Obscure Side escrita por Princess of Forks


Capítulo 19
Capítulo 18




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—O quê??? Não!!! - gritou Bella com os olhos arregalados fazendo com que Edward se afastasse da namorada, com os olhos igualmente arregalados.

—Mas...

—Era só uma força de expressão. Eu estava a falar num futuro longínquo! - explicou Bella. -Talvez não devesse ter sido tão expressiva, não é?

—Tu levaste as mãos à barriga... enquanto falavas em filhos... acho que foste demasiado expressiva. - disse Edward.

Os dois ficaram em silêncio durante longos minutos, após esta frase de Edward.

—Amor? - sussurrou Bella

—Sim? - respondeu Edward, sussurrando igualmente.

—Tu ficavas feliz? Se nós tivéssemos um bebé?

—Eu...sim?! Não sei... a ideia foi assustadora durante alguns segundos, mas depois eu só conseguia imaginar uma mini morenita a andar por aqui...

Bella olhou para o namorado e suspirou encostando-se ao peito do mesmo.

—E tu? - perguntou o ruivo.

—Eu gostava... daqui a alguns anos. Neste momento não. Já há muita coisa por resolver... a atrapalhar. - Sussurrou ela.

— Como assim a atrapalhar? - disse ele afastando o seu corpo do dela. Bella, mais uma vez, virou-se para o encarar.

—Edward... nós temos muitas coisas para resolver antes de pensarmos num futuro juntos... coisas que estamos a deixar passar porque não nos queremos chatear.

— Que coisas? - perguntou o ruivo.

—Vais dizer que não consegues ver nenhum impedimento para o nosso futuro?

—Conseguir, consigo... como em qualquer outra relação, mas não entendo porque é que falas como se fossem muitas coisas...

—Por amor de Deus Edward... tu ainda há dois minutos estavas a falar sobre uma delas. Sobre achares que não eras bom para mim por causa da.... da origem da tua família. E agora de repente não vês nada de mal.... está tudo bem, como se fossemos um casal normal?

—Então esse é o teu problema? As coisas que nos atrapalham? Eu... eu pensei que tinhas superado.

—Superado? Edward... eu descobri isso tudo sobre ti, e no dia a seguir tive de me ir embora. Estivemos um mês, afastados por causa disso, e agora tu voltaste. Eu não tive tempo para encarar essa realidade quanto mais aceitá-la e superar as diferenças enormes que há entre a minha vida antes e depois dessa notícia. - disse Bella de modo exasperado.

Edward engoliu em seco. Podia parecer algo iludido, mas o ruivo acreditava que a reação de Bella há grande noticia tinha sido boa o suficiente para ele poder considerar que ela tinha aceitado.

—Mas tu amas-me certo? - disse ele algo frágil. Bella deu um pequeno sorriso apologético antes de falar.

—Isso não é sequer uma questão. Eu amo-te, independentemente de tudo, a minha dúvida não é se eu consigo aguentar essa realidade por ti, amor. A minha dúvida é se que consigo viver do modo como tu esperas, como a tua família espera, por essa realidade, entendes? O que é que tu queres de mim? Queres que eu seja submissa? que fique em casa à tua espera? Que não faça nada? Mesmo que não seja essa a ideia que tens do nosso relacionamento, é o que a tua família espera...é a tradição, certo?... eu não quero fazer parte dessa tradição!

—Nós não temos de levar toda a nossa vida tendo em conta a tradição? Nós somos diferentes Bella!

— E por sermos diferentes o teu pai já não gosta de mim e, querendo ou não, isso afeta a tua relação com ele.

—Ele já ultrapassou isso amor. Para ele foi complicado... tu não fazes ideias de quantas pretendentes eu recusei. Eram mulheres lindas sem dúvida nenhuma, mas nenhuma me atraiu nem um milésimo como tu me atrais. Tu tens qualquer coisa que nenhuma delas tinha. O meu pai percebeu que eu não queria alguém "normal", aos padrões dele, quando eu lhe disse que me tinha apaixonado por uma morena de olhos castanho chocolate que andava na minha Universidade e que não tinha nada a ver com máfia. Quando eu bati o pé quando ele disse que nunca iria aceitar esse namoro ele percebeu que eu te amava verdadeiramente. Eu nunca ia contra nada do que ele dizia, foi assim que eu fui educado. É a tradição e eu quebrei -a quando me apaixonei por ti e quando foi contra a palavra do don, ainda mais sendo o don o meu pai.

Bella olhava para Edward. A morena escutava atentamente o que o namorado dizia. Sentia que Edward estava a justificar as ações de Carlisle, e a atitude da matriarca da família para com a morena foi algo que a deixou um pouco indignada para além de curiosa.

—Por mais tradições que ele tenha cumprido ele não pode dizer que não casou com a minha mãe por amor sabes? Ele também recusou dezenas de mulheres até encontrar a minha mãe. E ela deu-lhe muitos foras, fez com que ele corresse atrás dela, com que ele mostrasse que a amava verdadeiramente.

—Mas a tua mãe não estava por dentro de tudo isso?

—Estava. A minha mãe era afilhada do meu avô. Os pais dela eram uma dos submissos do meu avô, pessoas exemplares e merecedoras de tudo. Eles trabalham arduamente pelo seu lugar dentro deste Império. A minha mãe não sabia exatamente o que é que o pai dela fazia, na cabeça de Esme o pai tinha uma simples mercearia que dava lucros muito gratificantes.

—Deixa-me adivinhar era só um negócio de fachada?

—Sim. O meu avô materno era um agiota. Ele fazia empréstimos com altas taxas de juros, tinha jeito para o negócio.

—Tinha? Já não têm?

—O meu avô materno foi assassinado um ano depois da Rosalie nascer. - Bella susteve a respiração. - O meu pai já me contou o quão conturbada foi aquela época. Fomos atacados várias vezes até se conseguir encontrar o culpado por toda aquela rebelião. A minha mãe, as minhas avós e a Rosalie foram para um sítio isolado, o único que sabia onde elas estavam era o don. Quando chegaram é que souberam da morte do meu avô paterno. A minha mãe ficou desolada, culpou tudo e todos pela morte do pai. Revoltou-se mesmo contra o modo de vida que levamos... quando o meu pai apanhou o homem que baleou o meu avô no meio da testa depois de o ter torturado por horas por informações, a minha mãe quis vê-lo.... o meu pai diz que foi incrível como ela foi forte. Notava-se que estava fragilizada, mas ela não deitou uma lágrima sequer enquanto confrontava o homem que lhe tinha tirado o progenitor. Ela fez com que ele lhe dissesse o porquê de terem matado o pai e depois virou costas ao homem e disse ao meu pai "faz o que tens de fazer". Ela ficou do lado de fora do barracão a ouvir os gritos ensurdecedores que o homem dava enquanto cortavam vários bocados dele antes de o balearem na cabeça, tal como ele tinha feito. O meu pai achou que ela tinha percebido, quando saiu e a viu chorar não percebeu porque é que ela estava a derramar lagrimas pela morte de um homem que tinha feito tanto mal, a ela e à família. A minha mãe virou-lhe a cara e entrou no carro sem trocar uma palavra com ele.

—Não consigo imaginar a Esme que conheci naquele dia... assim...

—A partir desse dia a minha mãe não quis saber, mas nada sobre os negócios. Acho que de certa forma ela culpava-se por ter ouvido um homem a morrer e não ter feito nada... Ela afastou-se do meu pai e daquilo que ele significava. Foi com a Rosalie para uma pequena cidade e viveu lá durante algum tempo. Sozinha. Claro que estava protegida, mas o meu pai não estava com elas. A minha mãe não pediu nem que ele fosse nem que ele não fosse... ela estava à espera de que ele tomasse uma atitude. Ela queria saber que era mais do que apenas a mulher do futuro don, do homem que por variadíssimas razões ia fazer tanto mal como aquele que ela tinha visto o ouvido na noite em que mataram o traidor. O meu pai foi ter com elas, três meses depois de elas terem partido. Pediu desculpas por ter concordado com aquela ideia estupida de a deixar ir ao barracão. Por ter deixado com que ela ouvisse um homem a morrer, mesmo o homem sendo merecedor de tal morte. Por não ter sido capaz de a acalmar, de a ajudar. Eles voltaram para Nova Iorque e desde aí que estão juntos, a minha mãe ainda fez o meu pai sofrer mais alguns meses. Mostrava-se fria e calculista como ele tinha sido com ela.

Isabella encarou Edward, a sua cara estava séria.

—O que é que isso tudo tem haver connosco? Com o que estávamos a falar?

—A minha mãe, Bella, a minha mãe é assim submissa, como tu a chamas, porque quer. Naquela altura ela não o foi. Foi tão forte e determinada como tu és, e foi isso que fez com que o meu pai lutasse por ela. Ele viu que ela era mais do que uma simples menininha que tinha sido engravidada pelo namorado e obrigada a casar com ele. Ele percebeu que a amava não por ela ter sido difícil ou por ser bonita, mas sim porque ela era diferente de todas as outras e forte. Tão forte que o lugar dela só podia ser ao lado dele.

—Eu não entendo... porque é que ela deu a sua liberdade se a conseguiu ter? Se enfrentou o teu pai por ela?

—A minha mãe escolheu ser submissa depois de eu e a Alice nascermos. Principalmente depois de eu nascer. Ela trabalhava parte do dia e a Rose ia para a escola como uma criança normal, o meu pai nunca concordou que ela trabalhasse ou que a Rose andasse na escola, mas ela levou a sua avante. Para Carlisle aquilo era um ponto fraco e que se alguém descobrisse podia ser muito complicado. Ela trabalha com um nome falso, a Rose tinha outro sobrenome na escola, os seguranças nunca estavam à vista embora estivessem sempre lá. Ninguém sabia quem elas eram e isso protegia-as. Pouco depois de a Alice nascer eu nasci, e como sendo o único herdeiro homem as ameaças começaram. Apareceram fotos da minha mãe a passear connosco os três, a levar a Rose para a escola, nas compras, a ir para o trabalho. A minha mãe achou melhor resguardar-nos. Tomar conta de nós e viver a vida como a sogra lhe tinha ensinado nos primeiros meses de casamento. Viver para a casa. Para os filhos. Para o marido. Não ter distrações. Ela viu na submissão, no resguardo uma salvação... as ameaças não pararam, mas não havia mais fotos em sítios vulneráveis porque ela não ia para eles sem estar com seguranças à vista ou com o meu pai ou alguém que todos com informações sobre a máfia conheciam. Ela passou isso às minhas irmãs, mesmo sem elas saberem o porquê...nem a Alice nem a Rosalie sabiam de nada disto antes de terem 16 anos. Eu soube aos dez e foi obrigado a não lhes contar.

—E elas aceitaram?

—Sim..., mas o Jasper e o Emmett dão-lhes liberdade, muito mais do que a que a minha mãe tem. Elas são muito protegidas, mas têm os seus momentos. Foram privadas de coisas, a Rosalie principalmente revoltou-se com essas privações... ela queria ter ido para a universidade. Ela candidatou-se! Ela foi aceite! Mas o meu pai não a deixou... na altura ela já namorava com o Em, mas mesmo com os pedidos dele o meu pai não deixou. A Alice já nem tentou, nós assistimos à Rose a batalhar por isso, a discutir com o meu pai... e ela sabia que não valia a pena. Quando o meu pai se sentou comigo e me disse que eu devia escolher um curso para frequentar eu fiquei parvo... porque é que eu podia e as minhas irmãs não? Foi como todas as aulas que eu tive e elas não.... eu senti-me mal por eu ter a oportunidade e elas não. Mas elas ultrapassaram, acho eu, elas parecem felizes casadas com quem amam. Têm mais oportunidades e estão envolvidas em projetos de solidariedade, tanto a Allie como a Rose ajudam num orfanato todas as tardes durante a semana e, como tu ouviste entretêm-se a fazer cursos de manhã.

—Eu não seria feliz com essa vida Edward! Fazer voluntariado num orfanato? Sim é algo nobre de elas fazerem, mas.... os meus pais esforçaram-se para que eu entrasse na Universidade dos meus sonhos, no curso dos meus sonhos. São poupanças de uma vida que eles investiram em mim e o que é que é suposto eu fazer? Acabar o curso e chegar ao pé deles e dizer que afinal não vou exercer a profissão para a qual estudei porque a família do meu namorado não quer que as mulheres trabalham?

—Eu numa disse que não podias trabalhar. Eu quero que trabalhes. Que sejas a psicóloga que sonhas ser. Eu quero ver-te feliz ao meu lado e sei que isso te vai fazer feliz. - Edward segurou na cara de Bella e aproximou-se dela sussurrando de forma apaixonante. - Eu não te vou obrigar a nada Bela, muito menos a ser algo que não és. Pelo meu amor por ti eu sou capaz de enfrentar tudo. Tu és a minha vida e eu vou mudar tudo o que posso por ti. E se para seres minha mulher queres trabalhar, então vais trabalhar! Se queres mais liberdade, eu vou dar-te toda a liberdade que posso. Se queres saber coisas, eu vou dizer-te todo o puder.

Bella olhava para o namorado de modo apaixonado. Aquilo era uma verdadeira prova de amor. A prova que Esme precisou que Carlisle lhe desse quando se afastou dele e o obrigou a tomar uma atitude. A prova que o ruivo a amava e que não a queria para ser uma bonequinha de luxo como ela pensava que ele queria. Edward amava-a verdadeiramente, tão verdadeiramente como ela o amava.

O amor não ia resolver tudo, ia complicar muitas coisas, mas tanto Isabella como Edward sabiam que aquele amor era o início de uma nova vida. O renascer da família Massen Cullen pela mão de uma Swan, uma sem ninguém ao lado, principalmente, do significado do sobrenome Masse. O lado obscuro de Edward continuava lá, mas sem ninguém esperar este estava agora iluminado.

Iluminado pelo amor.


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Notas finais do capítulo

Volteiii!!!
Espero que tenham gostado deste capítulo... Não, não há bebé Swan Cullen a caminho (quem sabe no final haja ;) ), mas conhecemos mais um pouquinho da história da família do Edward! Descobrimos que a Esme era um bocado como a Bella, mas não me parece que a nossa morenita vá ceder a sua liberdade assim... ou será que vai?? O que é que acham?
Obrigada por todos os comentários, o último teve mais de duas mãos cheias e isso encheu-me o coração! ♥
Eu ainda não sei bem, mas em princípio estamos a entrar na reta final... Não se preocupem que ainda vai haver algumas emoções por aí, mas não vou estar a inventar muito mais drama e caos :)


Beijinhos grandes e até ao próximo,
Princess Of Forks ♥ ♥



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