mesma cor e um tênis branco. Meus cabelos estavam soltos e caindo em ondas por minhas costas. Entrei na cozinha e vi Betty parada em frente ao fogão. A panela de pressão bufava ar a todo vapor.

– Bom dia, Betty! - exclamei. - Como você está?

Ela olhou para mim. Vestia um vestido social azul marinho até a altura dos joelhos e seu cabelo escuro, como sempre, permanecia preso em um coque.

– Oi querida! Estou bem. Você parece estar de bom humor.

Sorri.

– E estou. O dia está lindo hoje. Me lembra a Califórnia.

– É só isso mesmo?

Betty arqueou uma de suas sobrancelhas finas. Reprimi um sorriso.

– É sim. Só estou feliz com o calor.

Parei de falar quando vi os cabelos  caramelizados de Jullian. Ele estava adentrando na cozinha. Olhava para mim e tinha uma expressão séria, aquela expressão da qual eu me lembrava tão bem. Vestia uma camiseta branca de algodão, uma bermuda jeans e um par de chinelos. Seus olhos azuis me encararam por um longo momento.

Decidi dizer algo; ser simpática.

– Oi Jullian, como você está? - estendi a mão para ele.

Ele abriu a geladeira de inox e tirou de lá uma garrafa de suco de laranja. A colocou em cima da mesa e olhou para minha mão. Acho que ele estava ponderando se me cumprimentaria ou não. Abaixei a mão no mesmo instsnte, me sentindo constrangida e furiosa ao mesmo tempo.

– Oi, estou bem.

Não houve perguntas do tipo " e você ,como vai?". Ele era seco demais. Decidi não deixar aquilo afetar meu humor. Sorri, pois ele ainda me encarava.

– Que bom que está bem. - virei-me para Betty. - O sr. Zarch já está pronto para a caminhada matinal?


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Notas finais do capítulo

Nossa eu tô mega ansiosa pra postar o próximo. Sério mesmo.
Mas eu sempre falo isso, né? Louca mesmo.
Bem, me contem aí o que vocês acharam ;)
Espero ter feito vocês rirem um pouquinho com os e-mails do Fergus e da mamãe Joanna ♡
Até quarta -feira!!!!
Beijos,
Lê ♡



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