Imagine - SUPERNATURAL escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 19
Dean Winchester




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/757947/chapter/19

Bunker

 

Já havia se passado uma semana desde que Sam havia trago Dean de volta para o Bunker em segurança, livre de Miguel, mas mesmo assim você ainda não estava totalmente tranquila. Era difícil dizer o que tinha entre vocês - porque tecnicamente não existia nada, apenas um flerte ou outro ocasionalmente, mas mesmo assim uma grande química. Vocês se conheciam haviam anos, mas quase nunca se encontravam. Você só ficou sabendo da loucura sobre a fenda quando eles já estavam de volta, sendo convidada a ficar hospedada do Bunker com os outros, em segurança.

Quando Dean se ofereceu para Miguel você não foi capaz de impedí-lo, mas entendia que sua família estava em jogo, mas acreditava fielmente em Castiel quando concordaram que o arcanjo não cumpriria com o acordo. O desespero que sentiu foi bem estranho para a sua normalidade, já que aquilo não era comum para uma troca de olhares de vez em quando.

Sabia que iria dar errado.

Quando Sam voltou com Jack sem sua graça, sem ele, você teve vontade de gritar de raiva, sacudir Dean, dar três tapas na cara e gritar EU AVISEI, mas sabia que se ele estivesse mesmo a sua frente, o arcanjo te mataria. Ressentida, gastou o máximo de tempo que pode cuidando de Jack nos primeiros dias até que conseguisse sufocar e mascarar seus sentimentos, só para aí ajudar Sam e Mary na busca pelo mais velho. Enquanto o amor pelo irmão movia o moreno, era o sentimento de traição, vingança, ódio que te moviam.

Para falar a verdade toda aquela confusão em seu peito não te deixavam sentir o que te movia de verdade, apenas queria ele aqui de volta. Isso era tão…. Ele era só seu conhecido, droga! Jody tinha apresentado vocês dois cinco anos antes e após uma série de caçadas cooperativas se consideravam amigos, o bastante para compartilharem alguns momentos íntimos: pelo menos duas suturas dele era você quem tinha feito, assim como ele havia colocado seu ombro no lugar quando um lobisomem o deslocou. Café da manhã era quase uma tradição quando se encontravam, assim como empréstimo de munição.

Aquela confusão toda passaria assim que encontrassem ele.

É, claro que passaria.

Mas então Sam chegou com Dean arrasado, exausto e seu único movimento fora de gritar o nome dele do outro lado da sala, correndo até ele em busca de ferimentos. Até onde todos sabiam ele ainda poderia ser Miguel mas você não estava nem aí. Somente quando ele disse o óbvio que todos relaxaram e você o guiou até o quarto dele, de onde ele ainda não tinha saído.

Você havia acordado disposta naquela manhã a acabar com aquela palhaçada, praticamente marchando até o quarto dele, batendo na porta.

Tá aberta!— ele respondeu com a voz abafada.

Quando você abriu a porta se deparou com uma cena no mínimo adorável: Den estava deitado de bruços na cama, agarrado a um travesseiro, comendo pizza, com os pés para o alto.

—Meias de dinossauros? - Você segurou o riso, fechando a porta atrás de si.

Ele se curvou para trás conferindo a estampa e rindo também.

—Elas são confortáveis.

—Ahã, sei. E então?

—Então o que? - Ele alternava sua atenção entre você e a televisão, comendo um pedaço de pizza. Ele pareceu ter percebido a falta de educação e te ofereceu um pedaço, te atraindo para sentar na cama com ele.

—Você está trancafiado aqui à uma semana já, Dean. Ver a luz do Sol faz bem, sabia?

—Eu me sinto confortável aqui, S/n. Miguel desapareceu, as coisas estão normais de novo, e sinceramente a casa está cheia de estranhos.

—Não seriam estranhos se você saísse e conversasse um pouco.

—Mesmo assim, esse lugar nunca esteve tão cheio e isso é esquisito.

—Você sabe que o Bunker foi construído para suportar todos eles, não é?

—É, mas estava acostumado a ser só da família.

—Me desculpe então por ter aceitado o convite. - Sua voz tinha um tom dramático, o que preocupou Dean.

—Eu não…. Droga, eu não quis dizer isso, S/n!

—Eu sei, estava só brincando. - Você deu um sorriso que fez o mais velho suspirar de alívio.

Dean também não sabia muito bem o que sentia em relação a você, já que a considerava mais uma prima do que irmã - visto que ele admitia os flertes com você mas ao mesmo tempo considerava parte da família. Charlie era sua irmã, Jack seu filho e você, sua prima. Mesmo não tendo laços de sangue, a família Winchester era bem…. Intensa. Ele sentia que deveria ter te avisado antes de pular na fenda - assim como fez com Jody, mas tinha medo de que você cismasse em ir para ajudar e ele não estava afim de mais dor de cabeça.

Ah, porque você conseguia mexer com a mente dele ao ponto de deixá-la dolorida, o que não era tão desconfortável assim no dia a dia, mas naquele caso seria insuportável. não faziam ideia do que poderiam encontrar lá do outro lado e ele definitivamente não queria estar dividido entre manter todos a salvo e impedir que você se arriscasse mais ainda. Dean Winchester e sua mania de super- herói! Você tinha sido a primeira a nem ligar sobre a possibilidade de Miguel ainda estar no corpo dele, correndo em sua direção, checando seus ferimentos. Ele queria ter te abraçado com força naquele momento, mas não apareceu apropriado com aquele bando de olhos estranhos o encarando.

Por isso ele havia esperado chegarem ao quarto dele, onde a abraçou com força, suspirando pesadamente por conta das dores que tinha pelo corpo.

—Onde dói? - Você tinha perguntado, fazendo um carinho em seu rosto.

—Meu peito e braço. Parece que ele levou uma bela surra. - Dean respirava com dificuldade.

—Aposto como foi bem merecido. - Você sussurrou enquanto o ajudava a se livrar da camisa.

—Ei! - Ele fez uma piada.

—Me desculpe, Dean. Mas esse rostinho bonito era ele, então foi muito bem feito. - Você deu dois tapinhas de leve em sua bochecha, sequer percebendo que o havia chamado de bonito.

—Só queria ao menos me lembrar do que eu fiz para estar tão dolorido assim. - Dean tirou o resto da camisa com caretas de dor, te deixando hipnotizada pela beleza de seu peitoral, até que….

—Provavelmente mexeu com quem não devia para ter ganhado uma nova cicatriz. Isso ou Miguel é super fã do Avicii e não sabemos. - Você passou os dedos pela marca em seu braço, trazendo olhares preocupados para os dois.

Desde que tinham voltado do encontro com a Kaya das trevas ele tinha se trancado no quarto e saído apenas para pegar salgadinhos. Ele sabia muito bem que estava fugindo de toda a situação e se sentia culpado por estar te ignorando. Você estava lá esperando ele, cuidando dele, e ele simplesmente vendo maratonas de terror na televisão.

Oras, Dean Winchester estava assustado não apenas com os acontecimentos recentes, mas com a forma que você se mostrou para com ele desde que haviam voltado da fenda - assustado justamente por estar gostando daquilo tudo.

—Entãããão…. O que estamos assistindo? - Você perguntou ao se deitar na cama, o empurrando mais para o canto, enquanto pegava o pedaço de pizza.

—Dia de todos os Santos III.

—Maratona de Halloween, hã?

—Podemos dizer que sim. - Ele deu um sorrisinho.

—Pensei que preferisse sair a procura de doçuras ou travessuras. - Embora não tivesse nada demais na sua fala, passaram-se dezenas de outras maneiras na cabeça de Dean, o que o apavorou.

—É uma ideia tão absurda assim para você se engasgar? - sua risada ecoava pelo ambiente, enquanto batia em suas costas, o ajudando.

—N-não foi nada, só me engasguei. Mas acho que talvez já esteja velho demais para sair na rua pedindo isso

—Sozinho, mas poderia acompanhar Jack. Um pai acompanhando um filho não é estranho.

—S/n, acho que Jack fisicamente também não frequentaria mais as ruas. Na idade dele….

—Você ia a festas de Halloween?!

—Bem…. Devo ter ido a uma ou duas…. Mas isso não importa mais.

—Certeza que não? Sair faria bem para você, eu falo sério.

—S/n, eu…. - Ele só queria se ver livre de você por uns momentos. Precisava se controlar.

—Se você não sair, eu também não vou!

Ah, pronto! Dean engoliu com dificuldades. Teria que lidar com aquilo tudo dentro de si, porque você não estava facilitando. Céus, seria isso uma provação a pagar? Mas…. Porque raios estava tão incomodado daquele jeito?

—Dean, tá tudo bem? - Você se afastou um pouco dele, ficando deitada próxima a beirada da cama.

—Eu…. Não sei. - Sua sinceridade te tocou., preocupando instantaneamente.

—Está sentindo alguma coisa? Dor? Quer que eu saia…?

—Não! Não precisa, é só que….

Você permaneceu em silêncio esperando que ele conseguisse falar.

—Tem alguma coisa acontecendo e eu não faço ideia do que é…. - Dean suspirou, escondendo o rosto no travesseiro que ainda abraçava.

—Mas você tem…. Alguma pista? - Sua cabeça se movia em super velocidade, tentando encontrar alguma explicação do que ele poderia estar sentindo. - Visões? Sensações ruins? Vozes?

—Eu diria que está mais para coração acelerado e mãos suadas. - Dean colocou para fora, levantando a cabeça e esfregando a mão pelo cabelo, ainda evitando te olhar.

No primeiro momento você permaneceu em silêncio, confusa com tudo aquilo, mas aí também percebeu que estava na mesma situação.

—Preocupação e ansiedade também se encaixam nisso?

—Eu…. Como sabe? - Ele te olhou com brilho nos olhos, completamente focado.

—Porque eu talvez esteja com o mesmo problema, e também não faço ideia de como fazer parar mas nem por isso eu fico trancada no meu quarto evitando encontrar com… - Você conseguiu fechar a boca antes que se entregasse mais, mas pensando bem, saindo do quarto ou não você nunca encontraria o seu problema já que era ele quem estava desaparecido.

—Encontrar com….? - Dean estava ansioso, precisava saber quem era a sua dor de cabeça, mas sabia que você não iria revelar assim tão fácil.

—Estamos discutindo o seu medo, não o meu.

Ele passou algum tempo em silêncio, refletindo. Se em algum momento da vida John tinha ensinado a ser corajoso com garotas, ele tinha que colocar em prática agora. Nunca fora medroso ao ponto de esconder os sentimentos definitivamente, a vida deles não permitia isso.

—Mas acontece, S/n, que o meu problema depende totalmente da sua resposta. - Ele olhava fundo nos seus olhos, decidido a acabar com toda aquela tormenta de uma vez por todas.

Seu coração se descompassou, te fazendo prender a respiração.

—C-como?

—Eu fui um covarde por preferir me esconder aqui durante esse tempo todo do que verificar como você estava lá fora. Me escondi porque não conseguia entender o motivo do ataque cardíaco quando cheguei aqui e você foi a única a me ajudar. Ter ficado sozinho com você no meu quarto enquanto procurávamos machucados se me afetou mais, fez minhas mãos suarem e uma vontade avassaladora de não te deixar sair de perto de mim nunca mais.

—Mas… Foi você quem foi embora…

—Eu sei! Como acha que fiquei? A sua preocupação quando descobriu sobre a fenda me fez pensar como um criminoso por não ter te avisado, e depois disso…. Olha, nós sabemos muito bem dos nossos flertes ao longo dos anos, mas eu tratava aquilo mais como uma brincadeira, só que….

—Eu acho que me apaixonei por você. — Vocês dois revelaram ao mesmo tempo, praticamente colocando ambos os olhos para fora de órbita.

—Você também….? - Dean tinha o coração descompassado, se livrando do travesseiro de uma vez por todas e se aproximando mais de você, que estava com a cabeça recostada em seu braço.

—É…. mas diferente de você começou quando aceitou Miguel. Eu sabia que aquilo não ia funcionar, mas não podia te impedir. Só me restou ficar aqui esperando que você conseguisse se livrar dele. Eu ajudei o máximo que pude nas buscas por você, fui a vários lugares, atravessei três estados mas cheguei tarde demais. Eu queria ter ido na última vez, mas Sam praticamente me obrigou a ficar aqui. Eu não dormia a dois dias juntando informações sobre aquele caso, ele sabia que eu seria um alvo ridiculamente fácil.

—E quando você chegou eu…. Sequer consigo descrever o alívio que senti naquela hora. Eu só queria te bater e te beijar ao mesmo tempo - e isso era tão estranho! quando te ajudei e encontrei a cicatriz fiquei enfurecida por não poder consertar aquilo, mas ao mesmo tempo não sei como consegui ficar de pé. Minhas pernas tremiam tanto por ter você tão perto e sem camisa. E de volta! Isso era o principal.

—Mas aí você se recusou a sair daqui e pensei que tivesse percebido alguma coisa e estava me evitando. Por isso vim aqui resolver isso de uma vez.

—Você ia me contar isso? - Dean chegou silenciosamente, te deitando na cama, ficando com o corpo por cima do seu.

—Eu estava pensando mais em só te tirar do quarto. E quem sabe mais tarde tropeçar e cair no seu colo.

Ele apenas te encarou no fundo dos olhos, mal segurando o sorriso - assim como você que não resistiu e agora acariciava o rosto dele, além da leve massagem por suas costas. seu corpo se adaptava a situação, permitindo que Dean colocasse uma perna dentro das suas, dobrando a perna direita para que ele ficasse mais confortável para se apoiar - e passar a mão pelos seus quadris.

—Obrigado por ter vindo aqui, S/n. Eu nunca teria admitido isso se você não me colocasse contra a parede.

—Só não se esconda mais, por favor…. - a muito vocês já conversavam por sussurros, o que deixava muito mais íntima a situação, além de criar uma expectativa enorme.

—Eu prometo que não.

Dean fechou os olhos, se abaixando lentamente para a sua boca. Você também estava de olhos fechados e com a boca levemente aberta, com a coluna arqueada - demonstrando quando estava ansiosa em busca de contato com seu corpo, apenas esperando que enfim encontrasse com aqueles lábios pecaminosos. Seus lábios roçavam um no outro, numa brincadeira que antecedia ao beijo em si, tirando risadinhas de vocês dois quando a porta foi aberta, revelando um gigante que não tinha percebido a cena.

—Dean, é sério que você não vai sair….. - Sam finalmente olhou para a cama e notou o irmão se levantando rapidamente de cima de você, que apenas pegou o travesseiro e escondeu o rosto nele.

—S/n? Eu…. Me desculpe. - Ele começava a sair.

—Agora que já atrapalhou pode dizer o que queria. - Dean bufava.

—É sobre um caso. Brinquedos assassinos. Pensei que quisesse ir comigo.

Den te olhou como se fosse um cachorrinho abandonado

—Vai lá, eu sei que você quer isso. - Você já tinha se levantado da cama.

—Prometo que volto logo. - Dean pegou a jaqueta e enlaçou a sua cintura, depositando um beijo carinhoso na sua bochecha. - Nós ainda não acabamos a nossa conversa.

—Eu realmente espero que não.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imagine - SUPERNATURAL" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.