Filhos De Marttino Laços De Amor(Degustação) escrita por moni


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Boa noite!!!
Pessoal, não esqueçam, Gigi na Amazon.
Série Paixões Gregas - Amor sem fronteiras parte dois.



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Giulia

   Quando meu coração volta ao ritmo e minhas pernas parecem capazes de responder ao meu comando, caminho meio zonza em direção ao quarto, esquecida da água, direto para o quarto a passos lentos e leves, com medo de passar pelo corredor e ser percebida, como uma tola criminosa, uma idiota sem qualquer coragem.

   Dane-se, elas são minhas primas, amigas, irmãs de alma, não é hora de dormir. Eu adoraria falar com as duas ao mesmo tempo, mas como não é possível, vou ligar para elas uma de cada vez.

   Beatrice está mais perto, quem sabe ela vem no fim de semana e me ajuda um pouco a entender esses meus sentimentos e mais ainda, os dele.

   — Meu Deus, o que aconteceu? – A voz de sono de Beatrice me desperta para o fato de ser quase duas da manhã.

   — Ele disse que me beijou por que quis e o pedido de desculpas foi por que achava que era o certo já que... não sei por que ele acha que tinha que se desculpas, mas ele queria me beijar, acho... que meio que é o que importa.

   —Bebeu? Quem beijou? O Bruno? Já teve beijo, pedido de desculpas e explicação? Eu estou chocada.

   — Eu também, ele se explicou.

   —Chocada que só fico sabendo disso as duas da manhã. Eu aqui dormindo inocente e você... vivendo, Giulia vivendo, acho que eu vou chorar.

   —Bea, socorro, fala sério. Liguei para você primeiro, por que está mais perto.

   —Florença, não tem muito que possa fazer, ele... conta em detalhes.

   Depois de respirar fundo, eu relato todo o ocorrido, ela muda do outro lado da linha, nenhuma palavra até terminar o ultimo segundo que passamos juntos quando ele me deu as costas no corredor.

   —Ele, parece num tipo de dilema, talvez sobre o trabalho, não é legal misturar amor e trabalho, estão morando na mesma casa e você... acho que ele pensa em você como a adolescente que ele conheceu.

   — No caso de ser verdade, do Bruno, sentir atração por mim e estar mesmo pensando essas coisas. O que eu faço?

   — Faz ele ver que é mulher, que sabe o que quer, mostra para ele.

   —Não sei como fazer isso, eu não sou vocês. Eu... já fiz tanta tolice e o confundi tanto que nem sei como ele não saiu correndo para Vila de Marttino pedindo minha interdição.

   — Você é assim, então se ele gosta de você ele tem que gostar como você é, mas um sinal de que está interessada não ia mal.

   —Parecer uma imbecil diante dele é um sinal?

   Beatrice ri. Não é para rir, é verdade, me sinto assim, idiota, boba, infantil e confusa.

   — Por que está sussurrando?

   —Medo dele me ouvir, responde, o que eu faço?

   — Duas da manhã, Giu, nunca na vida pensei que você ligaria, eu ligo, Manoela liga, mas você... bom, você é quem recebe a ligação, tenta nos colocar juízo e te ignoramos, agora eu estou sem reação, vou te ver no fim de semana.

   — Até o fim de semana eu já vou ter colocado tudo a perder umas dez vezes.

   — Algo me diz que isso tudo está ajudando mais do que atrapalhando. Só não foge, promete?

   — Moramos na mesma casa, não tenho como fugir, mas eu... eu sinto que ele tem uma barreira.

   —Todo mundo tem uma, ninguém se entrega fácil, medo, proteção, as pessoas de modo geral vão com calma nos sentimentos, é natural. Menos meu irmão Austin eu acho, em dois dias estava casado ou algo assim.

   — Manoela deve ter uma boa ideia.

   —Minha ideia é ser bem receptiva, arrumar muitas desculpas para trabalharem juntos, fisicamente juntos, decotes também. – Ela ri. Suspiro, elas são péssimas. – Não resisti.

   —Nunca resiste. Desculpa te acordar, estava dormindo?

   — Sim, tudo bem, eu ligo amanhã, vamos conversar direito. Giu.

   — Fala.

   — Eu sei que tem seus sonhos de casamento, amor e filhos, mas nada disso acontece se tiver medo, ser tímida é sua natureza, mas ser covarde é algo que não combina com nenhuma de nós.

   — Te amo, Bea, eu vou... tentar dormir.

   — Depois de falar com a Manoela, se não falar com ela, Manu vai se revoltar.

   — Prometo. Boa noite.

   Desligo. Decotes, Beatrice não perde a chance, nem ela usa decotes, muito menos usa decotes para impressionar homens, justo ela, filha de tia Valentina, a mulher mais firme que existe, que nos deu boas lições sobre sermos independentes e nunca nos submetermos aos caprichos de um homem.

   — Manu, atrapalho? – Digo assim que ela atende. – Está dormindo?

   — Não. Estou falando com você. Espera, que horas são aí? Três da manhã?

   — Sim.

   — Até me deu um frio na espinha. O que aconteceu?

   — Não interrompe até eu terminar, vou contar tudo. – Ela me escuta, ri, geme, faz caretas, mesmo que não possa vê-la eu sei que sim, mas escuta tudo como Beatrice escutou. – E foi isso.

   — Está me dizendo que no meio da noite, num corredor escuro, depois do plot de esbarrar e amparar, ele diz algo como eu queria mesmo sabendo que era errado e não me arrependo, te deixa falando e está me ligando?

   —Sim. O que eu devia fazer?

   —Devia estar invadindo o quarto dele. Um, ele não pode te deixar falando sozinha, essas saídas triunfais têm que ser suas, dois, vá lá beija-lo e mostrar que quer ser dele.

   — Três, eu nunca faria algo assim.

   —Não, você não faria. Giulia, minha amada prima, espera. Estou lavando roupas, deixa eu colocar as moedas. – Escuto ela remexer em moedas, depois um clic. – Amo lavanderias americanas, meu namorado lindo está aqui me fazendo companhia e estamos tomando café enquanto esperamos, são nove da manhã aqui.

   —Se perdeu, Manoela, o que ia dizer?

   —Ah! É verdade, bom, o Afonso e eu achamos que não vai a lugar nenhum se não começar a jogar charme, ele aconselha você a... sério? Baby eu não sei, isso é tão... acha?

   —Manoela! – Não dá, ela conversa comigo e com ele ao mesmo tempo, pior, falam sobre mim.

   — Calma, estou ouvindo conselhos masculinos, ele acha que camisola sexy é muito eu e pouco você, invadir o quarto dele também é muito apelativo, só eu faria. – Escuto um gemido. – Belisquei ele. Enfim, Afonso acha que você vai achar um caminho mais suave e se conhecerem melhor sem pressão é o melhor jeito, que basta ser receptiva, ou seja, nada divertido. Com sua lerdeza, vão levar três encarnações para um avanço significativo. Vai por mim, seja sexy.

   — Eu acho que só queria desabafar, da próxima vez ligo direto para o Afonso. Ele parece mais prudente que vocês.

   —Se atreva, eu que sou sua conselheira, estamos indo para a Itália em breve, quando chegar quero isso resolvido ou vai ver o que faço.

   — Dá até medo pensar. Te amo, prima, bom dia, eu vou só... deitar aqui e ficar imóvel até o dia amanhecer e depois... continuar.

   —Não se esconda, se não pode seguir meu conselho superinteligente, segue o do Afonso, super sem graça.

   — Ok. Amo vocês.

   — Também.

   Depois de desligar eu me deixo cair nos travesseiros. Um longo suspiro e fecho os olhos, os lábios dele cobrem os meus, o perfume vem junto ao sabor doce e úmido do beijo macio, ele me envolve, meu coração bate descompassado, minhas mãos correm por seus cabelos, sentindo a maciez, Bruno me aperta em seus braços, quase posso ouvir as batidas do seu coração.

   A cena fica se repetindo e repetindo, meu coração apertado de amor e ao mesmo tempo... medo, leva tempo, muito tempo até finalmente conseguir deixar o sono me vencer.

   Quando abro os olhos num pequeno sobressalto é manhã. Pego o celular ao lado da cama, onze horas.

   — Que droga! – pulo da cama em direção ao chuveiro, ele vai pensar que sou uma preguiçosa, ou que estou fugindo dele.

   O banho me desperta, refresca e quando desço, usando roupas de trabalho a casa está silenciosa. Na cozinha, a mesa posta do café permanece intocada, ele preparou, me faz sorrir.

   Encho uma xicara com café forte e amargo, quero ser mais corajosa e enfrenta-lo como se nada tivesse acontecido. Quero ser um pouco só ousada, não sei se vou conseguir, mas caprichei na aparência de quem quer parecer não ter feito nada para estar bonita.

   Pela janela eu o vejo recebendo as sementes. Os homens carregando os sacos com as sementes e o adubo especial que encomendei junto.

   Deixo a xicara sobre a pia e dou a volta pela lateral da casa de encontro a eles.

   — Bom dia. – Ele sorri. Diabo de homem bonito toda vida.

   — Bom dia, Bruno, perdi a hora, custei a pegar no sono.

   Algo passa por seus olhos, ele da um sorriso de lado, me observa um momento, abre a boca para dizer algo, somos interrompidos por um homem com notas fiscais na mão.

   —Senhorita, precisa assinar.

   Pego os papeis, confiro com a tenção, deixo Bruno com um acenar de cabeça para ir atender os homens, conferir se as notas batem com a entrega antes de assinar e devolver os papéis, o homem acena entrando no caminhão, me ocupo coordenando o estoque de sementes e adubo no galpão, único prédio além da construção antiga que é a mansão Bellomonte.

   —Começamos o plantio em dois dias. – Aviso aos trabalhadores que levam os adubos para cobrirem a terra úmida e perfumada.

   Bruno está em outro canto, cuidando de outras coisas, ajudo a cobrir a terra com adubo, usando inchada e pás como os homens, eles ficam surpresos, mas foi para isso que estudei, mexer a terra, cultivar e ver a beleza crescer e encantar, não vim para Bellomonte para assistir homens estranhos fazendo meu trabalho.

   São quase três da tarde quando os dispenso e volto para a sede. A casa está aberta. Bruno gosta de abrir toda a casa e deixar o ar circular, pela noite, ele as fecha uma a uma e um dia, quando minhas flores cobrirem todo o campo, o perfume que vira será um balsamo.

   Bruno está no escritório, debruçado sobre plantas e projetos, paro na porta, nos beijamos, ele se desculpou depois pediu desculpas pelo pedido de desculpas. Definitivamente não somos normais.

   Bruno

   Fico olhando os papéis em minha mão e não consigo me concentrar. Achei que contar a ela sobre como estava me sentindo melhoraria esse aperto no coração. Não aconteceu, me coloquei no lugar dela. Me sentiria mortificado se ela tivesse me pedido desculpas depois de um beijo, como me senti quando ela atirou na minha cara sem pena e sem motivos que tinha namorado.

   O que ela pensou depois do nosso encontro no corredor? Como vai ser agora? Achei que estava me evitando e talvez esteja. Não sei, não sei de mais nada, o que sei é o que sinto. Quero Giulia por perto, quero repetir o beijo e quero muito mais.

   Certo e errado vai a todo momento perdendo o peso e a importância. O que me irrita é sem dúvida a frase dele. Marco insinuando que eu devia ficar com uma das moças De Marttino por dinheiro. Se meu próprio irmão pensa em algo assim, porque os De Marttino não pensariam?

   Toda autoconfiante coordenando os trabalhadores, me faz lembrar da menina atrapalhada e tímida de óculos e aparelho nos dentes que levei meses para descobrir a cor dos olhos por que raramente erguia a cabeça.

   — Bruno? – Ergo meus olhos, ela está de pé, me olha da porta e estamos de novo tensos. Podia me levantar, caminhar até ela e beija-la. Eu podia ficar fazendo isso por mil anos e não me cansaria.

   —Sim. Quer usar a sala?

   — Não, vou fazer uns testes com as sementes, eu... podemos trabalhar na mesma sala de qualquer modo. Queria perguntar o que achou das sementes?

   —Promissoras, mas sabia que escolheria as melhores.

   — Ok. Te vejo depois? – Ela questiona e me faz sorrir, moramos na mesma casa, trabalhamos juntos, é o mínimo que se espera, nos vermos, ela é tão especial em sua timidez e leve confusão.

   Uma coisa passa por minha cabeça e meus olhos demonstram meu espanto, e se ela tem alguém e eu a beijei? Ela tinha. Na adolescência tinha um namorado. Não acho que seja o mesmo, porque se fosse seriam íntimos e ele estaria aqui agora, ou não?

   —Não estou te convidando para nada, só perguntando. – Ela me avisa e tem a ver com meu olhar.

   —Não é isso. – Balanço a cabeça para afastar o pensamento. – Me lembrei de uma coisa e isso me preocupou.

   — Se eu puder ajudar? – Pode, ninguém mais além de você. Me recosto na cadeira olhando para a garota diante de mim, os cabelos soltos, dourados, os olhos claros, jeans, botas, camiseta. Linda e delicada, me lembro do vestido amarelo, quando finalmente nos reencontramos e nunca mais vou esquecer aquele segundo de perfeição, como nunca mais vou esquecer a boca macia e gentil que me recebeu com entrega, o jeito como os olhos brilharam e o meu coração louco por ela em suas batidas fora de compasso. É tão grande, tão maior que certo e errado, mas se ela tiver alguém, se seu coração estiver ocupado então não tenho qualquer chance.

   Giulia De Marttino não parece ser o tipo que se entrega a emoções passageiras tendo alguém em sua vida. Ela me recusaria se tivesse um namorado e seria bem-feito para mim, por ter invadido seu espaço.

   — Nada. Estou pensando em algo pessoal, posso te acompanhar? – Ela me abre um sorriso que não me lembro de ter visto antes e me coloco de pé, é o melhor sim que já recebi.

   — É bom, afinal, trabalhamos juntos.

   — Obrigada, sei que é muito experiente e aceitar um projeto novo com uma recém-formada...

   —Muito talentosa. – Eu a corto antes que se deprecie, ela dá mais um sorriso, olhos baixos são irresistíveis, mas sorrisos são de matar.

   Deixamos a casa lado a lado, caminhamos juntos sob o sol fraco, o mês de fevereiro está no fim, não demora e começa o plantio dos girassóis, em junho e julho vão estar com três metros de altura, tingindo o campo de amarelo ouro e não sei se vou ser capaz de assisti-la entre os girassóis.

   — Os dias estão ficando mais quentes. – Ela comenta. – Estive lendo o boletim, tem chuva na próxima semana, vai ser interessante se conseguirmos terminar de semear á tempo.

   — Tem homens o bastante e já notei que gosta da terra. – Giulia abre mais um sorriso de concordância.

   — Muito, desde menina. Na minha casa tem jardins lindos, mamãe nunca teve muito tempo de cuidar deles, assim que pude, com dez anos, talvez menos, comecei a cuidar deles.

   — Estive rapidamente na sua casa, quando seu irmão me trouxe de helicóptero. Fico pensando como é ter um helicóptero no jardim.

   — Irritante, mudas frágeis perdidas ainda no inicio da vida, tive que chamar um especialista e reformular o jardim, talvez tenha sido aí que me decidi por botânica. – Ela diz surpresa com a descoberta. – É isso, ele me ajudou, fiquei assistindo seu trabalho, mudar de lugar, replantar, deixar as mais frágeis longe do vento do subir e descer do helicóptero, as mais fortes perto, recebendo a rajada de vento, aprendi um pouco sobre o assunto e talvez, é foi isso.

   —Agora se explica. – Ela encara o horizonte. – Sempre achei que tinha algo a ver com a Vila. Os jardins de tulipas são especialmente bonitos e o perfume delas na primavera quase se sobrepõe ao perfume das videiras.

   — São lindos jardins, mas o dia a dia vivi em Florença, a Vila sempre me lembrou férias e primos, meu olhar nunca se voltava para a paisagem.

   —Deve ter sido bom crescer entre os primos com idades parecidas. – Ela concorda quando viramos a pequena alameda em direção ao galpão onde as sementes foram guardadas.

   —Muito, somos todos muito ligados. Cresceu muito sozinho?

   —Tenho um irmão mais velho, não somos muito ligados, por alguma razão, somos muito diferentes e isso... nos afastou eu acho.

   — Matteo. – Ela sorri ao pensar no irmão, arrasto a porta de correr pesada do galpão, dou espaço para que entre na frente. – Meu irmão é o melhor irmão do mundo.

   —Tem jeito de ser mesmo.

   — Sempre me incentivando. – Ela pega um canivete no bolso do jeans e isso me surpreende de tantos modos, a dualidade da garota tímida que ao mesmo tempo trabalha em algo pesado e anda com um canivete no bolso do jeans.

   — E você, Bruno, o que o garoto de cidade grande procurava no campo? – Os cabelos dourados escorrem por seu rosto quando ela baixa a cabeça para abrir o saco de sementes sobre a pilha.

   — Girassóis. – Não penso, a resposta me escapa e diz tantas coisas, coisas que ela compreende quando ergue os olhos e encontra os meus.

   Nenhum dos dois consegue dizer nada, leva uma eternidade. Não posso simplesmente ignorar aquele beijo ou as respostas do meu coração. Não posso ignorar o desejo de toma-la nos braços mais uma vez e fazer isso o tempo todo até que ela me empurre para longe.

   Giulia sente algo, posso ver na intensidade do seu olhar, não sou um menino, não preciso me comportar como um, não me importo com o emprego ou o que vão pensar, se não beija-la de novo meu sangue vai congelar nas veias, é por ela que ele corre e aquece meu corpo. É por Giulia que meu coração bate e dou um passo curto para acabar com a distância que separa meu corpo do seu.

   Ela ergue a cabeça para encarar meus olhos, mas só o que consigo enxergar é a boca semiaberta esperando pela minha, convidando.

   Talvez minha mão tenha ido parar em sua cintura antes da sua descansar em meu peito, talvez tenha sido o contrário, não sei, o que sei é que preciso acabar com a tortura e volto a beija-la.

   Dessa vez o beijo é mais intenso, com ela envolvida por inteiro, como se nenhuma parte de nós estivesse longe, conectados, um suspiro escapa de seus lábios ainda presos aos meus e o beijo fica mais profundo, meu corpo mais de encontro ao dela, agora encostada na pilha de sacos de sementes, me envolvendo o pescoço e participando do beijo com toda sua energia.

   Não vou me desculpar, não vou fugir, eu quero Giulia em minha vida e quero estar na dela e vou faze-la sentir o mesmo.

   Nos afastamos apenas alguns centímetros, meu olhar captura o seu e eles me querem, como eu a quero.

   Deslizo meus dedos pela pele delicada do rosto, sorrimos um para o outro.

   —Não sei o que é isso, mas não consigo parar. – Aviso. Ela fica muda, tem tanto que quer dizer, mas fica muda. – Não vou resistir. Nem me desculpar, uma palavra sua nos afasta. Uma e fico longe.

   Silêncio, sua resposta é o silencio que vem atrelado a um meio sorriso de convite e aceito, mais uma vez nos beijamos e isso é pura rendição.

   Todas as duvidas se mantém intactas dentro de mim, os dilemas morais, mesmo assim me deixo beija-la mais uma vez, saborear o beijo suave e completo de emoções que ela me proporciona.

   Nos afastamos quando a voz dos trabalhadores ao redor do galpão me chega aos ouvidos.

   Ela ajeita os cabelos, olha em volta sem conseguir olhar diretamente para mim, acho que o melhor é ir aos poucos, sem forçar, sem precisar esclarecer, eu nem sei direito o que é isso, então... ainda é só o eco do menino de vinte anos que sonhou com a princesa do castelo. Deixo que ele me guie, se não mais inteligente, o menino era ao menos mais corajoso e merece a recompensa de ter seus sonhos realizados.

   — Te vejo depois. – Ela balança a cabeça concordando, os olhos ainda procurando qualquer coisa para se prenderem e fugirem de mim, me fazem sorrir enquanto caminho para longe dela.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSS



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