Like Magic escrita por FunnyBelle


Capítulo 1
NERD


Notas iniciais do capítulo

I'm supergirl
And I'm here
To save the world
And I wanna know
Who's gonna save me?

Krystall Harris



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Faltavam dez minutos para as sete da manhã quando o despertador tocou em volume máximo a música tema de Star Wars. Em cima da cama bagunçada um gato enorme e laranja se espreguiçou em meio ao emaranhado de cobertores que era sua dona. Ainda de óculos, um livro jogado ao lado da cama, usando um par de fones de ouvido rosa-choque e repleto de estampas da Hello Kitty, Hermione Granger babava seu travesseiro.

— Bom dia Mimi... – Cantarolou uma mulher surgindo na porta com um robe que continha estampas orientais. – Hora de acordar Bela Adormecida, ou vai se atrasar.

Helen Granger então puxou de uma vez só os cobertores da filha revelando que a mesma dormia apenas com uma enorme camiseta com os dizeres “ Think Green” e meias de pares diferentes. Hermione olhou sonolenta para a Mãe resmungou algo e se lançou de novo em seu travesseiro.

— Hermione Jean Granger, levante-se já. Não me obrigue a tirá-la dessa cama.

A garota soltou um grande suspiro e sentou-se na cama. Os cabelos, Rebeldes por natureza, formavam o que se poderia chamar de ninho ao redor de sua cabeça, ela tirou os óculos para esfregar os olhos, espreguiçou-se e tirou os headphones que pareciam tocar músicas pop dos anos 2000, segurou o aparelho móvel pelo fio e retirou-o de uma vez guardando na caixa em seu criado mudo. Ela então estendeu a mão para o pequeno boneco vestido de preto em seu despertador e desligou a música insuportavelmente alta que ecoava em todos os cantos do quarto.

— Mais um dia no inferno. – Ela disse olhando melancolicamente para a Mãe que estava sentada em sua cama.

— Não é tão ruim assim... – Disse a mais velha olhando-a com carinho no qual somente a Mãe consegue olhar para a cria, principalmente, quando sua cria se encontrava com a aparência de Hermione. ­– Mais dois anos e tudo acaba, então você pode ir para a faculdade.

— Que seja. ­– respondeu infeliz enquanto a Mãe abria a porta do guarda-roupas e pegava o odioso uniforme. Hermione sentiu imediatamente uma saudade gigantesca das férias de verão onde ela podia passar o dia usando seu amado “ Macaquinho Jeans” sem se preocupar e se dirigiu ao banheiro.

— Por que não tenta meias-calças esse ano querida?

— Mããããeee só as “Plásticas” usam meias-calças no colégio. – A menina resmungou de dentro do cômodo falando com a voz um tanto embolada já que escovava os dentes.

— E porque só elas podem usar?  Elas por acaso agora são donas da moda ou algo assim?

Hermione cuspiu uma grande quantidade de espuma na pia e olhou-se no espelhou a primeira vez naquela manhã. Sabia que não domaria fácil os cabelos e arrependeu-se amargamente de não os ter secado antes de dormir. Suas sobrancelhas se uniram em sinal de desagrado com o que via, e olha que ela ainda nem estava de óculos. Enxaguou a boca, saiu do banheiro e encarou a Mãe que segurava um a peça cor de pele com um olhar de expectativa.

— Mãe, entende uma coisa. Para usar meias-calças com esse uniforme você precisa ser necessariamente duas coisas: ou muito popular e gostosa, ou muito piranha. E eu não sou nenhuma das duas.

Ela disse arrancando das mãos da Mãe a peça odiosa e jogando-a na gaveta enquanto buscava por suas meias três quartos brancas.

— Certo. – Helen suspirou vencida. ­– A propósito, sua avó ligou.

Um barulho de algo se chocando em madeira e a imagem de Hermione de top esportivo apareceu por trás da porta do trocador.

— Mas ela não estava mo... – Disse assustada.

—  Não essa avó. – Disse a Mãe balançando a mão impaciente. –  A outra. A Mãe do imprestável.

Ela já se acostumara a sua Mãe referir-se de forma pejorativa a seu Pai, afinal de contas, ele a abandonou grávida. Era verdade que ele visitou Hermione algumas vezes e pagava por seus estudos. Mas tirando isso e um presente ocasional em seu aniversário ou no Natal era o máximo que esperava do seu Pai, até que soube de sua morte.  Ela não esperava receber contato da família do mesmo pois eles nunca a haviam procurado.

— E o que ela quer? – Perguntou indecisa para a mãe pois não sabia se era seguro falar naquele assunto já que tudo que era relacionado ao seu Pai era tabu.

— Quer vê-la. E a convidou para tomar um chá.

— Certo. E eu devo ir? – Ela sondou a mãe como se tivesse medo de que visitar a mulher misteriosa fosse ofendê-la de alguma forma.

— Acho que sim. Por que não? – A Mãe disse indiferente. E Hermione percebeu que ela estava se esforçando para não interferir na vida da filha e nem a privar de conhecer a avó. – Eu anotei o endereço e o horário que ela marcou.

— OK. – Respondeu incerta enquanto fechava os botões de sua blusa e a prendia ao cós da saia.

Depois de terminar de se vestir e tentar, em vão, abaixar os cabelos. Prendeu a franja com presilhas coloridas, colocou o blazer do uniforme e se olhou no espelho reconhecendo que era o melhor que ela podia fazer. Desceu as escadas passando pela cozinha, guardando o lanche que sua mãe havia preparado na mochila, e despediu-se dela. 

Ela seguia distraída olhando para os próprios pés calçados em suas confortáveis botas de combate e se perguntando mais uma vez quem em sã consciência trocaria aquilo por meia calças e loubotins. Nem precisou responder a própria pergunta pois ela conhecia muito bem quem trocaria, aliás, quem jamais em hipótese alguma usaria botas como aquela. Não percebeu a figura alta que se colocou a sua frente propositalmente e em quem ela deu um esbarrão, só não caiu de cara no chão pois o corpanzil no qual bateu a segurava olhando para ela com um sorriso torto.

— Cuidado aí POWERGRANGER, será que mesmo usando esses óculos você ainda não enxerga direito? – E riu da sua própria piada.

— Muito engraçado Ronald, pena que você esqueceu a graça da piada no mesmo lugar em que esqueceu seu cérebro.

— UUUUU alguém está de mau-humor esta manhã.

— Sai da minha frente! – A garota disse empurrando o rapaz ruivo para longe de si.

— A propósito Granger. Você está especialmente bonita esta manhã.

Ela levantou a mão fazendo um sinal não muito agradável com um dos dedos para ele que somente riu do gesto a olhando sonhador enquanto ela seguia a rua que ia em direção a escola, ele então foi em direção ao amigo que o esperava.

— Você é caidinho por ela. – Disse o rapaz de olhos verdes que brincava com uma bola de futebol.

— Que? Você é louco? Ela é a melhor amiga da minha irmã.

— Mas não é a sua MELHOR AMIGA. – O outro retrucou sorrindo

— Cala a boca Potter!  Vamos nos atrasar!

Hermione seguiu seu caminho e deu um pequeno olhar para trás para observar o moreno e o ruivo trocando soquinhos e empurrando-se de brincadeira, olhou em particular para o ruivo que ergueu a cabeça de repente e sorriu para ela.

— ECA. Para de olhar assim para o meu irmão.

Foi então que a morena viu que estava acompanhada de alguém. Ela tinha os cabelos ruivos e usava o mesmo uniforme que ela porem um pouco mais largo que o apropriado e em sua cabeça havia um boné azul.

— Odeio tanto esse uniforme. Eu queria estar usando calças.

— Desistiu da ideia de usar as do Rony? – Perguntou para a amiga que puxava a barra da saia infeliz.

— Eu tinha acabado de vesti-las quando minha Mãe me viu com elas. Ela me fez voltar e por isto. Pelo menos hoje a tarde tem treino de futebol.

— Achei que você ia me ajudar na campanha “ SALVEM AS ORCAS”. – Disse a morena um tanto triste.

— Desculpe Mione mas vão ser apenas você e o Nev dessa vez.

Hermione suspirou ainda mais descontente.  Neville era um colega de classe delas, usava sempre um suéter velho tricotado pela a avó por cima da camisa do colégio. Ele ainda respirava pela boca e de forma ruidosa o que deixava a deixava arrepiada, mas de uma forma completamente desagradável.

— Acho que vou suspender a campanha de hoje. – E a ruiva sorriu cúmplice.

Ao atravessarem o portão Hermione se distraíra novamente com seus pensamentos o que fez com que ela se desiquilibrasse e como dessa vez Ronald não estava por perto para salva-la foi direto para o chão derrubando sem querer uma outra pessoa consigo.

Pode ouvir as gargalhadas estridentes que reconheceria em qualquer lugar do mundo.

— Olha por onde anda. Esquisitona! – Do chão Hermione reconheceu os Loubotins e a meia-calça, assim como a risada maldosa de Pansy Parkinson, aquela que jamais usaria botas de combate. A garota que Hermione derrubou conseguira se levantar e agora tentava ajudar a colega.

— Oi? Você se machucou? – Hermione então se voltou para a moça percebendo que nunca a havia visto antes deduzindo assim que se tratava de uma aluna nova, ela era loira e seus cabelos estavam amarrados de um jeito um pouco bagunçado, tinha a pele clara e olhos azuis. Apesar de usar o uniforme do colégio ela optou por usar não meias brancas, mas sim listradas e em suas orelhas haviam brincos que lembravam rolhas de garrafa.

— Não, estou bem e você?

— Estou inteira. Não me machuquei.

— Ainda bem que vocês duas estão bem, aquela vaca pôs o pé na sua frente Mione. Por isso você tropeçou e caiu. – Disse Gina fuzilando Pansy com o olhar.

— Pelo menos não tinha lama em nossa frente, no lugar em que eu morava sempre havia coisas piores do que lama para se cair. Me chamo Luna Lovegood. E vocês são?

— Eu sou Gina Weasley. – A ruiva apressou-se em se apresentar. – E esta é Hermione Granger. Somos alunas do segundo.

— Sério? Eu também. Vocês poderiam me acompanhar por favor? Eu não conheço nada aqui.

 As duas assentiram felizes para a outra que se sentia um pouco menos nervosa. Apesar das circunstâncias um tanto estranhas elas pareciam ter se enturmado. O que levou Hermione a pensar que talvez aquele ano ser invisível não seria tão ruim assim.


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Notas finais do capítulo

Olá amigos do Nyah... Estou aqui com a Fic em Universo Alternativo. Como foi prometido a muito tempo.
shaushuahsuahshaushuahshsha
Essa fic mistura Harry Potter e uma porção de outras histórias, e o mais legal dela é que tudo se entrelaça. Mas se acalmem, o final pode não ser o mesmo das histórias que a inspiraram. Espero que vocês curtam ler assim como eu curti escrever. ;3



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