Sakura Pov - Bring Me To Life escrita por Naty-chan


Capítulo 4
Kyuubi.


Notas iniciais do capítulo

Não sei se vão gostar, mas, eu achei legal (?)



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Controlei minha respiração. Deveria parecer o mais normal e calma o possível, ou se não meu plano não valeria nada. Não esperava sucesso. Sabia que mesmo se eu saísse da cela, a fortaleza deveria ser um lugar grande, e deveriam existir milhares de outros guardas lá fora, que me matariam sem piedade.
Só não poderia falhar. Só não poderia desistir, ao último segundo. Fechei os olhos, por alguns instantes, esperando a pobre garota entrar, para que eu pudesse colocar em ato meu ‘estúpido’ plano.
Senti um solavanco. Como se alguém estivesse puxando-me, para que eu me levantasse. Abri no mesmo instante os olhos, em pé, vendo que Kaito me segurava pelo braço, e me sacudia, como se tentasse me acordar. Não entendia nada, e a garotinha?
- Você passou pela primeira prova. – dissera, soltando-me.
Era como eu imaginei. Aquilo não passava de um teste psicológico, uma armadilha para saber quem eram os mais fortes de espírito. Inexplicavelmente, eu passei no mesmo, sem querer. Não sabia o que aconteceria dali pra frente. Ele me puxava, sem dar explicações, enquanto passávamos por aquela prisão, por aquelas pessoas, no fim da saúde mental, que gritavam e pediam piedade. Era chocante ver o que alguns dias em um lugar solitário, com uma ‘mínima’ pressão sentimental pode fazer com um ser humano. E o mais assustador era a frieza com que essas pessoas vinham tratadas, sem a menor clemência da parte de seus raptores. Talvez, cada um deles já passara por este tipo de prova, talvez fosse um recrutamento para membros daquela assustadora ‘máfia’ conhecida como Akatsuki.
Entender não era importante, não neste instante. A cada passo que dava, me sentia mais e mais fraca. A minha visão do que acontecia estava simplesmente ausente, nada me importava, incluindo minha própria sobrevivência. Kaito me ‘arrastara’ até uma outra sala, onde me empurrara contra a parede, e eu caí no chão, ainda naquele estado.
Vi outras pessoas chegarem, com as mesmas vestes do Masahira. Entendi que aqueles eram todos ou uma boa parte dos componentes da Akatsuki.
E estavam reunidos ali, para decidir meu destino. Era estranho, mas eu sabia que daria tudo certo. Talvez fosse meu decadente estado, ou talvez fosse minha insuperável esperança, a qual me fizera sobreviver, até um instante, quando tudo deixou de ter sentido, e o motivo da minha existência se tornara outro.
“Mas... O que...” – minha mente não conseguia formar frases completas. A medida de que eu tentava, com o chackra que acumulei naqueles dias, destruir o estranho colar, mais o mesmo estripava bruscamente minha força vital. Sentia-me em final de vida. Talvez deveria entregar-me de uma vez, e acabar com aquela idiotice de querer fugir, e logo. Então, viera a lembrança de Sasuke. Quem sabe ele passara pela mesma minha situação, e por isso continuara com Orochimaru ainda naquela época, e nunca tentara fugir. Já não queria parecer com o Uchiha. Com o passar do tempo, desisti de segui-lo, em todos os sentidos, com medo de ter o mesmo destino. Não poderia ser fraca como ele foi, não queria deixar que eles me comandassem como o senhor das sombras fizera com Sasuke. Isso não... Nunca.
Mas querer, não é e nunca foi... Poder.
- Levante-se! – um deles gritou.
Quis obedecer à ordem, mas estava cansada de mais pra isso, não obtinha nenhuma resposta do meu corpo, estava paralisado, pela dor.
Deveriam ter notado que eu não estava bem. Uma mulher, que aliás... Eu nunca tinha visto antes, se aproximara de mim. Ela olhou em meus olhos, os quais eram de contraste com minha expressão facial, pois não demonstravam nem mesmo o mínimo temor.
- Por que você a trouxe, Kaito? – perguntara, sem tirar minimamente seu olhar de mim.
- O Madara me disse que precisávamos de uma ninja médica, e ela é uma aprendiz do quinto.
- Muito bem... – sussurrara ela, arrancando o objeto de meu colo, com uma velocidade surpreendente.
Senti como se um peso de dez toneladas tivesse saído de cima de mim, e o conforto foi inexplicável. A mulher levantara-se e me olhara, como se me despreza-se, como se ela fosse totalmente superior a mim.
Acho que era verdade. Não passava de uma ninja médica que não conseguia levar sequer uma missão a termine sem a ajuda de outros shinobis, era vergonhoso.
Levantei-me, apoiada à própria parede, mas consegui reagir. Isso não passava de uma simples tentativa de ‘aparecer’ pra eles, mas pra mim era uma espécie de vitória, queria mostrar que não era uma inútil e indefesa garotinha.
- Depois de vinte dias com o colar, ela consegue se manter de pé, admirável. – dissera o Uchiha. Sim, aquele dos olhos negros era Uchiha Itachi. Senti minhas pernas tremerem ao ouvir sua voz, tudo aquilo que estava acontecendo dentro do time 7 era culpa dele, mesmo se ‘indiretamente’.
- Bem Kaito, - continuara a estranha mulher, com aquele piercing no queixo e com os olhos iguais aos de um soldado – Deixamos o treinamento dela pra você, se em menos de três anos ela estiver à nossa altura, você poderá ser considerado.
- Certo, Konan-sama.
Primeiro Treinamento. Ele se teve um mês depois daquela ‘reunião’.
Estávamos numa selva, e Kaito parecia mais estranho do que o normal.
- Você... – dissera, olhando-me nos olhos – É minha aprendiz de agora em diante, esqueça seu passado, desista de seu futuro.
Não respondi. Vi que ele segurava a minha bandana com a mão esquerda, e a arranhava, assim como um traidor faria. Mas eu não trai Konoha, isso não, preferiria morrer ao usar aquela bandana... Naquele estado.
“Talvez seja outra prova.” – pensei. A esta altura, tudo poderia ser uma armadilha, e Kaito poderia parecer uma pessoa despreocupada, mas era um dos guerreiros mais valorosos que eu já conheci. Não pela honra, mas sim por como combatia, e por como levava sua vida à frente, é difícil de se explicar.
No final daquela semana, minhas mãos já estavam carne-viva. Com ele não se brinca, e eu, não chegava nem mesmo aos pés de sua potência. E ele sabia disso, mas fazia de tudo para que ficasse mais e mais evidente o abismo de força que existia entre mim e ele.
Aposto que sua diversão é ver as pessoas sofrendo, mas, alheiamente, não num modo físico, mas mental. E era exatamente o que ele fizera comigo, por quase quatro anos.
Eu tinha dezenove anos, naquele ponto da minha vida, aprendi a me defender, e era uma guerreira, temida até mesmo por alguns componentes da própria Akatsuki, a qual máfia já não se interessava tanto por mim, haviam capturado Kabuto, e eu não passava de um simples soldado, obrigado a lutar para defender meus superiores, a qualquer custo.
Se me lembro bem, aquela era a tarde de uma simples quinta-feira. Eu tinha acabado de acordar, no dia anterior, fui obrigada a passar a noite como um cão de guarda, bem, não que isso deixasse de sair da rotina daquela minha vida. Olhei-me no espelho. Meu olhar não era o mesmo de quando eu cheguei ali, agora, era o olhar de um combatente, e os arranhões sobre minha face deixavam isso ainda mais presente.
Quando saí do meu ‘quarto’, e ouvi um tipo de explosão.
Ali só tinham três componentes da Akatsuki: Konan, Pein e Kaito. Claro, com todos aqueles soldados, pra eles não seria um perigo. Eu fui escolhida como a capitã da ala este. Sabe, eu desisti de fugir depois de um ano de treinamento, aceitei minha derrota recebendo a superioridade daquela seita sem nenhuma espécie de oposição.
Preparei-me para atacar, finalmente, todo aquele adestramento seria usado para alguma coisa.
Fui informada que o suspeito estava sozinho, mas que já tinha acabado com metade da ala sul em menos de uma hora.
Logo, viera-me em mente que poderia se tratar de Orochimaru, procurando Kabuto. Seria perigoso de mais atacar sem algum plano, e eu tinha noção disso.
Só que não poderia esperar até ele chegar onde eu estava, precisava urgentemente de alguma ofensiva.
Mas, no final das contas, decidi que um ataque frontal era o mais apropriado pro aquela situação, também porque, já não tinha nada a perder, era somente um instrumento de guerra, minha morte ou sobrevivência não tinha alguma importância.
Decidi que deveria ir sozinha, cumprir meu dever.
Chegando lá, o individuo estava envolto por uma pele de fogo, e eu podia ver as pontas daquele poder, eram seis. Então, notei que aquilo não se tratava nem de Orochimaru nem de um monstro, aquela era a Kyuubi em seu ‘esplendor’ alcançado a seis caudas.
“Na-Naruto...?”
Não acreditava no que estava vendo: Era impossível, aquele era o Naruto, como poderia saber deste lugar? E o que estava fazendo ali?
Como por ‘magia’ lembrei-me de tudo o que passamos juntos, e de como ele me protegeu naquele dia, mesmo sabendo que corria perigos ao enfrentar Kaito.
Mas... Aquele monstro, que destruía tudo o que via pela frente, e que não conseguia nem mesmo me reconhecer merecia realmente ser ajudado?
Perguntas demais caíram sobre mim naquele momento, não sabia se ataca-lo sem piedade ou se ajuda-lo... Ignorando tudo ao que me instruíram neste tempo.
Talvez estivesse pensando excessivamente, pois eu fui treinada para lutar, e não para decidir uma coisa como esta.
“Foda-se! Não me importa nada, tenho que salvar ele... Pelo menos dessa vez.” – pensei, já indo em encontro do suposto Naruto, quando, de repente, uma coisa prateada passara por mim, e acertara o ser, bem no peito. Não demorara muito para que este desmoronasse no chão, privo de consciência e em sua forma humana.
Vi sua situação. Seguramente, se eu não fosse uma ninja médica com dotes como as minhas, o deixaria morrer, vagarosamente. Mas, eu também tinha um coração, e vê-lo quase morto no solo despertara a verdadeira Sakura, aquela mesma que temia perder sua inocência... A qual já não existia há muito tempo.
Quis chorar, quis demonstrar todo meu afeto verso o shinobi, mas não podia, Kaito estava bem atrás de mim, fora ele a jogar o artefato no Uzumaki.
- Irei levá-lo pra dentro. – eu disse, como se não conhece o rapaz que estava caído.
Kaito não dissera nada. Simplesmente saíra de perto de mim.
Levei-o para meu refúgio. Ao tentar examina-lo, notei que o item no peitoral de Naruto era o mesmo que eu fui obrigada a usar, por aqueles vinte dias. Mas, modificado. Pra absorver neste modo um chakra tão potente como o do demônio que vive dentro do Naruto, não bastaria aquele simples colar que usaram em mim, era óbvio.
Só de encostar no elemento, senti um impulso enorme, e imaginei que poderia ter sugado não apenas o chakra do jinchuuriki, mas que também já deveria ter condicionado o funcionamento do chakra no resto do corpo, contribuindo para o mal-funcionamento dos órgãos principais.
Isso, sem levar em conta os danos causados pela Kyuubi na ‘transformação’. Tentei concentrar o máximo de chakra possível para salva-lo, estava disposta a fugir, assim que ele conseguisse se recolocar de pé. Mas, a medida de que eu o curava, parecia que os sintomas se agravavam, sem nenhuma resposta de seu sistema nervoso. Era como se ele estivesse morto, mas respirando, fadigosamente.
Dentro de mim, ao notar o que estava acontecendo, teve-se uma revolta. Ele estava morrendo, na minha frente, e eu não estava fazendo nada, eu não podia fazer nada.
A única alternativa seria doar força vital para ele. Poderia conseguir se mover, mas sucumbiria em menos de 24 horas. Foi como uma faca que atravessava meu estomago. Tinha que decidir: Leva-lo comigo, para que quando ele chegasse na Vila, se isso acontecesse, viveria como um vegetal, numa cama de um hospital, esperando o fim de sua pacata vida. Ou se não, dar energia o bastante para ele tentar morrer como um homem de honra.
Bem, acho que nem preciso dizer qual foi minha decisão.

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Notas finais do capítulo

Posto assim que tiverem 13 reviews. o *chantagista* ;;



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