How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 19
Capítulo 19 - A Surpresa do Dia


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?
Gente, desculpe a demora para atualizar, fiquei um pouco enrolada, mas, para compensar, vou ver se atualizo mais dois capítulos hoje.
Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Dezenove - A Surpresa do Dia



Naruto Uzumaki

 

— Naruto, Sasuke, ainda bem que chegaram, estamos precisando da ajuda de vocês. — Chōjūrō falou assim que entramos em sua sala.

Foram quase três dias de viagem até chegar na aldeia da Névoa.

— O que houve exatamente? — Sasuke perguntou, sério.

— Alguns poucos renegados montaram acampamento à alguns quilômetros ao norte daqui, e descobrimos que pretendem atacar a Névoa em breve. Eu mandei alguns shinobis para lá, mas eles não voltaram, e a maioria dos ninjas da Névoa estão em missões demoradas, por isso, pedimos a ajuda de vocês.

— Pode contar conosco. — falei, a voz firme.

— Obrigado. — o Mizukage sorriu, agradecido. — Mas não precisam ir agora, devem estar cansados, podem comer e descansarem um pouco, à tarde, podem ir para o norte. Mandei arrumarem dois quartos para vocês e um banquete.

— Banquete?! — exclamei animado, porém logo dei um baixo gemido de dor quando senti Sasuke me dar uma cotovelada no braço.

Chōjūrō deu uma risada curta.

— Vou pedir que Akio os acompanhe até seus respectivos quartos, e, depois, vão para a sala dois, onde será servido o banquete.

— Obrigado, Chōjūrō. — agradeci, e ele apenas sorriu em resposta.

— Akio! — chamou pelo subordinado.

Logo, um ninja com o uniforme de jounin da Névoa adentrou a sala e ajoelhou-se em frente à Chōjūrō.

— Mizukage-sama.

— Akio, leve Naruto e Sasuke até os quartos que separei na torre e mostre onde acontecerá o banquete.

— Claro, Mizukage-sama. — Akio levantou-se do chão. — Me sigam, por favor.

 

. . .

 

Era três horas da tarde quando chegamos perto do esconderijo. Pensamos que não havia ninguém vigiando, mas estávamos enganados. Assim que demos um passo para fora da floresta, entrando em uma grande clareira silenciosamente, escutamos uma voz fria e grossa, mais intimidadora que a do Sasuke, e outra um pouco mais fina, mas também intimidadora, gritarem:

— Kuchiyose no Jutsu!

Uma grande cortina de fumaça branca apareceu e se dissipou rapidamente com o vento que soprava forte, revelando uma grande centopéia verde e um gorila.

Duas grandes invocações.

— Eles não brincam em serviço. — encarei as criaturas em minha frente.

Sasuke apenas olhou para mim com seu Mangekyou Sharingan ativado em seu olho direito, e seu Rinnegan à mostra no esquerdo. Ele apenas acenou com a cabeça, e eu entendi o que deveria fazer.

Nós dois já sabíamos.

— Kuchiyose no Jutsu! — gritamos em uníssono e, então, Gamakichi e Aoda surgiram em uma cortina de fumaça.




. . .




Sasuke Uchiha

 

Na primeira oportunidade que tivemos, Aoda e eu nocauteamos a centopéia gigante, e Naruto e Gamakichi, o gorila. Ambos sumiram em uma cortina de fumaça.

As nossas invocações também voltaram ao mundo delas, desaparecendo da mesma forma que as outras. Naruto e eu nos entreolhamos, concordando em seguir logo em frente.

Caminhamos até o esconderijo, um galpão aparentemente abandonado, com cuidado. Eu entrei primeiro e devagar, e me deparei com um lugar bem iluminado e totalmente vazio. Naruto e eu começamos a procurar pistas pelo local imediatamente e não encontramos absolutamente nada que nos ajudasse com essa situação.

Naruto arredou um sofá e, atrás dele, havia um papel bomba, que começou a pegar fogo. Olhei rapidamente para o local e percebi que haviam outros papéis bomba espalhados pelos cantos discretamente.

Como não percebemos isso antes?

Assim que o primeiro papel explodisse, os outros seriam ativados, e explosões sucessivas fariam com que aquele lugar desabasse em cima de nós, então, no último segundo, ativei meu Susano'o, e assim aconteceu.

Os papéis bomba explodiram, e o teto do lugar desabou em cima de nós, mas o Susano'o era uma grande defesa, então, não permitiu que nos machucássemos com o desabamento ou com as explosões.

Saímos do meio dos entulhos e desativei meu Mangekyou Sharingan. Os ninjas que invocaram aqueles animais devem ter fugido usando um jutsu de teleporte, pois não havia nenhuma pista de para onde foram.

— Obrigado, Sasuke. — Naruto disse e, depois, voltou a olhar para o galpão destruído. — Eles já estavam nos esperando?

— Talvez, não nós, acho que estavam esperando os ninjas da Névoa.

— Ou, talvez, estavam esperando para nos atacarem aqui e nos derrotarem para irem à Névoa e destruí-la. — Naruto concluiu.

E foi quando liguei os fatos. 

— Eles sabiam que iríamos vir, então, nos esperaram com uma armadilha com o objetivo de nos atrasar pelo menos, para que nós não ajudássemos a Névoa. 

Naruto assentiu.

— Se for isso, precisamos voltar logo para lá.

 

. . .

 

 Poeira e fumaça era o que mais se via acima da aldeia, mais até do que a névoa que a cobria. Assim que passamos pela entrada, conseguimos ver o estado da Névoa.

A maior parte das casas da aldeia estavam destruídas, o fogo consumia alguns telhados, e pessoas corriam gritando desesperadamente pelas ruas, tentando fugir do alcance dos ataques das criaturas de invocação que destruíam a aldeia.

 Aves que sopravam fogo sobrevoavam as casas, queimando tudo que tinham vontade, cachorros gigantes corriam atrás das crianças, e alguns coiotes criavam pequenos tornados soprando o ar, fazendo com que algumas casas fossem pelos ares e que o fogo, o qual queimava algumas construções, se espalhasse mais rápido.

 Naruto entrou no modo de chakra da Kyuubi e fez dez kage bushins, os quais foram para todos os lados da aldeia da Névoa.

E eu fiz o mesmo.

Fiz um selo, e dez kage bushins apareceram. Nos separamos e fomos ajudar a proteger a aldeia.

 Os meus kage bushins ficaram responsáveis pelas pessoas que estavam nas ruas. Eu não dividi muito meu chakra para concentrar a maior quantidade de poder no original, então, meus clones usaram mais o armamento ninja, minha espada e alguns jutsus mais simples, mas, mesmo assim, eles conseguiram destruir algumas invocações e salvar as pessoas.

 As aves estavam causando muitos problemas, então, invoquei uma ave também e comecei a voar. Lá de cima, era possível ver o grande estrago na Névoa, e várias Kyuubis espalhadas pelos quatro cantos da aldeia.

 Naruto estava dando o seu melhor, seus clones e ele lutavam bravamente, e conseguiram destruir vários animais. Não haviam mais invocações no chão, eram apenas as aves. Eu e meu pássaro fomos em direção a elas, e uma delas se distanciou das outras assim que me notou, vindo em minha direção.

 Fiz um Chidori do longo alcance e consegui cortar uma asa dela antes que ela soprasse uma bola de fogo em mim, então, a ave começou a cair e, antes de se chocar contra o chão, ela sumiu em uma cortina de fumaça branca.

Outras duas aves vieram em minha direção.

— Amaterasu!

Chamas negras envolveram os animais, que também sumiram em uma cortina de fumaça. A última ave, percebendo que seria derrotada também, começou a dar meia volta, soprando mais fogo nas casas. Ativei o Susano'o mesmo em cima do meu falcão e preparei uma flecha com chamas negras, que foi certeira.

A ave sumiu assim que foi atingida, como as outras. Voltei para o chão, e meu falcão desapareceu em uma cortina de fumaça branca, assim como os kage bushins de Naruto e os que sobraram dos meus.

Não havia nenhum renegado na Névoa, nenhum foi visto durante o ataque, mas as criaturas sozinhas fizeram estrago suficiente. A aldeia estava um caos, quase totalmente destruída, e muitas pessoas estavam feridas.

— Não acredito que eles fizeram tanto estrago assim. — Chōjūrō aproximou-se de nós, o semblante estava preocupado e sujo de poeira. — Obrigado pela ajuda. Se não fossem vocês, o estrago seria muito pior.

— Não precisa agradecer, Chōjūrō. — Naruto falou, sério. — Desconfiamos que eles nos afastaram de propósito, sabiam que estávamos aqui e montaram uma armadilha para nós dois, para que não atrapalhássemos o ataque deles.

— Mas não tinha como eles saberem disso. — Chōjūrō colocou a mão no queixo, pensativo.

— Talvez, eles conseguiram se infiltrar na Névoa. — concluí.

Era a resposta mais óbvia.

Chōjūrō assentiu, fazia todo o sentido.

— Acho melhor irmos embora. — Naruto disse, seu semblante estava preocupado. — Não sabemos como Konoha está, os renegados podem estar agindo agora mesmo, já que Sasuke e eu não estamos na aldeia, e a Sakura-chan não pode lutar.

— Ele tem razão. — concordei.

Os renegados poderiam aproveitar esse tempo para atacarem a Folha, já que os shinobis mais fortes do mundo ninja não poderiam defendê-la naquele momento.

— Tudo bem, obrigado pelo apoio, aqui está o pagamento pela missão.

Chōjuro pegou dois saquinhos com dinheiro em seu bolso e nos entregou.

— Obrigado de novo por ajudarem a salvar a aldeia.

— Não precisa agradecer. — Naruto sorriu, e eu acenei com a cabeça antes de começarmos a caminhar para fora da aldeia da Névoa.

 

. . .

 

Chegamos na Folha pela manhã, e eu fui direto até a sede do esquadrão dois da Anbu, onde analisei alguns relatórios. A maioria eram de ninjas que relataram o sumiço de alguns companheiros em suas missões e sobre os renegados que voltaram a agir.

Escutei batidas na porta, as quais fizeram eu desviar meus olhos para lá.

— Sasuke-sama, posso entrar? — Kotaro perguntou.

— Sim.

Ele entrou e sentou-se na cadeira em frente à minha mesa.

— Vim comunicar ao senhor que ninguém suspeito se aproximou do hospital. Coloquei uma equipe Anbu de confiança lá, vinte e quatro horas por dia nessa semana, e nada.

— Ótimo.

Pelo menos, uma notícia boa.

— A equipe já pode se retirar das redondezas do hospital ou o senhor quer que ela fique por mais tempo?

— Não, pode mandá-la se retirar, não é mais necessário agora que estou na aldeia. — falei, voltando a fitar os relatórios em minha mesa. — Mais alguma coisa?

— Não, senhor. — Kotaro levantou-se. — Já vou indo. Com licença, Sasuke-sama. — fez uma reverência e saiu da sala.

Algumas horas depois — as quais usei para colocar o trabalho em dia e conferir se estava tudo certo na aldeia —, saí do escritório e fui até a torre do Hokage, mas Kakashi não estava lá, o que era estranho, então, decidi ir visitar a Sakura no hospital.

Como a torre não ficava muito longe do prédio do hospital, não demorei a chegar lá mesmo andando. Entrei no grande prédio lentamente, e a moça da recepção falou que eu podia entrar para visitar a Haruno.

Segui pelo corredor já conhecido até o quarto de Sakura e, quando entrei, vi que ela não estava sozinha. Kakashi, Naruto e Hinata estavam lá também, ao redor da cama de Sakura, que ainda estava desacordada, e conversavam sobre a missão na Névoa.

Entrei no quarto atraindo os olhares deles e fiquei em pé ao lado de Kakashi, ajudando o Naruto a relatar os detalhes da missão para o Hokage e Hinata, que ouviam tudo atentamente.

Ficamos conversando alguns minutos sobre isso e sobre o acidente da Sakura, até falei sobre as minhas desconfianças em relação à Karin, que estava na aldeia no exato momento, e Kakashi concordou comigo.

Já havia passado um bom tempo que estávamos no quarto, então, Tsunade e Ino entraram lá para chamar-nos.

— Vocês precisam ir, o horário de visitas acabou há muito tempo. — Tsunade disse, próxima à porta do quarto, então, nós quatro nos aproximamos das loiras, ficando de costas para Sakura e tampando a visão das duas mulheres.

— Deixa nós ficarmos aqui por mais alguns minutos, vovó Tsunade. — Naruto pediu, e a loira fez que não com a cabeça.

O Uzumaki, não querendo dar-se por vencido, insistiu mais, e os dois começaram a discutir. Eu já estava começando a ficar irritado com aquilo e pensei em intervir.

Até que escutei uma voz baixa.

— P-pessoal?

Virei-me rapidamente, surpreso. Pensei que meus ouvidos podiam estar me enganando, porém, ao ver aqueles olhos verdes abertos, nos encarando da cama, meu coração falhou uma batida.

Sakura havia acordado.

Ela havia voltado.





. . .




Tsunade Senju

 

Naruto pediu para permanecerem no quarto, mas não permiti, Sakura precisava de silêncio, mas, então, ele começou a falar demais, irritando-me, e eu comecei a falar também para ele parar com isso, que seria melhor eles saírem, dando início a uma discussão.

Até ouvir a voz de Sasuke, e a sala ficar em completo silêncio.

— Sakura! — ele aproximou-se da cama, e todos nós fizemos o mesmo, sem saber o que estava acontecendo ao certo.

Até eu ver, com meus próprios olhos, Sakura acordada.

— S-Sasuke. — a voz dela inundou meus ouvidos, e não pude deixar de sorrir ao ver aqueles olhinhos verdes brilhando. — O que aconteceu?

— Você caiu do monte Hokage e ficou em coma desde o acidente há um mês.

Ela me olhou surpresa.

— Todo esse tempo?

— Sim. — respondi.

— Mas eu não me lembro do acidente. — colocou a mão no queixo.

— Qual é a última coisa que você se lembra exatamente? — Kakashi perguntou de forma calma.

— Eu só lembro-me que estava sendo atacada por um renegado, e o Sasuke me salvou… — começou a contar devagar, parando para pensar sobre. — Então, fui jogada contra uma casa e desmaiei.

Kakashi e os outros olharam para mim, preocupados.

— Ela recuperou a memória anterior ao primeiro acidente, mas não se lembra de nada que aconteceu enquanto estava sem ela. Isso acontece em alguns casos.  

Naruto olhou-me confuso.

— Como assim, vovó?

— A Sakura estava com amnésia retrógrada, ou seja, ela não lembrava de nada antes do primeiro acidente, mas, agora, com o segundo acidente, as memórias antigas da Sakura voltaram enquanto que as de depois do acidente com os renegados, momento em que estava sem a memória, sumiram. É como se ela não tivesse formado memórias no tempo em que não se lembrava de nada do passado. — dei uma pausa, vendo que eles não pareciam entender muita coisa. Respirei fundo. — O que está acontecendo agora é parecido com a amnésia anterógrada, onde as pessoas não se lembram das coisas que acontecem depois do acidente, pois elas têm dificuldades em formar novas memórias, a diferença é que a Sakura formou memórias enquanto estava com a amnésia retrógrada, só não se lembra mais delas agora, apenas das antigas.

— Mas ela vai recuperar essas memórias, não vai? — Hinata perguntou.

— Com o tempo, acho que sim.

Eles suspiraram aliviados.

— Agora, é melhor irem, vou examinar a Sakura e...

— Eu estou bem, Tsunade-sama. — Sakura disse, levantando o tronco para se sentar na cama.

De fato, ela era uma ninja extremamente forte e resistente.

— Mesmo assim, vamos fazer alguns exames e ver se está bem mesmo. Se estiver tudo bem, amanhã de manhã, terá alta.

Sakura sorriu de leve, assentindo.

— Vocês devem ir.

Todos assentiram e saíram, deixando apenas Ino e eu com a Sakura.

— Você deu um grande susto na gente, testuda. Eu até adiei meu casamento.

Sakura olhou-a surpresa.

— O quê? Por quê?

— Eu não ia me casar com você em coma, Sakura. Você é uma das madrinhas e minha melhor amiga.

Os olhos de Sakura encheram-se de lágrimas.

— Ino…

Suspirei.

— Depois, vocês colocam a conversa em dia, primeiro, vamos levá-la para fazer os exames. Ino, peçam que arrumem a sala de exames. 

— Claro, Tsunade-sama. — e saiu do quarto.

— O que aconteceu enquanto eu estava em coma, Tsunade-sama? — Sakura perguntou enquanto eu a ajudava a levantar-se da cama.

Ela estava com as pernas um pouco bambas e fracas. 

— Fora a Ino ter adiado o casamento e o trabalho dobrado no hospital, não muita coisa, só o ataque à aldeia da Névoa. 

Sakura arregalou os olhos com a notícia.

— Ataque? O que houve?

— Os renegados usaram várias invocações para destruir a Névoa, mas Naruto e Sasuke conseguiram detê-las antes que a destruíssem completamente.

— Naruto e Sasuke estavam lá? 

— Estavam perto, realizando uma missão para a Névoa. — expliquei enquanto íamos caminhando pelo corredor.

Enquanto passávamos, todos cumprimentavam Sakura com sorrisos no rosto.

Felizes por ela ter acordado.

— E descobriram quem é o líder desses renegados? — perguntou.

— Sim, um tal de Takeshi.

Olhei em seu rosto, mas ela não tinha expressão alguma, então, realmente não lembrava de nada que aconteceu enquanto estava com amnésia.

— Sakura.

Fitou-me com atenção.

— Oi. 

— Quero que tome cuidado daqui para frente, principalmente, por causa desse Takeshi.

Ela parecia confusa enquanto prestava atenção no que eu dizia.

— Por quê, Tsunade-sama?

Hesitei um pouco antes de continuar, sem ter certeza se devia mesmo contar agora. Mas Sakura precisava saber.

— Porque ele te usou para tentar matar o Sasuke.

Ela arregalou os olhos.

— Takeshi tem uma habilidade, ele pode controlar as pessoas e aproveitou que você estava com amnésia depois do acidente com os renegados para se aproximar e fazê-la atacar o Sasuke.

Ela ficou ainda mais surpresa e preocupada.

— E-eu… Eu não… — colocou as mãos na cabeça, confusa e nervosa. — Eu fiz mesmo isso? E-eu machuquei o Sasuke?

Seus olhos encheram-se de lágrimas novamente.

— Nada grave, apenas alguns machucados leves. — falei, e algumas lágrimas caíram de seus olhos. — Mas não se preocupe, Sakura, ele sabe que não foi sua culpa, e isso já faz um tempo.

Sua expressão suavizou-se um pouco, porém continuou deixando as lágrimas caírem.

— Está acontecendo alguma coisa entre você e o Sasuke?

Vi-a enxugar as lágrimas com as costas da mão e desviar o olhar para os lados antes de voltar a olhar para mim.

— N-não, por quê? 

— Nada, eu só pensei que tinha, porque ele veio te visitar todos os dias durante três semanas, só na ultima que não, pois estava em missão e ele ficou muito tempo ao seu lado enquanto estava com amnésia.

Sakura ficou surpresa no primeiro instante, porém logo sorriu fraco, permanecendo-se em silêncio.

Eu queria poder ouvir o que ela estava pensando.

— Agora, vamos fazer os exames.




. . .



     

Sakura Haruno

 

O resultado dos exames não demorou a sair, e, como eu já imaginava, estava tudo certo comigo, mas, ainda assim, ativei meu Byakugou para livrar-me das poucas dores que possuía e fechar totalmente a ferida em minha testa, não deixando nenhuma marca sequer do corte.

Eu ainda estava confusa quanto a tudo que ocorreu, mas Ino e Tsunade me atualizaram sobre as coisas mais importantes.

Pela manhã, Ino trouxe minhas roupas — uma calça capri branca e uma blusa vermelha —, eu troquei as do hospital por elas e, finalmente, pude sair daquele lugar.

Ao chegar na recepção, deparei-me com Sasuke, Naruto, Hinata e Kakashi, todos me esperando. Sorri ao ir até eles, e trocamos algumas palavras antes de sairmos e caminharmos pelas ruas em direção à minha casa, até Kakashi se despedir e mudar a trajetória, seguindo rumo à torre do Hokage.

— Sakura-chan, você vai no festival de verão amanhã? — Naruto perguntou.

Olhei-o confusa. Eu havia perdido a noção do tempo.

— Festival de verão? Mas está na época?

— Sim, na verdade, está um pouco atrasado, deveria ter sido semana passada, mas, com os problemas dos renegados, Kakashi-sensei achou melhor deixar para amanhã. E, então, você vai?

— Acho que sim, se eu me sentir bem. — respondi, sorrindo.

— Que bom! Então, nos vemos lá. — Naruto sorriu. — Vamos, Hinata? Não podemos nos atrasar.

— Atrasar? — perguntei confusa. 

— É que hoje vou almoçar com a Hinata e sua família, vamos falar sobre o casamento.

Meus olhos se arregalaram de surpresa.

— Casamento? Por quanto tempo eu dormi?

Hinata sorriu sem graça, mas feliz. Seus olhos até brilhavam de felicidade.

— Vamos nos casar daqui algumas semanas. — a Hyuuga respondeu.

Eu sorri, feliz por eles e os envolvi em um abraço.

— Parabéns! E espero que sejam muito felizes. — os soltei.

— Obrigada, Sakura-san. — Hinata agradeceu, as bochechas estavam coradas.

Já Naruto apenas sorriu abertamente e, depois, olhou para Sasuke, que, até agora, não havia falado muita coisa.

— Não vai nos dar os parabéns, Sasuke? — Naruto perguntou sorrindo.

Sasuke olhou para ele com uma expressão séria, que, depois de alguns segundos, se suavizou. Algo típico do Uchiha.

— Parabéns. — sorriu minimamente, mas Naruto entendeu que o amigo estava realmente feliz por ele.

Sasuke não demonstrava, mas todos nós sabíamos.

Naruto sorriu para ele e despediu-se de nós:

— Precisamos ir, até amanhã. — o loiro enlaçou a mão da noiva. — Vamos, Hinata.

— Claro, Naruto-kun. Tchau, Sakura-san e  Sasuke-kun. 

— Até amanhã. — falei sorrindo, e Sasuke limitou-se a acenar.

Vimos Naruto afastar-se de mãos dadas com a Hinata.

— Não sei como ela aguenta aquele idiota. — Sasuke falou enquanto olhávamos os dois sumirem ao longe.

— Com o tempo, se acostuma. — dei uma risadinha. — Acho que já vou para casa, preciso de um banho demorado e da minha cama.

— Eu te acompanho. — Sasuke falou e fomos caminhando em silêncio pelas ruas.

Era bom estar ao lado dele, tanto que, enquanto andávamos, eu desejei que ainda estivéssemos bem longe da minha casa, mas nada é como a gente quer.

Chegamos, em poucos minutos, na porta da minha residência

— Obrigada, Sasuke. — sorri, agradecida pela companhia. — Quer entrar?

Ele sorriu de leve e negou com a cabeça.

— Não, eu preciso ir para a sede do esquadrão dois ainda.

Fiquei um pouco decepcionada com a resposta, mas não deixei transparecer isso.

— Ah, tudo bem. — sorri de leve. — Nos vemos no festival de verão amanhã? Ou você não vai?

— Não gosto de lugares muito cheios. — ele respondeu, e tive que disfarçar muito bem minha tristeza.

— Certo, então, nos vemos por aí.

— Sim. — afastou-se um pouco lentamente. — Já vou. — virou-se de costas para mim. — Fico feliz que esteja bem.

Sua voz transmitia certo alívio, e eu não pude deixar de sorrir. Logo, Sasuke saiu pulando pelos telhados até sumir da minha vista.

 

. . .

       

Era a noite do festival de verão.

 Peguei um kimono branco com flores de cerejeiras desenhadas em rosa, combinando com a cor do meu cabelo, que estava guardado no fundo do guarda-roupa. Fazia tempo que eu não o vestia, porém continuava bonito no meu corpo do mesmo jeito.

Depois de vestida, arrumei os fios rosa — que, tenho que admitir, ficaram melhores curtos —, jogando a franja para o lado direito e deixando os cabelos soltos, já que não dava para fazer muita coisa neles devido ao comprimento dos fios. Passei uma leve maquiagem no rosto pálido — pela falta de sol no último mês —, apenas um pouco de blush para dar cor às bochechas, lápis para destacar os olhos e um batom rosa claro.

 Saí de casa devagar, já escutando a música que tocava no centro da aldeia e fui em direção à rua principal de Konoha, onde seria o festival. Encontrei-me com Ino, Sai, Naruto e Hinata de imediato, ambos estavam conversando na entrada da rua.

Aproximei-me e entrei na conversa, que se estendeu por longos minutos enquanto falávamos do festival e da linda decoração feita com várias lâmpadas e flores pela rua.

— Vamos dançar, Hinata? — Naruto perguntou, já puxando a garota para o local onde todos dançavam.

Eu fiquei com Sai e Ino, mas já estava ficando desconfortável, eu sentia que estava atrapalhando o casal ali.

— Ino, Sai, eu vou beber alguma coisa, depois, nos vemos. — falei e deixei os dois sozinhos antes que algum deles dissesse algo contra, seria melhor assim.

Andei entre as pessoas, escutando a música mais lenta que tocava.

Eu queria que Sasuke estivesse ali naquele momento, dançando comigo e fazendo-me companhia, mas isso era pedir demais. Sasuke não gostava de festivais e, muito menos, de dançar e se expor dessa forma.

Nós já nos beijamos, o que era mais inacreditável, porém não havia ninguém para ver, então, era bem diferente.

Suspirei, abrindo caminho entre as pessoas que dançavam animadas, já conformada com o fato de passar o festival bebendo sozinha, até parar ao ouvir alguém me chamar:

— Sakura-senpai! 

Olhei para trás e vi Riki, um homem um ano mais velho que eu, moreno, alto, olhos pretos intensos e cabelos castanhos. Bem bonito, de fato.

Ele sorria feliz.

— Olá, Riki! — cumprimentei, sorrindo.

Ele era um ninja médico também, trabalhava no hospital junto comigo, e o via sempre. Ino dizia que ele era apaixonado por mim, mas acho que isso não passava de maluquice da loira.

— O que faz aqui sozinha?

Sorri sem graça.

— Nada.

Ele olhou-me e sorriu em seguida.

— Está linda. — Riki disse do nada, deixando-me com as bochechas vermelhas de vergonha.

— Obrigada. — desviei o olhar para o chão, não sabia reagir muito bem à elogios.

— Então… — o vi alternar o peso do corpo de um pé para o outro e mexer as mãos sem graça e um pouco nervoso. — Já que não está fazendo nada, você aceita dançar uma música comigo?

Nossos olhares se encontraram.

— Ah, eu… — hesitei um pouco, sem saber o que dizer.

— Por favor, só uma música. — insistiu.

Desviei o olhar para os lados, pensativa. Eu queria fazer algo naquele festival, qualquer coisa para não ficar parada, mas, ao mesmo tempo, pensava em Sasuke.

Estava tudo muito confuso ultimamente.

Olhei para Riki, porém, quando daria a minha resposta, recusando a dança, uma voz soou atrás de mim, fria e bem familiar, capaz de fazer todos os meus pelos se eriçarem.

— Ela já tem um par.

E eu não precisava virar-me para trás para ter certeza de quem era.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Daqui a pouco tem mais.
Beijo.



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