As portas da igreja se abriram, respirei fundo, dando o primeiro passo em direção ao interior. Ninguém olhou para mim, então eu caminhei rapidamente até a última fileira, ficando escondida atrás do arranjo exagerado de flores, aquele era meu lugar, até chegar meu momento de falar.

Olhei para as primeiras fileiras de bancos da igreja, vendo os amigos dele — os padrinhos — conversando e rindo, parecendo muito felizes com aquele casamento que não deveria acontecer. A família da noiva mantinha em seus rostos expressões de tédio, enquanto vestiam roupas em tons pastéis que os deixavam mais sem graça do que uma noite de domingo.

Então, ele apareceu. Surgindo de uma porta próxima a lateral do altar, parecia ansioso, ainda assim estava muito lindo. Seus cabelos estavam penteados e tinham recebido uma boa dose de gel.

Eu me mantive escondida atrás do arranjo, não poderia aparecer ainda. Precisava esperar o momento certo, o sinal de que era minha vez.

Não demorou muito mais para os músicos começarem a tocar, uma música que para mim soava fúnebre. A noiva logo surgiu, caminhando pelo corredor da igreja em seu vestido que parecia um bolo, em seu rosto ela mantinha um sorriso maldoso.

Quando eles se uniram no altar, o noivo forçou um sorriso. Mesmo de longe podia ver que o sorriso não chegava aos seus olhos.

Todos sentaram, eu fiz aquilo também. Logo o padre começou a falar e eu me perdi em pensamentos, até que meu momento chegou, recebi o sinal que estava esperando.

— Se alguém aqui tem algo contra esse casamento fale agora, ou cale-se para sempre! — O silêncio tomou conta da igreja.

Eu me levantei, fazendo com que os convidados e principalmente os noivos olhassem para mim.

— Não se case com ela! — falei em alto e bom som, deixando as lágrimas rolarem por meu rosto. — Tanya não é sua garota certa, eu sou e você é o amor da minha vida — declarei, olhando diretamente para o noivo. — Não diga sim, venha comigo.

Ele olhou para a noiva, então para mim novamente.

— Sinto muito, Tanya. — Ele se soltou dela, que soltou um grito de doer os tímpanos, correndo pela igreja até chegar a mim. — Você é maluca sabia? — falou quando chegou diante de mim.

— Eu sei. — Assenti, fungando.

— E nós dois brigávamos muito quando estávamos juntos.

— Eu também sei disso.

— E quando você foi embora para New York meu mundo desabou e doeu muito. — Ele se aproximou mais de mim, tocando no meu rosto. — Mas, quando te reencontrei naquele parque, o mundo voltou a fazer sentido.

Eu sorri, ganhando um sorriso de volta.

— Amo você — falei, ainda chorando. — Prometo que tudo será diferente agora.

— Será, pois eu nunca mais vou te perder.

Dito isso, ele colocou seus lábios nos meus, enquanto eu segurava em seu paletó.

— Corta! — Edward gritou.

James e eu nos largamos.

Mais uma cena finalizada do meu novo filme, isso me deixava muito feliz. Quando com cinco anos de idade escolhi que queria ser uma atriz muitos falaram que era só um sonho de infância, mas ele só foi crescendo conforme os anos.

 E lá estava eu, gravando outro filme. Daquela vez tendo meu namorado, Edward, como o diretor e roteirista. Parecia um sonho, um filme de Hollywood, mas era minha vida real.

Edward e eu tínhamos nos conhecido dois anos antes — conhecer de fato, já que antes um conhecia o outro por seus filmes —, quando contracenamos em um filme. Nem éramos um par romântico, mas o tempo junto nos bastidores fez com que nos aproximássemos e antes daquele filme acabar de ser gravado já estávamos apaixonados um pelo o outro.

Quando ele idealizou aquele filme e me chamou para ser a protagonista eu não pensei duas vezes em aceitar, estávamos gravando na Itália e tudo ali era maravilhoso.

— Parabéns, pessoal, a cena ficou maravilhosa — o diretor elogiou. — Victoria, o seu grito deixou todos nós surdos. — Ela riu, balançando o véu da noiva, enquanto recebia aplausos.

— Já posso tirar esse smoking? Isso é tão quente! — James, o ator que contracenava comigo reclamou.

— Pode — Edward concordou, andando até mim.

— Como fui? — perguntei para ele, que sorria.

— Fantástica, como sempre, linda. — Beijou minha bochecha.

— Vou para o camarim trocar de roupas e...

Me calei quando Edward se ajoelhou a minha frente.

— Meu Deus! — gritei mais alto do que Victoria tinha gritado em cena, prevendo o que ele iria fazer.

— Isabella Marie Swan, você aceita se casar comigo? — Edward tirou do bolso de sua calça um anel de noivado.

— Sim, claro que sim! — exclamei em êxtase, todos da produção nos aplaudiram e soltaram gritinhos de comemoração.

Ele sorriu, seus olhos verdes brilhavam de felicidade. O amor da minha vida tomou minha mão na sua e colocou o anel em seu lugar, fazendo com que eu voltasse a chorar, daquela vez de verdade, não parte da minha atuação.

— Amo você, Bella — Edward disse quando se colocou de pé e me puxou para um longo beijo.

Me agarrei a ele, sentindo-me tão feliz e completa. Eu o amava tanto, era o amor da minha vida.

— Prometo que ninguém irá tentar impedir esse casamento — ele brincou quando nossos lábios se separaram, eu ri, voltando a beijá-lo.