"Vamos procurar nessa montanha! Essa trilha tem vestígios de que alguém passou por aqui!" - disse um homem de farda e boné militar

"Essas malditas crianças... Sempre fugindo do orfanato!" - disse o segundo homem que vestia as mesmas roupas mas era mais gordo e tinha um grande bigode

Eles estavam começando a subir uma montanha cavernosa. Mal eles sabiam que Lapis e Lazuli já haviam chegado ao topo:

"Lapis... to com medo... Eles vão nos pegar!"

"Não irão, mana! Eu vou te proteger! Custe o que custar!"

Lapis e Lazuli ambos com sete anos de idade haviam fugido do orfanato onde eram maltratados aquela manhã. Eles estavam no topo de uma montanha rochosa onde no topo havia uma caverna:

"Espere aqui até eu ver se essa caverna é segura para nos escondermos."

"Não é justo! Eu tenho a mesma idade que você, irmão!" - responde Lazuli

"Na verdade você é um minuto mais nova, então eu sou o mais velho aqui! Se esconda entre as rochas para o caso dos cães de caça chegarem." - disse Lapis se referindo aos soldados que subiam a montanha

Lapis adentrou a caverna que ali havia. Ao ele estar completamente dentro ele ouviu um zumbido e ao olhar para trás viu que a entrada da caverna foi fechada por uma barreira verde que reluzia. Do outro lado Lazuli batia com a mão e chorava chamando por ele. Lapis estava preso ali, então decidiu que devia seguir em frente para descobrir o que havia ali e assim sair e reencontrar sua irmã. Lapis olhou para trás e sorriu para demonstrar para sua irmã que estava tudo bem.

Ele seguiu em frente na caverna que tinha vários cristas cravados nas paredes. Ao longe ele avistou um grande lago no meio da caverna que tinha uma água prateada que reluzia. Do outro lado do lago sentado numa pedra uma figura estranha pescava com uma vara. Ele chegou mais perto e perguntou:

"Ei! Quem é você? Foi você que me trancou aqui? Como eu saio desse lugar?"

"Calma... Uma pergunta de cada vez." - disse o velho ermitão que tinha uma voz potente 

O velho ermitão tinha cabelos negros até a cintura, já com mechas brancas por causa da idade. Tinha uma cicatriz no rosto e seu chapéu de palha cobria seus olhos. Ele usava uma velha armadura negra, quebrada em alguns lugares e na cintura tinha um manto de pele de animal amarrado. Ele estava de pernas cruzada em cima da pedra com sua vara de pescar provavelmente tetando pescar no lago prateado:

"Chegue mais perto, garoto... Não tenha medo." - disse o ermitão calmamente

Lapis viu que a única maneira de chegar a ele seria andando no meio do lago. Ele sabia flutuar, mas não conseguia fazer isso na caverna pois algo o impedia. Ele deu alguns passos no lago e viu que era raso, então seguiu em frente. A água prateada batendo no seu corpo, o envolvendo numa aura de completa calma. Eis que ele chegou a frente do ermitão que agora levantou o chapéu revelando seus olhos negros:

"Primeira pergunta. Quem sou eu?" - o ermitão fez uma pausa e respondeu - "Você saberá na hora certa. Pode ser hoje... ou pode ser daqui anos e anos. Mas quando chegar a hora você saberá. Ou se lembrará..."

"E qual o problema de dizer agora? Eu to confuso... Como assim me lembrarei?"

"Eu não posso dizer. Senão isso alteraria o rumo da história. Só o fato de eu estar aqui já alteraria toda a linha do tempo. Foi por isso que eu me escondi nessa caverna onde o tempo passa diferente e não tem relação com o tempo real fora dela."

"Como assim?" - Lapis ainda estava confuso

"Quer dizer que um ano aqui dentro equivale a cerca de doze minutos lá fora..."

"Quantos anos você tem então?" - Lapis estava palmo

"Essa será a quarta pergunta então... Vamos seguir para a segunda pergunta. Fui eu que o tranquei aqui? Bem... Eu criei uma auto-defesa nessa caverna ao entrar nela, então quando alguém entrar aqui automaticamente minha barreira trancará essa pessoa aqui, para que ela não saia e a linha do tempo seja alterada."

"Mas eu não posso ficar aqui para sempre! Minha irmã está me esperando do lado de fora, desesperada! Se eu não sair daqui os soldados irão pegar ela..." - Lapis estava desesperado

"Terceira pergunta... Como sair desse lugar?" - o ermitão fez uma pausa e respondeu - "Só sairá desse lugar aquele que eu permitir... Há um propósito de você estar aqui hoje."

"Como assim? Você nem sabe quem eu sou!"

"E como sei... Quando apareci nessa linha temporal seus pais foram os únicos que me abrigaram. Eu fui perseguido. Então seus pais me deram a localização dessa caverna que eles haviam estudado para as pesquisas de espaço-tempo deles e disseram que se eu unisse meus poderes a ela conseguiria viver em paz."

"Meu pais?" - uma lágrima escorreu pelo rosto de Lapis e uma imagem dos pais dele passaram por sua mente - "E porque você simplesmente não voltou para sua linha temporal?"

"Por que minha linha temporal foi destruída... Eu fui o único sobrevivente... Mas isso não vem ao caso. Quarta pergunta... Quantos anos eu tenho? Fazem quatrocentos e trinta e oito mil anos que estou no interior dessa caverna, o que dá em torno de dez anos terrestres. A quarenta e três mil e oitocentos anos seus pais voltaram até mim e disseram que tomariam uma decisão drástica e pediram para mim cuidar de vocês quando chegasse a hora."

"Mas meus pais morreram! Eles não tomaram nenhuma decisão drástica! Eles simplesmente morreram!" - Lapis soluçava

"Quando chegar a hora você saberá... Você só entrou nessa caverna porque eu o guiei até aqui. Eu procurei por um ki igual a de seus pais e localizei dois. Eu não podia interferir diretamente na sua linha temporal, então usei telepatia escondida, na qual posso "comunicar algo sem comunicar" basicamente. Algo o guiou até aqui. Sua vontade de viver o guiou até aqui. Foi nessa vontade que coloquei minha telepatia escondida. Agora que você está aqui chegou o momento de eu cumprir a promessa que fiz a seus pais."

"O que acontece agora? Por que minha irmã não fazia parte da promessa?"

"Seus pais disseram que assim que você nasceu eles viram no seu registro de células avançadas que você tinha conjuntos de reações químicas que indicavam o de alguém que está em constante estado de alerta e proteção para com os que amava. Você seria o protetor de Lazuli. Por isso você foi o escolhido. Minha tarefa é treinar você. Nessa caverna o tempo passa diferente, ou seja, quando você sair você pode encontrar sua irmã normalmente. Ela terá a mesma idade, mas já você... você será o irmão mais velho... aquele que protegerá ela!"

Lapis estava surpreso por seus pais terem bolado todo esse plano com relação e ele, mas isso o deixava pensando que seus pais já sabiam que iam morrer. Contudo Lapis abraçou o presente que seus pais haviam lhe dado. Ele treinaria com o velho ermitão:

"Em honra a meus pais eu aceito o treinamento!"

"Você será o escudo que protege sua irmã! Num futuro distante você salvará o destino de todo o multiverso. Eu simplesmente sinto isso. Com o tempo eu desenvolvi habilidades inimagináveis. Eu viverei durante toda a eternidade aprisionado a essa caverna, mas meu legado estará livre... dentro de você! Levará cinco anos para você dominar o básico da Técnica do Gladiador, então lá fora se passará uma hora. Sua irmã terá de esperar até lá..."

"Técnica do Gladiador? O que seria isso?"

"De onde venho essa é a técnica que só os guerreiros de elite usam. Você não é de minha raça, mas criei um método para que qualquer raça possa usar a técnica. Anos e anos nessa caverna deram a possibilidade de eu explorar todas as facetas dos meus poderes."

"Eu não sou de sua raça? Mas de que raça você é? Pra mim você parece um terráqueo comum..."

"Eu sou um Saiyajin... Eu não devia te dizer isso... no futuro você acabará entendendo o porque que eu não deveria ter dito."

"Uma última pergunta, Sensei... Qual o seu nome?"

"Meu nome?" - o Saiyajin ermitão fez uma pausa e prosseguiu - Meu nome é Yamoshi..."

No presente, Dezessete no interior de Lazeto teve uma subita descarga de memórias. Ele se lembrara de como conhecera seu mestre Yamoshi e de como dominara a Técnica do Gladiador. Essa memórias estavam ocultas dentro dele. Elas sumiram temporariamente após os experimentos de Maki Gero, mas com o despertar espiritual de Dezessete após ver sua irmã se sacrificar por ele, as memórias acabaram voltando até ele. Dezessete chorava no interior de Lazeto sendo amaparado por Dezesseis, mas por fora mantinha a compostura:

—-- Irmã... a Técnica do Galdiador finalmente ficou pronta! Agora entendo que a peça chave para completá-la era eu lutar por aqueles que amo. Antes de virar um Android eu fazia isso, porém, na época não era tão forte para dominá-la totalmente! Agora eu posso... graças a você... IRMÃAAAA!!! - Lazeto rugiu aos céus

—-- Quanta melação, inseto insolente! Não se esqueça de que estamos em um luta! - Berserker estava a frente dele

Lazeto estava cansado, pois nada que tentara atingira Berserker, que estava ileso. Mas chegara hora de a técnica do Gladiador mostrar todo seu resplendor:

"Obrigado... Yamoshi-Sensei... Por conceder o presente que meus pais me deixaram de herança... Eles eram o escudo que nos protegia... Agora finalmente eu entendi o significado disso. Eu não pude proteger Lazuli. Mas protegerei todo o universo em memória dela! Obrigado... Ermitão-Sama!" - Lazeto olhava para o alto tentando fazer com que a mensagem de alguma forma chegasse a Yamoshi

Lazeto então fica sério. Ele finalmente invoca a técnica do gladiador completa. Um escudo verde se formou no braço esquerda de Lazeto, que agora era coberto de aço dos lados, feitos do mesmo matéria da armadura de Dezesseis. Uma espada de condensada de ki verde apareceu na mão direita de Lazeto, revestida do mesmo aço do escudo no cabo da espada. As memórias a respeito de Yamoshi, o despertar espiritual causado por Dezoito e a fusão com Dezesseis lhe permitiu finalmente concluir a obra que seus pais deixaram antes de morrer:

—-- Essa é uma marcha... uma marcha pela humanidade! - Lazeto sai com seu escudo e sua espada de energia verde em direção a Berserker - AAAAAAHHHHH! - Lazeto se protegia dos golpes que ultrapassavam a velocidade da luz e do som que nem mesmo Jiren conseguia ver, utilizando seu escudo

Ao Lazeto se proteger da chuva de golpes ele finalmente encontrara uma brecha. Ele desfere um golpe de baixo para cima com sua espada. A lâmina que corta o céu finalmente desferira seu golpe. Berserker reluziu em sangue. Lazeto sorriu levemente, pois sentiu que de alguma forma Yamoshi ouvira sua mensagem. Em um lugar a milhões de quilômetros dali, numa caverna isolada, agora ainda mais distante da civilização um ermitão ainda continuava aprisionado. O guerreiro eterno que se tornara um Deus. Seu nome era Yamoshi, o Deus dos Sayajins. Ele sorrira ao receber a mensagem de Lapis, que finalmente cumprira seu destino. O legado de Yamoshi permaneceria vivo com ele.

"Lapis... Você já salvou os universos no Torneio do Poder... Eu soube disso de alguma forma. Nossos corações estão ligados... Você foi um ótimo discípulo. Como seu mestre estou orgulhoso... Quando tudo isso acabar... quando os universos voltarem a ter ordem e quando os Magos Eternos tiverem seu fim... nos reencontraremos. Eu consigo ver isso nas hordas do tempo... Não será como eu queria, devo admitir... mas nos reencontraremos..."

Dezessete no interior de Lazeto voltara ao seu equilibrio com a mensagem de Yamoshi e no exterior Lazeto olhava com um olhar de triunfo após desferir seu golpe. Será que Lazeto vencera Berserker? A luta finalmente teve seu fim? O que Yamoshi quis dizer com "não ser como eu queria" com relação ao reencontro futuro dos dois se os universos voltarem ao normal?

Não percam o próximo capítulo, que será: A Aliança dos Três Malditos! A verdadeira motivação de Kid Boo!