Os livres balões em forma de coração voam pelo céu. Livres… Queria eu que o meu coração assim fosse. 

Mas ele é pesado demais, 

Ele é intenso demais, 

Ele sente demais. 

Talvez seja por isso que ele está preso no peito e dói tanto ao mínimo sinal do meu respirar pesado. 

Talvez o ar ao meu redor esteja rarefeito uma vez que minha mente sim está na altitude dos céus azuis e serenos. 

Infelizmente meu eu com eles não combina, não conversa, não se encaixa.

Talvez porque eu mire o céu mas pertença ao chão. 

Talvez porque meu coração me torne pesado. 

É que ele é grande demais, 

Porque ele sofre demais, 

Porque ele sangra demais. 

Porque ele se importa demais com quem não o merece. 

Porque ele se entrega demais, 

Porque ele confia demais, 

Talvez ele mereça mais. 

Ah, coração, porque não deixa que a vida me leve sem rumo, porque me prende ao chão ao qual sinto que quer me afundar e me afogar em meio à todo esse exagerado sentir? 

Por que tu ama demais?

Por que tu se dá demais?

Por quem tu bates assim demais? 

Por que tu choras demais? 

Por que te traem demais? 

Serás teu sangue doce para que tantos desejem te ferir para dele provar? 

Talvez seja por isso que as abelhas fazem mel… 

Para manter seu coração batendo… 

Mas, tal como as abelhas, tu não ganhes valor… 

É uma pena que não vejam que você merece tanto. 

Mais o tempo passa, mais quero te libertar. 

Mas você é fraco demais, 

Porque tu se acostumou com teu mal, 

Porque tu tem medo de voar, 

Porque tu tem medo de amar, 

Porque você ainda é, mas não que mais ser coração.

Talvez fosse melhor que eu não te tivesse. 

Porque não quero ser coração.