No fundo da alma escrita por RosaDWeasley


Capítulo 8
Ronald Billius Weasley


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!

:)



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Ronald era o penúltimo filho dos Weasley, sempre foi tímido e sofreu na infância com as zoações de Fred e Jorge, amava a família mais sabia o quanto poderia ser difícil a convivência com eles, eram muitos. A pobreza não causava tanto sofrimento, mas ele não podia negar que era orgulhoso e não gostava nada quando Harry e Hermione queriam pagar as coisas para ele, mas ouve situações como na guerra e agora que não podia negar que era um alivio que algum deles tivesse dinheiro. Ser amigo de Harry Potter tinha sua vantagem e desvantagem, a única vantagem era que as pessoas o conheciam também, a desvantagem era que as pessoas o conheciam e que podiam associar a amizade deles como interesse pela parte de Ron, mas isso não o incomodava mais.

Hermione era uma parte delicada da amizade, apesar de estarem sempre juntos, por ela ser uma menina muitas vezes acabava sozinha, o que a fez se aproximar de Gina. Ron percebeu logo que a conheceu que ela era doida e conseguia o irritar ao extremo, ele não sabia porquê, mas aquele jeito mandão e sabe tudo o irritava demasiadamente, mas algumas coisas o fizeram perceber que ele nutria mais que sentimentos de amizade por ela, algo dentro do peito dele se inflamava toda vez que ela tinha medo ou se assustava e procurava o toque dele como segurança. Contudo não dava pra negar que ele era meio lerdo, só quando a viu com Viktor Krum que percebeu que definitivamente ela não era só uma amiga pra ele, aquele leão que ronronava dentro do seu peito só indicava uma coisa, ciúme.

Ele lembrava bem do escanda-lo que havia feito para tirar ela dos braços de Krum...

“ Já não tinha muitas pessoas no baile, os casais que haviam se formado tinham se dissipado para ficarem sozinhos, as músicas estavam menos agitadas, Harry havia saído com a desculpa de andar por aí, Ron sabia que estava entediado demais, ele teria o acompanhado, mas tinha um casal que o interessava muito para que ele abandonasse o salão...

Hermione e Krum bebiam e conversavam, Ron se remexeu impaciente quando ele parou de falar e colocou uma mecha de cabelo dela atrás da orelha, a mente dele fervilhava imaginando socando o Krum e retirando Hermione dos braços daquele búlgaro idiota a força, ele mal podia se conter em seu lugar.

Para desespero de Ron, começou uma música romântica, e Krum pegou a mão de Hermione, a conduzindo a pista, ela sorria derretida, aquilo era demais, ele segurou na cintura dela e ela o enlaçou pelo pescoço numa dança a passos lentos, eles falavam pouco, não desgrudavam o olhar um do outro.

O leão dentro do peito do Ron rugiu enfurecido, sua mente gritava ‘TIRE AS MÃOS DE CIMA DELA! ’, ‘TIRE AS MÃOS DE CIMA DA MINHA GAROTA!!’, levou um susto ao pensar nisso, mas deixou pra lá, já estava indo até eles, o leão rugindo cada vez mais alto...

— Vamos embora! – Falou pegando Hermione pelo braço.

— Ron, o que está acontecendo?! – Ela perguntou assustada, era nítido que não entendia o porque ele estava fazendo aquilo.

— Você. Vai. Comigo. Agora!!! – Falou pausadamente tentando se controlar

— Hermionini só va-ai se qui-i-ser! – Era nítido que aquele búlgaro idiota iria brigar por sua presa, Ron achou que ia enlouquecer.

— ELA VAI, E NÃO É VOCE QUE VAI IMPEDIR! – O rosto de Ron estava escarlate, ele iria explodir se não tirasse Hermione dos braços dele.

— CHEGA! Depois conversamos Viktor, eu vou antes que esse louco me faça passar mais vergonha – ela disse fuzilando Ron com o olhar, ele não tinha percebido mais todos que estavam no salão pararam para olhar o pequeno show gratuito, para piorar o leão dentro do peito dele, Hermione segurou Krum pelo braço, agradeceu e lhe deu um beijo no rosto, ele correspondeu sorrindo pra ela. Sem pensar Ron a puxou pelo braço, Hermione se soltou dele, e os insultos começaram... “

Ele até tentou lutar contra o sentimento, ele achava que ela era muito para ele, o relacionamento que ela teve com Krum provava isso, e ele só sabia porque Gina havia jogado na cara dele anos atrás, só percebeu que ela podia compartilhar do mesmo sentimento quando foi atacado pelos passarinhos que ela fazia encantamento depois que ele e Lilá começaram a namorar.

A verdade é que Ron era louco por ela, ele a admirava, ela era inteligente, esperta, forte, capaz de pensar em tudo e em todos de uma maneira que ele não reconhecia em mais ninguém e por mais incrível que pudesse parecer, ela amava o legume insensível – não conseguia entender como -  ele sabia que sim, a noite anterior e o que viviam desde a guerra confirmava isso, eles se amavam, e tudo que Ron desejava era ela, para o resto da vida.

Estavam ajudando Harry na declaração quando a atenção deles foi roubada pelo aparecimento da coruja com uma carta vermelha que ela soltou no balcão, o berrador estava endereçado a Ron.

— Droga porque será que mamãe surtou?! – Ele não queria abrir.

— Abra Ron, é melhor descobrir já! – Ninguém entendeu porque a voz de Gina saiu tremida. Ron abriu, e a voz furiosa de Molly Weasley ecoou pelo apartamento.

“RONALD WEASLEY!!

ESTOU DESAPONTADA COM A FALTA DE PALAVRA SUA! VOLTARIAM EM TRÊS DIAS! PREPAREI UM BANQUETE PARA RECEBE-LOS E TUDO O QUE EU VEJO ENTRAR EM CASA É UMA CORUJA AVISANDO QUE TÁ TUDO BEM, MAS VOCÊS ADIARAM A VOLTA!!

PENSAM QUE EU SOU IDIOTA?!

SEI QUE VOCÊ ESTÁ COM HERMIONE E GINA COM O HARRY!!

APOSTO QUE ESSA IDEIA DE VOCÊS QUATRO SOZINHOS AÍ FOI IDEIA SUA!!!

VOCÊS SÃO MAIORES DE IDADE E EU NÃO POSSO IMPEDI-LOS DE FAZER NADA!!

MAS JÁ VOU AVISANDO VOCÊ E A GINA, NÃO QUERO NETOS DE VOCÊS!!

CASO QUEIRAM CONTINUAR POR AÍ TUDO BEM, MAS CONVERSAREMOS NA  CELEBRAÇÃO OUVIU? ”

E ao terminar, a carta se rasgou, todos estavam vermelhos e se olharam – Podia ter sido pior? – Perguntou Ron inseguro e sem graça.

— Eu só não entendi se ela tá brava porque vamos ficar, porque ela fez um banquete ou porque ela não quer netos – disse Gina entre risos e todos a acompanharam, no fim das contas, o berrador tinha sido algo bem engraçado, porque na verdade Molly Weasley não estava brava, estava surpresa por seus caçulas já darem os primeiros sinais de fuga do ninho, mas como a grande mãe coruja que era tinha que dar uma bronca, afinal, trato é trato!

Eles terminaram a declaração, mas enviariam só no dia seguinte.

— Vamos em algum rodizio de massa? – Perguntou Hermione.

— O que é isso? – Perguntou Ron curioso, uma coisa ele não podia negar, os trouxas são bons em culinária.

— É um restaurante em que é servido vários pratos de massa, e eles vão passando diversos tipos para você escolher – Hermione explicou

— Eu quero, já estou com fome, vamos nos arrumar – Disse Gina já embrulhando o pergaminho da declaração de Harry e fazendo com que todos saíssem da cozinha e se encaminhassem a seus respectivos quartos.

Quando Ron e Hermione entraram na suíte que ocupavam, o silêncio se fez presente. Ron sabia que devia um pedido de desculpa pelo escândalo com Gina e Harry e por não ter falado com ela o dia todo. Ele sentou na cama e observou ela procurar por suas roupas na mala e mexer no celular que apitava o tempo todo.

— Er... mi? – Era melhor quebrar o silencio – Me desculpe por hoje – falou de uma vez, ele sabia que se não falasse a reação dela seria pior.

— Olha, tudo bem você ter ciúme da sua irmã, tudo bem você ficar incomodado, mas não dá pra aceitar você surtar com ela daquela forma e principalmente com o Harry, Ron ele é seu melhor amigo! – Ela falava indignada, ele não teve reação imediata, apenas baixou a cabeça desviando o olhar dela.

Ron se levantou e foi até ela, a abraçando por trás, Hermione suspirou e se deixou ficar nos braços daquele legume insensível que a tirava do sério. – Você me desculpa? – Ele insistiu, ela não disse nada, apenas balançou a cabeça fechando os olhos se deixando ficar ali, perdidos um no outro. Uma coisa ele sabia, havia gostado demais da noite anterior para não tirar proveito quando sozinho com ela, por isso começou a beijar o pescoço de Hermione e massagear sua cintura e barriga, sentindo ela estremecer em seus braços, a virou pra ele e a beijou, um beijo quente e cheio de desejo, enfiou os dedos entre os cabelos dela e a puxava contra si, começou a leva-la devagar até a cama. Era possível que ele estivesse mais apaixonado? Era possível que depois da noite anterior ele sentisse ainda mais desejo por ela? Ron sabia a resposta. Era.

Quando encostou ela na cama Hermione o empurrou – Nem pense nisso! Vamos nos atrasar! – Disse ela tentando ficar séria, Ron fez biquinho arrancando um sorriso dela

— Não podemos nem tomar banho juntos? – Ele perguntou com aquele olhar de piedade e ela assentiu rindo, estava perdida dando trela a aquele ruivo.

Tomaram banho juntos, um pouco envergonhados pela nudez de ambos, mas logo a vergonha deu lugar ao desejo, eles se beijavam e acariciavam o tempo todo, mas conseguiram se controlar, se arrumaram e foram até a sala encontrar Harry e Gina.

— Mas que demora hein? Achei que não iam sair daquele quarto! – Gina exclamou assim que os viu, ela e Harry estavam sentados no sofá, mas Ron percebeu que a irmã parecia chateada com Harry e com ele. Talvez ele não devesse se meter no relacionamento dos dois, e pensando isso chegou à conclusão que não importava o que acontecesse, ele não se envolveria mais.

Hermione os levou a outra parte de Londres onde eram distribuídos restaurantes típicos de vários países, entraram no da Itália, comeram diversos tipos de massa e beberam vinho. O clima era leve e eles relembravam coisas que haviam vivido em Hogwarts e riam das memórias de Ron e Gina quando pequenos.

Ao voltarem ao apartamento, Ron puxou Hermione para a suíte arrancando risos de todos e a deixando roxa de vergonha. – Agora você é só minha – disse a ela entre os beijos, se amaram calmamente e dormiram nos braços um do outro com a certeza que aquele era o lugar certo a estar. Aquela sensação de paz que os envolvia era tão boa que eles duvidavam que poderia haver alguma coisa que a tirasse.

Hermione acordou com o celular tocando, ainda sonada o pegou, era Marry, parecia que queria por ela a par de tudo que estava acontecendo, mensagens e mais mensagens não paravam de chegar, mais Hermione as leria depois, sabia da capacidade de fala da prima, se desse bola ela não pararia. Sorriu ao ver Ron deitado em seu sono profundo ao seu lado. Feliz como nunca imaginou estar ela se levantou, se vestiu e se encaminhou para a cozinha.

— Bom dia Harry! – Harry estava no seu lugar habitual, sentado e apoiado no balcão da cozinha, relia o pergaminho onde estava seu relato de guerra

— Bom dia Mione! Viu, eu acho que vou enviar como está, o que você acha? – Perguntou.

— Por mim está ótimo Harry, estamos contando tudo que nos aconteceu, porém, nenhum segredo obscuro é revelado, envie! – Ela respondeu séria, sabia que Harry estava em dúvida. Se surpreendeu quando o viu endereçar a Kingsley o pergaminho e amarrar na pata da coruja.

— Acho que no fim das contas isso irá repercutir mais do que gostaríamos – ele disse dando de ombros

— Bom, quais são seus planos daqui em diante Harry? – Hermione sabia que ele já havia pensado sobre isso, estava curiosa sobre o que o amigo pensava do próprio futuro.

— Bom, vou reformar a casa do Largo Grimmauld, entrar para o curso de Auror do ministério e morar lá, e depois, se Gina quiser, podemos comprar uma casa em Godric’s Hollows – dizia como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo, o que fez Hermione sorrir

— Mesmo? Vai pedi-la em casamento? – Eles se encararam e Harry achou graça da cara de boba romântica que a amiga fazia.

— HEY! Calma! Não agora, tem tanta coisa pra acontecer, mas essa é a ordem natural das coisas não é? Assim, estamos juntos, namorando, então é claro que um dia vamos nos casar, se ela quiser é lógico.

— Até parece que ela não vai querer! Bom, talvez meu relacionamento não flua tão simples como o seu, mas acredito que TALVEZ o mesmo venha a acontecer – Ela disse rindo, porque acreditava que com a personalidade dela e de Ron, tudo seria um pouquinho mais conturbado. Harry nem imaginava, mas ela havia acabado de confessar um dos maiores desejos de seu coração, desde que percebeu que estava apaixonada por Ron, ela se viu sonhando com algo que nunca havia sonhado na vida, se casar.

— Bom, relacionamentos a parte, o que vamos fazer hoje? – Harry queria andar por Londres, passear, viver a vida que ele nunca viveu, em paz.

— Bom, em dois quarteirões tem uma padaria brasileira, a gente pode ir e tomar café por lá, assim que aqueles dois preguiçosos acordarem é claro! – Hermione também sentia falta do Brasil, acima de tudo da comida.

— Tudo bem, vou ver tv, quero ver como está o mundo do lado trouxa depois da guerra – Harry disse levantando e se jogando no sofá. Ainda era quarta-feira, faltavam três dias para irem a cerimônia no ministério, então aquelas preguiças matinais eram sempre bem-vindas. Hermione resolveu dar atenção ao celular e para a prima tagarela que tinha.

Estava tão distraída que quase não viu Ron indo até ela e a abraçando por trás -  Bom dia linda, não me esperou de novo? – Ele sorria dando selando os lábios nos dela e depois beijando o pescoço, Hermione suspirou, era ali naqueles braços que ela queria ficar. Gina logo acordou e eles se arrumaram para saírem tomar café e passearem.

Os dias que se seguiram até o dia da celebração passavam assim, leves, eles não queriam que aquilo acabasse, passeavam, comiam, riam, voltavam para casa, faziam amor. Foram ao cinema, ao shopping, ao teatro e até em um pub. Tudo estava perfeito, até que o sábado chegou.


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Notas finais do capítulo

Molly quis dar uma surtada por estar sentindo o ninho se esvaziar, duro para essa mãe ne?!

Comentem!!



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