Lágrimas da Realeza escrita por ShinySaturn


Capítulo 7
Capítulo Especial - Cintilantes sobre nós - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

E, assim… Por fim… Não existia, mais ninguém, pelo qual, eu podia, inquietante e indomável amar, minha ardia paixão, desta forma assim… Compartilhar…



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Segurou novamente, com gestos leves, após passar suavemente as suas mãos nas minhas, repleta de uma profunda delicadeza, a tal magnífica flor, removendo, num pequeno jogo sedutor de distracção, ela de entre os meus dedos… Eu não entendi bem, estava nervosa, e muito, com tal aproximação, meu corpo estremeceu…

Até ela ajeitar meus cabelos desengonçados e prender a mesma flor rosa sobre estes, começando a acariciar a minha face de seguida. Pisquei os olhos e suspirei, sem entender exactamente o que aconteciam… Minha maldita confusão! Sempre um tremendo incomodo!... Seus olhos brilhavam profundos, encarando os meus, tão magnífica sensação inexplicável… E eu, apenas imóvel, apenas encantada, com todo o brilho da situação que vivenciei nesses minutos que pareceram não passar de tentadoras horas, sabia que tal gesto não necessitava de palavras, meras palavras, quaisquer palavras, sabia o que ela agora queria dizer, ao me ver assim, enfeitada com aquela flor, ao fitar, de tal modo, seus olhos nos meus… ‘’Estás linda’’, foi o que o magnifico sorriso presenciado na face dela imediatamente descreveu, ou, no mínimo, dera a entender, com todas as minhas certezas, enquanto me segurava, e acariciava-me de modo igual.

Seguidamente, empurrou meu corpo contra o seu, não me deixando fugir, prendeu-me com força, e ao mesmo tempo, imenso cuidado, entre seus braços. Não existia palavras para explicar, para descrever, o que ela fez, para saber, o que ela sentia, ou de modo exato, com tudo aquilo, o que ela queria… O que ela mais pretendia com tal… E o que eu sentia com tudo aquilo...

Eu agora estava perfeita, linda, com aquela coisa orgânica, presa em mim… Não sabia que ela dava assim tanto valor àquelas coisas estranhas deste planeta simplório… Mas esse pensamento, era apenas um mero pensamento viajante, pouco ou nada disso importou, na mais pura real… Porque eu, eu, porque eu, finalmente, depois de tanto tempo, finalmente… Sim, finalmente, estava agarrada á pessoa que tanto amara!… Como eu me sentia feliz! Como eu me sentia tão feliz!

É inexplicável… Quando dei por mim, depois de longos momentos de meras pequenas conversas, quase inexistentes caricias e partilhas de alguns pensamentos, além de emoções escondidas no meu eu mais profundo, sempre no fundo do buraco... Senti-me capaz… Finalmente capaz… Finalmente senti-me capaz de algo, crime que á muito não queria cometer, de algo que á muito evitava… De algo que á muito profundamente desejava!… Não sabia os motivos desta mudança súbita, só sabia, que finalmente seria capaz de avançar! Seguir o caminho que eu tanto queria, com o meu desejo  interno e oculto, que em breve se revelaria, estava mais que pronto para se revelar…

Uma explosão de felicidade emanou no meu interior, era isto que eu queria, eu tinha toda a certeza, que era, isto! SIM, ERA ISTO! O que eu sempre quis, o que eu mais queria!

Deixei minha expressão pensativa, de cansaço, de confusão… Transformar-se no mais puro sorriso que alguma vez consegui desenhar na minha face. Num pulo, agarrei-lhe de imediato o seu pescoço, envolvendo meus braços nela com perícia, fazendo-a desequilibrar, quase cair no chão, em cima de mim… Ela não se importou, e conseguiu-me suportar em seu colo, apenas gostou, riu, porque me adorava, e recebera bem este meu tamanho gesto.

 Aquele fora o maior salto que alguma vez fui capaz de dar… Tão perfeito, um pulo repleto de uma gargalhada, uma felicidade incrível, alegria que nunca tinha atingido tal nível… Nunca me tinha sentido assim! Ai! Eu estava tão viva!

Como eu me sentia feliz! Apesar de todas as atrocidades que conhecia, foi como se me tivesse esquecido de tudo aquilo que sempre me impedia, que sempre me fazia ignorar o chamamento do meu puro amor… O sentimento da minha intensa interior paixão por ela…

Era isto que eu queria! Nada mais…

O meu grande amor, não me evitou, me aceitou assim, e começou a sorrir imenso. Tal como eu, um sorriso rasgou-se na sua cara de tal maneira inexplicável… Apenas inexplicável…

 Sempre ficava encantada com seus sorrisos, mas aquele, aquele foi o mais belo que eu alguma vez, vi, o mais belo, o mais lindo que alguma vez percebi gravado na sua face. Ambos os nossos sorrisos de paixão foram, cegamente maravilhosos… Não sei o que ela pensava do meu, mas o dela, o dela quase me fez perder a forma, de tanto encantador, de tanto brilhante, perfeito, lindo, magnifico, deslumbrante, que ele era… Não existe palavras para descrever… Apenas, não existem…

Não existe palavras para explicar, o que nós sentíamos, sim isto era um intenso amor, chama eterna de esplendor, sim, isto era um intenso amor que ardia em nossos corpos com tamanha ferocidade imensa, que iluminava aquele anoitecer ainda mais, á medida que as estrelas eram, aos poucos, gravadas naquele céu límpido… Estrelas que carregavam o fardo da nossa esperança, agora uma triunfante conquista, de tamanha relação. Tamanha relação nossa, em sintonia com a natureza, um sentimento de perfeição em nós as duas…

Agarrou meu corpo por minhas ancas, segurando-o, elevando-o até o céu, graças a sua força bela e incrível, invencivelmente começou a rodopiar, e a rodopiar.  Estávamos tão vivas, tão alegres, finalmente, nos aceitamos oficialmente uma a outra, sabíamos que era isto que mais queríamos, que sempre quisemos, que profundamente desejávamos, era isto, mais nada! E mais nada irianos impedir! E então… Rodopiávamos… Rodopiávamos… E rodopiávamos cada ver mais… E mais nada nos iria impedir de dar o próximo passo! Simplesmente, e apenas… Mais nada!

Já era tarde, já ficara tarde, e eu a abracei, abracei tanto de seguida, como se fosse uma última vez… O céu já começava a diminuir sua luminosidade, dando lugar a pequenos focos de luz, poucos, mas os bastantes para iluminar nossos corpos, como imponentes pequenas lanternas, que esvoaçavam nossa existência. Várias luas, devidamente alinhadas, igualmente cintilavam com esplendor, ocupando o lugar do sol que agora já não era mais sentido… Porém, tal brilho branco e leve conseguia ser ainda mais encantador que os raios de tal poderosa bola imóvel de fogo.

A noite caíra, finalmente, caíra, abrindo uma excepção a tais estrelas, e luas, e pequenas estrelas, e vastas luas, lindas, tão encantadoras, tão distantes, que cintilavam acima dos nossos corpos, e de toda a orgânica paisagem.

E entre as plantas, e as árvores, estávamos lá nós… Nós as duas… Felizes profundamente, e rodopiávamos, rodopiávamos, e rodopiávamos, sendo rodeadas por pequenos fofos seres voadores, folhas brilhantes e plantas esvoaçantes, sintonia enquanto dançávamos, mesmo ali, juntas.

Voltou a colocar-me no chão, e olhou para mim, agarrando minhas mãos, dando alguns passos calmos, muito leves, e eu, instintivamente, seguia seus movimentos, encantada com o seu esplendor.

Não resistimos, eu não resisti, ela não resistiu, e acabamos soltando algumas palavras, simplórios versos, muitos totalmente improvisados, ou frases de profundo significado, frases um tanto desorganizadas, mas realizadas por amor. Tudo isto, enquanto nos encarávamos uma á outra e rodopiávamos, e rodopiávamos, e rodopiávamos cada vez e cada vez mais, com ainda mais intensidade, e mais velocidade, que era acompanhado por acrescente amor que quase cortava a nossa própria respiração…

Pés firmes no solo, entre as plantas incandescentes, com cautela, nossos movimentos criavam uma coreografia ao som da nossa pequena, mas muito especial, improvisada melodia.

As luas e as estrelas, outros astros, nobres planetas,

cintilantes sobre nós, sempre por ai, calma a vaguear…

Entre as luas e estrelas, outros nobres planetas,

não existia mais nada com quem possa assim,

desta forma, intensa, tão amar…

Não existia mais ninguém pelo qual eu podia,

minha ardia paixão, desta forma assim…

compartilhar…

Nossas vozes saiam em coro, com calma, como se eu soubesse as suas palavras, como se ela já conhecesse as palavras que eu iria cantar, não sabia exactamente o que ocorrera, não sabia como, nem os motivos para tal, mas… Isso, não importava mais, pois finalmente estávamos dando aquele enorme e tão desejado passo em frente, estaríamos finalmente, realizando nosso tão temido e profundo desejo, estaríamos, por um fim magnífico… Sim… Um fim juntas… Estaríamos, oficialmente, juntas… A enfrentar todas as atrocidades, coragem para tal, coragem para seguir em frente e ignorar todo o resto que sempre nos impedia… Esse impedia já não existiria mais!... Pois… Estaríamos juntas… Finalmente juntas…

Continuamos… A rodopiar, rodopiar, e a rodopiar, e sempre assim, doces versos e frases, melodia impulsiva, a cantar…

Oh, meu rico e caro amor…

Cheia de violento esplendor!

Faz-me voar aos, céu sem fim…

Oh, meu rico e interno amor!...

Salvadora do escuro interior de mim,

a flor simples, mas de grande calor…

Desperta e atinge a pura luz

Oh meu amor!…

As luas e as estrelas, outros astros, nobres planetas,

cintilantes sobre nós, sempre por ai, calma a vaguear…

meros passos de vaguear, vaguear de esplendor

Uma música simples, canção do fundo do nosso interior. As palavras podiam não ser as melhores, as rimas podiam parecer estranhas, forçadas, mas era uma melodia para nós as duas, perfeita, tão perfeita, apesar de todos os seus aparentes defeitos.

Tão linda, palavras escritas nas nossas vozes, do fundo de nosso sentimento mais puro, presenciado no momento. Não existia palavras perfeitas para descrever o momento, que nós as duas, constantemente sentíamos, pois não existia palavras para procurar, encontrar, ou descobrir, porque as palavras que usávamos, porque as palavras que cantávamos, melodia do nosso mais profundo interior, eram as perfeitas, pelos seus devidos e mostrados defeitos.

Eram perfeitas, porque foram as escolhidas para tal, porque não existiram mais nenhumas que conseguimos encontrar para tal, e impulsivamente, em tal instante, profundamente cantar…

Não existem palavras…

Sentimentos, maldições indignadas…

Apenas, palavras não existem,

para descrever este sentimento…

Maldições indignadas, maldições ultrapassadas…

Neste alento, encontrava imensas facadas,

E me julgava ser, um ser esperto…

Conquistada por um simplório afeto…

Mesmo na ignorância, memórias iradas…

Versos sem sentido, mas com algum subtexto especial invadiram e invadiam cada vez mais nossas vozes em sintonia, pouco desafinadas, cantadas com mesmo carinho e tão semelhante e relaxante tom..

Foi como se o universo tivesse parado, para nos honrar, para honrar somente nós as duas… E nossas palavras, tão erradas, e ao mesmo tempo, tão certas… Tão perfeitas…

Pois os poemas, são tão pessoais, as músicas, ou os poemas, são palavras interiores sem sentido, nossos sentimentos são tão sem sentido!... Os poemas descrevem nossos sentimentos, são complicados de entender… O que nós sentíamos, era tão complicado de entender, mas eu só tinha a certeza que era isto que eu mais queria… Como sempre anteriormente disse… Estávamos ali, a rodar e a dançar, rodopiar e cantar, com ela… Juntas… Desfrutando de tão confuso amor… Estávamos finalmente juntas… Prontas para prosseguir em frente… Juntas… Disfrutando de tamanho amor… E não interessava entender tudo isto… Não interessava entender tal…

As luas e as estrelas, outros astros, nobres planetas,

cintilantes sobre nós, sempre por ai, calma a vaguear…

Num vasto radiante universo,

não existia mais ninguém pelo qual eu podia,

minha ardia paixão, desta forma assim…

compartilhar…

Meu desejo, só por ti, pernoita inquieto,

existência, opiniões sempre armadas

Meu desejo, indomável afeto…

Agora, totalmente desarmadas…

Mas quando, pela primeira vez, me desarmas,

minhas garras já não ficam assim, tanto blindadas…

E, assim… Por fim…

Não existia, mais ninguém, pelo qual, eu podia,

inquietante e indomável amar

minha ardia paixão, desta forma assim…

compartilhar…

Ao terminar a melodia, com a voz tão suave, palavras que desapareciam num nobre eco, levadas pelo vento, até já não serem mais perceptíveis docemente nos nossos ouvidos… As estrelas pareceram parar o brilho, para se intensificarem cada vez e cada vez mais. Os astros paparam, o tempo parou, os animais pararam, a noite parou… Para nos presenciar, neste tão pequeno, mas muito especial, seguinte momento…

As luas e as estrelas, outros astros, nobres planetas,

cintilantes sobre nós, sempre por ai, calma a vaguear…

minha ardia paixão, desta forma assim…

compartilhar…

cintilantes sobre nós, sempre por ai, calma a vaguear…

Senti os lábios dela a tocar nos meus, e eu retribui, com a mesma satisfação, com o mesmo carinho e amor… Tão grande, tão intenso, foi inexplicável… Não existiam palavras para descrever tal puro e magnifico gesto. Apenas não existem palavras, como já disse… O amor, o nosso tão intenso presente amor, tão confuso, inexplicavelmente magnifico… Os seus lábios nos meus, que intensidade tão especial… Todo este momento, incrível… Nunca me senti tão feliz em toda a minha vida!...

Um brilho repentino pareceu surgir do chão, invadido o local onde nos encontrávamos, invadido nossos corpos, num círculo sereno, formado por pequenas estrelas cintilantes, que rodopiavam enquanto nos beijávamos… Não sabia exactamente o que ocorrera, quando dei por mim, senti seu corpo cada vez e cada vez mais intenso, tocar no meu… Demos mais alguns finais passos de nossa dança… De modo igual, nossos físicos se misturaram, numa chama intensa, á medida que tal elegante purpurina flutuava ao nosso redor, flutuava cada vez e cada vez mais rápido, cobrindo nossas existências, cobrindo os céus, as plantas, iluminando tamanha tardia paisagem da noite, de autentico esplendor.

Paramos… E…

Estávamos, finalmente estávamos… Sim… Estávamos finalmente… Juntas… Finalmente ficamos… Como sempre desejamos… Sim… Nós ficamos… Juntas… Ficamos… Uma só…

***

Uma brisa de vento atingiu as copas das árvores e das plantas ao nosso redor, e estas não fizeram qualquer barulho, permaneceram, imóveis… A noite já á muito chegara, mas aquele mesmo ambiente mágico, de estrelas e planetas faiscantes, dotado de mais nenhuma descrição por ser tão perfeito… Um anoitecer cintilante… Já fora, já fora embora á muito…

E quando dei por mim, estava só, numa pura escuridão penetrante, que virou uma realidade... Uma tremenda realidade, que eu não queria encarar, apenas, não queria… Mas que… Teria… Seria obrigada a querer, encarar, apesar de ser contrariada por todo o meu ser…

Pisquei os olhos, uma, uma, outra, e mais outra, e mais uma outra vez, para tentar compreender o que ocorrera.

Eram… Memórias?... Tudo isto, não passara de memórias, malditas memórias que constantemente quase destruíram o meu ser…

Olhei o redor, ao longe podia ver ruinas, construções bem antigas, ainda erguias, se desfazendo com o tempo, e um vasto deserto de agreste terra, finas areias movidas pelo vento, e rochas cortantes que penetravam do chão…

As árvores já não existiam mais agora, nem as plantas, nem os animais e outros pequenos aliens orgânicos que esvoaçavam o meu redor… Que estavam presentes naquele antigo momento, que esvoaçaram, em outras eras, ao ritmo de tamanha brilho e preciosa melodia, autentica serenidade, ao nosso redor… Sereno ambiente que desaparecera… Serenidade que já nunca mais iria existir…

Não! NÃO PODIA SER!...

No meio de tal alto e muito antigo, outrora erguido, monte de terra, de pé, observei a velha rocha plana… Sem plantas ao seu redor, sem sequer nenhum vestígio das árvores que lhe proporcionavam sombra naqueles tempos antigos… Era apenas uma rocha simplória, ali mesmo… Parada no tempo… Parada tal como minhas próprias memórias, minha própria face… Eu não sabia em que pensar, de modo exato, nem sabia o que dizer, de modo seguro, não sabia o que me acalmar…

Por algum motivo, minha dor misturava fúria e raiva… Aproximei-me, e sentai-me sobre a mesma superfície plana, uma lágrima escorreu no meu rosto, com uma lentidão, somente esperando outras surgirem… Mas me mantive bem firme…

Apertei meu punho, com força, para tentar controlar minha emoção… E fiquei observando minha mão se abrir lentamente, de seguida, ergui a cabeça, e comecei observando a passagem, paisagem que outrora fora rica de esplendor… Paisagem que agora estava fria e temida, e eu aqui, agora, totalmente só…

Eram… Sim… Memórias… Não passavam de memórias… Malditas memórias!...

— Não… Quanto tempo passou?... Já muito… - Murmurei, quase instintivamente - Á quanto tempo que não nos vemos?… Á quanto tempo, que não estamos?… Aqui… Juntas?…


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