O fim da tarde estava matando todos, quente, fervente, consumindo a força de vontade de todos que tinham que andar de um lado para o outro em busca de um meio de transporte ou até mesmo de algo mais especifico, que era o caso do rapaz de pele clara e cabelos negros.

O cabelo, que nos últimos tempos estava mais comportado, no momento estava totalmente rebelde todas as pontas arrepiadas e mesmo assim ele continuava incrivelmente bonito. Encantador.

Ele havia tomado uma decisão naquele dia mais cedo. Uma decisão que fez o seu coração quase estourar em seu peito. Ele deixaria de ser um covarde como Sakura e Naruto viviam dizendo. 
Mesmo que covarde seja o último adjetivo do mundo a definir Uchiha Sasuke, todos sabiam que era um cumulo chamar ele dessa palavra tão feia, ele sempre se sentia incrivelmente incomodado porque uma parte de si realmente acreditava que ele era não apenas um covarde mas o maior de todos os tempos.

A noite estava quase encontrando o dia ou o dia estava quase encontrando a noite, ele sabia o que iria acontecer agora: O céu inteiro iria ficar dourado ou doirado (havia encontrado essa variação no dicionario enquanto procurava alguma outra palavra) era hora de ir para a cafeteria da esquina que ele estava e finalmente se declarar e sair do posto vergonhoso de covarde.

Mas Sasuke recuou, não seria hoje, não seria essa tarde e agora estava em duvida se seria em alguma vez. 

Hyuuga Hinata estava na sua frente, com o rosto vermelho, sendo pedida em casamento (afinal o que mais um homem poderia dizer a uma mulher enquanto se agacha e olha em seu rosto?)

Não esperou o resto. Não esperou para ter certeza. Não terminou de olhar. Afinal todos seus amigos tinham razão, Sasuke era um covarde. O maior de todos.

Infelizmente ele também não esperou o homem voltar para a cadeira a sua frente e nem escutou o resmungo: Hinata-sama, precisa aprender a amarrar os tênis, já tem mais de 22 anos.