Parasite Eve: 20th Birthday escrita por Max Lake


Capítulo 1
Capítulo 1: O incidente em Carnegie Hall


Notas iniciais do capítulo

Como dito no disclaimer, é uma releitura do início de Parasite Eve, jogo que eu gostei muito de jogar. E coincide propositalmente com o aniversário de 20 anos do lançamento do primeiro jogo xD
Já que a Square aparentemente não fará nada os fãs fazem.



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Os flocos da neve natalina dominavam a cidade de Nova York, desde as ruas, prédios e carros até a própria Estátua da Liberdade, isolada em sua ilha. A ópera, estrelada pela atriz em ascensão Melissa Pearce, ditava o ritmo daquela noite de véspera de Natal. O público, em grande quantidade, rumava para o Carnegie Hall, o espetáculo estava prestes a começar.

Aya Brea desceu do carro juntamente com seu acompanhante, Bradley Monnagan. Aya ingressou recentemente na polícia de Nova York e já subiu de cargo com todos os méritos. Loira, branca, trajava um belo e longo vestido preto com alça fina e um salto alto e pesado. Já Bradley, britânico e antigo amigo de colegial, usava um elegante terno preto e gravata vermelha com bolinhas brancas.

—Posso? - Ele ofereceu o braço para a acompanhante, que agradeceu e aceitou.

—Estamos atrasados e a culpa é minha - reclamou Aya, lamentando a demora na hora de se arrumar.

—De forma alguma, Aya. O trânsito estava caótico também e você está belíssima.

Aya se esquecera de como o sotaque britânico de Bradley o deixava atraente. Ambos atravessaram a porta e passaram pelo saguão de entrada com tapete vermelho. Depois de entregarem os ingressos, foram conduzidos até seus assentos. Acomodando-se, demorou um pouco até as cortinas se abrirem e o espetáculo começar.

Com um vestido escarlate e interpretando a rainha do espetáculo, Melissa Pearce entrou em cena descendo pelas escadas do cenário e cantando para a plateia. Sua voz era encantadora e sua beleza naquele vestido vermelho era estonteante. A palidez de sua pele, no entanto, era chamativa e estranha. Um cavaleiro se aproximou ao pé da escada, ajoelhou-se e entregou sua espada à Melissa. A mulher, em cantoria, ficou de costas para o rapaz e caminhava à beira do palco. Cantando mais alto, o cavaleiro, também acompanhado do guarda real armadurado e o rei careca, seguiram a melodia de Melissa.

A atriz conduzia toda a ópera, o público acompanhava atentamente sua atuação. Igualmente encantada com sua própria performance, ela encarava o público sem medo ou hesitação. No entanto, logo os olhos de Melissa encontraram os de Aya por alguns segundos. Naqueles breves segundos, a coloração castanha da atriz se esverdeou, se expandiu e parecia se mover. Melissa aumentou o tom e virou-se para o cavalheiro. Sentindo o toque em seu rosto, o cavaleiro começou a pegar fogo.

Os aplausos pelos efeitos especiais se iniciaram, mas os atores em cena, com exceção de Melissa, interromperam a encenação. O homem gritava de dor e caiu na plateia, desesperado. O fogo se espalhou pelas pessoas.

Ainda em cantoria, seguindo o roteiro, Melissa tocou o rei atrás de si e ele também entrou em combustão. Desesperado, se enrolou na cortina. O público se aterrorizava e todos saíram de seus assentos. Apesar da saída desesperada, mais pessoas pegavam fogo.

—Aya! - gritou Bradley.

O pânico a dominava, a policial ficou estática e confusa com a situação. O que aconteceu?, pensou. Conseguiu sentir aqueles breves segundos encarando Melissa, depois o caos se instaurou. Isso fazia algum sentido?, questionava-se. Aya abandonou os próprios pensamentos quando, do andar de cima, um homem em chamas caía em sua direção. Atenta, a policial saltou para os bancos da frente.

Enquanto isso, no palco, Melissa estrelava um ato solo, cantava no meio das cortinas dominadas pelas chamas, sua voz continuava em destaque, apesar dos gritos desesperados do público.

Aya levantou do chão e não conseguia acreditar no que via. Ajeitou a alça do vestido, foi socorrida por Bradley.

—Você está bem, Aya? - O companheiro tossia e suava bastante. A qualquer momento ele pegaria fogo também.

—Saia daqui - ordenou ela. - Vou tentar impedi-la. Vai!

Bradley hesitou, queria levá-la consigo, ser o herói da noite. Aya sequer viu se ele obedeceu ou não. Da perna coberta pelo vestido, tirou uma beretta e saltou pelos bancos. O cheiro de queimado impregnava o nariz e a fumaça já dominava o teatro fechado, atrapalhava sua visão. Era incômodo, mas seguiu até a escada. Coberta de fuligem, Aya interrompeu a cantoria de Melissa.

—Melissa Pearce, sou da polícia de Nova York! Preciso que fique aí! - ordenou enquanto tossia. Aya teve a impressão que Melissa flutuava no palco.

—Aya Brea, justamente quem eu esperava que sobrevivesse.

—O quê?

Aya expressou confusão com a indagação. O que ela queria dizer com isso?

—Você deve despertar em breve. - A voz de Melissa ficava mais cínica e modificada.

—Do que você está falando? Desembucha! - Aya ergueu a beretta para tentar intimidá-la.

—Suas células. Elas estão tentando se comunicar, elas querem sair. Elas querem despertar.

A atriz concentrou uma energia ao redor de suas mãos, paralisando Aya com a surpresa. Aya abaixou a arma e tentava entender o que acontecia. Pouco tempo depois, Melissa liberou um raio azul na direção da policial, que rolou no chão e revidou com dois tiros de pistola. As balas não faziam efeito algum na atriz. O corpo de Aya começava a esquentar.

—O que fez comigo? - Aya se ajoelhou enquanto Melissa gargalhava.

—Nossos corpos estão se comunicando - respondeu, a energia se concentrava outra vez. Aya se levantou com dificuldade e se afastou, estava ficando difícil respirar.

Outro raio foi disparado, e Aya quase foi atingida. Sentindo o calor corporal aumentando, ela disparou, com dificuldade, mais duas vezes com a pistola. Nenhum efeito novamente.

—Libere seu poder interior, Aya. Quanto mais usá-lo, mais parecida comigo você ficará.

—Que poder? O que é você e o que quer?

—Meu nome é Eve - sussurrou em um tom quase inaudível.

Eve?, questionava-se Aya.

—Estou surpresa que não saiba quem sou, Aya. Logo você, que deveria me conhecer tão bem.

Gargalhando, Melissa estalou os dedos. De forma instantânea, a mente de Aya embranqueceu. Ela ficou tonta e via imagens estranhas. Uma criança, menina, deitada em uma maca de hospital e usando um vestido azul. O que é isso? Quem é ela? Aos poucos a imagem se dissipava, a policial retornou ao momento presente, ajoelhada e sentindo dor de cabeça.

—O que foi isso? Ei!

Aya viu Melissa gargalhando e flutuando para longe do palco. Ela a seguiu e encontrou um buraco estranho. Sentia dores demais para descer, seu corpo estava quente. Não entrei em combustão. Não ainda, pensou com um misto de alívio e preocupação. Sirenes gritavam fora do Carnegie Hall, arrancando outro suspiro de alívio. Reforços. Com dificuldade Aya retornou e caminhou até a entrada do Carnegie Hall. Eve está cercada, não conseguirá escapar.

Muita informação para processar. Poder, células e corpos se comunicando, imagens… O que estava acontecendo e quem era Eve? Precisava literalmente ir a fundo nessa investigação.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Só por curiosidade, esse Bradley, no jogo, é um cara sem nome. Só é chamado por "Man". Não sei como é no livro, mas achei adequado dar um nome a ele



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