Metrô escrita por Lola Royal


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Apenas uma one para acabar o domingo, ela pode trazer temas sensíveis para algumas pessoas.

Boa leitura :)



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O metrô estava cheio aquela hora, o que me estressava, por isso coloquei meus fones de ouvido e tentei ignorar o mundo ao meu redor. Apenas me concentrei na música, sem querer pensar em nada, ou ninguém, mais.

Quando cheguei a estação que saltaria eu segui com outras pessoas para fora do vagão, me sentia como um boi seguindo junto a outros bois pelos corredores de um matadouro. Expirei alto, não era hora de reflexões filosóficas.

Ergui minha cabeça quando estava perto da escadaria, foi quando a vi. Usava um vestido rosa claro, que ia até seus joelhos em uma saia rodada, por cima dele uma jaqueta preta, em seus pés coturnos. Os cabelos castanhos escuros tinham sido pintados de loiros, para minha surpresa, ela usava pouca maquiagem e ouvia música como eu.

O olhar dela se encontrou com o meu naquele instante, eu parei perto da escada, enquanto ela parou no meio dos degraus. Assim como eu, ela também recebeu xingamentos por estar atrapalhando a circulação.

Entretanto, naquele instante não conseguia me mexer. Só queria olhar para ela, de alguma forma ela também só queria aquilo.

As memórias em minha mente não demoraram nada a se manifestarem.

— Oi, eu sou o Edward — me apresentei a ela, gritando por cima da música alta da boate.

— O quê? — ela perguntou também gritando.

— Eu disse que meu nome é Edward — tornei a gritar, vendo compreensão no seu olhar.

— Olá, Edward, eu sou a Bella! — Ela sorriu para mim.

Aquilo foi quando nos conhecemos.

— Você gosta de sushi?

— Eu gosto e você? — perguntei de volta.

— Eu adoro, acho que podemos ir comer em um, o que acha?

Aquele foi o primeiro encontro.

— Eu sou péssimo com os hashis — admiti, ela ao meu lado riu baixinho, colocando sua mão por cima da minha, tentando me ensinar a manusear os palitinhos corretamente.

— Você cheira bem — ela confessou em um sussurro, seu rosto se voltou para o meu e foi impossível não beijá-la.

Aquele foi nosso primeiro beijo.

— Edward — ela gemeu meu nome, apertando suas unhas em minhas costas.

— Você é incrível, Bella — eu falei, extasiado, a puxando para um novo beijo.

Aquela foi a primeira transa.

— O que viemos fazer no Central Park em plena segunda-feira de noite? Você tá tentando me matar, Edward? — ela brincou.

Eu ri, me virando de frente para ela.

— Você sempre disse que queria fazer sexo ao ar livre — eu disse, a vendo corar.

— Nem pensar — negou, eu ri novamente.

— Suspeitei disso, ai eu lembrei que você disse que também sempre quis que alguém fizesse uma cena de cinema por você.

— Espera…

— Fica aí! — mandei, correndo para longe dela alguns metros. — Agora começa andar para longe de mim.

— Você é louco!

— Eu sei, anda logo.

Ela riu, começando a andar para longe. Deixei que ela se afastasse o suficiente e corri em sua direção, segurei em seus braços, a fazendo parar, ela olhou para mim sorridente.

— Não vou deixá-la ir, Isabella Marie Swan, você aceita ser minha namorada?

— Oh, eu aceito ser sua namorada, Edward Anthony Cullen.

Aquilo foi como nos tornamos namorados.

— Onde você tava? — ela perguntou, irritada pelo celular.

— Na casa do Emm.

— Custava me atender antes? Tô ligando o dia todo.

— A gente tava bebendo e jogando videogame — falei cansado do questionário dela.

— E você não vai passar aqui hoje?

— Eu tô muito cansado, amanhã trabalho, vou dormir.

— Mas a gente não se vê desde segunda.

— Amanhã a gente se vê.

— O que custa vir aqui agora?

— Já disse que tô cansado.

— Você foi ficar bebendo e jogando videogame com o Emmett e nem passou aqui, isso não é legal.

— Foi mal, amanhã a gente se vê.

— Não quero te ver amanhã, vou tá cansada! — ela desligou na minha cara.

Aquela foi a primeira briga.

— Não gosto dele — repeti pela milésima vez.

— Ele é meu amigo — ela falou, continuando a pintar sua unha do pé.

— Há, amigo, vocês já namoraram.

— Nossa, isso quer dizer o quê? Não é porque eu namorei o Jasper no passado que ainda sinto algo por ele.

— Mas ele com certeza ainda sente algo — resmunguei.

— Que se foda o que ele sente. — Ela me encarou. — O que você sente?

— O que quer dizer?

— O que sente por mim, Edward?

Eu afastei a garrafa de cerveja de mim.

— Porque eu te amo, você me ama também?

Respirei fundo, debatendo internamente sobre meus sentimentos.

— Sim, eu te amo!

Aquela foi a primeira vez que eu falei que a amava.

— Vai ficar tudo bem — ela falou, passando a mão por meus cabelos.

— Ela nunca mais vai voltar. — Solucei. — Eu a perdi para sempre.

— Tenho certeza de que ela está em um lugar melhor agora, Edward — Bella falou, enquanto eu encarava o caixão da minha mãe.

Aquela foi a primeira vez que perdi alguém e ela estava lá.

— O que foi? Não posso ficar muito tempo fora do escritório — falei para ela, que estava pálida e mordia seu lábio inferior.

— Eu tô grávida — ela disse, sem rodeios.

Aquilo foi quando ela me deu a notícia.

— É a única alternativa — ela disse, soando decidida.

— Você tem certeza? — Seu olhar se encontrou com o meu, seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Você quer ter, Edward?

— Não — confessei.

— Pois é, eu também não.

Aquilo foi quando decidimos.

— Como você se sente? — perguntei a ela, que estava deitada na cama hospitalar e muda.

— Bem.

Ela mentiu. Eu não perguntei novamente como ela estava.

Aquilo foi quando começamos a quebrar.

— Eu não quero mais — ela falou.

— O sushi? Não dá mais tempo de cancelar! — resmunguei.

— Não, eu não quero mais ficar com você, Edward. Acho melhor a gente terminar.

Eu me senti aliviado.

Aquilo foi quando a deixei ir e me senti livre.

Isabella voltou a andar primeiro, tornando a descer a escada. Eu também voltei a andar, começando a subir.

Nós passamos um ao lado do outro, senti seu cheiro me atingir. Não falamos nada, nem mesmo nos olhamos.

Eu estava no topo da escada quando resolvi descer tudo de novo, foi quando a vi outra vez. Ela estava subindo de volta, nós paramos um diante ao outro, atrapalhando a circulação, sendo xingados, não nos importamos.

— Você tá com pressa? — ela falou primeiro.

— Sempre. — Seus ombros caíram ao ouvir minha resposta. — Mas, a gente pode tomar um café.

Ela assentiu, nós subimos a escada juntos, deixando o metrô lado a lado. Quis segurar em sua mão, sentir seu toque, mas não fiz aquilo.

— Gostei do cabelo — elogiei, ela deu um sorriso pequeno.

— Valeu, eu curti a barba. O que cê tá ouvindo? — Apontou para meus fones.

— Nada. — Silenciei a música, tirando os fones, naquele instante só querendo ouvir ela. — E você?

— Nada especial. — Ela tirou seus fones também. — Você bem que podia me indicar umas músicas novas.

— Quer mesmo que eu faça isso?

— Quero — ela confirmou.

— Beleza.

Aquilo foi quando nos reencontramos.


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Notas finais do capítulo

Beijos.

Lola Royal.

01.04.18



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