Inferno Particular escrita por Neline


Capítulo 8
The play of my life


Notas iniciais do capítulo

Gente espero que gostem, esse é para ser o penúltimo ou antepenúltimo capitulo, não decidi ainda.

Enjoy ;*



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- Vamos gente, se mexam! - Eu falei nos bastidores do teatro. Já havia passado duas semanas desde a quase partida do Chuck, e ele conseguiu voltar a escola. Isso não me deixou animada. Não mesmo. E não imagino nenhum motivo para que isso acontecesse. Hoje é o dia da peça da 8ª série. Eles não me contaram qual o final da peça. Eu estava com um vestido bege, com mangas curtas de rendas. Ele era relativamente curto.

Me abaixei para pegar uma parte do cenário e terminar de aruma-lo quando ouvi alguns passos e vários gritinhos. Conti um sorriso lateral por ter certeza de quem estava entrado.

- Viram só como a professora de vocês é má comigo? - Ele falou e eu lembrei que estava agachada com um mini vestido. Levantei e dei um leve tapa no seu ombro.

- Cala a boca. - Eu disse, entre risos.

- Por que você não me beija e a cala? - Ficamos sorrindo por alguns segundo, um para o outro, em um transe que parecia que duraria para sempre.

- Hey, eu adoro um romance, mas quando ele se movimenta. - A Jessica disse se aproximando. - Tipo a nossa peça. que vai começar daqui uma hora. - Eu me recompuz e continuei a montar o cenário, tendo logo depois a ajuda do Chuck.

- Eles te falaram o fim da peça? - Ele perguntou enquanto erguiamos as paredes de papelão.

- Não. Essas pequenas pestes são tão ingratas. - Revirei os olhos e vi ele contendo o riso. - Você sabe o fim? - Ele ficou em silêncio. - Que droga! Por que só eu não sei a porra do final da peça?  - Bufei quase deixando a parede cair.

- Fique calma. Ou ainda não sabe lidar com a curiosidade? - Ele arqueou uma sombrancelha significantemente.

- Eu aprendi a lidar com isso. Apenas não gosto de esperar para saber as coisas. - Sorri. Os garotos finalmente tinham chegado no teatro e quase tive um ataque. Eles estavam sem as roupas da peça e totalmente desarrumados.  - EI! Por acaso você sairam de uma das boates que o Chuck frequenta? Eu quero todos adequadamente vestidos em 10 minutos. Mesmo você Erik, com essa cara de drogado está perfeito para o papel de Charles. - Eu e Jessica gargalhamos e batemos nossas mãos. enquanto Chuck e Erik se olhavam maliciosamente. Mal sinal. Péssimo sinal.

- Você também gostava de algumas substancias ilícitas. - O Chuck falou se aproximando.

- E você não se faça de santa de Jessica. Lembra de quando... - Ela jogou um sapato nele. E eu não consegui não rir da careta que ela fez. 

- Não se importe. As drogas fazem coisas com a mente desses homens que eu nem quero imaginar. - Sorrimos de uma maneira cúmplice.

- Mas você e sua flexíbilidade fazem mais mal a minha mente ainda. - Me senti corando furtivamente. Mas não resisti a uma gargalhada.

- O que vocês ainda estão fazendo ai? Tratem de ir se trocar! - Todos os garotos correram para o camarim, soltando alguns risinhos, e eu olhei para o Chuck com chamas nos olhos enquanto ele gargalhava abertamente.

 

Todos já estavam pronto e enfileirados, esperando a deixa para entrar no palco e eu me sentia tranquila. Não apenas por confiar nos meus alunos, mas por saber que eu sou uma ótima professora.

O mestre de cerimônias já estava lendo a sinopse quando eles se reuniram em um montinho e ficaram abraçados, em silêncio absoluto. Fiquei observando de longe, quando senti um braço circular minha cintura e olhei para o lado, vendo o Chuck com um lindo sorriso olhando para mim. Descansei minha cabeça no seu ombro enquanto via todos entrando no palco. comecei a andar, lentamente, até a parte lateral do palco para ver o espetáculo.

 

A história era perfeita. Tão rica em detalhes e bem escrita que eu podia me ver na pequena Jessica. E é claro que Erik e aquele jeito de mini bad boy ajudou bastante a encarnar o Chuck.

A minha parte favorita da peça? Charles, o personagem do Erik, falou alguma besteira e tentou se passar com a Blair (eu!), personagem da Jessica, e levou um tapa bem dado na cara. Não, essa não foi a parte que eu mais gostei, a parte que eu gostei foi que o tapa foi de verdade. Sabe aquele barulho de borracha batendo um madeira? O tapa teve mais ou menos esse som. Ele ficou uma uma cara de 'WTF?' e ela deu um sorriso irônico. Ele é uma eu nata (what?).

 

Depois de muita espera e muitas risadas (nunca imaginei que minha história com o Chuck tivesse tanta comédia assim), estava finalmente chegando o fim da peça.

- O tempo acabou. - Ele franziu o cenho levemente. - Eu acho que consegui te perdoar. - Ela deu um tapa no ombro dele, e pela careta que ele fez, deduzi que isso não estivesse no script original. - Mas é bom nunca mais me magoar. - Ela fez um beicinho e ele a agarrou, beijando-a em seguida, e por algum motivo, eu tive a impressão que o beijo não era nenhum pouco cenográfico.

- Eu tenho algo para você. - Ele puxou dois envelopes, e tirou de dentro algo semelhante a duas passagens. - Londres não tem muito sol então... gosta da Califórnia? - Ele sorriu. De uma maneira meiga, o que não aconteceria na vida real.

- Você vai estar lá? - Ela sorriu da mesma maneira.

- Sempre que você quiser. - Ele se beijaram novamente e a cortina se fechou. 

 

- Você foram ótimos bebês! - Eu cheguei e percebi que eles ainda estavam se beijando, e vi uma tipica mão boba do Erik. - Bebês? - Eles não se separaram. - Não precisam encarnar o personagem tão bem assim. - Minha paciência se esgotou. - ISSO NÃO É UM FILME PORNO! - Todos os alunos me olharam, enquanto Jessica e Erik se separam meio sem graça. Eu mordi o lábio inferior, me ornando a não rir, mas quando eles se separam fizeram um som tão engraçado... algo como um desentupidor de pia. Foi complicado segurar o riso.

 

Chuck comprimentou Erik de um jeito engraçado, como se o parabenizasse, e eu e Jessica reviramos os olhos.

- Ignore essas atitudes idiotas. Erik parace um mini-Bass, isso é meio medonho. - Eu sorri e ela me olhou preocupada.

- B., só me responda uma coisa... vale a pena? - Franzi o cenho sem entender direito o que ela quis dizer. - O sofrimento, as traições, a dor, vale a pena por um homem como o Chuck? - Eu olhei para ele pela visão panoramica e ele sorriu e piscou para mim. Voltei meu olhar para ela por um minutos.

- Em todos os sentidos. - Ela sorriu e eu andei calmamente para perto do Chuck.

- Eu preciso falar com você. - Eu disse parando ao lado dele, e Erik saiu para o lado da  Jessica.

- Pode falar. - Ele disse, colocando a mão no bolso.

- O tempo acabou. - Ele franziu o cenho, repetindo o gesto da peça, mesmo sabendo o que eu falaria. - Acho que consegui te perdoar. - Dei um tapa no seu rosto, fazendo o mesmo barulho de borracha na madeira. - Mas nunca mais me magoe, entendeu? - Fiz beicinho e ele me beijou. Sorri contra seus lábios.

- Tenho algo para você. - Mas ele não pegou nada do bolso. Apenas me emperrou e me prensou contra uma porta, a abrindo logo depois. Entramos na sala que eu reconheci como a sala dos figurinos e ele trancou a porta, começando a beijar meu pescoço. Não importa quantos tentativas de relatar a minha história com o Chuck, nunca ficará igual. Pois somos inevitáveis e magnéticos. E mais apimentados do que se poderia mostrar em uma peça escolar.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem reviews, ok?

XOXO. Neli ;*