Buraco Negro escrita por Siaht


Capítulo 1
Buraco Negro


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas maravilhosas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Bom, eu ando meio louca das Percivers e precisava escrever mais alguma coisa sobre esses dois.
Essa fic pode ser encarada como uma continuação de Forgiveness e Not Enough, mas também pode ser lida isoladamente sem qualquer problema.
Espero que gostem! ♥



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— Por que você está fazendo isso comigo? — o rapaz sussurrou exausto, sua voz falhando nas últimas sílabas, seu rosto uma máscara de desolação e dor, nenhum vestígio de seus sorrisos fáceis em seus lábios.

Percy Weasley encarou os sapatos perfeitamente lustrados em seus pés, incapaz de dirigir um único olhar ao namorado. Ou ao que quer Olívio Wood fosse agora.

— Por que você está fazendo isso com a gente? — o goleiro questionou de modo mais incisivo, o desespero encharcando sua voz.

Tudo o que recebeu em retorno foi um silêncio dolorosamente cortante.

— Me diga alguma coisa, Percy. Qualquer coisa. Me dê um motivo, um maldito motivo, para estar me deixando!

— Olívio, por favor...

— Não! Eu quero uma explicação. Não se atreva a sair por essa porta, me deixando sozinho e sem uma resposta.

Wood parecia prestes a chorar e isso fez o Weasley odiar-se ainda mais. Ergueu o rosto lentamente, sentindo-se um animal indefeso.

— Nós não somos bons um para o outro. — forçou-se a dizer.

— Isso é uma mentira. — Olívio precisou de um átimo de segundo para perceber a inverdade. Conhecia o ruivo bem demais para sua própria proteção.  

Percy suspirou cansado.

— Eu não sou bom para você.

O jogador de Quadribol riu sem humor.

— Não seja ridículo, Percy.

O Weasley engoliu em seco, mas deixou que as palavras saíssem.

— É verdade, Olívio. Eu não sou bom para você. Não sou bom para ninguém. — voltou a encarar os sapatos — Eu sou um buraco negro que suga tudo o que é bom e luminoso para o nada eterno. Eu destruo tudo o que toco. E não quero destruir você. Não posso destruir você. Me recuso.

Olívio respirou fundo, sentindo como se algo houvesse acabado de perfurar seu peito, e se obrigou a se aproximar lentamente do homem do ministério. Do homem que amava.

— Percy... — chamou, tocando seu rosto e o obrigando a encará-lo. — Eu queria, mais do que qualquer outra coisa, te dar a capacidade de se ver através dos meus olhos. Porque você não é nada dessas coisas horríveis que vive dizendo a si mesmo. Você é bom e inteligente e corajoso. Você nem percebe, mas é preciso uma coragem gigantesca para voltar atrás, admitir um erro, pedir perdão e mudar. E, por Merlin, você me faz corajoso também!

— Olívio...

— Não! A minha vida inteira eu achei que sabia o que era coragem, como todo grifinório estúpido, suponho. Mas a minha vida inteira eu estive mentindo, me escondendo nas sombras, segurando minha respiração, lutando contra uma parte de mim. E foi apenas depois de toda uma guerra sangrenta, depois de te reencontrar, que eu tive coragem de ser quem eu sou. De amar quem amo. E eu amo você. E preciso de você.

Percy tentou dizer alguma coisa, mas não conseguiu encontrar qualquer palavra para quebrar o silêncio que se instaurara entre os dois. Qualquer palavra para fazer com que Olívio entendesse que ficaria melhor sem ele. Qualquer palavra para convencer a si mesmo de tal mentira.

— Você diz que não quer me destruir. Que se recusa. Então fique, porque o único modo de você me machucar é partindo. Fique comigo, Percy, hoje, amanhã, pra sempre... A não ser que não me ame, se for o caso é melhor que parta.

— Eu amo você. Eu amo tanto você! Eu só, não sei, ok. Eu só estou cansado de machucar as pessoas... — haviam lágrimas rolando por seu rosto. Aquilo tudo era tão difícil, tão doloroso e tão confuso! Na verdade, sua existência inteira se tornara absurdamente difícil, dolorosa e confusa após o fim da guerra e a morte de Fred. Suspirou exausto, no fim tudo sempre voltava para aquilo. O irmão morto (por causa dele).  

— Eu sei. Eu sei. — Olívio disse como se conseguisse ler sua mente, afastando alguns fios de cabelo ruivos que caíam na testa do namorado. — Mas a única pessoa que você está machucando constantemente é a si mesmo. E eu acho você precisa de ajuda para lidar com tudo isso. Ajuda real. Ajuda profissional.

— Talvez...

— E talvez você deva parar de tentar me empurrar para longe. Porque eu amo você e você me ama, todo o resto pode ser superado. E eu sei que afastar pessoas é algo que você tem feito durante a sua vida inteira, mas eu não vou a lugar algum, Percy Weasley.

— Você vai se arrepender disso, Olívio Wood.

O rapaz balançou a cabeça negativamente.

— Você está preso comigo, Percy, para o bem e para o mal.

— Promete? — e era tão estranho estar suplicando a Olívio que ficasse quando há poucos minutos era ele que estava prestes a partir, a se auto sabotar mais uma vez,  a fugir como sempre fazia. Era tão estranho o poder que aquele rapaz tinha sobre ele. Era tão estranho sentir, mesmo que por um único segundo, que ele podia ser mais do que um buraco negro, que ele podia ser bom para alguém, que ele podia ser amado.

— Prometo. — Olívio disse, lhe puxando para um abraço. — Eu não vou a lugar algum. Você não vai a lugar algum. Nós dois vamos ficar bem.  


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Notas finais do capítulo

Escrever isso foi um pouco diferente para mim, porque sou uma pessoa muito mais de narrar e descrever do que de escrever diálogos (algo que acho que não sou muito boa), mas resolvi tentar algo novo e acabou saindo bem rapidinho.
E juro que a próxima coisa sobre esses dois que eu escrever vai ser bem mais leve e amorzinha hahahaha
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos...
Thaís



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