Escolher um hobby ao lado do homem-tigre era algo que Akutagawa não queria. Ele sequer queria um hobby, porém, não parecia que Atsushi havia entendido, ou queria entender os seus mais puros e honestos sentimentos.

Pescar era pior do que se imaginava; cozinhar era desnecessário e trabalhoso, Ryuunosuke preferia simplesmente comprar refeições prontas; natação, surf, acampamentos e qualquer atividade em contato com a natureza estavam fora de cogitação, assim como artes. Venhamos e convenhamos que ele não possuía uma gota artística no seu sangue.

Apesar de cansativo, Akutagawa gostava de jogos, porque a possibilidade de vencer Atsushi sempre o atraía; culinária também havia se provado não ser para ele, porém, constantemente, estava arrumando os erros que Nakajima cometia, fosse na decoração ou na reprodução da receita; escrever poemas e ver clássicos do cinema também se tornaram um gosto seu.

De acordo com a definição do dicionário, e seu próprio entendimento, eles podiam ser contados como hobbys, no entanto, Akutagawa não concordava com isso.

Soaria como uma fraqueza, porém, Ryuunosuke apreciava a companhia de Atsushi. Passara a gostar, na verdade. Não apenas da companhia, dos seus sorrisos, abraços impulsivos – Akutagawa gostava ainda mais quando ele se afastava por ele ainda se importar com seus limites de toque físico. Ainda que doesse seu ego, ele permitia os beijos e toques mais íntimos, pois Ryuunosuke, particularmente, gostava deles.

Quando Atsushi se atreveu a tentar deixar Akutagawa por si só, Akutagawa ficou incrédulo da falta de profissionalismo, afinal, para ele, estarem juntos era o que gostava nas atividades que fazia. Sendo sincero, Akutagawa não iria botar o pé na cozinha se fosse ficar sozinho.

Portanto, ele não permitia que Nakajima se afastasse dele nem um pouco. Se Atsushi estava mesmo tão disposto a mantê-lo vivendo também de outras formas que não envolvessem trabalho ou o que ele fazia no trabalho, não deveria fazer nada além de permanecer ao lado de Ryuunosuke.