O Funcionário do Fast-Food escrita por Ellaria M Lamora


Capítulo 8
VIII — O Aroma do Café


Notas iniciais do capítulo

I'M BAAAAAACK

recomendo lerem ouvindo For You, do Meteor Garden (LINDO DORAMA, RECOMENDO D+++++++), ou alguma música HIPER MEGA SUPER MELOSA



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SENTADO NO BANCO DO PASSAGEIRO, o loiro assustou-se quando o carro tremeu e chacoalhou bruscamente, resultado da força bruta que Uchiha Sasuke havia usado para fechar a porta. Foi impossível não fitar o amigo com preocupação, observando uma assustadora e nada inesperada cólera tomar conta de seus olhos e distorcendo seu rosto em algo animalesco.

Com movimentos bruscos, ele colocou o celular em um suporte e ligou o GPS. Suas mãos giraram a chave no volante e o universitário deu partida no veículo, proferindo resmungos irados e incompressíveis para os ouvidos do Uzumaki, que apertou o cinto e continuou a encarar aquele jovem revoltado.

— O que foi, Naruto? — Rosnou agressivo.

— O que foi aquilo?

Sasuke revirou os olhos.

— Foda-se.

Era óbvio que ele não queria conversar e fez questão de deixar explícito ao ligar o rádio do carro. O som de The Beatles preencheu o silêncio do automóvel e Naruto esforçou-se para sentir-se satisfeito com aquela resposta. No entanto, teimoso como era, as dúvidas continuavam a pipocar em sua mente e ele não deixava de tentar compreender os últimos acontecimentos.

Na verdade, quando parava para refletir, via que Sasuke não tinha motivos para estar tão furioso. Se alguém tinha que estar bravo, era o próprio Uzumaki, que quase apanhara do Uchiha ao tentar impedir sua imaturidade. Ele que havia segurado aquele idiota, quando Deidara e Hidan começaram a gritar com o estudante de direito — putos pela trollagem com a Haruno —, barrando o imbecil de avançar na Akatsuki e, consequentemente, levar uma surra. No final das contas, Naruto que tinha acalmado a enraivecida Sakura e limpado a sujeira que a infantilidade do amigo causara.

Ah, também tinha livrado aquele idiota de uma possível morte, o puxando para fora do apartamento quando o sem-noção começava a procurar outras formas de irritar o grupo excêntrico. No calor do momento e o medo de uma nova briga estourar, o Uzumaki nem conseguiu se despedir dos novos amigos, ocupando-se em afastar Sasuke daquele ambiente, só para ser alvo de suas intermináveis reclamações e olhares que denunciavam que — se pudesse — plantaria uma bomba no prédio e mataria todos ali.

Enxergava que Uchiha Sasuke quase espumava de raiva, possesso por alguma coisa e tentava repassar as últimas horas em sua mente, procurando por algo que explicasse a raiva daquele cretino, mas não encontrava nada lógico.

Ele se comportara normalmente até a chegada de Sakura, depois disso sua face e respostas foram ficando mais ríspidas. Com a aparição da Akatsuki, o jovem transformou-se em uma nova pessoa. E o Uzumaki nem enxergava motivos para isso, afinal o grupo parecia ser incrivelmente simpático e acolhedor.

Mergulhado em seus pensamentos, Naruto assustou-se quando seu corpo foi violentamente lançado para frente. Sua cabeça virou-se rapidamente na direção de Sasuke e ele começava a se preparar para disparar ofensas contra o amigo, quando ele se explicou, murmurando por baixo da música alta:

— Eu não sei onde é sua casa.

As bochechas estavam infladas e o Uchiha não o fitava nos olhos.

— Seu idiota! — Naruto exclamou, desligando o rádio e recebendo um olhar confuso e zangado — Não vai saber onde é minha casa até me explicar o que foi aquilo com a Sakura e a Akatsuki!

— Não importa.

— Então eu fico por aqui. Até a próxima, Sasuke. — Anunciou, libertando-se do cinto de segurança e virando-se de costas para ele, pronto para sair do veículo. Sasuke, no entanto, foi mais rápido e travou as portas — Ah, qual é, teme!

— Vou te levar. — Declarou, sério.

— Eu não te entendo! — Naruto revelou, bagunçando os próprios cabelos, em busca de tentar exprimir sua confusão — Você se comporta como um verdadeiro idiota e agora vem todo sério!

— Como é?!

— Você sabe muito bem do que estou falando! Surtou a manhã inteira por nenhum motivo e agora se faz de atencioso... O que se passa nessa sua cabeça, porra? Eu realmente quero conversar e entender o porquê de você estar tão puto, mas se você não quer me explicar e prefere ficar com essa cara de quem chupou limão, não vou mover um dedo. Foda-se!

Sabia que estava sendo cruel, contudo também estava cansado de viver na pressão e a atmosfera pesada que o mais novo dos Uchihas criava quando se irritava.

— Escuta, Sasuke — Naruto murmurou em uma seriedade incomum quando o outro não se manifestou —, se eu fosse você iria abrir essa porta agora. Preciso resolver algumas coisas muito importantes hoje e não quero perder tempo discutindo com alguém tão teimoso e idiota.

Sem obter respostas, o loiro virou-se para a porta e começou a tentar abrir a mesma, puxando e apertando todos os botões que via pela frente.

— Vai quebrar isso, dobe! — Sasuke avisou, o puxando pelo ombro.

— Então abre essa merda!

— Já falei que vou te levar, seu imbecil!

— Você não ouviu mesmo uma palavra do que eu acabei de falar? Você é mesmo um egoísta e teimoso, Sasuke! — Declarou, com o dedo indicador apontado para ele.

— Egoísta o caralho! — Explodiu, segurando o pulso dele — Você sofreu para caralho ontem, era justo que tivesse um pouco de paz hoje!

— Como é?

Sasuke bufou e largou o amigo.

— Eu só queria que te deixassem em paz depois de tudo que aconteceu ontem. — Admitiu, fitando o chão do carro e com as mãos cerradas — Só queria que comesse, jogasse comigo e ficasse em paz. Não tenho culpa se nesse tempo apareceu a Sakura para criticar sua comida e a Akatsuki para acabar com suas jogadas. Inferno, Naruto! Se quer me criticar por querer o melhor para você, estou nem aí, mas eu vou cumprir minha palavra, então digita o endereço na droga do GPS.

As palavras embaralharam-se na mente do rapaz de mechas douradas e tudo o que ele pôde fazer foi contemplar um vermelho Uchiha Sasuke em silêncio. Em segundos, mais um de seus gigantescos sorrisos brotou em seus lábios e Uzumaki Naruto começou a rir, enquanto desferia contra o zangado amigo um fraco soco e o puxava para um abraço.

— Você realmente não sabe demonstrar suas emoções, Sasuke.

— Vai se foder, dobe.

Afastando-se, o funcionário do fast-food digitou o endereço e voltou a afivelar o cinto de segurança. Sasuke começou a prestar atenção nas ruas e Naruto tentou não deixar muito óbvio que não conseguia parar de encará-lo. Como poderia, quando aquele desgraçado mostrava-se tão atingido por terem criticado a comida do loiro? Não haviam muitas pessoas que defendiam o Uzumaki tão intensamente como aquele idiota.

O mais novo dos Uchihas realmente tinha surpreendido ele e Naruto viu-se saboreando um sentimento diferente. Ele não sabia o que era, mas compreendia que era tão bom quanto os cafés do Ichiraku: uma sensação quentinha, que fazia seu coração bater mais rápido e as maçãs de seu rosto aquecerem suavemente. Era aconchegante e tenro. Sem contar que saber que alguém se importava com seu bem-estar trazia ao seu rosto um adorável sorriso e uma estranha afeição àquele ogro que estava sentado ao seu lado.

— Você é doido, Sasuke. — Comentou rindo e alegrou-se quando o outro retribuiu com um sorriso de canto.

— Dobe. — Xingou, retribuindo o soco de mais cedo e abaixando-se rapidamente na direção do rádio, voltando a colocar The Beatles para tocar.

Naruto fechou os olhos, aproveitando o instrumental de Hey Jude e percebendo que ao estar tão perto de Sasuke, ele conseguia sentir o aroma de seu quarto. O ar com odor de café provavelmente estava mais forte pelo fato de que eles quase tinham tomado um banho com o café que havia na xícara da Haruno, mas o loiro conseguia sentir que havia muito mais ali. Era o cheiro de Sasuke sobrepondo tudo, expandindo-se pelo veículo e o transportando para aquela cama quentinha, para a proteção que o Uchiha tinha fornecido, para o calor de sua mão afirmando que ele estaria ali ao seu lado.

Embalado pelas músicas calmas de uma banda tão clássica, pelos sentimentos aconchegantes e pela serena paz que se mostrava disposta a ficar, o jovem rapaz acabou cochilando.

Acordou meia hora depois, com a mão de Sasuke o cutucando com gentileza.

— Ei, dobe, ainda está vivo?

Naruto fez uma careta e o afastou.

— Idiota.

Sasuke sorriu.

— Chegamos. — Anunciou, destravando as portas e saindo do carro — Essa é a hora que você me oferece um café?

— Desde quando isso aqui virou Chaves? — Protestou, saindo também do veículo — Depois do estresse que você me fez passar, o mais justo era que eu deixasse você plantado aí, virasse as costas e nunca mais olhasse na sua cara. — Comentou, mostrando língua para o universitário, que revirou os olhos e enfiou as mãos nos bolsos da calça.

— Melhor para mim assim. — Declarou, mas por debaixo da máscara presunçosa, Naruto encontrou um pouco de ansiedade em seus olhos e seu coração bateu mais rápido.

Sabia que não devia deixar que Uchiha Sasuke entrasse no simplório lugar ao qual chamava de lar. Lá dentro haveria coisas que levantariam questionamentos e o rapaz de cabelos negros, sendo perspicaz como era, as notaria. Ele faria perguntas e iria exigir respostas. Naruto compreendia que se o deixasse entrar, não teria como voltar atrás: ele iria descobrir todos os segredos que o Uzumaki se esforçava para guardar, os motivos para ter abdicado de seus sonhos e a vida dele seria exposta sem nenhum pudor.

Titubeando entre a indecisão do que fazer sem seguida, viu o Uchiha aproximar-se. Seu estômago se revirou em uma ansiedade angustiante quando Sasuke depositou as mãos em seus ombros e o encarou fixamente. Os olhos negros eram profundos e pareciam enxergar a alma do transparente. Naruto soube que se quisesse despejar tudo o que havia dentro de si, teria o universitário ao seu lado para ouvir.

Estava quase convidando ele para entrar, quando a voz grave sussurrou:

— Agora eu sei onde você mora, então não há como sumir.

— Isso foi uma ameaça?

— Talvez. — Levantou os ombros, com um olhar desafiador.

— Ainda bem que eu sei o número da polícia, do corpo de bombeiros e do Batman.

Sasuke sorriu.

— Quero ver o que eles podem fazer contra um Delegado.

— Você ainda nem é formado, teme.

— Ainda.

Naruto revirou os olhos e sentiu as mãos dele fazerem pressão na sua pele. Não soube como interpretar aquele gesto, mas supôs que ali — naquela ruazinha qualquer e vazia, de frente para a casa em péssimo estado e depois de tudo o que tinham passado nas últimas 24 horas — parecia que o jovem ranzinza não queria se despedir. Contudo, parecia enxergar a hesitação do funcionário do fast-food e respeitava seus sentimentos.

— Estava lembrando aqui da conversa de mais cedo: você ficou devendo mostrar o Ichiraku para a Sakura e o Itachi — Sasuke comentou, com uma voz indiferente — E sei que sempre cumpre suas promessas.

— É claro! Mas hoje não vai mais dar, já que alguém acabou com a tarde... — Grunhiu, fuzilando ele pelo olhar.

— Vamos no domingo que vem então. — Anunciou, ignorando a indireta.

Aquilo pegou o Uzumaki de surpresa, que coçou a nuca meio tímido.

— Na verdade, eu vou estar ocupado durante os próximos dias, então não vou conseguir ir com vocês, mas espero que a Sakura e o Itachi possam gostar! O velhote é incrível e não vai decepcionar, tenho certeza!

— Até quando?

— Ehh... Acho que durante uns 15 dias. — Respondeu, desviando o olhar na direção da casa. Sasuke o acompanhou e respirou fundo.

— Está bem. — Murmurou, com seus dedos fechando-se nos ombros dele e o fitando por alguns segundos demorados. Naruto prendeu o ar e sustentou o olhar, percebendo que ele não gostara da omissão de detalhes e da resposta. Mas o que podia fazer? Da mesma forma que Sasuke não podia largar seus estudos, ele também não largaria o serviço e suas responsabilidades. — Se cuida, dobe. — Grunhiu, estapeando a cabeça dele.

Preso na intensidade das órbitas negras, foi um choque para o Uzumaki quando o Uchiha se afastou, caminhando para o carro do irmão. O ombro, antes aquecido pela pele tão quente dele, começou a congelar na temperatura tão fria daquela tarde e o loiro precisou de alguns segundos para se recuperar. O agradável aroma de café esvaiu-se com o vento e um sentimento de que algo estava fazendo falta tomou conta.

— Tente não matar a Akatsuki, teme! — Exclamou contra o vento forte.

Sasuke acenou com a cabeça e buzinou, partindo dali.

Naruto respirou fundo e virou-se na direção da acabada casa.

Estava na hora de voltar à sua vida.


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Notas finais do capítulo

Então, agradeçam ao dorama METEOR GARDEN, pq eu tava meio SCRR OQ EU FAÇO COM ESSA HISTÓRIA e ele me deu uma puta inspiração para continuar. Hoje mesmo eu SENTEI, PEGUEI UMA CANETA, UM PAPEL, COMECEI A PESQUISAR TUDO O QUE EU PRECISAVA E ANOTAR TUDO O QUE EU QUERO FAZER COM ESSA HISTÓRIA. Então estou muito orgulhosa. Aliás, nos próximos capítulos, IRUKA VAI DAR AS CARAS, SHIKAMARU E ATÉ O GAARA!!!!! Sim, senhoras e senhores, se preparem para as tretas!!!!!! Esse capítulo fechou um ciclo, PQ AGORA É TIRO, PORRADA, DEDO NO C¨% E GRITARIA, PORRADA E BOMBA1!!!!!!!!

espero que tenham curtido ♥



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