Suddenly Twins escrita por Little Mrs Salvatore


Capítulo 9
Primeira gravidez - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Olaaa, voltei com a segunda part desse flashback, meu coração dói com esse capitulo, mas é necessario para história.
Aaaah, eu queria falar com vcs sobre uma segunda temporada, vcs acompanhariam?
Enfim, boa leitura.



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Suicide - James Arthur

 

Josie saiu do quarto, para dar-lhes privacidade. Damon sentou-se na poltrona e escondeu o rosto sob as mãos. Passaram-se minutos e o silencio reinava no quarto. Elena o encarava incomodada, de todas as reações possíveis, aquela não era a que ela esperava. Bufou audivelmente, mas o moreno nem se mexeu. Ela negou e jogou-se sob o colchão.

Depois do que pareceram horas, Josie entrou no quarto e estranhou ao ver os dois em silencio e separados.

— Ei – chamou a atenção dos dois, Damon levantou o olhar para a irmã – Já assinei sua alta – contou – Já está liberada para ir para casa. – Abraçou Elena e sussurrou em seu ouvido. – Estou muito feliz. – Elena lhe sorriu amarelo e murmurou um obrigado mudo.

Ele encarou a esposa, seu semblante era frio e sério, o que fez Elena se arrepiar.

— Vou buscar o carro – foi tudo que disse antes de se retirar.

— O que há com ele? – Josie perguntou confusa e Elena deu de ombros. Não queria se irritar.

A cunhada a ajudou a trocar de roupa e logo ela se aconchegou em uma cadeira de rodas, que foi arrastada até a saída do hospital. Damon a esperava encostado no carro.

— Qualquer coisa me liga – Josie pronunciou abraçando a amiga. Elena foi até o carro e sem nem dizer uma palavra, se acomodou no banco do carona.

O caminho novamente foi silencioso. Nenhum dos dois ousava dizer algo, Elena estava decepcionada e magoada. Damon era indecifrável. Quando adentraram o apartamento, sem conseguir se conter, virou-se para encará-lo.

— Você não vai dizer nada? – Cruzou os braços. Damon coçou a nuca em sinal de nervosismo.

— O que você quer que eu diga? – Respondeu cansado. – Que era o que eu mais queria? – Riu irônico. – Eu sou incapaz de mentir para você – foi sincero.

— Eu não sei! – Ela gritou – Droga Damon, eu digo que estou gravida e você me afasta como se nem me conhecesse. – limpou as lágrimas, que já caiam insistentemente.

— Você sempre soube que eu nunca quis ser pai! – Acusou. Elena arregalou os olhos e depois suspirou cansada.

— Quem é você? – Respondeu indignada depois de alguns segundos em silencio. – Porque o meu marido jamais reagiria assim, não quando minha carreira está por um fio, eu podia ter matado aquela mulher hoje! – Soluçou desesperada. Ela sabia que era errado reagir assim somente por sua carreira, mas por algum tempo, esqueceu completamente que estava grávida, era tudo muito novo para os dois.

— Lena – tentou se aproximar, sentindo-se o mais idiota do mundo.

— Não! – Gritou levantando a mão para que ele não se aproximasse. Se abraçou, passando as mãos pelos braços, numa tentativa falha de conforto. – Eu não queria que isso acontecesse agora. – O encarou. Agora, cada um se encontrava em sofás paralelos, encarando-se sem desviar o olhar. – Mas agir desse jeito me faz perguntar que tipo de filho da puta eu me casei – sibilou ríspida. Damon arregalou os olhos com o tom da esposa, assumindo uma feição fria em seguida.

— Você sabe que não pode usar isso contra mim, eu sempre deixei meus objetivos claros. – respondeu no mesmo tom.

— Claro, pobre Damon – revirou os olhos – Seu pai ser um filho da puta, não te dá direito de agir da mesma forma – cuspiu. – Seja homem uma vez na sua vida! – Gritou.

— Você toma pílula Elena! – Lembrou – Ou mentiu quanto a isso também? – Levantou-se exasperado e saiu da sala, batendo a porta do quarto no segundo seguinte. Isso, pensou ela, fuja de novo.

Elena se permitiu chorar e entender o que aconteceu. Ela teve uma crise alérgica com seu anticoncepcional, causando um sangramento anormal, passou em consulta com sua ginecologista, que depois de vários exames, decidiu trocar seu remédio. Ela sabia que seu organismo poderia demorar para se acostumar, mas jamais imaginaria que engravidaria menos de um mês depois. Abaixou o olhar para seu ventre e se permitiu chorar ainda mais.

Sua carreira corria risco, afinal, ela fora completamente imprudente naquela sala de cirurgia. Seu marido parecia não aceitar o filho e Elena também não tinha essa certeza. Ser mãe era um sonho distante, ainda era recém-casada, estava na metade de sua residência, sem contar que se achava extremamente nova. Em contrapartida, queria se agarrar aquele pequeno pontinho em seu ventre, se tudo em sua vida saísse do controle, queria ter um motivo para lutar. Não percebera o quanto estava cansada, até adormecer no mesmo sofá em que se permitiu chorar.

Damon, depois de esfriar a cabeça, decidiu tentar conversar com Elena, mas ela já dormia profundamente, o rosto inchado e marcado pelas lagrimas, cortaram seu coração. A pegou no colo, sem muito esforço e a levou para a cama. Tirou seus sapatos e passou o edredom sob seu corpo. Ficou alguns minutos a observando, ela era a mulher mais bonita que vira em toda a sua vida. Levou a mão a barriga da esposa e se sentiu culpado por não conseguir sentir o mesmo que ela. Suspirou pesadamente e voltou-se ao quarto de hospedes, não conseguia dormir, tudo o que via ao fechar os olhos, era o olhar magoado de Elena quando ele não a correspondeu e a protegeu. Quando finalmente conseguira pegar no sono, já era de manhã.

Elena acordou sentindo a maciez de seus lençóis e abriu os olhos confusa. O rosto inchado não a permitia enxergar muito bem, mas ela sorriu ao imaginar que Damon a carregara, o sorriso morreu ao lembrar-se da noite anterior. Ela levantou contragosto, procurando seu celular. Precisava falar com Josie, queria saber o que aconteceria com sua carreira. Achou a bolsa jogada na poltrona ao canto do quarto. Haviam ligações de Alaric, Hayley e uma mensagem de Josie.

Elena, você precisa vir ao hospital hoje. Temos uma reunião com os advogados as 10 horas.

Dizia a mensagem. Olhou o horário, tinha apenas alguns minutos para chegar ao hospital.

Prendeu o cabelo num rabo de cavalo mal feito e entrou no closet já se despindo. Pegou uma roupa simples – calça jeans, tênis e uma blusa de moletom – enquanto tentava conciliar com sua higiene pessoal, bufou ao perceber que não conseguiria. Terminou de escovar os dentes para então se trocar. Ao passar pela cozinha, soube por Gail que Damon já havia saído, não se permitiu pensar no marido e correu para pegar a chave de seu carro, - que estava no hospital – ótimo, pensou. Depois do que pareceu um século, o elevador pousou no térreo, ela saltou apressada, mal cumprimentando Jack, o porteiro. Um taxi foi fácil, o problema era Nova York, que parecia ter mais carros que o normal naquele horário. Quando há algumas quadras do hospital o transito piorou, Elena lhe entregou uma nota de cem dólares e terminou o percurso a pé. Respirou aliviada ao passar pela porta de vidro e ver que ainda tinha uns três minutos. Ainda assim, atropelou a todos enquanto subia pelas escadas do prédio.

Ao parar em frente Josie, se curvou com dificuldades para voltar a respirar. Seus pulmões pareciam pedras de tão pesados, fora difícil conseguir raciocinar, após três lufadas de ar, encarou a cunhada, que tinha a feição divertida.

— Não estou atrasada – foi tudo que conseguiu dizer.

— Mas é claro que não – riu – Até porque, eu consegui adiar a reunião para as 11 horas. – Foi como se uma faca tivesse atravessado o peito de Elena. – Eu te mandei uma mensagem – a encarou segurando o riso.

— O que? – Gritou indignada, encarando a tela do celular. – Eu nã0o acredito – bufou.

— Teremos um tempo para conversar – respondeu puxando Elena para a sala dos atendentes. A sala era pequena, havia um sofá ao canto, onde as vezes os atendentes acabavam dormindo, e uma mesa de redonda, com quatros cadeiras. Assim como uma bancada ao fundo com café e chá. – Como você está? – Perguntou sentando-se ao lado de Elena no sofá.

— Estou bem – ao dizer aquilo, sua voz falhara. Mentir era pior do que ela imaginava. Josie ergueu as sobrancelhas em questionamento. – Bem, meu casamento pode ter acabado, assim como minha carreira, mas claro, eu estou bem – desabafou, dando de ombros.

— O que Damon fez? – Perguntou se alterando.

— Ele não quer ser pai. – Suspirou. – Eu não o culpo, você sabe, mas o jeito que ele me tratou. – Limpou algumas lagrimas que já escorriam sob seu rosto, marchando-lhe a face cansada. – Malditos hormônios – riu irônica, soluçando logo em seguida.

— Damon é complicado. – Respirou fundo, sem saber o que dizer. – Mas e você? – Perguntou cuidadosa. – Quer ter esse filho? – Elena encolheu os ombros.

— Eu não sei. – respondeu sincera – Eu amo seu irmão, mas ele não tem esse poder sobre mim – declarou. – E dependendo do rumo dessa reunião, eu já tenho minha decisão. – Josie assentiu sem querer se intrometer mais.

A reunião foi longa e cansativa. Elena teve que repassar cada passo do procedimento, três ou quatro vezes. Dar satisfações sobre uma gravidez que ela nem tinha processado direito e assinar uma suspensão de duas semanas. De tudo, aquilo foi que mais a machucou, perder duas semanas no hospital, era como perder um semestre na faculdade.

Pelo menos, sabia que sua carreira não estava acabada. Não enfrentaria um processo e muito menos seria presa, o que passou por sua cabeça, na hora do desespero. Agora, precisava saber se o seu casamento estava. Mas antes que pudesse pensar em qualquer coisa, seu estomago roncou alto, a fazendo se sobressaltar e ir rapidamente a cafeteria do hospital. Fez um lanche rápido, um sanduiche natural, ou três, e um café preto puro. Correu ao seu armário, deu graças a Deus por ter uma chave reserva do carro ali. Voltara para casa sem pressa, sabia que Damon não estaria em casa e bem, não é como se ela tivesse muito o que fazer.

O apartamento estava silencioso e se não fosse a figura de Damon parada de costas para ela, encarando a cidade, podia jurar que estava vazio. Ao escutar o tilintar da chave de Elena, Damon se virou, encarando-a. Tentou decifrar o olhar da moça, mas só via magoa. Ele se aproximou e ao contrário da noite passada, ela não o afastou, estava cansada demais para reagir. Ele a abraçou apertadamente, tentando demonstrar todo o seu amor. Ela deixou ser abraçada, mas não correspondeu num primeiro momento.

— Me desculpe por ser um idiota – murmurou com a boca encostada em seus cabelos. Elena respirou profundamente, puxando todo o perfume do marido para si, enfim o abraçando.

— Me desculpe por falar tudo aquilo para você. – levantou o olhar. O azul e o castanho se encontraram e tudo que poderiam ver era o amor. – Eu tomei uma decisão, eu...

— Espere, – ele se afastou na distância de um braço, segurando-a pelos ombros, para encará-la – Eu quero que você saiba, que qualquer que seja sua decisão, como seu marido e um homem completamente apaixonado por você – ela sorriu – Vou apoia-la.

— Eu vou abortar – disse por fim, voltando aos braços protetores do homem que tanto amava.


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