Garota da sorte escrita por SrtaGaladriel


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa one eu escrevi quando estava de bobeira,espero que gostem,ela é minha primeira one -e eu não sei bem escrever uma historia de um capitulo só -e é bem leve



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— Você parece horrível, Malfoy — A voz dela, irritante e mandona, alcançou os ouvidos dele e quase instantaneamente ele fechou ainda mais a cara

Olhando por cima do ombro, ele a encontrou sentada no chão, com as costas na parede oposta. Ela tinha, sem surpresa alguma, um livro apoiado nas pernas, e mesmo falando com ele, seus olhos continuavam naquelas folhas velhas e empoeiradas. Draco não tinha ideia de quando ela chegou, ou se ela já estava ali e ele que invadiu. Ele não tinha porque reparar nela de qualquer jeito.

— Não me incomode, Granger — O garoto resmungou, voltando a observar a bela vista da torre de Astronomia

Desde que ele encontrou no castelo pela primeira vez, no seu primeiro ano, aquele lugar tinha sido o seu santuário. Não importava o humor que ele estivesse, quais pensamentos pesavam sua mente, subir até a torre e observar o extenso terreno de Hogwarts e o céu estrelado sempre deixava tudo melhor.

Exceto naquele dia.

Nesse dia infernal, ele estava de péssimo humor, todos os tipos de pensamentos pessimistas rondavam sua mente, e estar em seu santuário não estava ajudando como costumava fazer. O garoto ficou ainda mais zangado, culpando a intromissão da Granger, ela estava estragando tudo com sua presença insuportável.

Ela não tinha seu próprio santuário? Ela estava sempre enfiada na biblioteca, quase se camuflando entre aquelas prateleiras velhas, então porque ela não estava lá agora? O que ela estava fazendo no santuário dele? Ela não tinha esse direito!

Ele detestava não ter o direito de proibi-la de vir ali, de não poder criar uma regra que a banisse do seu santuário, mas ela era Hermione Granger, e as regras não se aplicavam a ela – todo mundo sabia que ela quebrava qualquer regra que quisesse.

— O que está fazendo aqui, Granger? — Ele não se esforçou para ser educado

Ele queria deixar bem claro que estava irritado com sua presença, que queria que ela pegasse a dica e desse o fora do seu lugar, e que não estava buscando companhia – principalmente a dela.

— Estou me escondendo de Rony — Granger respondeu, calmamente, nem um pouco afetada pela irritação dele — Estou aproveitando a paz enquanto ele não me encontra.

Isso fez Draco desviar o olhar da floresta proibida para a garota do outro lado. Ele ficou confuso. Porque Granger estava evitando o Weasley? Eles não eram um casal? Ele tinha visto o fuinha enfiar a língua na garganta dela mais vezes que queria.

— Porque aqui? Por que não na sua amada biblioteca?

— Você acabou de responder sua própria pergunta — Ela respondeu com aquele tom de voz que irritava Draco demais — É minha amada biblioteca. Lá seria o primeiro lugar que Rony me procuraria.

— E devo supor que aqui seria o último?

A sua resposta foi um simples dar de ombros. Ela não tinha desviado os olhos naquele maldito livro, nem por um segundo, e isso piorou o mau-humor de Draco. Ele era Draco Malfoy! Todos sempre paravam para observa-lo, assistindo ansioso, querendo um pouquinho da atenção dele. Era uma regra – e como sempre, Hermione Granger quebrava as regras!

— Granger, sabia que é falta de educação não olhar nos olhos de uma pessoa quando está conversando com ela? — Draco grunhiu

Finalmente, Granger ergueu os olhos do seu livro, mas Draco desejou poder voltar atrás. O olhar que ela lhe deu foi uma mistura de surpresa e divertimento – ela estava divertindo-se as custas dele!

— Desculpe-me — Ela pediu, com falsa simpática — Estamos conversando?

— Não, não estamos — O sonserino grunhiu, voltando a observar a vista

Por algum motivo, e para total surpresa dele, ela se levantou e veio para o seu lado, mas ainda mantendo uma distância segura entre eles.  Ele não pode deixar de notar que ela estava segurando com bastante força a barra de proteção, e que seus olhos não desviaram do céu, nunca olhando para baixo.

— Você tem medo de altura — Ele observou, ligando os pontos — Por isso que o cabeça de cenoura não te procurara aqui.

— Sim — Ela concordou, desviando o olhar rapidamente para ele — O que você tem?

— Eu não tenho nada, Granger — Draco disse, acido

— Certo, com certeza — Ela lhe deu um olhar zombeteiro — Sabia que é falta de educação ser rude com alguém que só quer ajudar?

— E quem disse que quero sua ajuda? — Draco rebateu

— Sua cara feia. Parece que um hipogrifo pisou em todo o seu rosto — Granger respondeu, zombando — Diga logo, Malfoy.

— Minha cara não é feia — Ele retrucou

Como uma criança birrenta, e perdendo um pouco de dignidade, ele cruzou os braços e sentiu seus lábios formarem um biquinho. Ele não queria compartilhar seus problemas com ninguém, muito menos com a santa Granger.

Granger e ele nem eram amigos. Ele não era mais tão preconceituoso, não depois da guerra, mas isso não significava que eles tinham se tornado amigos. Eles tinham o habito de evitar estarem perto um do outro.  E se tivessem aulas juntos, ou acabassem esbarrando-se nos corredores, eles apenas fingiam não se ver. Era melhor assim.

Ele percebeu que aquela era a primeira vez que conversavam desde o fim da guerra. Foi estranho, mas ao mesmo tempo, um pouco familiar. Antes da guerra, eles estavam sempre brigando, com ele a insultando e ela retribuindo com farpas e respostas inteligentes. Ele nem tinha reparado que tinha sentindo falta disso até agora.

— Diga logo, Malfoy — Granger insistiu

— Estamos perdendo todos os jogos — Ele contou, irritado por isso e por ter contado a ela

— Como assim? — Hermione perguntou, confusa

— Desde que virei capitão do time da Sonserina, estamos perdendo todos os jogos. Não ganhamos nenhum maldito jogo esse ano!E para piorar, se não ganharmos a partida contra os grifibostas de hoje, serei exonerado do cargo.

— Exonerado? — Hermione repetiu — Eu nem sabia que isso podia acontecer.

— Claro que pode acontecer — Ele revirou os olhos — E para todo o sempre, serei lembrado como o primeiro capitão a ser exonerado, e que perdeu todos os jogos. Vai ser vergonhoso.

Ele não ficou surpreso quando a viu tentando conter a risada. Era obvio que ela não o entenderia. Quadribol não significava nada para Hermione Granger, e ela não teria qualquer empatia por ele.

— Você pode rir, Granger — Ele resmungou, fingindo não ver o modo que seu corpo tremia — Não significa nada para você, eu sei, mas para mim.. É diferente.

— Seu problema é fácil de ser resolvido, Malfoy — Granger disse

— Se disser que eu tenho que me esforçar mais, te jogo daqui — Ele ameaçou, mas não ficou surpreso quando ela não o levou a sério

— Eu não ia dizer isso — Ela revirou os olhos — Só acho que está exagerando, tem pessoas por aí com problemas de verdade.

— Ah, deixe-me adivinhar — Ele pediu, revirando os olhos — Você é uma dessas pessoas.

Granger não respondeu, apenas voltou a observar o céu, mas ele não desistiu.

— Por que está se escondendo o pobretão?

— Não fale assim dele!

Draco bufo, revirando os olhos, nem um pouco surpreso pela insistência da santa Granger em defender o idiota Weasley.

— Sabia que é falta de educação bufar? — Granger o provocou — Sua educação cara não lhe ensinou isso?

— Sabia que é falta de educação não responder a minha pergunta? — Ele rebateu — Você não recebeu essa educação de onde veio?

— Ele fez algo estupido, de novo, e agora quer o meu perdão. De novo.

— Como assim?

Ele a viu morder o lábio, ponderando se devia responder, mas ele ficou um pouco distraído pela ação dela. Ele nunca tinha perdido tempo olhando para a boca dela, mas ela tinha lábios bonitos, rosados naturalmente, cheio e delicados. Ele quase se jogou da torre quando percebeu a linha que seus pensamentos estavam percorrendo.

— Ele me beijou, durante a guerra, e isso deixou as coisas estranhas entre nós. Ele queria que tivéssemos um relacionamento, queria que eu fosse sua namorada, mas eu fiquei em dúvida. Parecia estranho, sabe? Eu gostava tanto dele, mas a guerra mudou tudo, me mudou. Mas todo mundo esperava que eu namorasse com ele e.. eu cedi a pressão. Isso foi um erro. Ele ainda era insensível e idiota, e fazia algumas coisas que me machucavam, então decidi terminar. Ele não aceitou bem. Quando não estava correndo atrás de mim para implorar ele para voltar para ele, ele estava tentando me irritar, reclamando sobre como eu jamais arranjarei outra pessoa e que eu acabaria sozinha. Isso me deixou com tanta raiva que eu o azarei, e desde então, estou me escondendo dele.

Draco mordeu a parte interior da bochecha para não rir. Hermione Granger estava mesmo lamentando-se por causa do cabeça de cenoura?

— Eu sei que você quer rir, Malfoy — Hermione resmungou, revirando os olhos

— Seu problema é fácil de ser resolvido — Não escapou dele como os papeis se inverteram tão rapidamente

— É assim mesmo? Então me jogue uma luz e me indique o caminho.

Não era isso que Draco esperava ouvir dela. Ela estava mesmo pedindo um conselho seu? Que dia peculiar. Hermione Granger pedindo um conselho a Draco Malfoy!

— Pegue um garoto, ou uma garota, na frente dele — Ele aconselhou — Só para  provar que você consegue outra pessoa.

— Eu não vou usar ninguém, isso é errado — Ela respondeu, ultrajada

— Tão grifinória — Ele revirou os olhos — Eu te dei a solução, não disse que era a certa.

Ele a ouvi bufar, resmungando sobre artimanhas das cobras, mas não deu bola. Essa decência grifinória podia ser tão irritante as vezes. Jogar sujo para conseguir o que quer não era errado, não é? Os fins não justificam os meios?

— Existe uma crença — Granger disse, com muito cuidado, e isso o deixou em alerta — Entre os trouxas — Ela fez uma pausa, esperando para ver se ele a interromperia, ou se ele ainda era um maldito preconceituoso, mas ele ficou em silencio —   Onde eles acreditam que um amuleto possa trazer sorte, ou afastar energias negativas. Você pode crer nisso, sabe? Ter um amuleto da sorte. Talvez isso te ajude no jogo de hoje.

— Francamente, Granger – Ele desviou o olhar do horizonte, olhando para ela com deboche — Acredita mesmo nisso?

— Tem gente que sim — Hermione deu de ombros

— Você acredita nisso? Por Merlin, pensei se fosse uma garota que usasse a lógica e não superstições bestas.

— Não precisa acreditar, Malfoy — Ela revirou os olhos — Eu te dei a solução, não disse que era a certa.

— Bruxa atrevida — Ele reclamou por ela usar suas próprias palavras contra ele

Os dois ficaram em silencio, cada um com seus próprios pensamentos, mas nem um pouco incomodados por estarem no mesmo ambiente.

— Granger?

— Hum?

— Esse tal amuleto — Draco começou abrindo um sorriso malicioso — Pode ser uma garota? Eu provavelmente conseguira muitas garotas usando essa tática.

— Por Merlin, Malfoy! — Ela revirou os olhos — Imagine quantas garotas vão te querer depois que você se tornar o primeiro capitão que fez o time perder todos os jogos!

Isso irritou Draco e a fez sorrir vitoriosa. Era fácil voltar aos velhos hábitos de se provocarem.  Era bom que dessa vez não havia insultos ao seu sangue, e que ele não estava disposto a feri-la.

— Imagine o sorriso vitorioso do Weasley ao ver que ele estava certo em relação a você — O loiro a viu fechar a cara e sorriu vitorioso

— Ele não estava certo — Hermione cruzou os braços e ergueu o queixo de forma teimosa

— Quero ver você provar isso a ele.

— Talvez eu coloque sua ideia em pratica — Ela retrucou 

— Eu quero assistir isso de camarote — Ele respondeu

A conversa foi interrompida pelo barulho do relógio da torre. Draco suspirou, exausto, quando percebeu que precisava chegar ao campo de quadribol em vinte minutos. Ele já conseguia imaginar o gosto amargo da derrota.

— Você deve ir — Hermione gesticulou para a saída — Tem um jogo para perder.

—Eu não vou perder — Ele resmungou, desencostando da barra de proteção — Você deveria ir até o Weasley, prove que ele estava certo.

Granger revirou os olhos, mas o seguiu para a saída. Num acordo tático e silencioso, eles sabiam que voltariam a se ignorar quando saíssem da torre. Draco não sabia porque isso o incomodou. Eles não eram amigos. Nunca seriam.

Draco saiu primeiro, mas podia ver que Granger estava logo atrás dele, e percebeu que eles não eram os únicos naquele corredor. Alguns metros à frente, usando o uniforme de quadribol da grifinória, estava Ronald Weasley. Ele estava procurando por algo nas salas, ou melhor, procurando por alguém.

Draco estava ansioso para assistir ao que seria um épico confronto entre a santa Granger e o cabeça oca do Weasley. Ele olhou para Granger, que havia notado o Weasley, estava pronto para provoca-la, mas então viu o olhar no rosto dela. Havia um brilho quase malicioso. O que Granger estava pensando em fazer?

Ele assistiu quando o Weasley os avistou, seus olhos arregalando-se quando notaram Draco, mas antes que ele dissesse algo, Granger puxou Draco pelas vestes.  Draco não teve nem tempo para processar o que ia acontecer antes que a boca dela chocasse contra a dele.

Draco não acreditava nisso. Hermione Granger estava lhe beijando. Ela não era nem um pouco tímida, como ele esperava, ela sabia o que queria e foi atrás. Seus braços estavam jogados sobre seus ombros, uma das mãos dela enfiadas no seu cabelo, os dedos agarrando-se aos fios delicados. Ela era pequena, e ele muito alto, então ela estava equilibrando-se na ponta dos pés. E sua língua estava na sua boca, dançando, enrolando-se na dele de uma forma torturante.

Por mais chocado que ele estivesse com o beijo surpresa, ele não deixaria Hermione beijá-lo. Ele iria beijá-la. Envolvendo as mãos grandes na sua cintura fina, ele a trouxe mais para perto, tirando-a do chão e segurando seu peso sem problemas. Ele controlou o beijo. Mostrou a ela quem comandava, que ela devia ceder a ele, e não deixou escolha para ela além de submeter-se a ele. Seu beijo era intencional e exigente, duro, possuindo-a da maneira mais suja que ele podia fazer num beijo. Quando ela gemeu, seu corpo estremecendo, Draco começou a desejar mais do que deveria.

Infelizmente, ou por sorte, Ronald interrompeu o momento com seus gritos irritantes. Draco afastou seus lábios, mas ainda manteve Hermione refém nos seus braços, assim como ela ainda tinha uma das mãos agarradas ao seu cabelo e a outra em seu ombro.

— Eu estava certo —Draco comentou, sua voz mais grossa do que de costume, e ele não perdeu a forma como ela reagiu a isso — Ele não gostou de você provando que ele estava errado.

— Hum. Sim — Granger murmurou, ainda tonta, antes de soltar o cabelo dele — Me coloque no chão, Malfoy.

Ele a soltou, sorrindo vitorioso por ela estar um pouco cambaleante, antes de recuar alguns passos.

— Vá perder seu jogo, Malfoy — Granger disse, com as bochechas em chama

— Bruxa maldita — Ele fingiu reclamar

Quando passou por Ronald, que ainda estava congelado no lugar, ele fez questão de dar um esbarrão firme em seu ombro. Mas antes que ele desaparecesse completamente, Granger o chamou de novo.

— Malfoy? Boa sorte no jogo.

Ele apenas assentiu, dando um rápido sorriso, antes de continuar seu caminho. Ele não ficou preocupado em deixa-la sozinha para lidar com o idiota ruivo, ele sabia que Granger conseguia se cuidar, além do mais, ele percebeu que agora ela tinha algo para esfregar na cara dele – Ronald Weasley estava errado e Hermione podia ter quem ela quisesse.

[...]

— Nós vencemos! Porra, nós vencemos — Pansy Parkinson gritou, agarrando o pescoço de Draco, enquanto saltava em comemoração

Normalmente, Draco fugiria do contato físico. Mas hoje abriu uma exceção. Ele estava contente, verdadeiramente feliz, e nem mesmo Pansy estragaria tudo com seu grude. Ele tinha vencido o jogo. Tinha, finalmente, vencido os grifibostas. E não carregaria mais o título de primeiro capitão que fez o time perder todos os jogos.

Ele procurou, o mais discreto possível, por uma certa grifinória nas arquibancadas inimigas. Ele ficou surpreso por ela bater palmas por sua vitória – mas ele sabia que ela era educada demais para ser uma péssima perdedora. Seus olhares se cruzaram e ela mexeu a boca, e graças a um talento natural, Draco conseguiu entender exatamente o que ela tinha dito.

— Só precisava acreditar!

Ele lhe lançou um sorriso malicioso, pronto para responder com uma provocação, quando seus companheiros de time o cercaram para comemorar sua vitória.  Ele não a viu mais.

Se ele fosse mais mundano, ou menos cético, ele acreditaria que beijar Hermione Granger lhe trouxe sorte. Mas, ele era Draco Malfoy, e não acreditava em amuletos e superstições.  Se beijá-la realmente lhe trouxe sorte, ninguém nunca ouviria Draco Malfoy confessar em voz alta.

Inconscientemente, ele desejou que o próximo jogo não demorasse para chegar, talvez ele precisasse de um novo amuleto, ou na verdade, de uma garota da sorte. E se ela acabasse sendo da casa rival, com lindos e doces lábios, ele não iria reclamar.


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