Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 38
Crise no paraíso


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capitulo, beijos e boa leitura



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Os meses pareciam ter passado como um cometa, pois Alejandro e eu já estávamos casados há três meses, dos quais foram cheios de felicidade, cumplicidade e companheirismos. Assim que chegamos do aeroporto, compramos nossa cadela, que foi carinhosamente chamada por nossos filhos de Dayse.

A cada dia Luna e Vinicius ficavam mais unidos, como se os dois sempre tivessem sido irmãos. Já a minha carreira de pintora estava me rendendo bons frutos, além de inúmeras propostas para exposições, consegui ganhar uma critica positiva de uma renomada especialista da área e isso me deixava feliz, afinal lutei muito para chegar onde estava.

Mas o único problema era que de um mês para cá Alejandro estava chegando cada dia mais tarde da empresa, as crianças mal viam o pai, pois ele sempre saia cedo e chegava tarde, e eu quase nunca conseguia conversar com meu marido, pois estava cansada demais para conversarmos e quando acordava ele já não estava mais lá.

E essa atitude de Alejandro ascendeu um grande sinal vermelho em minha cabeça, um que já havia aparecido, mas não dei importância antes.

—Você chegou tarde de novo.- disse seria  assim que Alejandro ligou a luz da sala enquanto eu segurava minha xícara de café já vazia.

—Que susto Liv.- ele disse assim que se recuperou do susto.- O que você faz no escuro?

—Estava esperando o meu marido. Afinal, parece que nesse ultimo mês estou casada com um fantasma.- disse seria enquanto me levantava para deixar a xícara na cozinha.

—Não precisava me esperar querida, te mandei uma mensagem avisado que ia chegar tarde, porque estamos desenvolvendo um  novo protótipo de motor. Por acaso você não recebeu?- ele questionou confuso enquanto colocava sua bolsa carteiro em cima da bancada da cozinha.

—Eu  recebi. Assim como todas as outras mensagens que você mandou no ultimo mês. E acredite em mim, essa historia de protótipo novo não está mais servindo. Acho que você devia arrumar uma desculpa melhor que essa Alejandro.- disse cruzando os braços enquanto ele me olhou confuso.

—Desculpa? Eu não estou dando desculpas Olívia, estou trabalhando. Se não acredita é só ligar para a Sylvia e perguntar.-  ele disse enquanto em entregava seu celular.

—Não vou ligar para a Sylvia, afinal você é o chefe dela e ainda são amigos. Tenho certeza que ela acobertaria qualquer coisa que você estivesse fazendo.

—Dios, mio mujer, você percebe o que está insinuando?- ele questionou furioso.- Você acha mesmo que eu teria coragem de te trair? Eu te amo Olívia e jamais faria uma coisa dessas.

—Eu já passei por isso uma vez e não quis acreditar nos sinais que o Luciano me dava. E não vou admitir ser enganada de novo. Eu não mereço passar por isso de novo.- disse com raiva de mim mesma, afinal não podia estar cometendo o mesmo erro.

—Eu achei que havia me casado com um homem que julgava conhecer. Mas ele está me decepcionando da mesma forma que Luciano. Eu só posso ter mal gosto para homens.

Afinal, no começo eles eram amorosos e dedicados, um verdadeiro sonho. Mas assim que colocam uma aliança no meu dedo, eles se transformavam em homens mentirosos e conspiradores. Com o Luciano foi assim e agora está sendo com você.- gritei com raiva.

—Eu não sou o Luciano. E não vou admitir que você me compare com ele.- Alejandro disse furioso.

—O que está acontecendo aqui?- Guadalupe disse confusa assim que apareceu na cozinha fazendo um nó em seu roupão. – Dá para ouvir a discussão de vocês lá de cima? Por acaso querem acordar as crianças?

—Só estou dizendo o que acho do seu filho.- disse furiosa enquanto olhava para Alejandro com raiva.

—Olívia, sei que está nervosa. Na realidade os dois estão, porque não vão descansar? Amanhã com a cabeça fria vocês conversam.- Guadalupe propôs  tentando amenizar o clima.

—Quer saber Olívia, se acha que sou igual ao Luciano é melhor se separar de mim, porque não vou ficar aqui me defendendo de algo que não fiz. E vou dormir porque estou cansado, boa noite mamá. - Alejandro disse serio antes de sair da cozinha, mas virou para me ver, como se tivesse esquecido de dizer algo.- E não se preocupe em dividir a cama comigo, porque prefiro dormir no quarto de hospedes a deitar ao lado de uma mulher que além de não confiar em mim, fica me comparando com o ex-marido dela.

—Alejandro.- Guadalupe disse suave tentando fazer o filho mudar de idéia.

—Nem tente mamá.- ele disse serio antes de subir.

—Olívia, o que está acontecendo? Nunca vi vocês dois brigarem desse jeito.- ela disse preocupada.

—O Alejandro está me traindo e ele não quer admitir isso.- disse entre lagrimas e ela me olhou surpresa.

—Duvido muito, mi hijo é louco por você. Ele jamais te magoaria, ainda mais depois de tudo que passou com o Luciano.

—Sabia que iria defende-lo, afinal ele é seu filho.- disse seria antes de subir para o meu quarto.

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—Você só pode ter ficado doida de vez.- Noah disse assim que lhe contei sobre a briga que tive com Alejandro.

—Claro que não, Noah. Não vou ser enganada de novo.  Luciano fez isso comigo e não quis perceber os sinais,  mas dessa vez eu percebo.-disse seria e meu amigo suspirou.

 -Só me diga que você não comparou o seu atual marido com o ex.- ele pediu enquanto uma enfermeira lhe entregava uma papelada em uma prancheta para que ele assinasse.

—Claro que fiz isso.- disse e os dois me olharam surpresos.

—Olívia pelo amor de Deus. Não se pode comparar um homem com o outro nem em pensamento, imagina dizer isso na cara de um.

—O doutor está certo. Eles odeiam isso.- a enfermeira disse e olhei confusa para ela.

—Sarah, se os documentos que preciso assinar terminaram pode ir fazer a sua ronda.- Noah pediu e ela se desculpou sem graça antes de sair.

—A Sarah tem razão. Você não podia comparar o Alejandro com o Luciano, porque não tem o que comparar, afinal os dois são diferentes.

—Não quando estão me traindo. Eu devia ter ficado solteira.- disse e ele revirou os olhos.

—Deixa de ser cabeça dura Liv, os dois são completamente diferentes. O Luciano só pensava em si mesmo, ele seria capaz de vender a própria mãe para ter dinheiro, e o Alejandro te ama. Ele fez tudo que estava ao alcance dele para te fazer feliz. Se não fosse por ele, você ainda estaria sendo infeliz como professora além de estar totalmente frustrada em não conseguir se conectar com a sua arte. Se acha que ele está te traindo onde estão as provas?

—Ele está chegando tarde no ultimo mês.- disse e ele me olhou descrente.

—Só isso? Meu marido também chega tarde quando está envolvido em um caso grande, muitas vezes Hunter virou a noite no consultório com seus outros associados enquanto ambos tentavam achar uma solução para o caso.

—E você não desconfiava se ele estava mentindo ou não?- questionei e ele sorriu suave.

—Todas as vezes que Hunter tem que virar a noite no consultório, levo uma rodada de café e bolinhos para todos. É a forma que tenho de dizer ao meu marido que acredito nele quando ele me fala onde vai estar, e de que apoio o que ele faz. Acho que você devia fazer isso, assim poderá dar uma sondada pela empresa.- Noah disse e fiquei pensativa, afinal era uma boa idéia.

—Obrigada pelos conselhos Noah.- disse agradecida.

—De nada amiga, e faça as pazes com seu marido, vocês se amam tanto e já perderam tanto tempo longe um do outro.- ele pediu preocupado.

—Vamos ver como as coisas se resolvem Noah.- disse e ele concordou antes de nos despedirmos e eu voltar para casa.

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Depois da nossa briga Alejandro nem falava comigo, parecíamos dois inimigos dentro de casa e até as crianças perceberam que algo de ruim estava acontecendo. Mas quando Vinicius perguntou se o fato do pai está distante de mim era culpa dele, aquilo partiu meu coração.

—Claro que não meu amor, o papá e a mamá só tiveram uma briga boba de casal. Você não tem nada haver com isso.- disse acariciando seu rosto de leve.

—Só não quero que o papá deixe de me amar como meu pai fez.- Vinicius sussurrou entre lagrimas e o abracei forte antes de beijar seu cabelo.

E aquele foi o motivo para que engolisse meu orgulho e seguisse a idéia de Noah.

Passei na cafeteria da cidade e comprei varias rodadas de tipos diferentes de cafés e chás, além inúmeros bolinhos, seria a minha forma de quebrar o gelo. Afinal, éramos dois teimosos.

Assim que cheguei a A.C. Motors pedi ajuda a alguns seguranças para levarem as coisas até o laboratório de testes, mas antes liguei para Sylvia, para que ela liberasse minha entrada no laboratório.

—Isso é que uma surpresa boa.- ela disse sorrindo assim que me recebeu na porta do laboratório.- O pessoal vai te amar depois disso, afinal estávamos precisando de café.

—Achei que seria bom vocês comerem algo, afinal estão virando a noite há mais de um mês.- disse e olhei para Sylvia esperando ver em seus olhos alguma sobra de duvida, mas não a encontrei.

—São os sacrifícios que fazemos em nome do que amamos.- ela disse sorrindo e concordei.

—Pessoal, a Olívia trouxe um agrado para todos.- Sylvia disse indicando aos seguranças onde deveriam colocar as coisas.

—Onde o Alejandro está?- questionei confusa por não ver meu marido ali.

—Ele estava com dor de cabeça. Sugeri que fosse para casa, mas ele preferiu ir para o escritório.- ela disse e agradeci antes de pegar um copo de café para o meu marido.

Peguei o elevador e apertei o ultimo andar, assim que sai aproximei meu cartão de acesso do leitor eletrônico que liberou a minha entrada no setor da presidência.

—Alejandro?- chamei receosa e com o coração acelerado.

Odiava admitir, mas estava com medo de encontrá-lo ocupado demais com outra.

Mas assim que vi meu marido totalmente apagando em cima de vários papeis em sua mesa, me senti a pior mulher do mundo, por ter desconfiado sem ter provas.

Com cuidado coloquei o copo de café de lado e me ajoelhei ao lado de Alejandro para acordá-lo com um leve carinho em seu rosto.

—Olívia?- ele sussurrou sonolento assim que abriu os olhos.

—Oi querido, vem vou ajudá-lo a ir para o sofá. Você deve estar todo dolorido de dormir desse jeito.- disse carinhosa e o ajudei a levantar de sua cadeira e ir para o sofá.

— Café preto forte, sem leite e sem açúcar, como você gosta.- disse suave lhe oferecendo o copo de café.

—Obrigado. Que horas são?- ele perguntou confuso enquanto aceitava o copo.

—Duas da manhã.- disse após olhar em meu celular, que possuía como proteção de tela uma foto nossa dançando com as testas unidas  no dia do nosso casamento.

Ela era a mesma proteção de tela que estava no celular do meu marido, afinal decidimos juntos colocar a mesma foto.

— O que você faz aqui tão tarde? Deveria estar em casa dormindo.- ele disse preocupado antes de tomar um gole do seu café.

Eu poderia ter inventado inúmeras desculpas, mas optei por dizer a verdade, mesmo que ele me odiasse depois.

—Eu conversei com o Noah . Porque não estava mais agüentando a sua indiferença, parece que somos dois estranhos que dividem o mesmo teto. Ele sugeriu que eu fizesse uma visita a sua empresa para saber da verdade, usando o pretexto de trazer café e bolinhos para todo mundo. Mas achei isso uma idéia idiota, e não iria fazer. Mas hoje o Vinicius me perguntou se o fato de estarmos brigados é por culpa dele, e isso partiu meu coração, porque meu filho estava desesperado achando que você havia deixado de amá-lo.- disse e Alejandro me olhou surpreso.

—Ele é nosso filho Olívia. E eu jamais deixaria de amar o Vinicius, posso não ter ajudado você a gerá-lo, mas o considero como meu. E não importa quantas vezes brigarmos, jamais vou deixar de amar meu filho.- Alejandro disse me olhando nos olhos.

E ali olhando em seus olhos percebi que tudo o que ele dizia era verdade.

—Me desculpe. Não devia ter comparado você com o Luciano, é gritante a diferença entre os dois. Mas fiquei insegura e apavorada quando você começou a chegar tarde varias noites seguidas, e parecia que estava revivendo tudo aquilo e isso me deixou fora de mim. Me perdoa, por favor.- pedi entre lagrimas e Alejandro colocou o copo de café de lado antes de me puxar para o seu colo.

—Eu te perdôo. E você me perdoa pelas coisas que disse e por ter te ignorado? Não quis te magoar, só estava magoado por você não acreditar em mim.- ele pediu acariciando meu cabelo de leve.

—Você não teve culpa, só estava se defendendo, fui eu que acusei você.

—Tenho culpa sim. Eu sabia de toda a sua historia com o Luciano , e devia evitar ficar até mais tarde na empresa.- ele disse culpado.

—Não Alejandro, esse é o seu trabalho. Quantas vezes, fiquei até tarde no meu ateliê trabalhando e você nunca me pediu para não fazer isso, porque sabia o quanto eu amo o que faço. Então, não vou pedir para que deixe de fazer o que gosta, não importa a hora que seja. Vou tentar controlar as minhas inseguranças, eu prometo.- disse suave e ele sorriu carinhoso para mim.

—Eu iria adorar se você trouxesse café para mim todas as vezes que virasse a noite na empresa.- ele disse suave e sorri feliz por sua proposta, afinal ele estava tentando me passar confiança.

—Mas você nem tomou direito o café que eu trouxe.- disse e ele sorriu divertido.

—E quem disse que eu quero café. Eu quero você.- Alejandro sussurrou antes de nos beijarmos, tentando aplacar a saudade que sentíamos um do outro.


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