Fuga em nome do amor escrita por Denise Reis


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Continuo amando os COMENTÁRIOS e obrigada a todos vocês que estão atentos em me ajudar, reconhecendo a minha tarefa de escrever esta história de amor CASKETT.
Quero aproveitar e fazer um agradecimento especial a "Fran Sousa" que escreveu uma RECOMENDAÇÃO maravilhosa.
Obrigada a todos vocês.
Bem, fiquem com mais este capítulo e tenham uma boa leitura e espero que gostem.



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Antes de deixarem o cômodo sinistro onde ela estivera, Castle deu uma piscada de olho para Kate e rapidamente, sem falar nada, entregou-lhe uma arma. Era uma Glock 26. Junto com a arma ele também entregou vários pentes reservas e ela os colocou no longo bolso interno da calça de sarja. Logo depois, entregou-lhe a arma extra, idêntica a anterior e um coldre de tornozelo que ele a ajudou a colocar.

— Já sei... Não vou te perguntar nada. – Kate afirmou e Castle deu uma nova piscada de olho, aquiescendo. – Mas... E você, Castle?

Em resposta, ele apenas exibiu a sua Glock 26, igual a dela e mostrou ainda a sua reserva e também revelou onde guardava os pentes sobressalentes.

— Quer que eu vá na frente? – Kate indagou, solícita, pois isso fazia parte do cotidiano deles à época em que eram parceiros em Nova York, tendo em vista que ela era a policial e ele o colaborador civil.

— Não, Kate. – Ele retrucou – Você está fragilizada por conta das circunstâncias. Neste momento você não é a Detetive nem a Capitão Kate Beckett, muito menos a Agente Emily Byrne ou Durand. – Castle torceu a boca – Aqui, eu comando. Eu vou à frente e você me segue. Entendido?

— Sim! – Ela respondeu baixinho constrangida por muitos motivos, não só porque ele sabia da nova identidade dela, mas também porque ela se casara com outro homem e ainda assim ele a salvara mesmo sabendo de tudo isso. E como se tudo isso não bastasse para sua aflição, ainda tinha o Flynn.

— E só para o seu conhecimento, Kate, eu já tenho porte de arma e, como você bem sabe, eu atiro muito bem. Você lembra disso, não é?

— Sim, Castle! – Ela confirmou.

— Caso todos estejam a nossa espera, que se Deus quiser isso vai acontecer, o Líder do grupo é o Mongomery e a Vice-Líder é a Hayley. Então, firme? Pronta para fuga?

— Sim, senhor! – Ela o provocou – Firme e pronta para fuga!  

Quando estavam se encaminhando para a porta, esta se abriu e ambos sentiram seus corpos gelarem.

Para alívio de Kate e Castle, não era o inimigo. Era o Esposito que foi logo ralhando – Vocês aí, não é hora de namorar... – Ele falou do jeitão próprio dele, mas assim que viu Kate, ele não resistiu e correu até ela e deu um abraço apertado e emocionado – Chefinha! Nem acredito que você está assim, perfeita! Eram tantas preocupações... – ele a olhou dos pés à cabeça e ficou feliz ao constatar que ela estava sã e salva – Que saudade! Todos nós na Delegacia sentimos tanto a sua falta. Lá em casa falamos em você todos os dias e a Catarina, então, todo dia pergunta por você...

— Hey, quem é essa Catarina que pergunta por mim? – Ele ficou curiosa.

— É a minha filha! – Esposito explicou todo feliz.

— Sua filha? Sério!? – Kate indagou completamente atônita, mas morrendo de alegria com a notícia.

— Seríssimo! – Esposito respondeu quase babando de felicidade por falar na sua bonequinha.

Kate franziu a testa e temeu perguntar algo, mas Esposito parece que adivinhou e respondeu sem que fosse preciso ela verbalizar – Já sei o que você quer saber, Chefinha. Ela é minha filha com a Lanie. – Ele riu – E a minha filha é a menina mais linda da face da terra!

— Meu Deus!! Que notícia maravilhosa, Espo! Você e a Lanie se acertaram e tiveram uma filhinha!! – Ela o abraçou feliz da vida.

— Hey, é assim que você disse que ia dar pressa para o casal, é? – Hayley apareceu e cobrou a presença de todos.

A inglesa adentrou e deu um abraço em Kate – Bom te ver, Kate. Passamos três anos loucos te procurando, garota, e o Castle não sabia falar de outra coisa. Nós sentimos muito a sua falta!

— Bom te ver também, Hayley e que bom que você continua trabalhando com o meu marid... – ela própria se interrompeu sem graça e logo se corrigiu – Que bom que você continua trabalhando com o Castle.

Castle captou o ato falho de Kate e ficou contente com o que ouviu.

— Ah, trabalhar com o Rick é ótimo e os casos que aparecem por lá são muito interessantes e eu adoro. – Mas logo a ingelesa botou ordem no recinto – Mas chega de conversinha... Não sei se vocês perceberam, mas não estamos em uma Colônia de Férias! – Hayley se dirigiu ao Castle e ao Esposito e logo depois falou com com a Kate – Viemos te salvar, está lembrada, Beckett? – Hayley bronqueou – E você, Castle, chega de namoro e você, Esposito, chega de fofoca. É hora de saírmos daqui, pois não sabemos o horário da troca de turno da bandidagem. Os chefões morreram, mas ainda não achamos todos criminosos daquela lista, ou seja, ainda existem alguns a solta. Não sabemos onde eles estão e nunca se sabe o que pode acontecer. – Hayley falava com altivez, mas sem fazer grosseria – Vamos!

.... .... .... .... ....

Durante do tempo em que o Castle, o Esposito e a Hayley foram salvar a Kate no porão, o Comissário telefonara para seu Gabinete, em Nova York e falou diretamente com a Victória Gates com o objetivo de atualizar sua equipe e indicar o endereço onde estava e determinou que o seu celular fosse rastreado, via GPS, para não haver erro acerca da sua localização. Em seguida, Montgomery determinou que Gates entrasse em contato com a Polícia de Massachusetts e de Boston, com a máxima urgência, a fim de que mandassem uma viatura específica para pegar seis cadáveres. Como ele não tinha certeza do que estava por vir então pediu uma tropa fortemente armada, pois, ainda havia criminosos a solta e, com certeza, muitos capangas e guarda-costas de tocaia.

Gates agiu com rapidez e a tropa de choque de Boston também foi muito veloz, e, por determinação da Polícia do Estado de Massachusetts, chegou à fazenda menos de vinte minutos após a solicitação do Comissário Montgomery.

Quando Kate, Castle, Esposito e Hayley encontraram o resto da equipe, havia dezenas de policiais fortemente armados e também homens com fardamento específico, indicando que eram do Necrotério, ao lado das seis caixas mortuárias de aço.

Após os cumprimentos e felicitações por Kate ter sido encontrada viva, ela fez um pedido inusitado ao Comissário de Polícia – Roy, eu preciso ver o Caleb Brown e o Mason Woods.

— Mas Beckett, eles já estão nas urnas funerárias lacradas, prontos para irem para o Necrotério.

— Pelo amor de Deus, Roy, eu preciso ver com meus próprios olhos e constatar que eles estão mortos.

— Beckett! Eles estão mortos. Confie em mim.

— Senhor, peço mil desculpas. Perdão pela minha intransigência, mas peço que me entenda. Estes homens me mantiveram aqui por um ano. Eu sequer sabia quem eram meus sequestradores, pois nunca vi a cara de nenhum deles. Só soube somente pelo Castle, então, eu te imploro que me permita ver os corpos deles.

Castle estava ao lado de Kate e, entendendo perfeitamente o que se passava na mente dela, reforçou o pedido – Roy, este pedido da Kate é mais do que justo, pois ela foi torturada física, moral e psicologicamente por estes facínoras.

— Ok! Entendi! Vou falar com o Chefe do Necrotério.

O Comissário Roy Montgomery se afastou e se juntou a um grupo de Boston, inclusive a um homem de jaleco azul escuro que parecia ser o chefe do Necrotério. Ele era forte, muito alto e muito bonito, cabelos claros e tinha bigode e barba por fazer. Enquanto conversava com o Comissário, o tal homem olhou para Beckett e se mostrou sensibilizado com a situação e imediatamente se dirigiu aos seus subordinados e comunicou algo a eles que demonstraram certa insatisfação, mas logo, depois de escutarem algumas explicações, se mostraram receptivos e se dirigiram a duas das caixas de metal.

Passados aproximadamente três minutos, o tal homem de jaleco azul escuro se aproximou de Kate. No bolso do seu jaleco estava bordado sua identificação e, com excesso de amabilidade ele se aproximou de Kate e se apresentou – Olá! Você é a Capitã Kate Beckett. Se o Comissário Montgomery não tivesse me avisado que você esteve sequestrada por um ano, eu não acreditaria, porque, apesar de um pouco abatida e do ferimento na testa, você continua belíssima! Se você permitir, depois eu posso dar uma olhadinha neste seu ferimento... – Kate ficou sem graça ao ouvir aquele galanteio despropositado e o homem prosseguiu – Eu sou o Dr. Lucas Saints, o Médico Legista responsável por esta operação. – Ele sorriu, espalhando simpatia para Kate – O Comissário disse que você quer ver dois corpos e constatar que realmente estão mortos. – Ele deu um sorriso sedutor – Bem, eu mesmo poderia confirmar o óbito, aliás, já tenho os relatórios que vou precisar para começar a fazer a Necropsia assim que chegarmos ao Necrotério, mas como eu soube que você precisa ver com seus próprios olhos...

— É... Ah...– Kate ia falar, mas foi interrompida pelo Castle.

Morrendo de ciúmes porque percebeu que o médico legista pretendia muito mais do que apenas fazer curativos e mostrar os corpos dos mortos, Castle tomou a frente – Ah, obrigada, Dr. Lucas Saints. – Castle estendeu a mão e se apresentou – Eu sou Richard Castle, marido da Kate Beckett Castle.

 

Kate olhou surpresa para o Castle diante da sua inesperada intromissão. Ele nunca havia feito isso, mas não falou nada, até porque Castle prosseguiu a sua ceninha de ciúmes – Minha esposa está muito abalada e precisa ver os corpos dos criminosos. Isto vai ajudar o encerramento do caso pelo menos na nossa mente, pois esses homens vêm nos martirizando há anos.

Desconcertado por ter sido flagrado seduzindo Kate Beckett na frente do marido dela, o Médico Legista deu um sorriso fraco para o casal – Ah, claro! Venham comigo.

Kate e Castle seguiram o Dr. Lucas. Os três se agacharam ao lado das caixas de aço abertas onde estavam os corpos do Caleb Brown e o Mason Woods.

— Rick, eu nem acredito que eles estão mortos. – Kate tocou no pescoço de ambos e constatou a pele rígida e gelada. – Pode parecer conversa de louco, mas parece um sonho que eu estou vendo isso... Meio mórbido, eu sei...

— Ah, não, Kate, eu também estou tendo esta mesma sensação. O nosso pesadelo acabou. – Castle fez um carinho no rosto de Kate. Em seguida, ele se levantou e a ajudou a se levantar também.

— Dr. Lucas, eu preciso te agradecer e te pedir desclupas por ter dado esse trabalho extra... Você abriu as duas caixas que já estavam lacradas. Obrigada! – Kate sorriu, agradecida.

— Obrigada, Dr. Lucas! – Castle ratificou o agradecimento de Kate.

— Ah, de nada! Sabendo do sofrimento de vocês, eu até fico feliz em saber que pude ajudar um pouco.

.... .... .... .... ....

A saída do cativeiro foi mais fácil do que imaginavam, pois estavam acompanhados de uma tropa da polícia local.

Uma tropa ainda ficou na fazenda fazendo busca do restante dos criminosos. Outra tropa fazia uma varredura nos arredores da fazenda e em todos os locais possíveis e impossíveis onde eles pudessem estar escondidos.

Castle, Beckett, Hayley, Esposito, Ryan, Michael Hammer e o Roy Montgomery foram seguiram com a tropa até a Delegacia de Boston e prestaram depoimentos que terminou muito tarde. Falaram inclusive o que ouviram do Caleb Brown e do Mason Woods no momento em que estavam feridos.

 Ninguém do grupo de Castle foi dispensado do depoimento, nem mesmo o Comissário de Nova York, pois todas as informações seriam indispensáveis para fechar o caso e depois de fechado, encaminhariam cópias para o Gabinete do Procurador Geral do FBI, em Washington e também para a Central de Polícia do País. Ambos órgãos tomariam as providências que achassem necessárias.

Kate Beckett foi levada à Perícia Técnica e, juntamente com o Serviço Médico da Polícia, fez exame de corpo de delito para provar a materialidade do crime e também foi verificado seu real estado de saúde após tanto tempo de cativeiro. Fez exame de sangue e outros exames e tudo isso iria constar do processo. Foram feitas fotografias de Kate e de todos os ferimentos que estavam no seu corpo.

Em nenhum momento, Castle saiu do lado dela e ela se sentia muito segura ao lado dele.

Mais tarde ficaram sabendo na varredura que a polícia fez na fazenda, no casarão e nas proximidades da propriedade rural, descobriram mais trinta homens da gangue e que, amedrontados, entregaram todos os outros envolvidos na quadrilha. Não havia mais nenhum chefe, no entanto, como faziam parte do grupo, todos foram presos.

Roy Mongomery reuniu sua equipe e fizeram check-list dos nomes de todos os bandidos que constavam dos relatórios que a Hayley havia feito e constataram que todos os nomes foram localizados e que além deles, mais de cinquenta homens faziam parte da quadriha na condição de guarda-costa e capanga, mas todos foram encontrados, sendo que alguns morreram na troca de tiros com a polícia, inclusive os principais.

Kate participou desta reunião e ficou estarrecida com a organização do grupo do LokSat e feliz com o sucesso do grupo do Castle.

A Perícia Técnica também fotografou tudo que se referiu ao sequestro, desde o cativeiro onde estava o aquário, como também os outros cômodos do casarão, inclusive a sala de comando, onde havia os monitores, os controles e demais equipamentos eletrônicos da quadrilha. Também fizeram um levantamento de todas as digitais existentes no casarão a fim de verificar se havia mais envolvidos que não foram capturados.

O Comissário Montgomery falou ao Capitão da Polícia de Boston acerca da sua suspeita com relação ao Agente Especial do FBI, Nick Durand e fizeram uma averiguação completa na ficha pessoal e profissional dele e não constataram nada. O homem era completamente limpo, o que deixou todos aliviados.

Fizeram também uma investigação rigorosa com todas as pessoas que faziam parte da vida da Emily no seu trabalho, como por exemplo, seu chefe e seus colegas do FBI e, mais uma vez, todos tinham vida pessoal e profissional limpas.

.... .... .... .... ....

Quando a polícia de Boston avisou que todos os depoimentos já haviam sido tomados, o grupo de Nova York estava muito cansado e com sono e decidiu ir para o hotel.

Não estavam mais com fome, pois pediram jantar via delivery que foi entregue na delegacia.

Logo depois dos exames que Kate fizera no Serviço Médico da Polícia, foi constatado que, com exceção das várias cicatrizes pelo corpo e uma anemia profunda, o estado de saúde dela, como por milagre, estava perfeito, contudo, ele receitou um medicamento para dores no corpo, por conta das torturas sofridas.

Quando chegasse em Nova York ela deveria procurar seu médico para fazer outros exames. Por enquanto, ela teria apenas que continuar tomando as vitaminas prescritas pelo médico da polícia de Boston.

O grupo estava em três carros e Kate foi no carro com Castle e Haylely. No caminho, ela se mostrou emocionada – Castle, eu preciso ver o Flynn! Eu estou morrendo de saudade de tê-lo em meus braços e ver a carinha dele.

Mesmo comovido com a emoção dela, Castle precisou negar – Ah, Kate! Receio que isso não seja possível agora.

— Mas... – ela tentou contestar, mas foi impedida.

— Querida, são vários os fatores que me levam a te dizer “não” e espero que você compreenda. Primeiro, está muito tarde e o Flynn, com certeza já está dormindo. Segundo, o Flynn é uma criancinha. Por mais amor que ele tenha por você, ele não te vê há um ano e pode não te reconhecer. E mesmo que te reconheça, ele não vai entender o porquê de você estar vestida assim com roupas que você não usaria. Outros fatores me levam a dizer “não”, Kate e você mesma mais tarde, depois do banho, vai enumerá-las, tenho certeza e também vai me dar razão.

— O Rick está certo, Kate. – Hayley garantiu e o fez com carinho – Amanhã você vai nos agradecer por não termos permitido que você fosse ver seu filho hoje.

— Meu Deus! Eu devo estar horrível!

— Não! – Apesar do seu sofrimento e de tudo o que você vinha passando durante todos esses meses, eu garanto que você não está horrível. – Castle afirmou.

Do seu jeito engraçado e seco de ser, Hayley continuou – O pior é que o Castle está certo, viu, garota!? Kate, eu te juro que não sinto por você o mesmo que Castle sente – ela riu divertida –, mas posso jurar que você não está horrível. Lógico que precisa de um bom banho, esfregar a pele e lavar os cabelos com um bom shampoo e um bom condicionador, passar pente e de uma boa roupa limpa, sapatos e, se quiser, uma maquiagem... Mas horrível, amiga, não. Você é tão linda que nem um ano de tortura conseguiu te fazer feia. – A inglesa riu – Eu estou rindo, mas estou falando sério, viu?

— Ah, tá! – Kate ficou sem graça diante de tantos elogios. – Vou terminar acreditando.

— Acredite mesmo. Eu estou aqui pensando... Aliás, nem quero pensar na hipótese de eu ficar um mês sem um bom banho, sem shampoo e condicionador... Socorro! Acho que eu não iria conseguir me olhar pelo espelho...

— Deixa de exagero, Hayley! – Kate a repreendeu, divertida.

— Ah, tudo bem! Mas não se esqueça de tomar um bom banho, viu, Kate?

Os três riram.

— Ainda bem que foi a Hayley que falou isso. Se fosse eu, você ia pensar que estou te elogiando apenas porque te amo.

No hotel, o grupo se separou e cada um foi para o seu respectivo quarto, com exceção de Kate que foi levada por Castle para o quarto dele.

Quando chegaram ao quarto, Kate percebeu que o Castle continuava o mesmo. Ele podia ser simples, divertido e uma pessoa completamente sem frescuras que se dava com todas as pessoas, independentemente de cor, religião, partido político ou situação cultural e social, mas na hora de conforto ele não abria mão – o quarto de hotel era maravilhoso. Tinha uma ampla sala, uma pequena copa cozinha, um quarto grande com uma cama de casal super king e, em anexo, uma sala de banho com uma banheira redonda para duas pessoas. Tudo era muito lindo e a decoração do mais alto padrão e para completar, havia um lindo arranjo de rosas vermelhas na mesa de centro da sala e outro, igualmente belo, na bancada do quarto.

Ele percebeu que ela ficara satisfeita com tudo que viu – E aí, Kate, satisfeita? – Castle indagou.

Kate torceu a boca, emocionada, e comentou – Como é bom me sentir bem recebida. Estas flores são lindas, Rick! Estou me sentindo em casa... Em Nova York. – Ela sorriu tímida.

— Kate, espero que você não tenha ficado chateada porque eu reservei esta suíte com apenas um quarto e uma cama... Mas não se preocupe... Fique tranquila que eu não vou tentar nada. Eu sei que temos muito o que conversar, então... Mas se você quiser que eu peça uma suíte com dois quartos...

— Não, Castle! Tá tudo bem... Não precisa... Temos mesmo muito o que conversar... Mas eu vou me sentir mais confiante se você ficar comigo. – Ela estava emocionada.

Ele a abraçou bem apertado e secou as lágrimas dela. Era normal ela se emocionar com essas pequenas coisas e com o cuidado dele para com ela, afinal de contas, ela vinha passando provações, sofrimentos, humilhações e todo tipo de necessidade por um ano naquele cativeiro pavoroso.

Ela se afastou do Castle e avisou – Eu vou tomar banho.

Ele foi com ela até o banheiro e ligou a banheira.

Ao ouvir o som da água jorrar na banheira, Kate ficou apavorada. Ela começou a andar de costas, assustada, esticou a mão como para se proteger do jato d’água, sentiu uma indisposição e ficou tonta e caiu de joelhos no chão, mesmo assim, tentou engatinhar para sair do banheiro, completamente atormentada.

Ao perceber a reação de Kate ao jato de água da banheira, ele fechou imediatamente a torneira e foi ampará-la – Oh, meu Deus! Não imaginei que iria acontecer isso, Kate! Mil perdões! – Ele a abraçava forte.

Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Kate tremia muito – Todos os meses, todas as semanas, eu era colocada naquele aquário e recebia jatos de água pelo corpo até encher completamente. Eu ficava submersa por dois ou três minutos... Eu nem sei como sobrevivi, pois nunca tinha feito curso de mergulho. O tempo que eu ficava no aquário eu quase não me alimentava e quase não dormia, pois, o tanque enchia e esvaziava seguidamente com intervalos curtos. As vezes ficava vazio por algumas horas e nesse período eu dormia, mas eu era acordada com o jato forte no meu corpo. 

Já passou, meu amor.

— Eu vou tomar banho de chuveiro. – Ela avisou.

— Você já está melhor, mesmo? – Ele se preocupou.

— Sim, obrigada, estou bem.

— Então tome. – Ele entregou a ela uma grande necessaire e quando ela abriu ficou em choque, mas foi uma surpresa maravilhosa. Ali havia todos os itens de sua higiene que ela tinha o hábito de usar, inclusive com as marcas e com os aromas pessoais, inclusive sabonete em creme, shampoo, condicionador e creme hidratante para o corpo, todos com um suave aroma de cerejas. Havia ali também seu perfume favorito e muitos outros itens pessoais e necessários para higiene e saúde da mulher.

— Ah, Rick! Você é incrível!

— E tem mais. Ele trouxe até ele uma pequena mala de viagem e ao abri-la ela se deparou com algumas peças de roupas íntimas, roupas normais para o dia a dia, inclusive agasalhos e echarpes e por fim ele estendeu uma camisola negra rendada, a mesma que ela tinha usado na primeira vez em que passaram um final de semana nos Hamptons. Havia ainda uma sandália, um sapato e uma bota dentro de sacos plásticos lacrados.

— Nossa Senhora! Você é realmente incrível, Rick!

— Sou apenas um homem que é completamente apaixonado por você e que nunca perdeu a esperança de te reencontrar. Então, vá tomar seu banho. Você está bem mesmo? Qualquer coisa, é só chamar.

Ele previu que ela precisava de privacidade e não se ofereceu para tomar banho com ela, até porque, tinham muito o que conversar antes de dar qualquer passo na direção de um relacionamento físico mais íntimo. Uma coisa era ele dizer que a amava e ter dado vários selinhos nela, outra coisa era aprofundar um relacionamento físico, quanto havia várias pendências envolvidas.

Kate deu um longo suspiro de satisfação por estar sã e salva – Estou ótima, graças a Deus!

Depois de quase uma hora no banho, Kate saiu do banho vestindo apenas a camisola negra de renda. Assim que ela saiu do banheiro, o leve aroma de cerejas, característico de Kate Beckett, perfumou o quarto. Seu cabelo estava lavado e ela o secara no secador do banheiro. Ela estava belíssima e se não fosse por uma pequena cicatriz no canto superior esquerdo da testa e algumas escoriações nas pernas, ninguém diria que ela estivera sequestrada e em apuros por um ano. Era simplesmente inacreditável.

— Uaaauwww!!!!  Você está linda! Você é linda! – Ele sorria apaixonado, mas logo recuperou o controle e moderou suas palavras – Bem, Kate, eu tenho certeza que você está exausta. Além de tudo o que você passou no cativeiro, hoje você não teve um minuto de trégua, porque você prestou depoimento e respondeu perguntas atrás de perguntas, foi examinada dos pés à cabeça. Então, nada como uma ótima noite com um sono restaurador, sem hora para acordar, não é, Kate? Mas se você acordar assustada por algum motivo, é só me chamar.

— Tudo bem. – Ela aquiesceu e deu um lindo sorriso para ele.

— Você quer que eu prepare um chá de camomila para você dormir melhor?

— Ah, não, obrigada. Eu estou tão cansada e com tanto sono que acho que não precisa.

Ele a levou até a cama e, retirando o edredom, ele a ajudou a se deitar, cobrindo-a novamente.

— Boa noite, Kate! Bem, eu vou tomar meu bonho. Eu estou louco para tomar uma ducha, pois, também estou com muito sono.

..... ..... ..... ..... .....

Usando um pijama de tecido leve que consistia em uma calça quadriculada em tons de azul e uma t-shirt básica azul escura, Castle saiu do banho e a primeira coisa que viu foi sua esposa dormindo do mesmo lado da cama em que ela dormia no tempo em que estavam juntos, desde o início do namoro deles.

Após apagar as luzes, ele se enfiou sob o edredom e se deitou com cuidado na cama e, aos poucos, com muito cuidado para não acordá-la, ele foi chegando perto dela até que conseguiu abraça-la de conchinha e, como por hábito, mesmo dorminto, Kate se aconchegou a ele do mesmo jeitinho que faziam desde sempre.

Neste momento, apesar de estar morrendo de alegria por tê-la ali nos seus braços, seu lado primitivo se sobressaiu e um ciúme se formou, pois, imaginou que Kate podia estar se imaginando nos braços do Nick Durand.

Contudo, como para abrandar sua alma e seu ciúme, Castle percebeu que, devido a agitação do sequestro, Kate falava como se ela fosse noctâmbula – Ah, Castle! – Kate se aconchegou mais ao corpo do Castle e, mesmo dormindo, com voz rouca, murmurou bem baixinho e quase inaudível, mas ele escutou – Eu te amo, Rick! Sempre!

Aquela declaração de amor dita por Kate, em pleno sono, serviu como um bálsamo e foi mais forte do que mil calmantes que ele pudesse tomar.

Após fazer uma oração de agradecimento a Deus por Ele ter ajudado na localização de Kate e por ela estar salva, o sono do Castle chegou e, finalmente abraçado a sua linda e amada esposa, Castle dormiu rapidamente.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

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